"O meu cérebro é maior do que o teu! – Happychemistry e a paz dos sexos"

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="21" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1615194635426{margin-left: 26px !important;}"]NOTA prévia: este texto deve ser lido sem preconceitos nem estereótipos. Algumas afirmações referem-se ao que pode ser considerado mais frequente, sem qualquer desprimor pelo mais raro ou pelas exceções. Este texto assenta num princípio fundamental para a felicidade: não atende ao princípio da igualdade, porque somos todos diferentes, mas fundamenta o direito e o respeito pela diferença! E é neste pressuposto que atingiremos a equidade, ainda tão necessária por faltar tanto, na sociedade atual. Quando conseguirmos alcançar essa meta, todos os dias serão dias de Humanidade, não do homem ou da mulher.


A ambição de ser feliz é inerente à sobrevivência do Ser Humano. Se pensarmos nos dois estímulos básicos fundamentais para perpetuar a espécie, entendemos melhor esta necessidade intrínseca: alimentação e reprodução. Se não desse prazer, extinguíamo-nos, certamente… E ao longo dos milhares de anos de existência fomos moldando esses estímulos, em formas de obter bem-estar à margem da simples necessidade de existir. E assim se compreende a felicidade aliada ao prazer de uma refeição ou do amor que se faz. Deste encontro, surge a possibilidade de perpetuar o material genético, pela reprodução.


As diferenças que determinam a nossa diversidade vêm da herança genética, influenciada pelo ambiente, que inclui a educação, a cultura e o conhecimento, sendo decisivas para as nossas características e capacidades, incluindo a personalidade, o sexo e o comportamento sexual. Nessa diversidade, inclui-se o funcionamento do cérebro.


Os cérebros não são todos iguais! Numa época em que tanto se fala de igualdade, surge a questão: será que existem diferenças no cérebro masculino vs. feminino?


Ao longo dos anos, em diversos contextos, fui ouvindo a mítica frase que pululava no universo feminino: “os homens não ouvem nada do que dizemos!”. Fui registando observações; destaco algumas, tipicamente na base da “guerra dos sexos”. Ao masculino, é atribuído o foco numa tarefa, correndo o risco de “não ouvir”; melhor sentido de orientação; menos tolerância à dor. Do feminino, destaca-se a capacidade “multitasking”; maior impulsividade; maior capacidade de memorizar datas e eventos.


Será que a ciência nos ajuda a entender as diferenças, para construir pontes de conhecimento que levem a maior compreensão e harmonia? Claro que sim!


Foi possível avaliar que o cérebro masculino é cerca de 4% maior. Mas… como em tudo, o tamanho não quer dizer nada.


No cérebro feminino, a região límbica (emoções) e a corpo caloso (maturidade) têm maior dimensão, com mais atividade; também é mais sensível à expressão facial e possui maior fluência e memória verbal. O cérebro masculino tem maior capacidade de aquisição de competências motoras, melhor orientação espacial e raciocínio matemático.
Há fatores socioculturais, biológicos (e.g. genéticos, hormonais) e ambientais, que contribuem para a diferença.
A sociedade está em mudança e é previsível que a ciência nos venha a mostrar novos dados no futuro. Mas é urgente e essencial respeitar a individualidade, no universo masculino-feminino, garantindo o direito à diferença, para viver na liberdade da escolha, no respeito mútuo, na igualdade de oportunidades e equivalência nos direitos e na diferença de ser e estar, pilares de criatividade e progresso.


Todos os dias devem ser de homens e mulheres, que na partilha possam igualar a contribuição para o bem-estar e para a felicidade comum!


Ninguém nasce a gostar de si mesmo. Vamos sabendo quem somos pelos afetos e pela humanidade com que somos educados, instruídos, tratados. Seremos melhores se nos fizerem sentir importantes, valorizados, sobretudo pelo que vamos fazendo, que determina quem vamos sendo, de preferência na paz dos sexos!
“Sejam felizes com o que tiverem à mão”©.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Projeto de investigação pretende promover a saúde mental das mulheres durante a gravidez e pós-parto

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1613468259204{margin-bottom: 40px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1613468241527{margin-left: 25px !important;}"]Uma equipa do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC), da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), está a realizar, em parceria com a Universidade de Oslo (Noruega), um estudo que visa promover a saúde mental materna durante o período perinatal.

O período perinatal, compreendido entre a gravidez e o primeiro ano após o parto, é considerado um período bastante vulnerável para muitas mulheres, que podem desenvolver perturbações psicológicas, como ansiedade ou depressão. No entanto, de acordo com a literatura científica, perante um diagnóstico de problema mental, muitas mulheres não recebem tratamento adequado. Conhecer o processo de tomada de decisão das mulheres no período da gravidez e pós-parto em relação às opções de tratamento (medicação, psicoterapia ou não tratamento), quando estas experienciam sintomas de ansiedade ou depressão, é precisamente o grande objetivo do projeto Women Choose Health.

Financiado pelo Fundo de Relações Bilaterais das EEA Grants, o projeto vai decorrer ao longo dos próximos dois anos, simultaneamente em Portugal e na Noruega, permitindo a análise e reflexão comparativa dos resultados dos dois países. A equipa portuguesa tem já disponível um questionário para a participação de mulheres que estejam grávidas ou que tenham tido um bebé nos últimos 12 meses.

Ana Fonseca, investigadora principal do projeto, explica que «a literatura diz-nos que ainda há uma percentagem muito significativa de mulheres que não recebe tratamento para as perturbações psicológicas no período da gravidez e pós-parto». Por isso, o grande objetivo do projeto é «perceber melhor quais são as decisões mais frequentes das mulheres, o nível de conflito que sentem ao tomar a decisão e que fatores influenciam essa decisão, com vista a poder identificar aspetos que possam contribuir para melhores práticas e para uma tomada de decisão mais informada por parte das mulheres».

«Para além de querermos saber qual é a decisão mais frequente das mulheres neste período, queremos perceber que fatores influenciam essa decisão, por exemplo, se há o receio de tomar medicação por causa dos efeitos secundários que pode ter no bebé, se lhes é oferecida intervenção psicológica, se optam por não ter tratamento nenhum porque consideram que nenhuma das opções é benéfica, ou pelo estigma que sentem em relação à doença mental», clarifica Ana Fonseca.

A investigadora do CINEICC nota que o projeto pretende também «promover a consciência sobre a importância da saúde mental perinatal na comunidade em geral e a importância de serem adotadas abordagens centradas na pessoa/doente nos processos de tomada de decisão». Nesse sentido, refere, o Women Choose Health inclui outras iniciativas, nomeadamente a realização de uma ação formativa em Portugal, dirigida a profissionais de saúde, «que visa elucidar sobre os resultados do estudo e sobre a adoção de práticas centradas na pessoa para facilitar os processos de tomada de decisão, e várias atividades de comunicação que visam também promover a consciência sobre a importância da saúde mental perinatal na comunidade em geral».

No final do projeto, as equipas dos dois países vão também produzir um conjunto de recomendações que possam ser úteis para os profissionais de saúde, tendo em vista a promoção da saúde mental materna.

O programa Fundo de Relações Bilaterais das EEA Grants visa fortalecer as relações entre Portugal e os países doadores, financiando iniciativas bilaterais que tenham como objetivo aumentar a cooperação estratégica, networking, partilha de conhecimento e implementação de outras iniciativas conjuntas.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

"A Felicidade com(s)ciência – Happychemistry em tempos de COVID-19"

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="21" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1612352169958{margin-left: 26px !important;}"]O conceito de Felicidade já tem alguns séculos. Tales de Mileto (624 a.C.–558 a.C.), um dos primeiros filósofos da História e um dos denominados Sete Sábios da Grécia, considerava que para ser feliz é necessário “um corpo forte e são, boa sorte e uma alma bem formada”.


Eu considero que é preciso saúde, “bons genes” e um ambiente favorável, com valores de referência para o bem-estar e com respeito pelos outros. A felicidade não é algo que se encontra quando se chega, é algo que se leva quando se vai. Está em nós. No cérebro, onde reside o nosso superpoder. A felicidade é um caminho de recompensa. Esse caminho é um conjunto de eventos que se dão no cérebro e que ficam nas memórias, desde os momentos felizes da nossa infância, das histórias… que foram sementes de esperança, para que hoje possamos continuar a superar obstáculos.


A minha incursão na “Neuroquímica da Felicidade” surgiu após ter sido desafiada por um grupo de estudantes do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade de Coimbra, onde leciono: “Professora, as suas aulas são uma inspiração, não só pelo conhecimento que nos transmite, mas também pelo seu esforço para sermos felizes e sairmos das suas aulas com um sorriso. Queremos organizar uma Semana dedicada à Felicidade! E gostávamos muito que fizesse uma conferência sobre o tema!...” O desafio de transmitir conhecimento científico complexo de forma simples e ser inspiradora. Dado o meu trabalho junto das escolas, desde 2005, para explicar os mecanismos de interação do álcool e das drogas de abuso com o cérebro e a investigação de fatores metabólicos e genéticos na toxicodependência, foi assim que o termo me surgiu para a conferência, a 19.05.2014.


Existem áreas cerebrais “chave”, que integram a chamada “via da recompensa”: a região límbica no “centro” do cérebro (formada por um conjunto de estruturas, e.g. amígdala, que controlam as emoções, os impulsos, as memórias, a resposta à dor, ao stresse, ao perigo e ao medo…), que é uma espécie de “acelerador” e o córtex pré-frontal, que coordena as decisões, atuando como “travão”.


Os neurotransmissores são atores nesta peça extremamente complexa. Existem fatores genéticos que influenciam a nossa resposta aos estímulos, mas o ambiente físico-químico e psicossocial tem grande influência no desenvolvimento de competências e capacidades. A compreensão desses mecanismos permite um melhor entendimento sobre o funcionamento do nosso cérebro para o bem-estar. A dopamina, a serotonina, endocanabinóides e endorfinas endógenas são os principais neurotransmissores associados ao bem-estar.


Se por um lado a nossa genética é determinante para que a possibilidade de ser feliz, o meio-ambiente e as experiências de vida são decisivos para a concretização desse pressuposto, sendo fundamental uma boa alimentação, com os nutrientes para formar os neurotransmissores que protagonizam o bem-estar.


É possível modular (influenciar as características de funcionamento) e treinar o nosso cérebro para sermos mais felizes!A felicidade é essencial à nossa sobrevivência como espécie.


No entanto, desengane-se quem acha que a felicidade é ter bem-estar em permanência! Momentos menos bons, infelicidades, dores, medos, perigos, inseguranças, desesperos, lágrimas, contrariedades, passos atrás, repouso, pausas, algum stresse, são temperos fundamentais para a felicidade! De facto, o excesso de dopamina está associado a psicose, sendo prevenido através do papel do córtex pré-frontal, atuando como “travão”, libertando


outro neurotransmissor – GABA (ácido gama-aminobutírico), que impede a libertação de dopamina em excesso e mantendo o equilíbrio para a saúde mental, para que a via da recompensa funcione adequadamente.
A Felicidade é como o sal e o açúcar na comida! Tem de ser “Quanto baste”!
O conhecimento dá-nos liberdade, mas implica responsabilidade nas nossas escolhas para a saúde.


Vivemos tempos difíceis, com grandes desafios pessoais, familiares, profissionais e sociais, particularmente devido ao isolamento imposto pelo aparecimento da COVID-19. O vírus Sars-cov-2 entra no nosso organismo e fecha as portas do oxigénio, nos pulmões, impedindo que seja distribuído, através da circulação sanguínea, a todos os tecidos, onde é usado pelas fábricas da energia (mitocôndrias). Esta energia (ATP) é fundamental para a ocorrência de múltiplos processos bioquímicos e celulares, incluindo o funcionamento da via da recompensa e do sistema imunitário. O combate a este novo vírus é um desafio biomolecular para o nosso corpo, nomeadamente manter o funcionamento da via da recompensa e continuarmos a ter estratégias para a felicidade durante o isolamento e sobrevivermos caso sejamos infetados. A prevenção, seguindo as normas de segurança, continua a ser o melhor remédio.


É fundamental apreender a sentir a harmonia do bem-estar com aquilo que somos e com o que temos, encontrando o nosso superpoder! Por isso, deixo-vos o meu lema, que é o título do livro que estou a escrever, “Sejam felizes com o que tiverem à mão”©.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Descoberto novo mecanismo na doença de Parkinson

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1611417792698{margin-bottom: 40px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text]Um estudo liderado pelo neurocientista Miguel Castelo-Branco, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), revela um mecanismo surpreendente de reorganização funcional do cérebro.


Publicado na prestigiada PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences), revista da Academia Americana de Ciências, o estudo, realizado com a colaboração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), teve como objetivo avaliar a capacidade de reorganização do cérebro na fase inicial de uma doença neurodegenerativa, a doença de Parkinson, e insere-se numa estratégia de estudar a capacidade que o cérebro tem de se readaptar ao longo da vida na saúde e na doença.


Para tal, a equipa, que também integra investigadores do Coimbra Institute for Biomedical Imaging and Translational Research (CIBIT) e do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), combinou de forma única um conjunto de métodos funcionais e moleculares de imagem que permitissem avaliar os movimentos oculares, uma função que na doença de Parkinson está alterada muito precocemente, dos participantes no projeto durante a realização de tarefas muito simples.


O resultado deste estudo, afirma Miguel Castelo-Branco, é surpreendente «porque a plasticidade foi demonstrada a nível funcional e molecular no cérebro adulto, que se pensa ter menor plasticidade que o cérebro jovem. Para além do mais, este efeito foi observado numa fase inicial de uma doença neurodegenerativa, a doença de Parkinson. Isto mostra as reservas de compensação que o nosso cérebro tem, mesmo na adversidade».


Sabendo-se que os sistemas visual e motor se modificam na doença de Parkinson, o artigo agora publicado, que tem como primeira autora a investigadora do CIBIT Diliana Rebelo, demonstrou duas coisas: «que a falência do sistema de execução de movimentos oculares é compensada nas fases iniciais da doença pelo recrutamento aumentado da parte do sistema visual que os programa».


Os autores do estudo descobriram ainda, usando a técnica de PET (tomografia por emissão de positrões), um mecanismo molecular «que explica esta compensação funcional ao nível das estruturas que estão na base da comunicação entre os neurónios: as sinapses. Verificou-se que os níveis de um tipo de recetores (D2) de dopamina, que é a molécula chave na doença de Parkinson, ajustavam-se em várias partes do cérebro, relacionadas com a programação de movimentos oculares. Esse ajustamento tinha uma relação íntima com o padrão de compensação funcional encontrado».


De forma mais simples, podemos dizer que «há uma espécie de reorientação dos circuitos oculares, de reformação de conexões, mesmo a nível molecular. É quase como se houvesse um shift para a parte mais posterior do cérebro», ilustra Miguel Castelo-Branco.


A descoberta de um elo entre plasticidade sináptica e reorganização da atividade cerebral na doença de Parkinson «abre caminho para, em trabalhos futuros, se entender os limites da reorganização do cérebro adulto e na aplicação à reabilitação neurológica», informa.


Ou seja, esclarece o docente da FMUC, este estudo demonstra que «a reabilitação em doentes de Parkinson é possível. Estes resultados podem ter impacto para atrasar o declínio». Por outro lado, conclui, «este trabalho também nos dá informação sobre o efeito dos fármacos, isto é, fornece informação que pode ser relevante para a terapêutica, porque a dopamina é a molécula central na doença de Parkinson.  Ao olharmos para os mecanismos de compensação molecular, ficamos com muito mais informação sobre os efeitos terapêuticos dos fármacos, nomeadamente dá pistas para ajudar a prevenir efeitos secundários associados à terapêutica».[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

O que torna a inteligência humana excepcional?

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1609419055607{margin-bottom: 40px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""]

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[/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1609419041361{margin-left: 26px !important;}"]Num curto espaço de tempo e com muito poucas instruções, conseguimos resolver problemas complexos a partir do zero como, por exemplo, encher o porta-bagagens de um carro com carga que é aparentemente excessiva para o espaço disponível. Esta é a essência da inteligência humana - a sua natureza rápida e flexível. Mas qual é o processo mental que nos permite criar estratégias novas e complexas? E as máquinas “inteligentes”, será que utilizam processos semelhantes ou serão estes fundamentalmente diferentes?

[caption id="attachment_8963" align="alignleft" width="332"]hexxed game illustration-01 - Marta Correria hexxed game illustration-01 - Marta Correria[/caption]

Para responder a estas questões, cientistas do Centro Champalimaud, em Lisboa, Portugal, e da Universidade da Califórnia, Berkeley, criaram o hexxed [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""]- um jogo para telemóvel que consiste numa série de puzzles desafiantes e divertidos e que foi desenhado para fornecer uma visão única sobre como funciona a inteligência. A app é gratuita e tem versões compatíveis com iphone e android [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""].

Levar a ciência para fora do laboratório

“O hexxed junta-se a uma tendência global dos denominados jogos de ciência cidadã - onde, ao jogar, indivíduos em todo o mundo podem contribuir para descobertas científicas”, diz Gautam Agarwal, um dos cientistas que desenvolveu o jogo como parte do seu projeto de investigação no laboratório liderado por Zachary Mainen, na Fundação Champalimaud.

Qual o motivo para levar estas experiências para fora do laboratório? De acordo com Agarwal, os jogos online são a forma ideal de obter conjuntos de dados, diversificados e de dimensão grande o suficiente para permitir explorar questões difíceis, entre elas - como é que a idade e o background cultural influenciam as diferentes formas de pensar?

“As experiências em ambiente laboratorial têm um número limitado de sujeitos e são, geralmente, repetitivas e enfadonhas. Por outro lado, os jogos online podem ser jogados por um número ilimitado de pessoas, em qualquer parte do mundo, e conduzir os jogadores a uma total entrega e participação, ficando como que imersos numa cadência constante de experiências novas e evolutivas”.

 Humanos versus Máquinas (o caso da inteligência)

No futuro, a equipa planeia usar o jogo para aprender não apenas sobre a inteligência humana, mas também sobre a inteligência da máquina, elevando a diversidade dos dados recolhidos a um outro patamar. Mattia Bergomi, investigador envolvido no estudo, refere que os videojogos, são habitualmente usados para testar a capacidade da inteligência artificial de lidar com ambientes e tarefas complexas, mas ficam, muitas vezes, aquém das expectativas.

“A maioria dos jogos enquadra-se em uma de duas categorias”, explica. “Por um lado, existem jogos desafiantes que só podem ser resolvidos com estratégias complexas. Isso resulta em abordagens de resolução de problemas que são difíceis de formular matematicamente e, portanto, difíceis de comparar entre diferentes jogadores. Por outro lado, existem os jogos simples que podem ser facilmente descritos matematicamente. Mas esses não são suficientemente desafiantes para exigirem a criação de esquemas inteligentes de resolução de problemas”.

hexxed foi desenvolvido para fazer a ponte entre estes dois extremos: é bastante desafiante, mas ainda assim pode ser descrito por construções matemáticas simples. “Este design único irá permitir-nos comparar, de forma sistemática e abrangente, as estratégias adotadas por humanos com aquelas geradas por máquinas”, acrescenta Agarwal.

Que comecem os jogos!

Então, o que é a inteligência e como é que esta difere entre humanos e máquinas? Jogue o hexxed e a resposta pode surgir muito em breve.

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

O cérebro reorganiza a memória dependendo de como será usada no futuro

Um recente artigo científico [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""]internacional publicado na revista PLOS ONE demonstrou que a forma como o cérebro memoriza informação temporariamente é diferente consoante o uso que se lhe é dado no futuro.

O estudo analisou a atividade cerebral de 14 participantes através de imagens de ressonância magnética funcional enquanto realizavam simples tarefas de memorização num ecrã de computador. Conseguiram-se encontrar diferenças nos padrões de ativação cerebral entre os participantes que responderam verbalmente e os que premiram de um botão.

A memória que está em estudo designa-se memória de trabalho e é usada a todos os momentos. É a memória que nos permite decorar um número de telefone ou a matrícula de um automóvel para depois realizarmos uma ação. Essa informação é usada e processada e, se se revelar importante, guardada na memória a longo prazo. “Quando vemos onde está, por exemplo, um smartphone, essa informação é armazenada de forma diferente no cérebro se anteciparmos que vamos precisar de o alcançar ou de dizer a alguém onde ele se encontra”, indica Art Pilacinski, investigador no Proaction Lab [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""], Universidade de Coimbra.

Algumas das regiões do cérebro relacionadas com memória de trabalho (assinaladas a cores na imagem) estão intimamente ligadas com o movimento de mãos e orientação espacial. Estas tornam-se mais ativas se os participantes souberem que terão de premir um botão para responder, reorganizando o armazenamento da memória de trabalho em conformidade. “Esta descoberta é muito importante para futuras investigações acerca da memória de trabalho, que até então, descuravam a tipologia de resposta dos participantes. Agora sabemos que isso modifica os padrões de ativação cerebral”, indica o investigador responsável. “O cérebro humano evoluiu para permitir a locomoção. Esta propriedade da memória de trabalho em antecipar uma ação futura é um ótimo exemplo disso mesmo”, finaliza.

Referência do artigo:
Pilacinski A, Höller-Wallscheid MS, Lindner A (2020) Remember how to use it: Effector-dependent modulation of spatial working memory activity in posterior parietal cortex. PLoS ONE 15(8): e0238022. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0238022 [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""]

Equipa do CNC-UC recebe 782 mil euros para o estudo de doenças do neurodesenvolvimento e epilepsia

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1600359210553{margin-bottom: 100px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1600359195684{margin-left: 26px !important;}"]Um projeto coordenado pelo Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC), dedicado ao estudo de doenças do neurodesenvolvimento e epilepsia, com vista ao desenvolvimento de terapias mais eficazes, acaba de obter 782 mil euros de financiamento da Fundação “la Caixa” no âmbito do programa “Health Research 2020”.


O projeto, intitulado “MStar - Potassium channel dysfunction in models of neurodevelopmental disorders”, tem como principal objetivo explorar ligações entre doenças neuropsiquiátricas e epilepsia que permitam desenvolver melhores tratamentos para estas patologias, uma vez que se sabe que cerca de metade dos indivíduos afetados com défices intelectuais padecem de epilepsia, e doentes com esquizofrenia apresentam risco aumentado de desenvolver convulsões, comparados com o resto da população. Deste modo, pensa-se que perturbações do desenvolvimento do cérebro (como o défice intelectual e a esquizofrenia) e a epilepsia partilham mecanismos celulares que poderão estar na base da sua origem.


«As doenças neuropsiquiátricas são a segunda maior causa de anos de vida saudável perdidos por incapacidade, e são frequentemente agravadas pela ocorrência de epilepsia. No entanto, na maioria dos casos não se percebe de que forma as patologias estão ligadas», explica Ana Luísa Carvalho, coordenadora do projeto e docente do Departamento de Ciências da Vida (DCV) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).


Nesse sentido, esclarece a também líder de grupo do CNC, «neste projeto, exploramos um mecanismo de regulação da atividade neuronal que julgamos estar comprometido em algumas doenças do neurodesenvolvimento, como o défice intelectual e a esquizofrenia, e simultaneamente estar envolvido no aumento de suscetibilidade à epilepsia.»


Uma das bases desta investigação assenta nos resultados de um estudo anterior realizado pela equipa de Ana Luísa Carvalho, focado na análise de funções neuronais, como a excitabilidade dos neurónios, que estão a cargo de proteínas conhecidas como canais M, uma família de canais de potássio. Os investigadores descobriram um novo mecanismo de regulação da excitabilidade neuronal, através da regulação dos canais M, que depende de um gene mutado em alguns doentes com perturbações de défice intelectual ou esquizofrenia. Assim, a verba agora atribuída pela Fundação “la Caixa” vai permitir procurar perceber como é que este mecanismo regula os canais M, e testar terapias dirigidas aos mecanismos de regulação disfuncionais que possam estar na base de crises epiléticas.


Neste estudo, com a duração de três anos, vão ser utilizados modelos animais de doença, mas também células humanas «diferenciadas em neurónios, que contêm mutações associadas a défice intelectual e esquizofrenia, e que aumentam a suscetibilidade a epilepsia», afirma Ana Luísa Carvalho, acentuando que o projeto «por um lado, explora um novo mecanismo de regulação dos canais de potássio do tipo M, reguladores da excitabilidade neuronal, e, por outro lado, visa compreender de que forma alterações neste mecanismo podem ligar a ocorrência de epilepsia a doenças do neurodesenvolvimento. A compreensão dessa ligação é essencial no desenvolvimento de terapias mais dirigidas.»


Além de Ana Luísa Carvalho, a equipa inclui Paulo Pinheiro, Irina Moreira, Ângela Inácio, Gladys Caldeira e Marina Rodrigues, também investigadores do CNC-UC. O projeto insere-se num consórcio de investigação composto pelo CNC-UC e o Institute for Interdisciplinary Neuroscience (IINS), da Universidade de Bordéus.


O “Programa Health Research” é financiado pela Iniciativa Ibérica de Investigación y Innovación Biomedica promovida pela Fundação “la Caixa” e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). O programa é destinado a projetos de investigação e desenvolvimento em biomedicina e saúde e, de acordo com a Fundação “la Caixa”, pretende «identificar e promover iniciativas de excelência científica e de maior potencial e impacto na sociedade, tanto na investigação básica como na investigação clínica ou translacional.»[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Estudo com homem que vê caras a “derreter” permite perceber como o nosso cérebro reconhece faces

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1599400197192{margin-bottom: 50px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1599400169831{margin-left: 26px !important;}"]Um estudo internacional realizado com um indivíduo que sofre de uma lesão cerebral extremamente rara, em que vê caras a “derreter”, permitiu aumentar o nosso conhecimento sobre como o cérebro processa e reconhece as faces que vemos.

O estudo, já publicado na revista científica Current Biology, foi conduzido por investigadores da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), em colaboração com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e com as instituições americanas Dartmouth College e Massachusetts Institute of Technology (MIT).

A equipa estudou um homem destro de 59 anos, identificado como A.D., que apresenta uma condição neurológica designada hemi-prosopometamorfopsia, uma lesão extremamente rara, sendo conhecidos cerca de 25 casos em todo o mundo, que leva a que a perceção de faces, apesar de ser algo que temos de fazer continuamente, seja geradora de grande desconforto.

Esta condição, explica Jorge Almeida, investigador principal do estudo e diretor do Proaction Lab da UC, «caracteriza-se geralmente pela perceção de uma distorção nos olhos, nariz e/ou boca apenas num dos lados da face – estas partes da face parecem estar a descair, quase como se estivessem a derreter. Nada mais além de imagens de faces causa estas distorções».

Tal como outros pacientes com hemi-prosopometamorfopsia, as distorções vivenciadas pelo paciente A.D. foram causadas por uma lesão nos feixes de matéria branca que ligam as áreas neuronais dedicadas às faces que estão no hemisfério esquerdo com as que estão no hemisfério direito.

As várias experiências realizadas com este paciente permitiram concluir que, «para vermos e reconhecermos faces, o nosso cérebro usa um processo semelhante aos sistemas de reconhecimento digital de faces usados pelas plataformas Facebook e Google», demonstrando pela primeira vez a existência de uma etapa no processamento de faces em que estas são rodadas e redimensionadas para corresponder a um padrão: «no processo de reconhecermos uma face que estamos a ver, comparamos esta face com as que temos na nossa memória. Assim, todas as vezes que vemos uma face, o nosso cérebro cria uma representação dessa face e alinha-a com um modelo que temos em memória», esclarece Jorge Almeida.

Foi, também, possível mostrar que estas representações de faces estão presentes nos dois hemisférios do cérebro e que as representações das metades direita e esquerda das faces são dissociáveis. Assim, esta investigação «veio não só aumentar o conhecimento sobre o funcionamento do cérebro, bem como apoiar com evidência científica uma das metodologias de reconhecimento facial mais usadas atualmente», acrescenta.

Uma das experiências realizadas prendia-se com a apresentação de imagens em diferentes perspetivas (de perfil esquerdo, de frente e de perfil direito). O paciente indicou que os olhos, boca e/ou nariz das faces apresentadas pareciam estar descaídas - zonas a vermelho na imagem 1 em anexo. Nenhuma outra deformação foi reportada quando foram apresentadas imagens que não fossem faces (automóveis, casas, etc.).

Numa outra experiência, os investigadores expuseram imagens de faces em formas muito distintas: as metades esquerda e direita das faces em separado, em ambos os lados do campo visual (direito e esquerdo) e rodadas a 90, 180 e 270 graus.

Independentemente de como as faces eram apresentadas, A.D. continuou a reportar que as distorções afetavam as mesmas partes da face, representadas a vermelho na imagem 2 em anexo. Mesmo quando a face era invertida (boca em cima e olhos em baixo), o paciente via as distorções agora no lado esquerdo. Continuava a ser o olho direito que parecia estar a “derreter”, mesmo que na face invertida este esteja localizado no lado esquerdo da face.

«Ao apresentar faces em vários ângulos de rotação, verificámos que apenas as características direitas da face estavam distorcidas, mesmo quando a face foi

apresentada invertida a 180 graus e essas partes da face se encontravam no lado esquerdo. A única forma de explicar este resultado é que ao processarmos faces, rodamo-las e criamos um modelo centrado na face e não no observador. Desta forma, o olho direito neste modelo centrado na face é representado sempre como o olho direito, mesmo que este esteja no nosso campo visual esquerdo como quando vemos uma face invertida. Este modelo centrado na face é depois comparado com um modelo já existente», conclui Jorge Almeida.

O artigo científico, intitulado “Face-Specific Perceptual Distortions Reveal A View- and Orientation-Independent Face Template”, pode ser consultado em: https://doi.org/10.1016/j.cub.2020.07.067 [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""].[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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