Os benefícios e riscos das vacinas da Astra-Zeneca e da Janssen

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="34" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1620321655762{margin-left: 26px !important;}"]Começando pelo fim: se eu tivesse oportunidade de tomar a vacina da Astra-Zeneca ou da Janssen, ambas associadas a problemas raros de coagulação do sangue, tomaria hoje sem hesitar. Tenho 44 anos, uma idade inferior à indicada em Portugal para a toma de qualquer uma dessas vacinas, e um risco baixo de exposição ao vírus. Significa isto que estou convencido de que estas vacinas não aumentam o risco desses problemas de coagulação do sangue? Não. De acordo com os dados conhecidos esse aumento de risco parece real. A questão é que, mesmo assim, o risco dos efeitos adversos continua a ser extremamente baixo, sendo amplamente compensado pelos benefícios de prevenir uma doença com risco de complicações bem maiores.

Há duas razões para que muitos países tenham restringindo a aplicação destas vacinas apenas às pessoas mais velhas. A primeira é que o risco de ocorrência de problemas de coagulação é maior nos mais jovens. E a segunda é que o risco de doença grave ou morte é maior nos mais velhos. Mas vamos a números e comecemos pela vacina da AstraZeneca. Segundo uma análise da Universidade de Cambridge [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""], no Reino Unido, para as pessoas entre os 60 e os 69, a incidência de problemas graves associados à vacina é 0,2 casos por cada 100 mil doses administradas. Ou seja, uma reacção adversa grave (que não resulta necessariamente em morte) por cada meio milhão de pessoas imunizadas. Para a mesma faixa etária, e considerando uma população com baixo risco de infecção, a cada quatro meses são admitidos nos cuidados intensivos 14,1 pessoas por 100 mil habitantes (considerando a incidência da covid-19 no Reino Unido no início de Abril de 2021). Se consideramos pessoas com risco de exposição médio, o número de internados em cuidados intensivos é 41,3 por 100 mil habitantes. E de 127,7 por 100 mil habitantes, no caso de pessoas muito expostas à infecção. O balanço é sempre positivo. Quanto maiores for o risco de infecção e a idade, mais favorável será.

Mesmo para pessoas entre os 30 e os 39 anos, com baixo risco de infecção, compensa: 0,8 reacções adversas face a 2,7 internamentos em cuidados intensivos por cada 100 mil habitantes. Só não é favorável no grupo entre os 20 e os 29 anos (os mais novos da amostra)s: 1,1 reacção adversas e 0,8 internamentos em cuidados intensivos por 100 mil habitantes.

No caso da vacina da Janssen, de acordo com dados do Centro de Controlo de Doenças dos Estados Unidos, em 8 milhões de doses administradas ocorreram 15 casos adversos. Ou seja: um em cada 536 mil vacinações. É difícil estimar quantas vidas se salvam ao vacinar 8 milhões de pessoas, pois isso depende da prevalência do vírus na população e da probabilidade de infecção, assim como da capacidade de resposta dos serviços de saúde (há uma maior letalidade em situações de sobrelotação). Mas, tendo em conta os registos históricos da pandemia, é seguro dizer que vacinar 8 milhões de pessoas salva muitos milhares de vidas, à custa de 15 reacções adversas.

Parece claro que os benefícios destas duas vacinas superam os seus baixos riscos. Se a incidência da covid-19 baixar significativamente, e o risco de infecção também, a situação será diferente. Mas a vacinação contribui sobremaneira para a redução sustentada de casos, pelo que as duas coisas estão interligadas. Claro que, se for possível imunizar a população mais jovem sem recorrer às vacinas da AstraZeneca e da Janssen e sem atrasar o processo de vacinação, reduzir-se-á ainda mais um risco já de si reduzidíssimo. Esse deve ser um objectivo fundamental: não atrasar a vacinação, pois a redução do número de infectados é crucial para abrandar o aparecimento de novas variantes, que poderão ser problemáticas.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Estudo ajuda a perceber mecanismos de interação entre moléculas chave no nosso organismo

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1616018260829{margin-bottom: 40px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1616018245716{margin-left: 26px !important;}"]Um estudo publicado hoje na revista Communications Chemistry [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""], do grupo Nature, e liderado pelo investigador Sérgio Domingos, da Universidade de Coimbra (UC), dá um passo importante para se compreender melhor como funcionam os mecanismos de reconhecimento e autorreconhecimento das moléculas quirais, moléculas que têm assumido um papel importante na química farmacêutica.


O reconhecimento molecular quiral é um fenómeno fundamental na ciência biomolecular, relevante, por exemplo, na produção de fármacos. Genericamente, explica Sérgio Domingos, «o reconhecimento quiral é a habilidade que uma molécula quiral tem para distinguir entre dois enantiómeros de outra molécula quiral. Enantiómeros são moléculas que são imagens no espelho uma da outra e não são sobreponíveis, nem por rotação, nem por translação. Consideremos uma molécula quiral (R) e a sua imagem especular (S)».


Podemos pensar, por exemplo, «num aperto de mão entre duas pessoas: uma mão direita e outra mão direita encaixam bem. Agora se uma das pessoas der a mão esquerda, as mãos já não encaixam tão bem. Este é um exemplo macroscópico de um fenómeno que existe à escala molecular e que tem implicações em processos químicos e biológicos. Por exemplo, muitos medicamentos são produzidos com compostos de uma só quiralidade (R ou S) porque a interação com os recetores no nosso corpo é por vezes muito diferente entre elas», ilustra o investigador do Centro de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).


O estudo que, além da Universidade de Coimbra, envolveu o Deutsches Elektronen-Synchrotron (DESY) e a Universidade de Bochum, na Alemanha, incidiu no autorreconhecimento quiral, revelando sobretudo o que acontece quando dois R’s ou dois S’s da mesma molécula se emparelham para formar um dímero (duas unidades ligadas por uma ligação não covalente) RR ou SS, ou quando um R se emparelha com um S, formando um RS ou SR. Os mecanismos de interação destas duas vertentes não se manifestam de forma análoga e têm, pois, implicações em muitos processos biológicos.


Para tal, a equipa escolheu o sistema molecular quiral e aromático “óxido de estireno”, que existe nas duas formas S e R e tem características estruturais ideais para estudar as interações moleculares mais fracas. Para além disso, esclarece Sérgio Domingos, «este anel aromático é um motivo molecular recorrente em sistemas biológicos e que tem muita influência em processos de agregação em proteínas e por isso é um protótipo muito estudado».


Mais especificamente, aprofunda o investigador, o objetivo deste estudo era a «deteção experimental de todas as possibilidades de encaixe entre R’s e S’s deste sistema aromático quiral (protótipo) e tentar perceber que forças mobilizam a preferência entre encaixes do tipo RR ou do tipo RS. Este processo de autorreconhecimento é crucial em muitos processos biológicos, um deles a eficiência com que um medicamento interage com o recetor no nosso corpo. Queríamos aprofundar o conhecimento sobre que tipo de interações controlam este emparelhamento de moléculas quirais e até que ponto estas interações podem promover uma assimetria no processo de reconhecimento. Este equilíbrio/desequilíbrio pode ajudar-nos a desvendar os segredos da homoquiralidade da vida».


Para alcançar o objetivo, os cientistas utilizaram a técnica de espectroscopia de micro-ondas, que lhes permitiu estudar os estados quânticos de rotação dos dímeros RS e RR em alta resolução, na fase gasosa. As experiências foram realizadas no sincrotrão (acelerador de partículas) de eletrões alemão - Deutsches Elektronen-Synchrotron (DESY), em Hamburgo, uma das mais sofisticadas infraestruturas de investigação científica na Europa.


Este método experimental foi complementado com cálculos teóricos, que por sua vez permitiram identificar as estruturas tridimensionais dos dez pares RR e RS mais estáveis e estudar detalhadamente as interações que promovem o emparelhamento em cada caso. Os investigadores concluíram que «a parte aromática das moléculas tem uma influência tremenda na gestão do encaixe entre pares, e que esse ajuste de contactos se pronuncia diferentemente para pares RR e RS, favorecendo o emparelhamento homoquiral, ou seja, do tipo RR. No entanto, este desequilíbrio não se pronunciou tão afincadamente como esperado, e o nosso estudo revela que isto se deve à flexibilidade estrutural e caráter dinâmico do autorreconhecimento no processo de encaixe», destaca Sérgio Domingos.


Este estudo permitiu perceber que o «emparelhamento de moléculas quirais ganha um nível de complexidade ainda mais acrescido quando o mecanismo de encaixe é dominado por partes das moléculas que são aromáticas. Estas condições podem desfavorecer a discriminação quiral em processos de ativação de moléculas medicinais com recetores no nosso corpo», conclui.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Porque é que os machos não conseguem ficar logo “prontos para outra"?

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Se escrever num motor de busca - "porque é que os homens têm de esperar antes de conseguir fazer sexo novamente?" - irá certamente encontrar a prolactina nos resultados. Acredita-se que esta pequena hormona esteja envolvida em centenas de processos fisiológicos no nosso corpo, entre eles, o “período refratário pós-ejaculatório” masculino. Este período tem início quando o homem ejacula e termina quando este recupera novamente a sua capacidade sexual.


E se continuar a pesquisar, verá que esta teoria chegou mesmo a conduzir o desenvolvimento de “tratamentos" que prometem diminuir o período refratário do homem reduzindo os níveis de prolactina no corpo.


Bem, é aqui que começam as más notícias para quem já comprou este tipo de “tratamentos". Um novo estudo realizado em ratinhos, por cientistas do Centro Champalimaud, em Portugal, demonstra que a prolactina pode, afinal, não ser a responsável. Os resultados foram publicados no dia 4 de janeiro de 2020 na revista científica Communications Biology  .


A Teoria


Pode parecer irónico, mas a verdade é que o projeto de investigação que vem agora contrapor esta teoria dominante, nunca teve esse propósito.


“Quando começámos a trabalhar neste projeto, queríamos, de facto, explorar esta ideia porque ficámos fascinadas com a possibilidade de uma hormona que normalmente está associada à produção de leite nas mulheres estar envolvida num processo reprodutor masculino. “O nosso objetivo era investigar, mais detalhadamente, os mecanismos biológicos através dos quais a prolactina estaria a provocar o período de refração.”

Qual é a base desta, tão enraizada, teoria? Segundo Lima, a sua origem é resultado de diferentes linhas de evidência.


Por um lado, alguns estudos mostraram que a prolactina, tanto nos humanos como nos ratinhos, é libertada na altura da ejaculação. Como o período refratário começa logo após a ejaculação, a prolactina apresentava-se como uma boa candidata a ser responsável por ele. Além disso, níveis anormalmente elevados de prolactina no organismo - hiperprolactinemia - estão associados à diminuição da resposta sexual, à anorgasmia e à disfunção ejaculatória. Finalmente, o tratamento com drogas que inibem a libertação da prolactina, em situações de hiperprolactinemia, reverte a disfunção sexual.


“Todos estes diferentes resultados apontavam para um papel central da prolactina na supressão do comportamento sexual masculino”, diz Lima. “No entanto, esta ligação direta entre a prolactina e o período refratário pós-ejaculatório masculino nunca havia sido demonstrada. Ainda assim, esta teoria afirmou-se de tal forma que aparece em manuais escolares, bem como na imprensa.”


Então, porque é que a prolactina deixou de ser a explicação?


Como é que a equipa chegou à conclusão que, esta teoria, estava errada?


Para estudar o papel da prolactina no período refratário masculino, Susana Lima e a sua equipa realizaram uma série de experiências em ratinhos.


“Escolhemos o ratinho como modelo animal porque a sequência do comportamento sexual deste animal é muito semelhante à do homem”, explica Susana Valente, primeira autora do estudo. “Além disso, com ratinhos, podemos testar várias estirpes que apresentam desempenhos sexuais diferentes, o que torna os dados mais ricos. Neste caso, usamos duas estirpes diferentes: uma que tem um período refratário curto e outra que tem um período que dura vários dias.”


A equipa começou por verificar se os níveis de prolactina também aumentavam durante a atividade sexual em ratinhos machos. “Através de amostras de sangue, medimos os níveis durante as diferentes fases do comportamento sexual. E, de facto, estes aumentaram significativamente durante a interação sexual”, diz Valente.


Uma vez confirmada esta premissa, as investigadoras avançaram para o estudo da relação entre a prolactina e a duração do período refratário dos animais.


“A nossa primeira manipulação consistiu em aumentar os níveis de prolactina, antes de os animais ficarem sexualmente excitados. Certificamo-nos, especificamente, que os níveis artificiais correspondiam aos que medimos durante o comportamento sexual natural. Se a prolactina fosse mesmo responsável pelo período refratário, a atividade sexual dos animais deveria diminuir”, explica Valente.

Para surpresa da equipa, esta manipulação não teve qualquer efeito sobre o comportamento sexual dos ratinhos. “Apesar do aumento dos níveis de prolactina, as duas estirpes manifestaram um comportamento sexual normal”, lembra a investigadora.


De seguida, as investigadoras testaram se, inibindo a libertação da prolactina teriam o efeito oposto no período refratário. Por outras palavras, procuraram avaliar se os animais, sem a prolactina, ficariam sexualmente mais ativos. Novamente, a resposta foi negativa.


“Se a prolactina fosse mesmo necessária para o período refratário, então os machos sem prolactina, após a ejaculação, deveriam recuperar mais rapidamente a capacidade sexual face ao grupo de controlo”, destaca Valente. “Mas isso não aconteceu."


Voltar ao princípio


Em conjunto, os resultados das duas investigadoras fornecem uma forte contra - evidência à teoria que afirma que a prolactina desencadeia o período refratário masculino. Ainda assim, a prolactina desempenha, sem margem para dúvida, um papel no comportamento sexual masculino. Mas qual poderá ser esse papel?


“As possibilidades são muitas”, diz Lima. “Por exemplo, há estudos que apontam para um papel da prolactina no desenvolvimento do comportamento parental. Além disso, é importante realçar que a dinâmica da prolactina é bastante diferente em ratinhos machos e em homens. Em ratinhos, os níveis de prolactina aumentam durante o acasalamento. No entanto, nos homens, a prolactina parece ser libertada apenas na altura da ejaculação, e somente quando esta acontece. Portanto, podem existir algumas diferenças no papel que desempenha nas diferentes espécies."


Então, porque é que os machos têm de esperar e não conseguem ficar logo “prontos para outra”?


“Os nossos resultados indicam que é muito improvável que a prolactina seja a causa”, diz Lima. “Estamos agora em melhor posição para avançar nesta linha de investigação e descobrir o que realmente está na base deste processo fisiológico”, conclui.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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