A perceção dos residentes em cidades pequenas sobre a atividade turística

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1617092418201{margin-left: 26px !important;}"]Para os residentes em cidades pequenas, os impactos socioculturais da atividade turística são mais importantes do que os impactos económicos, conclui um estudo conduzido por investigadores da Universidade de Coimbra (UC) e do Instituto Politécnico de Viseu (IPV).

Esta investigação, que teve por objetivo analisar a relação entre a ligação ao lugar e os impactos percecionados pelos residentes em cidades de pequena dimensão relativamente à atividade turística, envolveu 350 habitantes de várias cidades, entre as quais Aveiro, Covilhã, Figueira da Foz, Gouveia, Guarda, Leiria, Seia e Viseu.

«A investigação sobre a visão dos residentes relativamente à atividade turística é pouco explorada, mais ainda em cidades de pequena dimensão. Por isso, este estudo pretende precisamente colmatar essa lacuna na literatura e contribuir para um melhor planeamento destes destinos que, fruto da pandemia, vão ter uma maior procura», afirma Cláudia Seabra, investigadora e docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC).

Uma explicação para os dados obtidos no estudo, financiando pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), prende-se com o facto de «nas pequenas cidades o espírito de comunidade ainda ser forte. As pessoas estão mais conscientes dos efeitos sociais que o desenvolvimento do turismo tem nas suas vidas do que os efeitos económicos ou ambientais. Em geral, as pequenas cidades têm uma população pequena e envelhecida, com menos oportunidades de emprego, cuidados de saúde e grandes infraestruturas de comunicação», afirma Cláudia Seabra.

Nessas comunidades, fundamenta, «as pessoas geralmente estão ansiosas para conhecer novas pessoas e se conectar com outras culturas e gerações diferentes. Em geral, os impactos negativos dos grandes centros urbanos onde milhares de turistas se aglomeram não são sentidos. Os turistas são vistos como pessoas que trazem oportunidades de negócios, visitando bares, restaurantes, hotéis e atrações da região, ao mesmo tempo que compram produtos locais para levar. Por outro lado, os turistas são fontes de rejuvenescimento cultural».

A docente e investigadora do Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) considera que os resultados deste estudo, além de contribuírem para uma «maior consciência dos efeitos que o desenvolvimento do turismo está a ter na comunidade dos destinos das pequenas cidades, porque o turismo pode ser um desafio para as pequenas localidades e cidades, sobretudo de forma sustentável», podem ajudar «os gestores a fornecer benefícios económicos, sociais e culturais de longo prazo para a comunidade local, melhorando a qualidade de vida e, assim, fortalecendo o lugar e o vínculo com a comunidade».[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Páscoa com Lua Cheia

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="9" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1617042730313{margin-left: 26px !important;}"]Desde os primórdios da cristandade que a data da Páscoa, dia em que se celebra a ressurreição de Cristo, é fundamental para a estruturação de todo o calendário litúrgico cristão.

Mas a determinação inequívoca do dia da Páscoa para que esta pudesse ser celebrada no mesmo dia do calendário por toda a cristandade, independentemente da sua localização geográfica, constituiu um problema que só foi normalizado no primeiro concílio ecuménico ocorrido em Nicéia no ano 325 d.C.

Nesse concílio, convocado pelo imperador romano Constantino, foi determinado que o dia da Páscoa fosse celebrado no primeiro Domingo depois da primeira Lua Cheia que ocorresse no, ou logo a seguir ao equinócio da primavera, no hemisfério norte (cerca de 21 de Março). É esta a regra desde então para determinar o dia de Páscoa e, assim sendo, a Lua estará sempre em fase cheia.

Mas a determinação do equinócio, através do calendário então seguido, não garantia uma “coincidência” entre a previsão e a realidade, por imperfeição contida no mesmo. O calendário Juliano (assim designado em honra a Júlio César) em vigor ao tempo do concílio de Nicéia acumulava uma imprecisão de cerca de 11 minutos e 14 segundos em excesso em cada ano.

Por volta de 1582, a inexactidão do calendário Juliano teve como resultado que o equinócio da primavera ocorreu no dia 11 em vez de 21 de Março como se esperaria. Este desfasamento introduzia erros no calendário religioso cristão e, na prática, o dia de Páscoa era celebrado em dias diferentes em diversos pontos do hemisfério. Era preciso fazer alguma coisa para reacertar o calendário oficial.

O Papa Gregório XIII (1502 - 1585) criou uma comissão liderada pelo jesuíta matemático e astrónomo Christoph Clavius (1537-1612) para resolver o problema.

Na sua bula Inter Gravissimas, o Papa Gregório XIII consagra o trabalho matemático e institucionaliza o calendário que ainda hoje seguimos no ocidente e que tem o seu nome (calendário gregoriano). Resulta de um muito satisfatório conjunto de regras de acertos regulares nos anos ditos bissextos, o que assegura um compromisso aceitável na predição dos movimentos relativos de translação da Terra ao redor do Sol e da Lua em redor da Terra.

Acrescente-se, contudo, que a determinação do dia de Lua Cheia, para a determinação do domingo pascal, não faz uso das tabelas astronómicas, mas sim do definido nas Tabelas Eclesiásticas que, apesar de não incluírem com rigor o movimento complexo da órbita da Lua, são suficientes para permitir uma regular e uniforme determinação de um mesmo momento por toda a cristandade ocidental, independentemente da sua latitude e longitude.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Habitats artificiais de água doce requerem boa gestão da sua biodiversidade

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][better-ads type="banner" banner="9531" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1617041865333{margin-left: 26px !important;}"]Má planificação e gestão de estruturas como barragens, canais, lagos artificiais e arrozais é fatal para muitas espécies, alerta um estudo mundial coordenado por Ronaldo Sousa, da Universidade do Minho.

Os habitats artificiais de água doce podem tornar-se “armadilhas ecológicas” devido a gestão danosa ou falta de condições para certas espécies, sobretudo em áreas do planeta em que os habitats naturais foram reduzidos. O alerta é do investigador Ronaldo Sousa, da Universidade do Minho, coordenador de uma investigação agora publicada na revista científica Global Change Biology [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""] (), que envolveu 36 autores de 22 países e analisou 228 espécies presentes em habitats artificiais distribuídos por todo o mundo.

Muitos ambientes naturais do globo são destruídos e substituídos por lagos artificiais, canais, barragens e arrozais, para servir necessidades humanas, como a produção de eletricidade ou alimentos. O estudo acerca da biodiversidade nessas estruturas tem sido negligenciado a nível internacional, diz Ronaldo Sousa, investigador do Centro do Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Universidade do Minho. Nesse sentido, recolheu uma amostra de 709 registos de habitats artificiais de todo o mundo, colonizados por 228 espécies de mexilhões de água doce, um grupo de organismos altamente ameaçado. A maioria dos exemplos inclui canais e barragens da Europa e América do Norte, sendo que um total de 34 espécies registadas são consideradas ameaçadas pela União Internacional para a Conservação da Natureza.

Ronaldo Sousa concluiu que alguns daqueles refúgios artificiais “podem ter condições com estabilidade suficiente para um grande número de espécies, incluindo invertebrados e vertebrados como peixes, anfíbios, aves e mamíferos”. Porém, outros refúgios “podem funcionar como armadilhas ecológicas, devido a más práticas de gestão ou por não haver condições ambientais para determinadas espécies”.

Respeitar o potencial do ecossistema

“As grandes barragens são altamente prejudiciais para animais que preferem viver em zonas de corrente, levando em alguns casos ao seu desaparecimento”, frisa o biólogo. Por outro lado, os canais de rega podem ser sujeitos a atividades de manutenção ou limpeza, que requerem a retirada de sedimento ou o esvaziamento temporário da água naquelas estruturas. “Este tipo de ações pode levar à morte de grande parte dos organismos aquáticos”, frisa Ronaldo Sousa.

“Os habitats artificiais não devem ser vistos como uma panaceia para resolver os problemas de conservação da biodiversidade”, reforça o professor do Departamento de Biologia da Escola de Ciências da Universidade do Minho. Assim, continua, é necessário perceber melhor o uso humano daquelas estruturas e o seu valor, para se preservar certas espécies e encontrar as melhores formas de gestão que mitiguem impactos na fauna e flora. Para Ronaldo Sousa, isso é especialmente decisivo em áreas do planeta cujos habitats naturais foram reduzidos ou altamente perturbados.

O caso português

Também em Portugal há habitats artificiais colonizados, como canais de moinhos antigos com uma grande diversidade de organismos, incluindo o mexilhão de rio Margaritifera margaritifera, espécie criticamente ameaçada na Europa. Em termos de gestão, há um bom exemplo na mini-hídrica de Mirandela, no rio Tua, cujos trabalhos de manutenção em 2018 incluíram a monitorização das populações de bivalves e peixes; os indivíduos que ficavam em risco eram translocados para águas mais profundas. Um ano antes, uma ação de manutenção num açude em Vila Real, no rio Corgo, deixou os animais sem água, levando à sua morte.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Suporte social beneficia saúde mental de doentes oftalmológicos

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1616869139472{margin-bottom: 40px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1616869124388{margin-left: 26px !important;}"]Uma investigação das universidades do Minho e de Coimbra e do Hospital de Barcelos mostra que pessoas com doenças oftalmológicas que reportam um bom suporte social têm níveis mais baixos de ansiedade e depressão. O trabalho saiu agora na revista científica Clinical Rehabilitation [icon name="file-pdf" style="solid" class="" unprefixed_class=""] e teve apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.


O estudo envolveu pessoas diagnosticadas com retinopatia diabética ou degeneração macular, duas das principais causas da cegueira nos adultos. Para surpresa dos investigadores, o suporte social revelou-se mais importante para a saúde mental dos pacientes do que a quantidade de visão preservada.


“Os resultados são inovadores, porque mostram que o risco de problemas psiquiátricos existe em doenças oftalmológicas, apesar de os pacientes terem visão suficiente para realizar de forma independente tarefas da vida diária, como conduzir o automóvel”, diz o coordenador do estudo, António Filipe Macedo, do Centro de Física da Escola de Ciências da Universidade do Minho e da Universidade de Linnaeus (Suécia).


Os cientistas acreditam que estes resultados possam ser explicados pelos níveis de resiliência psicológica. Isto é, pacientes com melhor suporte social têm maior capacidade para lidar com eventos adversos ligados à sua doença. “É provável que essas pessoas estejam mais seguras de como enfrentar problemas causados pela possível evolução da doença”, afirma António Filipe Macedo. Curiosamente, o estudo foi feito antes de pandemia, na qual se tem falado muito de suporte social face ao isolamento.


Apoio idêntico ao do doente com cancro?


O professor nota que alguém diagnosticado com doenças como o cancro é encaminhado para apoio mental, mas raramente se associa esse apoio no caso de doenças oftalmológicas. “O nosso trabalho chama a atenção disso – a pessoa pode precisar daquele apoio não apenas quando perde a visão, mas já antes, pois pode ser decisivo no seu bem-estar mental”, frisa.


Uma boa saúde mental ajuda nos efeitos de tratamentos oftalmológicos, pois afeta por exemplo a comparência às consultas e o controlo regular da doença. O estudo agora publicado abre portas para novas formas de prevenção de problemas psicológicos ligados com diagnósticos de retinopatia diabética ou degeneração macular relacionada com a idade. O trabalho envolveu ainda Laura Moreno, doutoranda em Optometria e Ciências da Visão na Universidade do Minho, o psicólogo Hugo Senra e a oftalmologista Natacha Moreno.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Nanopartícula para combate ao cancro desenvolvida na UC obtém designação de “medicamento órfão”

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1616750695647{margin-bottom: 40px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1616750681018{margin-left: 26px !important;}"]Uma nanopartícula de nova geração de base lipídica para combate ao cancro, PEGASEMP, desenvolvida na Universidade de Coimbra (UC), obteve o estatuto de “medicamento órfão” da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla inglesa) e da autoridade reguladora americana Food and Drug Administration (FDA) para o tratamento do mesotelioma maligno, um tipo de cancro raro que resulta da exposição a amianto. Este estatuto constitui fator facilitador de realização de ensaio clínico em doentes.

Os “medicamentos órfãos” são fármacos orientados para o diagnóstico ou tratamento de doenças raras graves, apontadas como doenças órfãs, que afetam um reduzido número de pessoas em comparação com a população em geral.

A atribuição da EMA e da FDA é o resultado de diversos e complexos estudos realizados ao longo de vários anos no Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), em colaboração com centros de investigação nacionais e estrangeiros, sob a liderança de João Nuno Moreira, docente e investigador do CNC e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC).

No mais recente trabalho, cujos resultados acabam de ser publicados na revista científica Nano Today, especializada na divulgação dos trabalhos mais influentes e inovadores em nanociência e tecnologia, a equipa de João Nuno Moreira desenvolveu e testou um protótipo de produção industrial da tecnologia PEGASEMP em condições GMP (do inglês, Boas Práticas de Fabrico), extensamente caracterizado em termos de propriedades físicas e químicas, demonstrando a segurança e eficácia antitumoral deste sistema de entrega de medicamentos.

Antecipando já o potencial uso em humanos, experiências muito detalhadas foram realizadas em diferentes espécies animais. «Avaliou-se a segurança da nanopartícula em murganhos, ratos e cães de acordo com as normas de desenvolvimento de novos medicamentos para tratamento oncológico. A sua segurança foi efetivamente demonstrada», relata o líder da equipa.

Basicamente, o produto PEGASEMP pode ser descrito como uma bolha de gordura (de natureza lipídica), contendo no seu interior um composto anticancerígeno, que acede a tumores sólidos através de uma nova porta de entrada, bloqueando o crescimento e a invasão tumoral.

«Neste trabalho foi possível demonstrar em modelo animal de cancro, pela primeira vez, a existência de uma nova porta de entrada que permite o acesso facilitado da nanopartícula desenvolvida a tumores sólidos, difíceis de tratar. Este acesso facilitado traduziu-se na inibição significativa do crescimento tumoral em modelo animal de mesotelioma humano, relativamente ao tratamento de primeira linha usado clinicamente nestes doentes (combinação de quimioterapia convencional)», assinala o investigador.

Os resultados obtidos no estudo agora publicado poderão ter impacto a vários níveis. Em primeiro lugar, destaca João Nuno Moreira, «o nível de maturidade tecnológica do PEGASEMP assim como o conjunto de dados alcançados permitiram a obtenção da designação de medicamento órfão para tratamento do mesotelioma, passo importante para o desenvolvimento translacional do PEGASEMP, ou seja, para aplicação clínica».

Em segundo lugar, prossegue, este trabalho mostra que «a entrega de fármacos encapsulados em sistemas de base nanotecnológica, através do direcionamento para a nucleolina e consequentemente à vasculatura tumoral, é um mecanismo inovador e disruptivo, que tenta ir além dos dogmas tradicionais da entrega de fármacos ao nível de tumores sólidos. Como tal, tem o potencial de ser aplicado de forma transversal a outras nanopartículas que não de natureza lipídica, assim como a outros fármacos, e em simultâneo estendido a diferentes tipos de tumores, podendo daí advir um efeito terapêutico associado a melhor segurança».

Por último, «é um contributo fundamental rumo à era da terapia personalizada e com impacto direto na qualidade de vida dos doentes», afirma o coordenador do estudo, adiantando ainda que o passo seguinte da investigação incidirá na «realização de ensaios clínicos», mas para isso é necessário encontrar financiamento.

Este estudo foi financiado por vários programas europeus, pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), Rede Nacional de Espetrometria de Massa, tecnológica TREAT U, SA, farmacêutica Bluepharma e Portugal Ventures, SA.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Defesa dos amantes: O Abandono

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="20" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1616665157084{margin-left: 26px !important;}"]Camille Claudel volta a dar-nos a mão, agora com O Abandono, uma visão de rara sensibilidade, tanto artística, como humana: os amantes estão sempre em equilíbrio instável.

Camille Claudel demonstrou, com as obras que restaram incólumes à fúria advinda do desespero que a levou a destruir algumas das suas esculturas, uma sensibilidade aguda, a raiar a dor, acerca do humano. Tal sensibilidade atinge o máximo de intensidade reflexiva nas esculturas em que associa o feminino e o masculino: no par, portanto. Numa actualidade em que se advoga pela igualdade entre os sexos, entretanto diluída na categoria do género que, na minha perspectiva, recobre como um manto mudo a experiência da diferença, afigura-se um exercício de enorme validade, tanto cognitiva, como sensorial, como ainda epistemológica, determo-nos na forma como Camille Claudel apresenta o par feminino/masculino. Cognitiva e sensorialmente, tal exercício permite-nos refinar a atenção, tão necessária às abordagens meticulosas da realidade; epistemologicamente, contribui para adensar as categorias que sustentam o nosso entendimento.

O Abandono trata-se de uma obra de beleza cortante: equilibrada no nódulo interior que é o sustentáculo de qualquer obra de arte, apesar do abraço entre os amantes nos sugerir a queda. Mas é também a queda que potencia o contágio e permite fertilizar o real; se cada um/a de nós permanecesse encerrado/a na sua cápsula dura de intocabilidade, então, ninguém mais nasceria para o mundo, não é verdade? Aqui, com Camille Claudel, vê-se tão bem que o homem, quem aparenta carregar a mulher, é ele próprio sustentado por ela: o seu a/braço supostamente forte é também aquele que lhe pede ajuda. E aqui estamos no cerne do humano: feminino e masculino folheiam o real exactamente com igual parcela, salvam-se mutuamente, porque compartilham uma vulnerabilidade essencial. Neste “abandono” radica a possibilidade de abrirem-se simultaneamente ao comum, apesar da/s diferença/s que albergam.

Cristina Campo, escritora, embora pela minha parte prefira chamar-lhe sintomatologista e buriladora de joias-memória, italiana, afirmou que nada mais se espera dos amantes a não ser que amem e caminhem sobre as águas. O Abandono de Camille Claudel fá-lo: caminha sobre as águas, sem dúvida. Existem umas escadas na cidade de Florença, pertencentes à Biblioteca Medicea Laurenziana e projectadas por Miguel Ângelo, que estão construídas ao contrário, ou seja: quando se sobe temos a sensação de que descemos, e quando descemos a de que estamos a subir; esta é uma imagem poderosa, creio, para qualificar a experiência da humanidade. Na nossa actualidade, que se pauta pela ideia de progresso, questiono-me e convido-vos a acompanharem-me: quantas vezes, sob a capa das corridas mais desenfreadas, em que não se pode perder o lugar no pódio, não se perdem pessoas, coisas, ideias, valores, de que não deveríamos nunca abdicar?

O Abandono, de Camille, parece vir dizer-nos que o masculino não quer, porque não pode, abdicar do feminino, que não quer, porque não pode, que o feminino se prostre, que o homem e a mulher estão em queda relativamente ao/à outro/a, logo, permanecem em abertura face ao tempo, o que também apela a que o construam, a que lhe atribuam um sentido partilhado. Não vejo ali uma mulher nas mãos de um homem que pudesse derradeiramente manipulá-la, que pudesse manejá-la de acordo com a sua tirania; não, ali vejo um homem que vem em auxílio da mulher, mas auxílio esse que é a própria condição de existência desse homem, da sua permanência e, no limite, da sua possibilidade de viver de facto.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Aritmética Elementar?

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="31" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1616450435640{margin-left: 26px !important;}"]Quem utiliza as redes sociais já deve ter-se deparado com a seguinte questão: “Qual é o valor de 6÷2(1+2), 1 ou 9?” Ou, numa outra versão, 48÷2(9+3), 2 ou 288?

Sempre que esta aparece publicada nas redes socias há sempre dezenas de comentários, uns com argumentos que conduzem à resposta 1 e outros com argumentos que conduzem à resposta 9. Ao que parece, esta questão terá surgido há cerca de seis anos e desde essa altura tem reaparecido amiúde. Na altura, no Chile, a confusão foi tanta que uma professora universitária de Matemática teve de ir à televisão explicar por que razão apenas um dos resultados é o correcto!

Para resolver este “problema” só temos de ter em conta a prioridade das operações, que devem ser feitas por esta ordem: potências, multiplicação e divisão pela ordem que aparecem, soma e subtracção pela ordem que surgem. Se na expressão existirem parêntesis devem efectuar-se prioritariamente as operações que estiverem no seu interior, sendo que aplicam-se as prioridades das operações atrás descritas. Assim, o resultado é 9. Primeiro faz-se o que está dentro de parêntesis, 1+2 = 3, ficando 6÷2×3. Neste momento temos uma divisão e uma multiplicação. Sabemos que nenhuma tem prioridade sobre a outra, pelo que se faz pela ordem que aparecem. Primeiro 6÷2 = 3 e em seguida multiplica-se este resultado por 3, ficando 3×3 = 9. Temos então: 6÷2(1+2) = 6÷2×3 = 3×3 = 9.

Tentando perceber a razão que leva à resposta 1, encontro duas:

A navegar por alguns fóruns “descobri” que um dos argumentos que conduzem a esta resposta é o PEMDAS, sigla inglesa para “Parenthesis, Exponentes, Multiplication, Division, Addition, Sutraction”, isto é, muitos chegaram à resposta 1 pensando que o PEMDAS nos indica a prioridade pela qual as operações devem ser realizadas. Portanto, primeiro far-se-ia a multiplicação e em seguida a divisão, esquecendo que na hierarquia das operações, nenhuma tem prioridade sobre a outra, efectuando-se as operações pela ordem que surgem. Desta forma percebe-se por que razão alguns argumentam, erradamente, que a resposta é 1:

6÷2(1+2) = 6÷2×3 = 6÷6 = 1

Outro argumento tem a ver com a interpretação da operação a/bx, que é interpretado com o quociente entre a e bx. Nesse sentido 6÷2×3 seria o quociente entre 6 e 2÷3, cujo resultado é 1. Compreendo esta interpretação, mas não é a correcta. A correcta é o produto entre 6÷2 e 3, cujo resultado é 9.

Muitas vezes, para evitar este tipo de “confusões” os matemáticos usam fracções ou parêntesis. Para a resposta ser 1, a questão teria de ser escrita 6÷[2(1+2)].

Assim, tendo em conta a prioridade das operações, qual é o valor de 48÷2(9+3), 2 ou 288?[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Investigador da Universidade de Coimbra ganha bolsa americana para estudar o período helenístico no nordeste da Síria

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1616406474239{margin-bottom: 40px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="9531" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1616406461785{margin-left: 26px !important;}"]André Tomé, investigador do Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Património (CEAACP), da Universidade de Coimbra, acaba de ganhar uma bolsa do Harvard Museum of the Ancient Near East, nos Estados Unidos da América, com o projeto de trabalho “Tell Beydar (1992-2010) – A Seleucid-Parthian Settlement in Northeastern Syria”, coordenado pela professora Maria da Conceição Lopes.


Com a duração de dois anos, a bolsa foi obtida num concurso internacional no âmbito de um programa que financia estudos e publicações arqueológicas – White Levy Program for Archaeological Publications –, gerido pela Universidade de Harvard.


O trabalho distinguindo retoma um importante projeto da Universidade de Coimbra que decorreu na Síria entre 2008 e 2010. Na altura, a equipa de Maria da Conceição Lopes participou ativamente nos trabalhos de investigação no terreno, criando importantes sinergias e a possibilidade de, a longo prazo, estudar um importante acervo de um período compreendido entre o século III a.C. e o século I d.C., ainda pouco conhecido, contrastando com o que se conhece da cidade do III milénio.


«Com o apoio do CEAACP, decidimos candidatar o estudo e a publicação de um conjunto de dados novos referentes à época helenística de Tell Beydar, um sítio arqueológico com mais de cinco mil anos que é essencialmente conhecido por ser das primeiras grandes cidades da Alta Mesopotâmia, onde surgiram, por exemplo, algumas das primeiras tabuinhas com escrita cuneiforme encontradas na Síria», descreve André Tomé.


Mais especificamente, «pretendemos finalizar os trabalhos iniciados e trazer a discussão aquele que é um dos acervos mais importantes para o conhecimento desta época. Perceber os processos de hibridização entre comunidades indígenas e as novas influências gregas, ou qual a forma de organização destes territórios e da sua exploração nos séculos após as conquistas de Alexandre o Grande, são algumas questões a que procuraremos responder», clarifica o investigador do CEAACP.


Aos trabalhos de investigação foi atribuída uma bolsa no valor de 30 mil dólares. A publicação que daí resultará será assegurada pelo Centro Europeu para os Estudos da Alta Mesopotâmia (ECUMS).[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Primeiras observações de filamentos da “teia cósmica”

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1616327583265{margin-bottom: 40px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1616327568710{margin-left: 26px !important;}"]Recorrendo a observações do espectrógrafo MUSE, uma equipa de investigadores, incluindo do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), conseguiu observar filamentos cósmicos, numa altura em que o Universo tinha menos de 15% da idade atual.

Uma equipa de astrofísicos, que inclui Jarle Brinchmann do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), recorreu ao espectrógrafo MUSE, instalado no telescópio VLT, do Observatório Europeu do Sul (ESO), para fazer o mais profundo levantamento espectroscópico até hoje. Além de estruturas filamentares de gás à escala cósmica, estas observações do universo jovem, um a dois mil milhões de anos após o Big Bang, revelaram ainda a existência de inúmeras galáxias anãs, que até aqui nem se suspeitava que existissem. Estes resultados3 foram publicados hoje na revista científica Astronomy & Astrophysics.

Jarle Brinchmann (IA, UPorto & Observatório de Leiden), comenta: “Esta é a mais profunda observação alguma vez feita ao Universo, que nos revelou galáxias inteiras mais ténues do que a estrela Rigel, uma das 10 mais brilhantes no nosso céu. O conjunto destas galáxias ilumina o Universo primordial, como pequenos “candeeiros públicos” no meio de um nevoeiro de gás hidrogénio”.

A larga escala, o Universo é formado por uma estrutura filamentar de gás, uma autêntica “teia cósmica” ao longo da qual as galáxias se formam. Os modelos teóricos preveem que o gás que compõe os filamentos, quando exposto a radiação, adquire uma certa incandescência, mas tão ténue, que estes nunca tinham sido observados diretamente.
Só recentemente se tornou tecnicamente possível observar as zonas mais densas da teia, designadas “nós”, onde se encontram quasares, astros cuja intensa radiação consegue aumentar o brilho da teia nessa região. Mas os nós não são uma amostra representativa da parte normal dos filamentos, onde ocorre cerca de 60% de toda a formação de galáxias.

Para resolver este problema, a equipa, liderada por Roland Bacon (CNRS/CRAL), apontou o VLT, durante mais de 140 horas, para a região do céu conhecida como Campo Ultra Profundo do Hubble, até agora uma das imagens mais profunda do cosmos até agora obtida. Ao tirar partido da ótica adaptativa e da mais avançada capacidade espectroscópica do MUSE, foi possível à equipa, fazer um mapa de vários pedaços de filamentos no Universo quando este tinha apenas 1 a 2 mil milhões de anos depois do Big Bang. As imagens também revelaram que 40% das galáxias agora descobertas são tão ténues que não eram visíveis na imagem obtida pelo telescópio espacial Hubble.

Mas a maior surpresa ocorreu quando as simulações efetuadas pela equipa revelaram que uma fração significativa da luz difusa observada – talvez até a maior parte dela – tem origem num enorme “mar” de galáxias anãs de luminosidade ultra-fraca. Estas galáxias são tão pouco brilhantes que não seria possível detetá-las individualmente com os meios atuais, mas a sua existência tem consequências importantes para os modelos de formação de galáxias, consequências que só agora os cientistas vão começar a explorar.

Brinchmann confessa-se surpreso com esta descoberta: “Quando fazes algo que nunca ninguém fez, corres o risco de o Universo te revelar os seus segredos. É incrível pensar que estamos a ver o brilho, na alvorada do próprio Universo, de galáxias tão pequenas que seria difícil vê-las mesmo que estivessem nas proximidades da nossa galáxia, a Via Láctea”.

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A Primavera começa mais cedo este ano?

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="9" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1616242272022{margin-left: 26px !important;}"]A Primavera começa este ano no dia 20 de Março pelas 9h37m, segundo o Observatório Astronómico de Lisboa. Mas não é certo e sabido que a Primavera começa sempre no dia 21? Então o que é que aconteceu para que esta estação se tenha antecipado este ano? Estará a Terra a acelerar na sua viagem de translação à volta do Sol? Nada disso. Mas, para podermos perceber o fenómeno, precisamos de caracterizar o que é que determina o início da Primavera.

Em termos astronómicos, o início desta estação é definido pelo momento em que ocorre o equinócio boreal no hemisfério norte, ou o equinócio austral no hemisfério sul. A palavra equinócio provem das palavras latinas aequus (igual) e nox (noite), ou seja, significa noites iguais. Isto acontece quando a orbita aparente do Sol (isto é, o movimento aparente do Sol para um observador na Terra) cruza o plano que resulta da projecção do equador terrestre no horizonte celeste. Por outras palavras, refere-se aos momentos em que o dia e a noite têm a mesma duração, ou seja, 12 horas.

Ao longo de um ano terrestre, isto verifica-se duas vezes em cada hemisfério: no início da Primavera e no início do Outono. Note-se que estas estações ocorrem inversamente em cada hemisfério: o início da Primavera no hemisfério norte coincide com o início do Outono no hemisfério sul e vice-versa.

Para um mesmo hemisfério, no nosso caso o norte, os dois equinócios ocorrem exactamente em lados opostos da órbita da Terra à volta do Sol. Contudo, as datas em que acontecem não dividem o ano em partes iguais! Não é difícil calcular, a partir das datas médias verificadas para os equinócios e da duração média do ano (média porque temos de ter em conta os anos bissextos), que o equinócio da Primavera ocorre 179,25 dias depois do equinócio de Outono, e que este último se encontra 186 dias após a Primavera que o precede. Isto explica-se pelo facto de a orbita da Terra à volta do Sol ser elíptica e não circular, como sabemos desde 1609 graças a Kepler (1571 – 1630), e pelo facto de a Terra se encontrar mais próxima do Sol (o periélio) nos primeiros dias de Janeiro. Ora acontece que esta maior proximidade ao Sol, faz com que a velocidade (escalar) da Terra nesta altura do ano seja a maior de toda a sua órbita e, tal como é predito pela segunda lei de Kepler, ela se mova mais rapidamente em direcção ao equinócio da Primavera do que quando se aproxima do equinócio de Outono, depois de passar pelo ponto em que o nosso planeta se encontra mais distante do Sol (o afélio, a 5 de Julho).

Curiosamente, Ptolomeu (90 – 168 d.C.) também notou a desigualdade na duração das estações, mas tentou explicar a observação a partir de uma órbita circular do Sol ao redor da Terra, mas não centrada exactamente nesta, ou seja, uma orbita contendo um epiciclo.

Acresce ao que se disse atrás que o período entre dois equinócios primaveris é cerca de 6 horas maior do que um ano comum (365 dias). Assim, a Primavera de um dado ano inicia-se 6 horas mais tarde do que a Primavera do ano comum anterior, no calendário gregoriano. Ao fim de 3 anos, verifica-se um adiantamento de cerca de 18 horas. Contudo, o acerto no calendário introduzido pelo ano bissexto, produz um atraso aparente de 6 horas. Ao longo de um mesmo século, o equinócio tende a ocorrer mais cedo até que ocorram acertos no calendário por sequência de 7 anos comuns. De facto, neste século só houve dois anos em que a Primavera ocorreu a 21 (2003 e 2007) e prevê-se que a mesma se inicie no dia 19 de Março em 2040.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Últimas Notícias do Sapiens

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="30" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1616241406449{margin-left: 26px !important;}"]Carregamos connosco a história dos nossos ancestrais pelo que faz todo o sentido conhecermos a nossa história natural. Parafraseando o início e o título do livro de Condemi e Savatier (2018), “Últimas notícias do sapiens”, o sapiens (o sábio), é um animal singular. É a única espécie que modifica o ambiente ao ponto de influenciar a própria evolução, assim como a das outras espécies. O impacto da nossa existência no planeta é de tal ordem que a era que hoje vivemos denomina se Antropoceno, literalmente, era humana. E depois de cerca de sete milhões de anos em que houve coexistência de várias espécies de humanos, hoje somos a única espécie viva. Estamos anormalmente sós.

Há toda uma série de perguntas sobre a nossa história evolutiva que deveria interessar a todos. Para além de que, o passado do sapiens elucida sobre o seu futuro, o nosso. E quais os nossos apanágios? Desde logo, temos um cérebro que é três vezes maior do que aquele que seria de esperar num primata do nosso tamanho corporal, ou seja, uma das nossas grandes características distintivas reside no cérebro, não só é enorme como tem uma complexidade ímpar.

[caption id="attachment_9510" align="alignright" width="250"]sapiens-neandertal Sapiens-neandertal[/caption]

Importa frisar que esta característica está intimamente ligada à nossa dieta e à forma como nos deslocamos. Atualmente somos os únicos primatas bípedes. É uma tríada evolutiva chave: cérebro-dieta- locomoção.
Os fósseis são a pista mais real sobre quem eram os nossos ancestrais, e como e porquê nos tornámos na espécie que hoje somos. Nos últimos tempos os métodos de abordagem dos ossos dos nossos ancestrais, um dos tipos de fósseis mais frequentes, permitiram descodificar a informação neles guardada, nalguns casos há milhares de anos.

Efetivamente os ossos podem ser considerados como um repositório de memórias que necessitam de softwares sofisticados para o desvendar. A descodificação do ADN antigo, mitocondrial e nuclear, é uma boa ilustração desses avanços tecnológicos. Foi conseguido o feito incrível de conseguir aceder ao ADN nuclear dos fósseis de Atapuerca, nomeadamente da Sima de los Huesos, com cerca de 400 mil anos. Não obstante, não podemos esperar que esta barreira cronológica seja indefinidamente ultrapassada pois a preservação de ADN em fósseis com mais de 1 milhão de anos, a acontecer, será ínfima. Mas Atapuerca, uma serra perto de Burgos, em Espanha, é um lugar chave para conhecer a história evolutiva da nossa espécie, designadamente desde há cerca de 1,5 milhões de anos. E muito recentemente foi publicado um outro estudo fantástico, desta feita relativo a Gran Dolina e ao Homo antecessor, um dos primeiros habitantes desta serra mítica e mediática, que viveu há cerca de 1 milhão de anos.

Atualmente, a análise de proteínas antigas com espectrometria de massa, uma abordagem comumente conhecida como paleoproteómica, permite ultrapassar a barreira cronológica do ADN antigo pois as proteínas antigas sobrevivem durante muito mais tempo que o ADN antigo, permitindo aceder a filogenias baseadas em dados moleculares para além dos limites de degradação do ADN. A análise de paleoproteínas do esmalte dentário de um dente de Homo antecessor permitiu aceder a informação genética com 800 mil anos. As proteínas sugerem que o H. antecessor era um parente próximo do último ancestral comum dos humanos, Neandertais e Denisovianos. Estas três espécies, a nossa, os Neandertais e os Denisovianos, coexistiram na Europa e na Ásia nos últimos 70 mil anos. Muito recentemente foi confirmado que as indústrias líticas dos primeiros homens modernos europeus e dos neandertais coexistiram por mais de 100 mil anos. Para além disso, foi confirmado que estes nossos parentes mais recentes, os Neandertais, já possuíam linguagem. Com base numa investigação baseadas em TC (tomografia computorizada) de alta resolução, que permitiu recriar as estruturas 3D do ouvido do Homo sapiens e dos Neandertais e de fosséis da Sima de los Huesos, ficou a saber se que as capacidades auditivas dos Neandertais se aproximavam das nossas.

Ainda um outro estudo recente, mostra que, tal como nós, os Neandertais desmamavam os bebés sensivelmente na mesma altura e também introduziam os alimentos sólidos na dieta das crianças por volta dos 5-6 meses. Ou seja, mais uma prova que, comportamentalmente, eram muito parecidos connosco, e que os padrões de crescimento eram igualmente similares. Este tipo de descobertas foi conseguido com base na análise minuciosa de dentes de leite de três crianças de Neandertal. Relembre-se que várias descobertas arqueológicas têm demonstrado que os Neandertais também eram artistas: poderiam pintar grutas e usar colares, por exemplo. Se acrescentarmos a tudo isto o facto de os genomas destas duas espécies estarem hoje descodificados, temos hoje a certeza que nós, sapiens, nos cruzámos com outras espécies, designadamente com os Neandertais. Eles estão assim entre nós pois cerca de 2% do material genético do nosso genoma, das populações não africanas, é de Neandertal.

Esta é apenas uma pequena nota sobre notícias atuais do sapiens. Importa não esquecer que o sapiens vai continuar a evoluir. E, sobretudo, o sapiens vai ter mesmo que continuar a ser verdadeiramente sábio para conseguir sobreviver nesta nova era em que as pandemias representam um desafio complexo.

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A química do amor

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="29" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1616091684336{margin-left: 26px !important;}"]O amor tem sido cantado por poetas, pintado por artistas, celebrado por pessoas. A ideia da existência de “preparados especiais” com que qualquer pessoa se torna irresistível (o «elixir do amor»), percorre o nosso imaginário. O amor surpreende-nos quando menos esperamos e por vezes com quem menos se espera. Por isso, quando se colocou a hipótese científica de os humanos serem influenciados inconscientemente por uma espécie de perfume secreto, a indústria das fragrâncias não se manteve indiferente e investigou essa matéria.

Os cientistas debruçaram-se então sobre a atração entre duas pessoas e foi na atuação de sinais químicos que permitem a membros da mesma espécie comunicarem à distância, que encontraram a chave que permite abrir algumas portas. E também corações!

As glândulas espalhadas pela pele humana produzem secreções que conferem a cada pessoa um cheiro distinto. Estas secreções são captadas pelas pessoas próximas, traduzindo-se num odor característico do sujeito que o está a libertar. Verificou-se que uma pessoa aprecia mais o cheiro de alguém que tem um perfil genético (ADN) mais diferenciado, um sistema imunitário mais distinto (quanto maior essa diferença, maior é a resistência a um número superior de doenças). Esta seleção de parceiro, inconsciente, tem muito a ver com o processo biológico da escolha do melhor par para reprodução, normalmente aquele que irá conferir “melhores garantias genéticas”.

Há quem lhe chame destino, mas os cientistas atribuem esta “escolha” precisamente a essas substâncias químicas (a que deram o nome de feromonas), e que estimulam um dos comportamentos mais comuns no Ser Humano: a atração sexual. O aroma das feromonas é detetado ao nível do sistema límbico, aumentando o efeito passional da dopamina no cérebro (que atua como chamariz sexual).

E como ocorre essa atração? Na fase inicial, somos inundados de esperança e ansiedade, com o cérebro a ser banhado com substâncias estimulantes, como a feniletilamina, a serotonina, a dopamina, a noradrenalina e a própria adrenalina. Estes compostos são responsáveis pela excitação e euforia próprias desses momentos, mas também são geradores de grande desassossego. É por isso que duas pessoas apaixonadas não sentem fome e aguentam a noite em branco.

Essa euforia cria mesmo dependência, mantendo o corpo numa constante ansiedade. Para o evitar, o organismo processa uma segunda secreção de substâncias, os opiáceos naturais. É o caso das endorfinas, compostos que conferem uma sensação de paz e tranquilidade; da vasopressina, a hormona relacionada com a fidelidade; e da oxitocina, responsável pela sensação de ligação e de apego. Estas moléculas contribuem para uma relação duradoura que promove uma nova família.

No entanto, após os primeiros anos, há diminuição das substâncias e o corpo começa a não receber “a sua dose diária”. É a chamada “Química do Desamor”. A Evolução também tem a sua quota-parte de responsabilidade neste processo. Efetivamente, depois da paixão (com o intuito de interação sexual e procriação, para a continuidade da espécie), seguem-se os químicos promotores da estabilidade da relação (apego e fidelidade), responsáveis por manter essa “ligação” durante os anos imediatos ao nascimento da cria.

Contudo, a Natureza segue o seu curso “natural”, e assim que as crias estão aptas, deixa de fazer sentido a manutenção dessa relação. Decai, pois, a presença desses químicos, levando a que os pais partam à procura de novos relacionamentos, cruzando os seus genes com outros parceiros. Uma espécie de “garantia de maior diversidade genética” e assim assegurar a continuidade das espécies…

Também nos humanos, uma em cada três pessoas dispõe-se a terminar a sua relação. Há quem diga que esta “química do desamor” é a responsável pela “tristemente famosa crise dos 7 anos”, que todos já ouvimos falar (a propósito do casamento).[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Estudo ajuda a perceber mecanismos de interação entre moléculas chave no nosso organismo

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1616018260829{margin-bottom: 40px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1616018245716{margin-left: 26px !important;}"]Um estudo publicado hoje na revista Communications Chemistry [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""], do grupo Nature, e liderado pelo investigador Sérgio Domingos, da Universidade de Coimbra (UC), dá um passo importante para se compreender melhor como funcionam os mecanismos de reconhecimento e autorreconhecimento das moléculas quirais, moléculas que têm assumido um papel importante na química farmacêutica.


O reconhecimento molecular quiral é um fenómeno fundamental na ciência biomolecular, relevante, por exemplo, na produção de fármacos. Genericamente, explica Sérgio Domingos, «o reconhecimento quiral é a habilidade que uma molécula quiral tem para distinguir entre dois enantiómeros de outra molécula quiral. Enantiómeros são moléculas que são imagens no espelho uma da outra e não são sobreponíveis, nem por rotação, nem por translação. Consideremos uma molécula quiral (R) e a sua imagem especular (S)».


Podemos pensar, por exemplo, «num aperto de mão entre duas pessoas: uma mão direita e outra mão direita encaixam bem. Agora se uma das pessoas der a mão esquerda, as mãos já não encaixam tão bem. Este é um exemplo macroscópico de um fenómeno que existe à escala molecular e que tem implicações em processos químicos e biológicos. Por exemplo, muitos medicamentos são produzidos com compostos de uma só quiralidade (R ou S) porque a interação com os recetores no nosso corpo é por vezes muito diferente entre elas», ilustra o investigador do Centro de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).


O estudo que, além da Universidade de Coimbra, envolveu o Deutsches Elektronen-Synchrotron (DESY) e a Universidade de Bochum, na Alemanha, incidiu no autorreconhecimento quiral, revelando sobretudo o que acontece quando dois R’s ou dois S’s da mesma molécula se emparelham para formar um dímero (duas unidades ligadas por uma ligação não covalente) RR ou SS, ou quando um R se emparelha com um S, formando um RS ou SR. Os mecanismos de interação destas duas vertentes não se manifestam de forma análoga e têm, pois, implicações em muitos processos biológicos.


Para tal, a equipa escolheu o sistema molecular quiral e aromático “óxido de estireno”, que existe nas duas formas S e R e tem características estruturais ideais para estudar as interações moleculares mais fracas. Para além disso, esclarece Sérgio Domingos, «este anel aromático é um motivo molecular recorrente em sistemas biológicos e que tem muita influência em processos de agregação em proteínas e por isso é um protótipo muito estudado».


Mais especificamente, aprofunda o investigador, o objetivo deste estudo era a «deteção experimental de todas as possibilidades de encaixe entre R’s e S’s deste sistema aromático quiral (protótipo) e tentar perceber que forças mobilizam a preferência entre encaixes do tipo RR ou do tipo RS. Este processo de autorreconhecimento é crucial em muitos processos biológicos, um deles a eficiência com que um medicamento interage com o recetor no nosso corpo. Queríamos aprofundar o conhecimento sobre que tipo de interações controlam este emparelhamento de moléculas quirais e até que ponto estas interações podem promover uma assimetria no processo de reconhecimento. Este equilíbrio/desequilíbrio pode ajudar-nos a desvendar os segredos da homoquiralidade da vida».


Para alcançar o objetivo, os cientistas utilizaram a técnica de espectroscopia de micro-ondas, que lhes permitiu estudar os estados quânticos de rotação dos dímeros RS e RR em alta resolução, na fase gasosa. As experiências foram realizadas no sincrotrão (acelerador de partículas) de eletrões alemão - Deutsches Elektronen-Synchrotron (DESY), em Hamburgo, uma das mais sofisticadas infraestruturas de investigação científica na Europa.


Este método experimental foi complementado com cálculos teóricos, que por sua vez permitiram identificar as estruturas tridimensionais dos dez pares RR e RS mais estáveis e estudar detalhadamente as interações que promovem o emparelhamento em cada caso. Os investigadores concluíram que «a parte aromática das moléculas tem uma influência tremenda na gestão do encaixe entre pares, e que esse ajuste de contactos se pronuncia diferentemente para pares RR e RS, favorecendo o emparelhamento homoquiral, ou seja, do tipo RR. No entanto, este desequilíbrio não se pronunciou tão afincadamente como esperado, e o nosso estudo revela que isto se deve à flexibilidade estrutural e caráter dinâmico do autorreconhecimento no processo de encaixe», destaca Sérgio Domingos.


Este estudo permitiu perceber que o «emparelhamento de moléculas quirais ganha um nível de complexidade ainda mais acrescido quando o mecanismo de encaixe é dominado por partes das moléculas que são aromáticas. Estas condições podem desfavorecer a discriminação quiral em processos de ativação de moléculas medicinais com recetores no nosso corpo», conclui.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

30 anos de Ciência e Tecnologia em papel de jornal

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="28" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_gallery interval="3" images="9391" img_size="500x160"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1616001109819{margin-left: 26px !important;}"]Partindo da análise de milhares de artigos de jornais diários, pagos e de circulação nacional, ou seja, sem contemplar os jornais ditos regionais, refletiu-se sobre as representações que os portugueses têm da ciência e da tecnologia, de 1976 até 2005.


A comparação efetuada, entre os jornais de “qualidade” e os jornais “populares”, revelou-se frutuosa, ainda que as fronteiras entre estes dois tipos de jornais sejam cada vez mais ténues.


A grande diferença identificada entre estes dois tipos de jornal refere-se à tendência geral observada. Nos jornais de “qualidade, foi possível identificar uma forte tendência para o aumento dos artigos sobre assuntos de ciência e tecnologia. Curiosamente, no caso dos jornais “populares”, verificou-se uma maior apetência para a publicação de artigos sobre estes assuntos até finais da década de 1980. A partir daí, observou-se uma opção editorial marcada pela diminuição de publicação destes artigos. Acrescente-se que, no caso dos jornais “populares”, boa parte deste artigos debruçou-se sobre estas temáticas de forma superficial, abordando o assunto do ponto de vista da curiosidade e da bizarria.


No que diz respeito aos principais atores presentes, em ambas as tipologias de jornal, os artigos revelaram uma ciência e tecnologia de rosto masculino, não consonante com a proporção e importância das mulheres na ciência e tecnologia produzidas em Portugal, ainda que se tenha observado uma crescente presença de mulheres, à medida que nos aproximamos da atualidade.


Relativamente aos temas dominantes, em ambos os tipos de jornal, observou-se um predomínio generalizado dos artigos que versavam sobre questões de biologia humana e saúde. A presença paradigmática da medicina e da saúde, revelou uma imagem da ciência e tecnologia muito conectada com as preocupações quotidiana com a saúde. Não obstante as nuances de proporção, ao longo dos anos, também ambos os tipos de jornal deram especial ênfase à astronomia e ao espaço, e à história, arqueologia e antropologia. Se no caso da astronomia e do espaço, os artigos eram muito relacionados com a conquista espacial e a guerra fria, no caso da história, arqueologia e antropologia, os artigos reportavam descobertas arqueológicas, bem como o património histórico português, em Portugal e no mundo. Saliente-se, que esta visão de auto-valorização da história e património nacionais estava mais patente nos jornais “populares”. Também não é de descurar a relevância dada às questões ambientais e relacionadas com a energia nuclear e de uma crescente consciencialização das populações, para os problemas decorrentes da má gestão ambiental – mais nos jornais de “qualidade” – e aos computadores, informática e internet - nos jornais “populares”.


No sentido de compreender as geografias da ciência e da tecnologia, considerou-se relevante analisar a localização geográfica, dos eventos relatados nos jornais. Assim, os dados recolhidos permitem afirmar que independentemente, do tipo de jornal os eventos ocorreram maioritariamente na Europa, primeiro, e na América do Norte, depois. Estamos perante uma ciência e tecnologia Made in Europe e Made in USA and Canada. Nos últimos anos, ambos os tipos de jornais transmitiram uma imagem da ciência e da tecnologia de “rosto europeu”.


Quanto ao discurso dominante utilizado na comunicação de questões de ciência e tecnologia, também se identificaram algumas nuances. Ao longo dos anos, nos jornais de “qualidade” observou-se a evolução de um discurso dominante de benefício dos desenvolvimentos, científicos e tecnológicos, para um discurso tendencialmente enfatizador dos riscos. Nos jornais “populares”, o discurso do benefício foi predominante. De um modo geral, a imagem da ciência e da tecnologia, parece ser dominada por um discurso de benefício e de promessa.


Estes são alguns dos itens que permitem compreender e refletir sobre a presença da ciência e da tecnologia na imprensa portuguesa, num longo período da história recente de Portugal. Dá que pensar…[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Universidade de Évora desenvolveu processo tecnológico para a produção em massa de túberas

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1615921246949{margin-bottom: 40px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text]Com utilização em diversos setores, como farmacêutico, cosmético, alimentação e agricultura, investigadores da Universidade de Évora (UÉ) desenvolveram um processo tecnológico para a obtenção de plantas inoculadas visando a produção de túberas, lançando as bases para uma nova forma de produção de alimentos com propriedades nutracêuticas e a exploração sustentável deste recurso micológico, de uma forma sustentável, resiliente e economicamente rentável.


As túberas são a frutificação hipógea (cogumelos subterrâneos) de fungos micorrízicos que se associam tradicionalmente a raízes de plantas anuais e o desafio de conseguir a associação micorrízica deste fungo com plantas perenes, como o Cistus salviifolius (sargaço) e Cistus ladanifer (esteva), foi alcançado, permitindo a partir de agora a sua produção em massa para utilização em diversos setores.


As túberas ou criadilhas (Terfezia arenaria e T. fanfani) caracterizam-se por permanecer debaixo da terra até à maturação dos esporos, possuírem uma forma arredondada, medir em média 4 a 8 cm diâmetro, podendo atingir 10 cm, surgindo apenas na primavera e sendo mais comuns no sul do nosso país, região Alentejo, em solo arenosos e ácidos, ocorrendo também, com menos expressão, na Beira Litoral e na Beira Baixa.


Esta importante descoberta aguarda atribuição de patente europeia e segundo Celeste Santos e Silva, professora do Departamento de Biologia e investigadora no MED uma das etapas cruciais deste processo tecnológico foi o isolamento do micélio de Terfezia em cultura pura, ou seja, “conseguir fazer crescer este fungo numa caixa de Petri com ágar-ágar, que dá ao meio uma consistência gelatinosa, e com uma determinada composição de nutrientes e minerais”.
Um resultado só possível graças a muitas tentativas, até porque, como explica a investigadora, “muitas cepas não podem ser sub-cultivadas, e assim até agora, as poucas tentativas bem-sucedidas, principalmente com Terfezia, apresentavam um crescimento muito lento e deficitário para que fosse possível produzir micélio nas quantidades adequadas”.


Esta invenção, desenvolvida na Universidade de Évora, refere-se assim ao processo que permite melhorar o isolamento e a manutenção da cultura de micélio de espécies do género Terfezia. Este género é considerado o mais diverso, rico em número de espécies, do grupo das "trufas-do-deserto". “Conseguimos melhorar as taxas de isolamento e aumentar a proliferação de Terfezia spp de forma confiável e reproduzível” destaca assim a investigadora da academia eborense.


Esta investigação lançou ainda as bases para uma nova forma de produção de alimentos com propriedades nutracêuticas” destaca a Investigadora referindo-se à combinação dos termos 'nutrição' e 'farmacêutica' mostrando utilidade, entre outros para o sector agro-florestal e “que permitirá a exploração sustentável deste recurso micológico, de uma forma sustentável, resiliente e economicamente rentável”.


Celeste Santos e Silva, frisa ainda que a disseminação de plantas inoculadas com Terfezia spp., “previne a desertificação e erosão do solo, reforça a integridade e a multifuncionalidade da paisagem e permite a recuperação de áreas ardidas e/ou com solos degradados''. A concretização desta nova forma de produção assegura a investigadora do MED, “possibilitará a criação de mais emprego, invertendo a tendência atual para a desertificação das áreas rurais”.


Investigadores descobrem novas espécies de túberas


Foi também no âmbito do projeto “Micorrização de Cistus spp com Terfezia arenaria (Moris) Trappe e sua aplicação na produção de túberas", que o grupo de investigadores liderados por Celeste Santos e Silva realizou uma prospecção exaustiva na procura de túberas e descreveu duas novas espécies para a ciência, referimo-nos a Terfezia lusitânica e Terfezia solaris-libera.


É muito difícil identificar novas espécies dadas as características morfológicas de Terfezia, que são visualmente muito semelhantes entre si, e aqui a biologia molecular foi absolutamente fundamental” explica a investigadora destacando que foi possível “atualizar e resolver problemas sobre a taxonomia e filogenia (relação evolutiva entre grupos de organismos), deste género”.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Um tempo de música e representação

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="1" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="27" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1615759878444{margin-left: 26px !important;}"]Numa das suas obras publicadas, o compositor e maestro Manuel Ivo Cruz (filho) afirma que a ópera surgiu em Florença no Carnaval de 1598, considerando-se que a primeira obra (no moderno conceito do termo) é “La Dafné”, com texto poético de Ottavio Rinuccini e música de Jacopo Peri. Contudo, este género de misturar a música cantada e a representação, apenas chega a Portugal na primeira metade do século XVIII.

D. João V iniciou um processo deliberadamente orientado para a renovação da vida musical portuguesa. Em 1717 criou a Escola de Música do Seminário Patriarcal, que seria o mais importante estabelecimento de ensino musical, até ao liberalismo.

António Teixeira (1707-1774) que foi bolseiro em Roma, com fundos da Patriarcal, regressa a Lisboa e inova a linha do teatro cantado, escrevendo óperas populares em língua portuguesa, então levadas à cena no Teatro do Bairro Alto (também apelidado de Casa dos Bonecos). Com a dramaturgia de António José da Silva (o Judeu), juntos escrevem a ‘ópera-joco-séria’ Guerras de Alecrim e Manjerona, em 1737. Por outro lado, Francisco António de Almeida, outro bolseiro, opta pela ópera menos popular, palaciana, com libreto italiano, e escreve La Spinalba, que estreia dois anos mais tarde no Paço da Ribeira.

João de Freitas Branco cataloga a primeira (e outras que se seguiram) na linha das peças com música; e a obra de Francisco António de Almeida como ópera pura, onde tudo acontecia com música: os recitativos e as árias.

No reinado de D. José, a ópera teve igualmente um grande destaque, o mesmo acontece no reinado seguinte, o de sua filha, D. Maria, inaugurando-se o Teatro do Salitre, em Lisboa, corria o ano de 1782. Em 30 de Junho de 1793, inaugura-se o Teatro de São Carlos. Cinco anos mais tarde, abre ao público o Teatro de São João, no Porto, no dia de aniversário do príncipe regente, 13 de Maio.

O principal movimento lírico português oitocentista estava assegurado nestes dois teatros reais. Em 1867 é inaugurado o Teatro da Trindade e por ele passam óperas, operetas, bailado, música concertante e teatro declamado. Estreavam-se várias composições e assim cresce o gosto cultural.

Durante a primeira metade do século XX, “o banhista de bom-tom” apoderava-se das salas e salões e é neles que se reúne, conversa, ouve música, assiste a sessões de cinema mudo, uma vez que o sonoro apenas surge em 1927.

O empresário, dramaturgo e jornalista António de Sousa Bastos (1844-1911) foi “um importante reformador da revista à portuguesa” e “antecipou-se aos grandes produtores nacionais e internacionais” do espectáculo, afirma a autora da sua biografia, Paula Gomes Magalhães. A investigadora, na nota de abertura do livro, sublinha que o biografado é “um dos nomes que maior participação e influência tiveram na dinâmica teatral”, especialmente nos últimos 25 anos do século XIX, realçando o seu contributo como autor do “Dicionário do Teatro Português”, “Carteira do Artista” e “Recordações do Teatro”, que são hoje obras essenciais para o conhecimento do território teatral nacional.

Na opinião da investigadora, Sousa Bastos “foi inigualável no seu tempo, consolidando a revista como género de eleição e tornando apetecíveis operetas, ‘vaudevilles’ e peças fantásticas”. Foi “precursor das bem oleadas máquinas teatrais que dominariam os palcos lisboetas” e “antecipou-se aos grandes produtores nacionais e estrangeiros, que deixariam marcas como Luís Galhardo, Lino Ferreira, Paul Derval, Jacques Charles, Charles Cochran e Florenz Ziegfeld”.

Sousa Bastos era “avesso à contratação de estrelas”, sendo antes ele que “elevava os seus artistas à mais alta condição dos palcos nacionais”, casos da espanhola Pepa Ruiz ou Palmira Bastos, com quem se casou. Referindo-se à mesma biografia, Paula Gomes Magalhães afirma que a investigação se centrou nos periódicos da época, nos quais é possível identificar e quase experienciar a ambiência de tempos passados. Em meados do século XIX, Paris faz surgir um novo tipo de estabelecimento de diversão nocturno: o cabaret.

[caption id="attachment_9466" align="alignright" width="250"]cabaret Cabaret[/caption]

Elegante, urbano e propício à sociabilidade artística, onde a boémia (estilo muito próprio de vida, claramente não convencional para a época, mas alegre e despreocupado), marcava lugar de destaque. O “Chat Noir” – uma desses retiros, reconhecido como o primeiro cabaret moderno e que se situava em Boulevard Rochechouart, n.º 84 em Montmartre, bairro da cidade de Paris. Este espaço era da propriedade do empresário Rodolphe Salis e foi inaugurado em 18 de Novembro de 1881.

Segundo a historiadora Cecília Vaz, Montmartre vai ampliando o raio de actuação de Hydropathes, clube literário parisiense, fundado pelo jornalista e poeta Émile Goudeau (1849-1906), e que existiu com maior protagonismo entre os anos de 1878 e 1880. Poder-se-á afirmar como um espaço fértil para as correntes artísticas modernistas e de vanguarda.

Para Concetta Condemi, o café-concerto depende quer da regulamentação do preço das bebidas, quer da censura (as canções são submetidas a aprovação), quer ainda da regulamentação dos teatros (trata-se de um espectáculo). O álcool e a possível bebedeira, a canção e a eventual contestação, a presença de mulheres atraentes nos limites da prostituição só podiam atrair os olhares dos polícias.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Investigadores da UC criam banda desenhada para estimular a ciência cidadã na proteção dos cursos de água

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1615721274936{margin-bottom: 40px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""]

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[/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text]Cristina Canhoto, Ana Lúcia Gonçalves e Aingeru Martínez, da Universidade de Coimbra (UC), criaram duas bandas desenhadas (BD) para alertar a comunidade escolar e a sociedade para a necessidade de cuidar e proteger os cursos de água.

Com ilustrações de André Caetano, as duas BD’s, intituladas “Grasping the Stream With a Litter Bag” e “Which Should I Eat?”, explicam os procedimentos a executar no campo e no laboratório, respetivamente, para avaliação da integridade funcional dos ribeiros e dos efeitos de atividades antropogénicas em organismos aquáticos.

As bandas desenhadas [icon name="film" style="solid" class="" unprefixed_class=""] [icon name="film" style="solid" class="" unprefixed_class=""] foram produzidas no âmbito do projeto europeu “LivingRiver - Caring and protecting the life and culture around rivers and streams” . Este projeto de ciência cidadã é dedicado ao conhecimento e proteção dos cursos de água, reunindo investigadores e organizações não-governamentais de Portugal, Espanha, Roménia e Turquia.

Neste consórcio, coordenado pela Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA), a equipa do Centre for Functional Ecology - Science for People & the Planet, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), é responsável pela implementação e elaboração de materiais de apoio, no âmbito da ecologia de rios, a serem usados pelos diferentes agentes de formação, nacionais e internacionais.

Segundo Cristina Canhoto, Ana Lúcia Gonçalves e Aingeru Martínez, «esta forma de comunicação, apelativa e acessível a não especialistas de vários níveis etários, parece ter valor acrescido na clarificação e rigor de execução das técnicas, nem sempre familiares aos estudantes e comunidade em geral».

No âmbito do projeto foram também produzidos pequenos filmes [icon name="film" style="solid" class="" unprefixed_class=""]que auxiliam a compreensão do funcionamento dos pequenos cursos de água, nomeadamente o processo de decomposição da folhada.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Estamos preparados para o próximo grande sismo?

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="26" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1615648844419{margin-left: 26px !important;}"]Neste último ano em Portugal, e no mundo, grande parte da atenção, quer dos poderes políticos como da sociedade em geral, tem estado centrada na pandemia, no seu combate e nas diversas consequências. Contudo, o nosso planeta é imune às preocupações da civilização humana e continua… continua a sua caminhada na sua órbita em torno do Sol, continua com a sua geodinâmica interna e externa, ignorando que uma das espécies que o habitam esteja a passar por um dos maiores testes à sua resiliência coletiva na era moderna. Tal poderia levar-nos a reflexões sobre a importância e impacto do ser humano para a Terra, mas não é esse o tema de hoje… hoje vamos conversar sobre sismos.

Voltando às geodinâmicas do nosso planeta, são elas as responsáveis por todos os dias ocorrerem sismos, a maior parte dos quais não são sentidos pelas populações, nem causam qualquer tipo de dano, mas são registados pelas estações sísmicas existentes em diversos locais da Terra. Contudo, até há cerca pouco mais de dois séculos apenas se sabia da existência de eventos telúricos que fossem sentidos, pois até então não havia equipamentos capazes de fazer o registo instrumental das vibrações sísmicas que se propagam através das diversas camadas da Terra e que abalam a crosta. Tal não implica que não ocorressem sismos, alguns dos quais, tal como atualmente, devastadores e destruidores de cidades, vilas ou lugares, com vítimas mortais e desencadeadores de outros eventos igualmente arrasadores, tais como tsunamis, movimentos de vertente e erupções vulcânicas. Um dos sismos mais estudados a nível mundial e que foi o precursor do estudo científico deste tipo de fenómenos foi o evento que ocorreu no dia 1 de novembro de 1755, e que destruiu, conjuntamente com o tsunami que espoletou e com os incêndios que se seguiram, a destruição de uma das capitais mais importantes e cosmopolitas da altura, Lisboa. Esse sismo promoveu um abanar de consciências e ajudou, e potenciou, a mudança de paradigma de como ver este tipo de eventos naturais.

Nas últimas semanas as notícias têm dado conta de vários eventos sísmicos com magnitude elevada um pouco por todo o globo, ou seja, com elevada energia libertada aquando da rutura que provocou a formação das diversas ondas sísmicas.

Portugal, devido à sua localização geodinâmica complexa, quer o território continental como o insular, faz com que seja palco de diversos riscos geológicos, em especial eventos sísmicos. Considerando apenas o século XX e eventos sísmicos que tenham causados danos significativos, o nosso país foi abalado por 4 vezes, tendo causado vítimas mortais e danos consideráveis. Dois eventos telúricos afetaram Portugal continental e os outros dois causaram vítimas no arquipélago dos Açores.

Ainda antes do final da primeira década do séc. XX, as áreas ribatejanas de Benavente, Samora Correia e Santo Estevão ficaram praticamente todas destruídas devido ao sismo que ocorreu no dia 23 de abril de 1909. Foi um dos sismos que causou maior número de vítimas mortais nesse século, sendo que apenas o sismo que assolou a ilha Terceira nos Açores, no dia 1 de janeiro de 1980, teve maior número de fatalidades.

Fez, no passado dia 28 de fevereiro, 52 anos que ocorreu o último grande sismo que afetou Portugal continental. Este evento teve um impacte significativo, quer a nível de trazer para debate o risco sísmico em Portugal e a necessidade de ter uma rede sísmica abrangente no país, como a nível da sociedade. O sismo que havia acontecido pouco antes do final da primeira década do séc. XX já estava praticamente apagado da memória coletiva, quer pelo tempo que havia decorrido, como pela pandemia que, entretanto, tinha surgido e afetado o país em 1918. Para a população da segunda metade do séc. XX, o sismo de 1969 foi um marco incontornável. O sismo de 1969, apesar de ter sido o evento com magnitude mais elevada a abalar Portugal no séc. XX, devido à sua localização, felizmente, o seu impacto no que respeita a vítimas e danos foi relativamente baixo. Contudo, o facto deste evento geológico ter sentido em todo o território nacional marcou significativamente toda uma geração que o vivenciou. Se é certo que em 1969 o país não estava preparado enfrentar um evento sísmico, será que estará agora?

Apesar de não ser ainda possível fazer previsão sísmica, ou seja, os cientistas ainda não conseguem prever onde, quando e com que magnitude irá ocorrer o próximo tremor de terra, é certo que cada dia que passa estamos mais perto do próximo grande sismo. Tal leva-nos à questão: “Estamos preparados para o próximo grande sismo?”. Esta questão, que pode parecer simples, encerra em si uma enorme panóplia de questões e de atores. A primeira seria relacionada com o “próximo grande sismo”, que nos remete ao “Onde? Quando? Como?”. Tal como já referido, essas são questões para as quais ainda não temos capacidade de resposta para que possa ser feito um alerta à população. Sabemos que existem zonas, que devido aos seus ambientes geológicos, ao tipo de falhas e às forças geodinâmicas atuantes, têm maior probabilidade para gerarem uma nova rutura na crosta terrestre e consequentemente um novo tremor de terra.

Todavia, “Qual a extensão de tal rutura? “Quando irá dar-se essa rutura?”, ainda não é possível prever. Sendo assim, da questão que havíamos formulado inicialmente, isto é, “Estamos preparados para o próximo grande sismo?”, ficamos apenas com as duas primeiras palavras. Sendo assim, quando se fala em “Estamos” há que definir o quem é “Estamos”. Neste caso o “Estamos” engloba toda a sociedade, quer como um todo, como individualmente. Nós, cada um de nós enquanto pessoa, cidadão, somos a nossa primeira ajuda em caso de catástrofe, somos a nossa “Proteção Civil”, e temos de estar informados e preparados para o que possa acontecer. Tal leva-nos a uma nova interrogação: “Preparados como?”. Só conseguimos estar preparados se estivermos devidamente e corretamente informados, sabendo como agir, quer antes do evento acontecer, como durante e após a catástrofe. Só assim conseguimos uma resiliência pessoal, que culmina numa resiliência coletiva. Tal não impede que as autoridades competentes e governativas se demitam das suas responsabilidades, muito pelo contrário. Ter uma sociedade informada, ativa e resiliente face a um determinado perigo, leva a uma maior responsabilidade e responsabilização das autoridades competentes, o que consequentemente, implica uma melhor e maior preparação e programação dessas entidades.

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Redescobertas 17 espécies europeias de plantas antes consideradas extintas

Um estudo agora publicado na revista científica Nature Plants [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""] revela a redescoberta de 17 espécies de plantas antes consideradas extintas. Estas espécies, endémicas da Europa, foram reencontradas na natureza ou preservadas em coleções, através de uma extensa revisão taxonómica. Esta redescoberta vai permitir implementar programas de conservação para várias destas espécies, consideradas raras ou sob ameaça de uma extinção definitiva.

As 17 espécies agora redescobertas são nativas sobretudo da Bacia do Mediterrâneo, uma região rica em biodiversidade. Três destas espécies foram redescobertas na natureza, através de trabalho de campo, duas foram encontradas preservadas em jardins botânicos europeus e bancos de sementes e as restantes foram reclassificadas através de uma extensa revisão taxonómica.

“A investigação exigiu um trabalho minucioso de detetive, especialmente para verificar informações, muitas vezes imprecisas, reportadas de uma fonte para outra, sem as devidas verificações”, explica David Draper, um dos autores do estudo, investigador do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais – cE3c e do Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa.

Para esta descoberta a equipa internacional, liderada por Thomas Abeli e Giulia Albani Rocchetti, investigadores da Universidade Roma Tre (Itália), analisou 36 espécies endémicas europeias cujo estatuto de conservação era considerado “Extinto” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, em inglês). A investigação envolveu a monitorização contínua na natureza – envolvendo universidades, museus, jardins botânicos e bancos de sementes – e a aplicação de técnicas avançadas para estudar a variabilidade das espécies, técnicas só possíveis graças aos mais recentes desenvolvimentos taxonómicos.

Entre as 17 espécies agora redescobertas encontra-se a Armeria arcuata, uma espécie endémica do litoral sudoeste de Portugal que se acredita extinta – os últimos registos datam do final do século XIX. Através deste estudo, os investigadores encontraram que esta espécie parece ter sido inconscientemente preservada no Jardim Botânico da Universidade de Utrecht, na Holanda. Estão agora a ser desenvolvidos estudos genéticos para confirmar a sua redescoberta.

Os investigadores destacam que a redescoberta destas espécies teve lugar numa região bem conhecida e bastante explorada por cientistas e interessados por botânica. Mas deixam um alerta. “A redescoberta destas 17 espécies de plantas é sem dúvida uma boa notícia, mas, por outro lado, não nos podemos esquecer que os resultados confirmam que as restantes 19 espécies que analisámos se perderam para sempre. É fundamental prevenir extinções – a prevenção é certamente mais viável do que eventuais tentativas de ressuscitar espécies através de material genético, uma área por enquanto puramente teórica e com fortes limites técnicos e tecnológicos”, refere David Draper.

Os investigadores consideram altamente promissores estes resultados, em termos do impacto na conservação das 17 espécies redescobertas. “Graças a estes resultados a Europa ‘recupera’ biodiversidade, um passo importante para atingir as metas internacionais estabelecidas pela Convenção para a Diversidade Biológica e a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável”, refere David Draper.

Referência do artigo:
Abeli, T., Albani Rocchetti, G., Barina, Z. et al Seventeen ‘extinct’ plant species back to conservation attention in Europe. Nat. Plants (2021).

O que é a epidemiologia e para que serve

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="25" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1615569677847{margin-left: 26px !important;}"]As palavras epidemiologia, epidemiologistas, epidemias e pandemias tornaram-se de tal forma comuns que já fazem parte do nosso léxico. Tudo por causa da atual pandemia. Tal como o vírus em causa, vieram para ficar.

A epidemiologia é uma ciência, mas deve ser considerada como uma disciplina, verdadeiro instrumento de trabalho e de investigação para os profissionais de saúde.

A epidemiologia moderna nasceu em meados do século dezanove e traduz, na sua essência, a incorporação do método científico na área da medicina, a última área do conhecimento humano a ser cientificada. Foram precisos três séculos! De qualquer modo a medicina nunca irá ser cientificada por múltiplas razões, já que as crenças, os mitos, a cultura e a tradição vão continuar a impor os seus ritmos e interpretação dos fenómenos. Mesmo assim, a medicina moderna nasceu a partir daquele momento de uma forma notável.

Com os métodos epidemiológicos foi possível “construir” as doenças e identificar os determinantes da saúde e da doença, possibilitando o estabelecimento de medidas de higiene e de prevenção coletiva e individual assim como modificação de comportamentos e atitudes de risco. Estas medidas determinaram num curto espaço de tempo mais saúde, mais bem-estar e maior longevidade.

Os métodos científicos subjacentes à prática epidemiológica continuam a ser praticados a vários níveis e em todas as especialidades médicas, e não só em matéria de saúde pública. As áreas das doenças degenerativas, nomeadamente cancro e doenças cardiovasculares, enriqueceram-se de forma extraordinária a ponto de conhecermos os principais fatores de risco e, consequentemente, despertar a atenção e os cuidados a ter para a tomada de medidas de caráter preventivo.

A epidemiologia tem esse “condão”. É obrigação dos epidemiologistas contribuir com os seus conhecimentos, métodos científicos e princípios humanistas para o bem-estar e saúde dos seres humanos.

A vida acima de tudo, mas com saúde e bem-estar. A epidemiologia também ajuda a alcançar estes desideratos...[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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