O céu de abril de 2021

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="11" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1617365534841{margin-left: 26px !important;}"]Já diz o velho ditado, “abril, águas mil”. Este mês é estatisticamente dos mais chuvosos do ano, o que normalmente significa poucos dias de céu limpo. Mas como só se consegue prever quando é que vai chover, com precisão, apenas com 3 dias de antecedência, aqui ficam alguns eventos celestes para procurarem, caso não chova.

Durante este mês, os dois maiores planetas do Sistema Solar só poderão ser observados pelos madrugadores ou pelas “corujas”, pois no início de abril, Saturno nasce por volta das 5 da manhã e Júpiter por volta das 5h30, enquanto no dia 30 já se começa a ver Saturno por volta das 3h15 e Júpiter por volta das 4h00. Ambos os planetas estarão visíveis até que o Sol nasça, o que acontece por volta das 7h20 no dia 1 e pouco depois das 6h30 no dia 30.

[caption id="attachment_9611" align="alignleft" width="1200"]Figura 1 - O céu virado a Sudeste, às 6 da manhã do dia 7 de abril de 2021 Figura 1: O céu virado a Sudeste, às 6 da manhã do dia 7 de abril de 2021, com a Lua perto do planeta Júpiter e o planeta Saturno próximo dos dois. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Stellarium)[/caption]

No dia 4, a Lua atinge o quarto minguante e no dia 6 passa a apenas 5 graus de Saturno. Como nasce por volta das 5 da manhã, continuamos a vê-la mesmo depois do Sol nascer.

No dia 7, a Lua passa a 5 graus de Júpiter e no dia 12 atinge a fase de lua nova. No dia 17, já iluminada a 25%, a Lua passa a 3 graus do planeta Marte, ambos na constelação do Touro. Esta constelação, assim como as constelações de Orion e Cão Maior, ficam visíveis assim que anoitece, entre Sudoeste e Oeste.

No dia 20 a Lua atinge o quarto crescente. Dois dias depois ocorre o máximo da chuva de meteoros das Líridas. A constelação da Lira, onde está situado o radiante (o ponto de onde parecem emanar os meteoros), nasce a Nordeste, pouco depois do anoitecer. Apesar de não ser das chuvas mais intensas (prevêem-se apenas 10 meteoros por hora, em céus escuros) e do máximo estar previsto para as 14:00, ainda assim deve dar para observar alguns meteoros, em especial depois da Lua se pôr, por volta das 4:30.

Se decidirem esperar pelas Líridas, aproveitem também para observar a Lua, que passa a Sul às 22:00, na constelação do Leão.

[caption id="attachment_9612" align="alignleft" width="1200"]Figura 2 - A Lua na constelação de Leão, a passar a Sul, às 22h00 do dia 22 de abril de 2021 Figura 2: A Lua na constelação de Leão, a passar a Sul, às 22h00 do dia 22 de abril de 2021. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Stellarium)[/caption]

Este era um gigantesco leão que vivia na Lua e atacou a carruagem de Selene, a deusa da Lua, que prontamente o expulsou para a Terra. Este caiu perto de Nemeia, na Grécia, onde começou a atacar as pessoas. Muitos perderam a vida a tentar abatê-lo, pois a sua pele era praticamente impenetrável.

Matar o Leão de Nemeia foi o primeiro dos doze trabalhos de Hércules, mas com a pele impenetrável, o herói só teve sucesso depois de estrangular o animal. De seguida, Hércules decidiu retirar-lhe a pele, para usar como proteção durante os restantes onze trabalhos. Para o fazer, usou a única coisa que conseguia penetrar no couro do animal - as garras do próprio Leão!

Para fechar o mês, no dia 27 vejam a “super” lua cheia, isto é, uma lua cheia que coincide com o perigeu (ponto de maior aproximação à Terra) do nosso satélite, aparecendo por isso um pouco maior do que a média no nosso céu.

Boas observações.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Primeiras observações de filamentos da “teia cósmica”

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1616327583265{margin-bottom: 40px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1616327568710{margin-left: 26px !important;}"]Recorrendo a observações do espectrógrafo MUSE, uma equipa de investigadores, incluindo do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), conseguiu observar filamentos cósmicos, numa altura em que o Universo tinha menos de 15% da idade atual.

Uma equipa de astrofísicos, que inclui Jarle Brinchmann do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), recorreu ao espectrógrafo MUSE, instalado no telescópio VLT, do Observatório Europeu do Sul (ESO), para fazer o mais profundo levantamento espectroscópico até hoje. Além de estruturas filamentares de gás à escala cósmica, estas observações do universo jovem, um a dois mil milhões de anos após o Big Bang, revelaram ainda a existência de inúmeras galáxias anãs, que até aqui nem se suspeitava que existissem. Estes resultados3 foram publicados hoje na revista científica Astronomy & Astrophysics.

Jarle Brinchmann (IA, UPorto & Observatório de Leiden), comenta: “Esta é a mais profunda observação alguma vez feita ao Universo, que nos revelou galáxias inteiras mais ténues do que a estrela Rigel, uma das 10 mais brilhantes no nosso céu. O conjunto destas galáxias ilumina o Universo primordial, como pequenos “candeeiros públicos” no meio de um nevoeiro de gás hidrogénio”.

A larga escala, o Universo é formado por uma estrutura filamentar de gás, uma autêntica “teia cósmica” ao longo da qual as galáxias se formam. Os modelos teóricos preveem que o gás que compõe os filamentos, quando exposto a radiação, adquire uma certa incandescência, mas tão ténue, que estes nunca tinham sido observados diretamente.
Só recentemente se tornou tecnicamente possível observar as zonas mais densas da teia, designadas “nós”, onde se encontram quasares, astros cuja intensa radiação consegue aumentar o brilho da teia nessa região. Mas os nós não são uma amostra representativa da parte normal dos filamentos, onde ocorre cerca de 60% de toda a formação de galáxias.

Para resolver este problema, a equipa, liderada por Roland Bacon (CNRS/CRAL), apontou o VLT, durante mais de 140 horas, para a região do céu conhecida como Campo Ultra Profundo do Hubble, até agora uma das imagens mais profunda do cosmos até agora obtida. Ao tirar partido da ótica adaptativa e da mais avançada capacidade espectroscópica do MUSE, foi possível à equipa, fazer um mapa de vários pedaços de filamentos no Universo quando este tinha apenas 1 a 2 mil milhões de anos depois do Big Bang. As imagens também revelaram que 40% das galáxias agora descobertas são tão ténues que não eram visíveis na imagem obtida pelo telescópio espacial Hubble.

Mas a maior surpresa ocorreu quando as simulações efetuadas pela equipa revelaram que uma fração significativa da luz difusa observada – talvez até a maior parte dela – tem origem num enorme “mar” de galáxias anãs de luminosidade ultra-fraca. Estas galáxias são tão pouco brilhantes que não seria possível detetá-las individualmente com os meios atuais, mas a sua existência tem consequências importantes para os modelos de formação de galáxias, consequências que só agora os cientistas vão começar a explorar.

Brinchmann confessa-se surpreso com esta descoberta: “Quando fazes algo que nunca ninguém fez, corres o risco de o Universo te revelar os seus segredos. É incrível pensar que estamos a ver o brilho, na alvorada do próprio Universo, de galáxias tão pequenas que seria difícil vê-las mesmo que estivessem nas proximidades da nossa galáxia, a Via Láctea”.

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

O céu de fevereiro de 2021

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="11" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1612258615542{margin-left: 26px !important;}"]Ao céu se estamos em confinamento ou não, por isso, aqui fica o céu deste fevereiro de 2021, para verem das vossas janelas, varandas ou quintais.


Durante o mês mais curto do ano, o único planeta fácil de observar é Marte. Logo ao anoitecer está virado a Sul, quase no zénite (o ponto do céu por cima das nossas cabeças) e fica visível até por volta da uma da manhã. Ao longo do mês, o planeta (aparentemente) move-se cerca de 15 graus e no céu passa da constelação do Carneiro para a do Touro. No final de fevereiro e início de março estará bem próximo das "moscas" do Touro, o enxame aberto de estrelas das Plêiades.


[caption id="attachment_9186" align="alignleft" width="1200"]FIGURA 1 - O céu virado a Oeste, às 2200 do dia 28 de fevereiro de 2021 Fig1: O céu virado a Oeste, às 22:00 do dia 28 de fevereiro de 2021, com indicação da localização do planeta Marte nos dias 1 e 28 de fevereiro 2021. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Stellarium)[/caption]

Também conhecidas como as sete irmãs ou o "sete estrelo" (por causa o número de estrelas do enxame facilmente visíveis, mesmo em céus com poluição luminosa), as Plêiades não formam uma constelação, embora sejam por vezes confundidas com a Ursa Menor.


Já a Lua atinge a fase de quarto minguante no dia 4 e uma semana depois, o dia 11 é dia de lua nova. Sem o brilho da Lua, aproveitem para procurar as constelações de Andrómeda e de Orion, pois em cada uma destas há um objeto de céu profundo, visível a olho nu em céus escuros (ou com binóculos, nas cidades) – a Nebulosa de Orion e a Galáxia de Andrómeda. Por volta das 20:00 as constelações estão viradas, respetivamente, a Sul e a Oeste.


A Nebulosa de Orion, um aglomerado de gás e poeira com cerca de 30 anos-luz de diâmetro, é uma das maiores maternidades de estrelas das redondezas. Daqui a umas dezenas de milhões de anos dará origem a um enxame de estrelas semelhante às Plêiades.


A Galáxia de Andrómeda está a cerca de 2,5 milhões de anos-luz de distância, mas a aproximar-se rapidamente. Daqui a cerca de 4 mil milhões de anos vai colidir e fundir-se com a Via Láctea, dando origem a uma galáxia elíptica gigante.


No dia 18 a Lua passa a cerca de 5 graus de Marte, no céu. E nesse dia pousa em Marte o Perseverance, o rover da NASA que leva consigo os nomes de quase 11 milhões de terrestres (o meu incluído), gravados em 3 chips de silício do tamanho de uma unha.


O “carrinho” Perseverance é um autêntico laboratório autónomo sobre rodas, do tamanho de um todo-o-terreno. Na cratera Jezero, vai procurar sinais de antiga vida microbiana. Vai ainda testar tecnologia de transformação de dióxido de carbono em oxigénio, que será essencial para a futura exploração (ou até, quem sabe, colonização) humana de Marte.


[caption id="attachment_9187" align="alignleft" width="1200"]FIGURA 2 - O “carrinho” de exploração de Marte Perseverance, da NASA Fig 2: O “carrinho” de exploração de Marte Perseverance, da NASA. (Imagem: NASA/JPL-Caltech)[/caption]

Dia 19 a Lua atinge o quarto minguante e ao amanhecer do dia seguinte, os madrugadores têm o desafio de observação do mês: Os planetas Júpiter e Saturno, que acabaram de cruzar o Sol e passam a estar visíveis ao amanhecer, juntam-se ao planeta Mercúrio, que se está a afastar do Sol até ao fim do mês, para formar um triângulo no céu. O problema? Júpiter só nasce às 6:45, já envolvido pelo brilho do Sol que também não tarda em nascer, com Mercúrio, o mais alto dos três, apenas 5 graus acima do horizonte!


Dia 27 é dia de lua cheia e para terminar o mês, no dia 28, mesmo antes de amanhecer, Mercúrio atinge o ponto mais alto no céu.


Não deixem de observar o céu, mas em segurança, em casa. E se tiverem mesmo de sair, mantenham o distanciamento, cumpram a etiqueta respiratória, usem uma máscara certificada que cubra do nariz até ao queixo e lavem frequentemente as mãos com sabão.


Com a colaboração de todos, (esperemos) num futuro próximo, havemos de nos voltar a juntar, às dezenas ou centenas, em muitas e grandes noites de observação do céu.


Boas observações.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

O céu de Janeiro de 2021

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="10" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1609502150809{margin-left: 26px !important;}"]No primeiro sábado de 2021 o nosso planeta atinge o ponto da sua órbita mais próximo do Sol: o periélio. Apesar disso, como nesta altura do ano o hemisfério norte está voltado na direção contrária à do Sol, o nosso astro-rei apresenta-se a sul do equador celeste (projeção do equador na esfera celeste). Consequentemente por estes dias no nosso país as noites são mais longas e frias do que o eram há seis meses (altura do ano em que o nosso planeta estava mais longe do Sol).

[caption id="attachment_8966" align="alignleft" width="1200"]Figura 1 Céu a leste na madrugada de dia 3 Figura 1: Céu a leste na madrugada de dia 3. Igualmente é visto o radiante da chuva de estrelas Quadrântidas e a posição do quarto minguante de dia 6. (imagens adaptadas de Stellarium)[/caption]

Na noite de dia 2, a Lua será vista junto a Régulo, o coração da constelação do Leão. Esta efeméride repetir-se-á na madrugada de dia 30.

Por sua vez, no primeiro domingo do ano ocorre o pico de atividade da chuva de estrelas Quandrantidas, as quais parecem surgir de uma parte do céu (o radiante) ocupada pela constelação Quadrans Muralis (Quadrante Mural), imaginada pelo astrónomo francês Jérôme Lalande mas que atualmente está em desuso. Ao contrário de outras chuvas de meteoros, as Quandrântidas não resultam da passagem do nosso planeta junto do rasto de um cometa, mas sim de um asteroide: o 2003 EH1. De notar que devido à presença da Lua, mesmo em locais sem de fontes de poluição luminosa este ano não são serão visíveis mais do que duas dezenas de meteoros por hora.

Na manhã de dia 6 terá lugar o quarto minguante. Este ocorre 3 dias antes da Lua atingir o ponto da sua órbita mais próxima da Terra (o perigeu).

Entre o anoitecer dos dias 9 e 11 o planeta Mercúrio irá passar ao lado de Saturno e Júpiter.

Ao final da madrugada de dia 10, iremos assistir a Lua nascer junto a Antares, uma estrela gigante avermelhada no coração da constelação do Escorpião. Uma madrugada depois o nosso satélite natural já terá chegado até junto de Vénus.

[caption id="attachment_8967" align="alignleft" width="1200"]Figura 2 Céu a sudoeste ao início da noite de dia 10 Figura 2: Céu a sudoeste ao início da noite de dia 10. Igualmente é indicada a posição de Vénus nos dias 11 e 14 e da Lua nos dias 14 e 20. (imagens adaptadas de Stellarium)[/caption]

A Lua Nova dar-se-á na madrugada de dia 13, não sendo possível observa-la por se encontrar na direção do Sol. Só voltaremos a observar a Lua ao início da noite de dia 14, quando esta se puser ao lado de Mercúrio.

Na noite de dia 20 terá lugar o quarto crescente. Ao longo dessa noite poderemos ver como a Lua se irá aproximando aos poucos do planeta Marte.

Na madrugada de dia 24, a Lua será vista ao lado de Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Nesta mesma madrugada Saturno estará em conjugação (i.e. na direção) com o Sol, enquanto Mercúrio atingirá a sua maior elongação (afastamento) para Leste relativamente ao Sol. Assim enquanto a primeira efeméride não nos permite observar Saturno, a segunda dar-nos-á mais tempo para observar Mercúrio ao início da noite seguinte.

Ao anoitecer de dia 28 terá lugar a Lua Cheia, a última grande efeméride deste mês.

Bom ano e boas observações![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

O céu de dezembro de 2020

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="11" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1607002918607{margin-left: 26px !important;}"]Apesar das restrições, não percam neste mês a chuva de meteoros das Geminíadas e a grande conjunção Júpiter/Saturno, um evento que acontece uma vez na vida.

Mas vamos por ordem. No dia 8 de dezembro, a Lua atinge a fase de quarto minguante e no dia 13, uma finíssima Lua, quase nova, passa a 6 graus do planeta Vénus. Neste dia Vénus nasce por volta das 05:00 e a Lua às 06:30, com o Sol a nascer cerca de uma hora depois.

[caption id="attachment_8820" align="alignleft" width="1200"] Fig1: O céu virado a Sul, às 00:40 do dia 14 de dezembro de 2020, com indicação da localização do radiante da chuva de meteoros das Geminíadas. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Stellarium)[/caption]

No dia seguinte a Lua atinge a fase de lua nova. Isto são ótimas notícias, porque este é também o dia do pico da chuva de meteoros das Geminíadas, uma das maiores chuvas de “estrelas” recorrentes do ano. O pico está previsto ocorrer por volta da uma da manhã de dia 14, com um número de meteoros por hora a rondar os 150… em céus escuros, claro! Se estiverem numa cidade com muita poluição luminosa, contem apenas ver entre 10% e 30%.

O radiante desta chuva (ponto de onde parecem emanar os meteoros) é na constelação de Gémeos, que nasce pouco depois do anoitecer. Nesta chuva é comum que o número de meteoros por hora, nas horas imediatamente antes e depois do pico, seja basicamente o mesmo que durante o pico. Juntando isto a uma noite sem luar (se a meteorologia colaborar), adivinha-se uma das melhores chuvas de estrelas dos últimos anos.

Uma semana depois, no dia 21, é dia de tripla: A Lua atinge o quarto crescente, Júpiter e Saturno estão em grande conjunção e é dia de solstício (de inverno, no hemisfério Norte).

Dos planetas visíveis a olho nu no nosso céu, Júpiter e Saturno são os mais lentos a completar uma volta ao Sol, com períodos de translação de, respetivamente, 11,86 anos (0,083 graus por dia) e 29,65 anos (0,033 graus por dia). Com Júpiter a ganhar cerca de 0,05 graus por dia, a cada 19,8 anos dá uma volta de avanço a Saturno, ou seja, estes planetas encontram-se no nosso céu aproximadamente uma vez a cada 20 anos. Mas nem todos estes encontros são á mesma distância.

[caption id="attachment_8821" align="alignleft" width="1200"] Fig2: O céu virado a Sudoeste, ao anoitecer do dia 21 de dezembro de 2020, com a “super-estrela” formada por Júpiter e Saturno cerca de 15 graus acima do horizonte. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Stellarium)[/caption]

A última vez que os dois astros se encontraram no céu, a 31 de maio de 2000, passaram a pouco mais de 1,17 graus um do outro. Para vos dar ideia do que é que isto significa, se esticarem um braço em direção o céu, com o dedo mindinho conseguem tapar cerca de 1 grau de céu. Observada a olho nu, a nossa Lua tem metade desse tamanho. Portanto, ainda que próximos, na última conjunção Júpiter e Saturno estiveram perfeitamente distinguíveis um do outro.

Desta vez os dois planetas passam a apenas 0,1 graus um do outro! Tão próximos, que devem parecer uma única estrela, muito brilhante (os mais atentos talvez consigam, a custo, distingui-los um do outro). A última vez que estes dois estiveram tão próximos no céu foi em 1623 e só voltarão a estar a esta distância em 2080, por isso não percam o encontro.

Ainda no dia 21 ocorre o solstício de inverno, o dia, em todo o ano, em que o Sol passa mais baixo no céu ao meio-dia solar e um dos dias mais curtos do ano, com o Sol acima do horizonte pouco menos de 9h10min em Bragança, cerca de 9h30min em Lisboa e nos Açores e 10h na Madeira.

Para terminar o ano, no dia 30 vamos ser brindados com uma bela lua cheia.

Boas observações, boas festas e votos de um 2021 com menos confinamento.

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

A Galileu

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="9" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1606323588196{margin-left: 26px !important;}"]Limpe os olhos da luz do dia e, ao entardecer, projecte o olhar para o horizonte, contemple a abóbada celeste.

Há pouco mais de 410 anos, em Março de 1610, Galileu Galilei fez as primeiras observações científicas dos astros utilizando um telescópio, instrumento por ele melhorado. A sua luneta, permitia-lhe aumentar o tamanho aparente de um objecto até cerca de 30 vezes. Por isso, terá sido o primeiro ser humano a contemplar com admiração, as crateras lunares com um detalhe que deixou desenhado nas suas ilustrações, registos científicos das suas observações.

Também na aurora do século XVII, e ao observar o planeta Júpiter, Galileu descobriu, para seu grande espanto, que outros corpos celestes orbitavam ao redor desse planeta gigante: Júpiter também tem Luas, só suas! Esse momento, que o leitor pode imaginar e reviver hoje ao contemplar a “estrela da tarde”, é um marco da história da ciência e logo da humanidade.

O facto de corpos celestes rodarem à volta de outros corpos celestes que não a Terra, fez ruir concepções anteriores, baseadas na primeira aparência das coisas. Com a simples atitude de registar o que observava, Galileu reuniu dados suficientes para corroborar um determinado modelo mais aproximado do comportamento do Universo então observável: o modelo heliocêntrico proposto antes por Copérnico.

As observações sistemáticas dos corpos celestes, efectuadas sucessivamente por diversas gerações de cientistas, adicionaram novos dados e conhecimentos às observações e registos precedentes, o que permitiu elaborar teorias sobre o universo distante, mas também válidas à nossa escala mais humilde e humana. Por exemplo, é pela mesma interacção gravítica que faz com que os astros se movam uns à volta dos outros, que uma qualquer maçã, golden ou bravo de esmolfe, tanto faz, é atraída e atrai o chão. O leitor, quer experimentar, se faz favor?

Ponha de lado os preconceitos e, por sua vez, experimente deixar cair da mesma altura e ao mesmo tempo duas moedas diferentes: uma de um cêntimo e outra de um euro. Está assim a repetir uma outra experiência, a dos graves, que Galileu Galilei terá feito (há quem diga que não!) no cimo de uma torre e com outros objectos. Se o leitor quiser estar mais alto, suba, com cuidado, para cima de uma cadeira e repita a experiência. Os dois objectos não voltam a chegar ao chão ao mesmo tempo? Pois é. Mesmo que repita vezes sem conta até se cansar, verá que o resultado é sempre o mesmo. E se não fosse?

Saberá porventura o leitor que esta experiência também foi realizada na Lua, que agora observa em fase cheia, por astronautas da missão Apolo 15, em 1971: o comandante David Scott deixou cair da mesma altura e ao mesmo tempo, uma pena de ave e um martelo. E não é que também caíram ao mesmo tempo no chão lunar! Como teria gostado Galileu de ter observado, através da sua luneta, a réplica da sua experiência na Lua…

O facto é que a mesma experiência, feita por pessoas e em locais e épocas diferentes, tem dado sistematicamente o mesmo resultado. O conhecimento que resulta desta atitude experimental é, assim, reprodutível nas mesmas condições e isto é uma das características do conhecimento que resulta do método científico.

Deixe cair o cansaço rotineiro e descanse o olhar no céu estrelado. Deixe o tempo estender-se no espaço, até ao infinito e deslumbre-se com a aparente serenidade da astronómica noite semeada de miríades de constelações de estrelas. Seja humano. Sonhe. Ponha questões e experimente.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Um exoplaneta aquático

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1603146220541{margin-bottom: 50px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1603146204384{margin-left: 26px !important;}"]

Recorrendo a dados obtidos pelo espectrógrafo ESPRESSO [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""] e pela missão espacial TESS [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""]  (NASA [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""] ), uma equipa de astrónomos, que inclui vários investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""] ), estudou o sistema LHS 1140 onde já eram conhecidos dois exoplanetas e concluiu que o planeta LHS 1140 b, que orbita na zona de habitabilidade da estrela, será um mundo aquático com massa pouco maior do que a da Terra.


ESPRESSO (Echelle SPectrogaph for Rocky Exoplanet and Stable Spectroscopic Observations) é um espectrógrafo de alta resolução, instalado no observatório VLT (ESO). Foi construído com o objetivo de procurar e detetar planetas parecidos com a Terra, capazes de suportar vida. Para tal, consegue detetar variações de velocidade de cerca de 0,3 km/h.. Tem ainda por objetivo testar a estabilidade das constantes fundamentais do Universo.

O investigador do IA e da Universidade do Porto (UPorto [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""] ), Sérgio Sousa [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""]  comenta: “Este é mais um grande passo que demos na procura de uma outra Terra. O ESPRESSO mostra aqui a sua grande capacidade para detetar e caracterizar planetas muitíssimo interessantes, que serão certamente alvos de estudos detalhados no que diz respeito a habitabilidade fora do nosso sistema solar”.


Além de caracterizar melhor os planetas “b” e “c”, o estudo publicado na revista Astronomy & Astrophysics (10.1051/0004-6361/202038922 [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""] ), detetou ainda evidências da presença de mais dois exoplanetas até agora desconhecidos, à volta da estrela LHS 1140. Esta é uma anã vermelha a 41 anos-luz de distância, na direção da constelação da Baleia (Cetus), com cerca de 5 mil milhões de anos (pouco mais velha do que o Sol) e com uma temperatura à superfície a rondar os 3000º C, pouco mais de metade da temperatura do Sol.


Sendo menos quente do que o Sol, a zona de habitabilidade da LHS 1140 está mais próxima desta e por isso, apesar de ter uma órbita de apenas 24,7 dias, o planeta “b” orbita dentro desta zona, onde planetas do tipo terrestre estão à distância certa da estrela para poderem ter água líquida na sua superfície.


Os dados provenientes da missão espacial TESS e do ESPRESSO, instalado no Observatório do Paranal (ESO [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""] ), permitiram à equipa obter valores muito precisos para as massas e diâmetros dos planetas já conhecidos: O planeta “b” tem 1,7 vezes o diâmetro e 6,5 vezes a massa da Terra, enquanto o planeta “c” tem 1,3 vezes o diâmetro e 1,8 vezes a massa da Terra. Com estes dados, conseguiram calcular a densidade destes planetas e caracterizar a sua composição interna. No caso do LHS 1140 b, os cálculos apontam para que o planeta seja do tipo terrestre e com a superfície coberta por água líquida.


Para João Faria [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""]  (IA & Dep. de Física e Astronomia [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""]  da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""] ): “No planeta LHS 1140 b, que está na zona de habitabilidade da estrela, existe uma grande probabilidade de existir água líquida à superfície, o que faz dele um dos melhores alvos para futuras pesquisas por biomarcadores”.


A grande precisão do ESPRESSO também deu indícios aos investigadores da existência de outro potencial planeta neste sistema, o LHS 1140 d, com 4,8 vezes a massa da Terra e um período orbital de cerca de 79 dias. Este planeta orbita ligeiramente fora da zona de habitabilidade da estrela e terá uma composição interna na fronteira entre os planetas rochosos e gasosos. Há ainda indícios de um quarto planeta, que pode partilhar a órbita com o planeta “c”, mas são precisos mais estudos até confirmar este cenário exótico.


A participação do IA no ESPRESSO faz parte de uma estratégia mais abrangente para promover a investigação em exoplanetas em Portugal, através da construção, desenvolvimento e definição científica de vários instrumentos e missões espaciais, como a missão CHEOPS (ESA [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""] ), já em órbita. Esta estratégia irá continuar durante os próximos anos, com o lançamento do telescópio espacial PLATO [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""]  (ESA) e a instalação do espectrógrafo HIRES [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""]  no maior telescópio da próxima geração, o ELT [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""]  (ESO).


O artigo “The LHS 1140 planetary system revisited by ESPRESSO and TESS”, foi publicado na revista Astronomy & Astrophysics (DOI:10.1051/0004-6361/202038922 [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""] )


[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Consórcio quer promover as Geociências Planetárias na Europa

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1602700757165{margin-bottom: 50px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1602700739697{margin-left: 26px !important;}"]Criar um mestrado Erasmus Mundus em Geociências Planetárias é o objetivo do projeto “GeoPlaNetSP”, que reúne em consórcio várias universidades europeias, nomeadamente as universidades de Coimbra, Porto, Nantes, Pádua e Chieti/Pescara.


Para criar as condições para ter o novo mestrado a funcionar no ano letivo 2022/2023, o consórcio vai estreitar e aprofundar relações através da criação, utilização e partilha de tecnologias inovadoras no ensino de geociências planetárias, voltadas para o fortalecimento da excelência académica nesta área do conhecimento.


Para tal, obteve um financiamento de 263 mil euros da União Europeia no âmbito do programa “Erasmus+ Strategic Partnership for higher education”. Esta verba vai permitir o intercâmbio de professores e alunos, «para atividades letivas integradas nas formações de mestrado já existentes em cada uma das instituições parceiras. As atividades, que envolvem igualmente a ESA [Agência Espacial Europeia] e empresas locais de tecnologia para o espaço, têm como temas principais a empregabilidade e práticas inovadoras de ensino na área das ciências do espaço, assim como habitabilidade e mapeamento geológico em análogos planetários», afirmam Alexandra Pais, Fernando Carlos Lopes, João Fernandes e José Pinto da Cunha, docentes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) envolvidos no projeto.


Os docentes sublinham que as geociências planetárias visam essencialmente o conhecimento dos planetas do sistema solar, «em particular os planetas que são rochosos como a Terra (Mercúrio, Vénus e Marte), bem como os respetivos satélites naturais. Neste âmbito, são adaptadas a esses astros as técnicas e tecnologias usadas na Terra. Assim, as Geociências Planetárias oferecem uma possibilidade de testar modelos de formação do sistema solar e de alcançar um conhecimento mais integrado sobre a composição, estrutura e evolução dos planetas».


Por outro lado, acrescentam, «num tempo em que se perspetiva (numa escala de tempo inferior a um século) a realização de viagens interplanetárias tripuladas, a preparação dessas missões necessitará a montante do conhecimento profundo da natureza dos planetas que desejarmos visitar».


O projeto “GeoPlaNet-SP” tem ainda a colaboração de uma empresa francesa de base tecnológica - VR2Planets -, que trabalha na área da realidade virtual, e está inserido numa rede mais alargada que congrega duas dezenas de instituições e laboratórios de investigação de 16 países. Esta rede, que nasceu em 2017, por iniciativa do Laboratoire de Planétologie et de Géodynamique da Universidade de Nantes, centra-se na interação e colaboração entre investigadores na promoção das geociências planetárias (na Europa) e nela se integra desde o início o Centro de Investigação da Terra e do Espaço da Universidade de Coimbra (CITEUC).


A participação da UC neste consórcio tem por base o plano de estudos do Mestrado em Astrofísica e Instrumentação para o Espaço e a participação de empresas tecnológicas ligadas ao espaço, com as quais este mestrado tem vindo a colaborar.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

O céu de outubro de 2020

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="11" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1601541019884{margin-left: 26px !important;}"]Neste mês de outubro de 2020 temos dois eventos algo raros: Uma oposição de Marte e uma Lua “azul”.

No dia 1 a Lua atinge a fase de lua cheia. No dia seguinte, o nosso satélite e o planeta Marte, a cerca de 4 graus um do outro, nascem por volta das 20:00, isto é, logo a seguir ao anoitecer. Mas durante as horas seguintes vão-se aproximar cada vez mais e já perto do amanhecer do dia 3, a Lua passa a menos de 1 grau do planeta Marte.

[caption id="attachment_8377" align="alignleft" width="960"] Fig1: O céu virado a Este, às 20:00 do dia 13 de outubro de 2020, com o planeta Marte a parecer uma autêntica “superestrela” alaranjada. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Stellarium)[/caption]

Como o nosso planeta está mais próximo do Sol, demora menos tempo do que Marte a completar a sua órbita. Por esta razão, aproximadamente a cada 2 anos e 2 meses, a Terra dá-lhe uma volta de avanço. Claro que isso também significa que Terra e Marte atingem o ponto de maior aproximação entre eles - o perigeu. O próximo ocorre no dia 6, com os dois planetas a “apenas” 62 milhões de quilómetros um do outro.

No dia 10 a Lua atinge a fase de quarto minguante e no dia 13 ocorre a oposição de Marte. Este é o dia em que o Sol, a Terra e Marte estão perfeitamente alinhados no Sistema Solar e no nosso céu, Marte parece estar completamente oposto ao Sol. Se as órbitas dos dois planetas fossem perfeitamente circulares, o perigeu e a oposição seriam coincidentes, mas como a órbita de Marte é um pouco mais elíptica, há um ligeiro desfasamento entre os dois.

Este é também o dia em que Marte vai parecer mais brilhante nos próximos 26 meses. Na verdade, durante todo o mês de outubro, Marte vai ser o terceiro objeto mais brilhante do céu à noite (logo a seguir à Lua e a Vénus), lugar normalmente ocupado por Júpiter.

Dia 14 uma finíssima lua, quase nova, passa a 4 graus do planeta Vénus, com os dois astros a nascerem por volta das 5 da manhã. Dia 16 é dia de lua nova.

Já no dia 22 a Lua passa a menos de 3 graus de Júpiter e os dois fazem um triângulo com Saturno, a 5 graus da Lua. No dia 23, atinge a fase de quarto crescente.

[caption id="attachment_8378" align="alignleft" width="960"] Fig2: O céu virado a Sul, ao anoitecer do dia 23 de outubro 2020, com a Lua e os planetas Júpiter e Saturno a formarem um triângulo no céu. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Stellarium)[/caption]

Dois dias depois é altura de sairmos do hora de verão e voltarmos à hora mais próxima da verdadeira hora solar para o nosso país. Este dia 25 vai durar 25 horas, porque às 2 da manhã em Portugal Continental e na Madeira, e à uma da manhã nos Açores, vamos atrasar os relógios uma hora. Aproveitem para recuperar o sono.

Dia 29 a Lua passa a 3 graus de Marte.

E no dia 31 ocorre a segunda lua cheia deste mês. Quando há duas luas cheias num único mês, a segunda é conhecida popularmente como Lua “Azul”. Mas que fique bem claro que a Lua não vai mesmo mudar de cor! Como o nosso satélite demora 29 dias e meio a ir de uma lua cheia para a seguinte, uma Lua Azul só pode acontecer quando a primeira lua cheia é no dia 1 ou 2 do mês (e nunca em fevereiro), o que em média ocorre a cada 33 meses.

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

O céu de setembro de 2020

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="10" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1599135516958{margin-left: 26px !important;}"]A primeira terça-feira do mês é sinalizada pela presença da Lua Cheia junto da constelação do Aquário. No dia 6, a Lua ter-se-á deslocado até junto da constelação dos Peixes. Ao final dessa madrugada a Lua estará numa direção tão próxima da de Marte, que nos distritos de Beja, Évora, Faro e Setúbal e no Arquipélago da Madeira poderão assistir à ocultação deste planeta pelo nosso satélite natural. Este evento terá lugar pelas seis horas e vinte minutos no Arquipélago da Madeira, e cerca de 20 minutos depois no Continente. Efemérides astronómicas tais como a hora de início e final destes eventos, ou a posição donde se dá o "contacto" entre a Lua e os planetas eram utilizadas pelos astrónomos para confirmarem os seus cálculos relativos aos movimentos dos corpos do sistema solar.

[caption id="attachment_8029" align="alignleft" width="1200"] Figura 1: Céu a Sudeste pela uma hora da madrugada de dia 2. Igualmente é visível a posição da Lua no dia 6.[/caption]

Poucos minutos antes do final do dia 9, véspera do quarto minguante, iremos assistir ao nascimento da Lua junto a Aldebarã, o olho da constelação do Touro.

Duas noites depois (dia 11) Neptuno estará em oposição, i.e., a posição diametralmente oposta do Sol, sendo uma excelente ocasião para se observar este planeta. No entanto tal atividade requer não só o uso de um telescópio (ou de um bom par de binóculos) como também de um céu livre de fontes de poluição luminosa que ofusquem a ténue luz deste planeta.

No dia 14 será a vez do planeta Vénus ser visitado pela Lua. Este planeta apresentar-se-á durante todo o mês como estrela da manhã, nascendo pelas quatro horas da madrugada.

Ao meio-dia de dia 17 terá lugar a Lua Nova. Por ocorrer catorze horas antes da Lua atingir o ponto da sua órbita mais próximo da Terra (o perigeu) poderá dar origem a marés mais intensas do que é habitual: são o que se chamam de marés vivas perigeana.

Dois dias depois da Lua Nova, a Lua será vista junto a Mercúrio, planeta observável durante todo o mês ao anoitecer.

[caption id="attachment_8030" align="alignleft" width="1200"] Figura 2: Céu a Sudoeste ao anoitecer de dia 19. Igualmente é visível a posição da Lua nos dias 24 e 25.[/caption]

Pelas catorze horas e trinta e um minutos de dia 21 o nosso planeta volta a atingir um dos dois pontos da sua órbita em que o seu eixo de rotação fica perpendicular à direção do Sol, e consequentemente os hemisférios norte e sul terrestres se encontram igualmente iluminados. Chamamos a este evento equinócio outonal pois a partir deste momento nosso hemisfério passa a estar voltado na direção contrária à do Sol, dando assim origem ao Outono nesta parte do globo.

De notar que devido à refração atmosférica o Sol aparece-nos sempre ligeiramente acima da sua posição real, e portante nesta data o dia dura ligeiramente mais do que a noite. Apenas no dia 25 é que dia e noite terão duração semelhante.

Finalmente o quarto crescente terá lugar pelas 3 horas da madrugada de dia 24, mas por esta hora a Lua já se terá posto. Ao início da noite seguinte a Lua será vista em aproximação ao planeta Júpiter, e um dia depois já junto a Saturno.

Boas observações![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

O céu de agosto de 2020

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="11" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1596663758693{margin-left: 26px !important;}"]Este agosto atípico, com praias meio vazias, cheias de gente mascarada a manter a distância entre si, tem uma coisa que se manteve constante – a possibilidade de poder olhar o céu.

Durante agosto, a Terra aproxima-se cada vez mais de Marte, a caminho do perigeu (ponto de maior aproximação da Terra) no início de outubro. Com o encurtar da distância, o planeta fica também cada vez mais brilhante no nosso céu.

[caption id="attachment_7514" align="alignleft" width="1200"] Figura 1: O céu virado a Este no dia 9 de agosto de 2020, por volta da uma da manhã, com a Lua bem perto de Marte. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis/Stellarium).[/caption]

Só durante o mês de agosto, Marte passa de estar a 95 milhões de quilómetros da Terra, para 74 milhões de quilómetros de distância do nosso planeta, com o brilho a aumentar quase para o dobro.

Na madrugada de 8 para 9, a Lua passa a apenas 2 graus deste planeta, com ambos a nascerem perto das 23:30. Dia 11 a Lua atinge o quarto minguante.

É nesta fase que o nosso satélite natural vai estar durante o pico da chuva de meteoros da Perseidas, que ocorre no dia 12. Com a Lua cerca de 35% iluminada, Lua, o número de meteoros visíveis durante o máximo deve cair para metade, mas ainda assim, em céus escuros, deve ser possível observar até 60 meteoros por hora. Das cidades, tipicamente podem esperar ver apenas os mais brilhantes destes meteoros, ou cerca de 10%.

O registo mais antigo das Perseidas teve origem na China, no ano 36 d.C. Na mitologia grega, as Perseidas comemoram a altura em que Zeus visitou a princesa Dánae, com quem teve um filho – o herói Perseu, o mesmo da constelação onde está situado o radiante da chuva (ponto de onde parecem emanar os meteoros).

As Perseidas ocorrem quando a Terra cruza o rasto de poeiras deixado pela passagem do cometa Swift-Tuttle, um cometa com um núcleo de 26 quilómetros de diâmetro (por comparação, o meteorito que terá provocado a extinção dos dinossauros teria “apenas” 12 km).

A última vez que este cometa passou perto da Terra foi em 1992, e com uma órbita de pouco mais de 133 anos, voltará em 2126. Nesse ano será tão brilhante como a estrela Vega e perfeitamente visível a olho nu.

Na madrugada do dia 15, a Lua passa a 5 graus de Vénus. A Lua nasce por volta das 2:45, com o planeta a subir acima do horizonte meia-hora depois.

Dia 19 ocorre a lua nova e no dia 25, a Lua atinge o quarto crescente.

Entre os dias 28 e 29, a Lua passa bem perto dos planetas Júpiter e Saturno, estando a 3 graus de Júpiter no dia 28 e a 3 graus de Saturno no dia 29.

Boas observações.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

O céu de julho de 2020

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="10" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1593950117649{margin-bottom: 50px !important;}"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1593950138532{margin-bottom: 100px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1593950046971{margin-left: 25px !important;}"]No primeiro sábado de julho (dia 4) a Terra atingiu o ponto da sua órbita mais afastado do Sol: o afélio. A Terra não é o único planeta a atingir o seu afélio neste mês: o mesmo sucederá com Vénus no dia 10. Mas no caso de Vénus esta efeméride é bastante mais comum, repetindo-se a cada 224,7 dias.

Ainda neste fim de semana teremos a Lua Cheia na madrugada do dia 5. Tal como sucedeu no passado dia 21 de junho, o alinhamento entre o Sol a Terra e a Lua dará lugar a um eclipse. Neste caso como a Terra é astro que está pelo meio o eclipse será lunar. Mas como a Lua estará algo mais acima do plano orbita terrestre (ou plano da eclíptica) do que esteve duas semanas antes, o nosso satélite natural apenas ira passar pela penumbra terrestre (zona da sombra onde o Sol é apenas parcialmente bloqueado) parecendo-nos apenas um pouco mais escura do que é habitual. Este será o que se chama de eclipse penumbral.

A terminar este fim de semana, entre o início da noite de dia 5 e o final da madrugada de dia 6, podemos ver como a Lua se desloca da proximidade de Júpiter até ao lado de Saturno.

[caption id="attachment_6668" align="alignleft" width="1200"] Figura 1: Céu a sudeste às 2 horas da madrugada de dia 6. Igualmente é visível a posição da Lua na madrugada de dia 12 e o radiante da chuva de estrelas Delta Aquaridas.[/caption]

Na noite do sábado seguinte (dia 11) a Lua já estará junto ao planeta Marte. No final desse fim de semana, já na madrugada de dia 13, teremos ainda o quarto minguante.

Um dia depois do quarto minguante o planeta Júpiter estará em oposição, i.e., a direção diametralmente oposta à do Sol. Assim este planeta encontrar-se-á mais próximo de nós o que é habitual apresentando o seu lado virado para nós completamente iluminado. Por estes dois motivos Júpiter parecer-nos-á mais brilhante do que de costume.

Na madrugada de dia 17 a Lua terá chegado ao pé de Vénus e de Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Duas madrugadas depois a Lua ter-se-á deslocado até junto de Mercúrio. Este planeta atinge o seu maior afastamento (ou elongação) a oeste relativamente ao Sol na madrugada de dia 22.

Entretanto no dia 20 dar-se-á a Lua Nova. Mas nesta altura a Lua já estará tão acima do plano da eclíptica que não dará lugar a eclipse algum. Neste mesmo dia será a vez de Saturno estar em oposição.

[caption id="attachment_6669" align="alignleft" width="1200"] Figura 2: Céu a sudeste pelas 5 horas da madrugada de dia 22. Igualmente é visível a posição de Marte no dia 12; de Mercúrio e Vénus no dia 17 e da Lua nos dias 12, 17 e 19.[/caption]

Dia 27 teremos o quarto crescente, uma excelente ocasião para se observar a Lua ao anoitecer. Esta efeméride coincide com o pico da atividade da chuva de estrelas delta Aquáridas. Pequenas rochas e poeiras que o cometa 96P/Machholz perdeu ao longo do seu trajeto, as quais parecem surgir duma região do céu próxima da estrela Delta da constelação do Aquário. Alguns destes meteoros poderão ser vistos durante boa parte do mês, mas nunca chegarão à dezena e meia de meteoros por hora que seriam visíveis no máximo de atividade sob condições de observação ideais.

Para finalizar este mês de eventos astronómicos no dia 30 realizar-se-ão as comemorações do Dia do Asteroide conjuntamente em Portugal e Angola. Devido à pandemia que nos assola este evento será realizado pela internet, um mês depois daquela que é a data habitual.

Boas observações![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

O céu de maio de 2020

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="10" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text]Tal como sucede todas as primaveras, mais uma vez voltamos a passar perto do rasto do cometa Halley. Assim pequenas poeiras e rochas libertadas por esse cometa voltarão a cair na nossa atmosfera, parecendo irradiar de uma parte do céu junto da estrela eta da constelação do Aquário.

[caption id="attachment_5583" align="alignleft" width="1400"] Figura 1: Céu a leste ao final da madrugada de dia 6. Igualmente é visível o radiante da chuva de meteoros Eta Aquáridas, a posição de Marte no dia 15, da Lua nos dia 13 e 15 e do cometa ATLAS na madrugada de dia 23.[/caption]

Embora seja visível durante boa parte de maio, o máximo de atividade da chuva de estrelas Eta Aquáridas (o nome desta efeméride), tem lugar na noite de dia 5 para 6. Este máximo de atividade estende-se ao longo de vários dias. No entanto, mesmo em condições ideais não é possível observar mais do que algumas dezenas de meteoros por hora. Este número é dramaticamente reduzido nos centros urbanos cada vez mais flagelados pela poluição luminosa.

A Lua cheia terá lugar no dia 7. Por ocorrer um dia depois de ter atingido o perigeu, o ponto da sua órbita mais próximo da terra (a 360 mil quilómetros de nós) esta parecer-nos-á ligeiramente maior (cerca de um décimo) do que é habitual. Esta é o que chamamos de súper Lua Cheia, sendo a última deste ano.

Ao final da madrugada de dia 12 veremos como a Lua se vai aproximando dos planetas Júpiter e Saturno. A partir desta altura do mês o planeta Mercúrio será visível ao anoitecer.

No dia 14 tem lugar o quarto minguante. Nessa noite o nosso satélite natural será visto ao lado do planeta Marte, na constelação do Aquário.

[caption id="attachment_5584" align="alignleft" width="1400"] Figura 2: céu a poente ao início da noite de dia 15. Também é indicada a posição da Lua e dos planetas Mercúrio e Vénus na noite de dia 24.[/caption]

A Lua cheia terá lugar no dia 22. Por esta altura do mês os planetas Mercúrio e Vénus estarão tão próximos um do outro, que apenas distarão um grau (a largura do dedo mindinho visto com o braço esticado). Duas noites depois a Lua ter-se-á aproximado a estes planetas.

Ao longo do ano o cometa C/2019 Y4 (ATLAS), ou cometa Atlas, tem vindo a aproximar cada vez mais de nós. O nome deste cometa deve-se a que foi descoberto pelo projeto de procura de asteroides "Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System" (ou ATLAS). De notar que ao ficar cada vez mais perto do Sol, parte dos gelos deste cometa têm-se sublimado o que está a levar a sua desintegração. Se não ficar completamente destruído antes disso, a maior aproximação deste cometa à Terra terá lugar no dia 23, passando a 116 milhões de quilómetros. A observação deste cometa requer o uso de um telescópio ou então de binóculos com uma grande abertura.

A terminar este mês de eventos astronómicos teremos o quarto crescente de dia 30.

Boas observações![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

O céu de abril de 2020

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1585765930787{margin-left: 15px !important;}"]Este mês começa com uma visita do planeta Vénus às Plêiades, o enxame de estrelas também conhecido como “as moscas” do Touro, ou o “Sete Estrelo”. Entre os dias 2 e 5, o movimento aparente de Vénus no céu vai levá-lo a atravessar este grupinho de estrelas. Vénus é o pontinho luminoso mais brilhante do céu, logo ao anoitecer.

O anoitecer de dia 8 trás consigo a lua cheia. A lua cheia está diametralmente oposta ao Sol, no céu, por isso a Lua nasce quando o Sol se põe, e põe-se quando o Sol nasce.

[caption id="attachment_4094" align="alignleft" width="1336"] Figura 1: O céu virado a Sudeste às 5 da manhã, com indicação das posições do planetas Marte, Saturno e Júpiter, e da Lua nos dias 14, 15 e 16 de abril 2020 (Imagem: Ricardo Cardoso Reis/Stellarium)[/caption]

No dia 14, a Lua atinge o quarto minguante. Nesse mesmo dia, antes do nascer do Sol, há uma autêntica linha reta de objetos do Sistema Solar no céu, a começar na Lua, passando por Júpiter, Saturno e terminando em Marte. Durante os dois dias seguintes, a Lua, que se move cerca de um palmo no céu por noite, vai passar por estes três planetas. No dia 15 está entre Júpiter e Saturno a formar um triângulo, a cerca de 4 graus de ambos. No dia 16, já está no “fim da fila” e passa a cerca de 2 graus de Marte.

O pico da “chuva” de meteoros das Líridas está previsto ocorrer entre as 22:30 de dia 21 e as 09:30 de dia 22, com maior probabilidade de ocorrer por volta das 7 da manhã. No pico, o número de meteoros por horas deve rondar os 18, mas esta é uma chuva com máximo variável, que pode chegar até aos 90 meteoros por hora (em céus escuros). Por isso, apesar da constelação da Lira só nascer por volta das 23:00, pode valer a pena olhar para o céu a partir do anoitecer. Este será um bom ano para procurar Líridas no céu, pois a Lua está praticamente nova, fase que atinge no dia 23.

[caption id="attachment_4095" align="alignleft" width="1463"] Figura 2: O céu virado a Norte, por volta das 21:00, com indicação da posição aproximada do cometa ATLAS durante o mês de abril de 2020. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis/Stellarium)[/caption]


No dia 26 um finíssimo crescente da Lua passa a 6 graus de Vénus, ao anoitecer. Por fim a Lua atinge o quarto crescente no último dia de abril.

Mas há ainda algo de potencialmente interessante no céu – o Cometa C/2019 Y4 (ATLAS), ou cometa ATLAS para os amigos. Este cometa tem aumentado de brilho muito mais rapidamente do que o esperado e pode tornar-se visível a olho nu no final de abril ou início de maio. Neste momento já tem magnitude menor do que 8 e por isso, se estiverem fora das grandes cidades, já é possível vê-lo no céu através de binóculos, ou em alternativa, fotografá-lo com uma teleobjetiva e um tempo de exposição relativamente curto.

Para o encontrarem durante abril, basta virarem-se para Norte ao anoitecer e inclinarem o vosso instrumento cerca de 60 graus. Depois, tracem uma linha imaginária da ponta da cauda da Ursa Maior até à estrela brilhante à esquerda, a estrela Capela, na constelação do Cocheiro. O cometa será uma manchinha algures a meio, embora se desloque cada vez mais para o lado de Capela, conforme o mês avança.

Boas observações.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

O céu de agosto de 2018

Com Marte acabadinho de sair do perigeu (ponto de maior aproximação da Terra) do dia 31 de julho, Terra e Marte começam agora a afastar-se um do outro no Sistema Solar. De qualquer maneira, o planeta vermelho vai continuar bastante brilhante durante o mês de agosto, com a sua magnitude a variar de -2,76 no dia 1, para -2,11 no dia 31 (quanto menor a magnitude, maior o brilho).

Figura 1: Foto resultante da composição de 1266 fotogramas de Marte, obtidas através de um telescópio amador. Foto gentilmente cedida por João Porto (OASA).

PUBLICIDADE

Anuncie no Notícias do Nordeste! Contacte-nos!
Consulte a tabela de preços 

Assim, Marte continua assim a ser mais brilhante do que Júpiter, destronando-o como terceiro objeto mais brilhante do céu à noite. Por isso, quem tiver acesso a um telescópio não deve perder a oportunidade de espreitar este planeta, já que a próxima vez que Marte vai estar tão perto da Terra será em 2035!

Mas Marte não é o único planeta visível a olho nu. Durante este mês, ao anoitecer, são 4 os planetas visíveis. Mas já lá chegamos. Quanto ao resto do céu, no dia 4 a Lua entra em quarto minguante e dia 11 está em fase de lua nova. Nesse mesmo dia há um eclipse parcial do Sol, que na Europa é só visível nos países nórdicos, e com o máximo do eclipse a ocorrer no Circulo Polar Ártico.

Figura 2: O céu virado a Nordeste, por volta das 23:45 do dia 12 de agosto de 2018. Na imagem está indicado o radiante (ponto de onde parecem emanar os meteoros) das Perseidas. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis/Stellarium)
Dia 12 ocorre o pico da “chuva” de meteoros das Perseidas. Este pico está previsto ocorrer entre as 20:00 do dia 12 e as 08:00 do dia 13. Com a Lua praticamente nova, e um número de meteoros por hora a rondar os 130 (em céus escuros), este promete ser um ano propício para ficar “de papo para o ar” a ver meteoros passar.

A constelação onde se situa o radiante (ponto de onde parecem emanar os meteoros) e que dá o nome às Perseidas, é a constelação de Perseu, um semideus filho de Zeus e de Dánae. Perseu foi responsável por salvar a princesa Andrómeda do monstro marinho Cetus (a baleia). Entre outras façanhas, Perseu cortou a cabeça da górgona Medusa.

Figura 3: Panorâmica do céu ao anoitecer do dia 14 de agosto de 2018. De Oeste para Sudeste podem ver-se 5 objetos do Sistema Solar - quase a Oeste, a Lua está por cima de Vénus, com os dois separados por 5 graus; Júpiter está a Sudoeste; Saturno está quase a Sul e Marte está a Sudeste. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis/Stellarium)

PUBLICIDADE

Anuncie no Notícias do Nordeste! Contacte-nos!
Consulte a tabela de preços 

Dia 13 a Lua junta-se ao lote de objetos do Sistema Solar visíveis ao anoitecer, e no dia seguinte passa a 5 graus de Vénus. No dia 17 o nosso satélite passa também a 5 graus, mas de Júpiter, e no dia seguinte entra em quarto crescente. No dia 21 a Lua passa a 5 graus de Saturno, na constelação do Sagitário, e dia 23 passa a 6 graus de Marte.

A lua cheia ocorre no dia 26, e nesse mesmo dia Mercúrio estará na máxima elongação (ponto mais afastado do Sol, no céu). Mesmo assim será difícil ver este planeta, estando visível apenas cerca de uma hora, mesmo antes do amanhecer.

Boas observações.

Ricardo Cardoso Reis (Planetário do Porto e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço) 
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

O céu de Março de 2018

Na primeira madrugada do mês iremos assistir à chegada da Lua até junto de Régulo, o coração da constelação do Leão. Esta efeméride repetir-se-á no dia 28. 

Figura 1: céu a sudoeste ao início da noite de dia 4. Igualmente é visível a posição dos planetas Mercúrio, Vénus e da Lua no dia 19, e desta última no dia 22.
Régulo é um sistema estelar quadruplo, com as suas estrelas emparelhadas duas a duas. A maior destas estrelas, Regulus A, tem 3,8 vezes a massa do Sol e uma temperatura à superfície de 12200°C que lhe confere a sua cor azulada.

A primeira Lua Cheia de março coincide com a primeira sexta-feira do mês. Dois dias depois, os planetas Mercúrio e Vénus apresentar-se-ão separados por apenas um grau (a largura de um dedo visto com o braço estendido). Estes dois planetas serão observáveis durante todo o mês como estrelas da tarde.

Ao final da madrugada de dia 7 a Lua encontrar-se-á com Júpiter a meio da constelação da Balança.

Entre o quarto minguante de dia 9 e a madrugada de dia 11 veremos como a Lua desloca da constelação do Serpentário até ao pé de Saturno (situado logo acima da constelação do Sagitário), passando ao lado de Marte na madrugada de dia 10.

Dia 15 Mercúrio atinge ponto de maior afastamento para leste relativamente ao Sol, sendo uma boa ocasião para se observar este planeta ao anoitecer.

Figura 2: céu a sul pelas cinco horas da madrugada de dia 7. Igualmente é indicada a posição da Lua nas madrugadas de dias 9, 10 e 11.
Às dezasseis horas e um quarto de dia 20 a Terra atinge um dos dois portos da sua órbita em que o eixo de rotação terrestre fica perpendicular à direção do Sol e, consequentemente, os seus hemisférios norte e sul estarão iluminados por igual. Em Portugal chamamos a este evento Equinócio da primavera pois no nosso hemisfério ele marca o início desta estação.

Apesar do seu nome, o equinócio não é o dia do ano em que o dia e a noite têm a mesma duração (tal terá sucedido no dia 17). Isto deve-se à refração atmosférica, que faz com que o Sol seja sempre visto um pouco acima da sua posição real, encurtando assim a duração das noites. Ao início da noite de dia 22 iremos encontrar a Lua junto de Aldebarã, o olho da constelação do Touro.

Na tarde de dia 24, véspera do ultimo domingo de março, terá lugar o quarto crescente. Esta efeméride recordar-nos-á que à uma hora da madrugada (hora continental) seguinte terá início o horário de verão. Assim por esta altura os nossos relógios deverão ser adiantados sessenta minutos. O facto de termos uma Lua Cheia ao início do segundo dia de março significa no último dia do mês terá lugar uma nova Lua Cheia; a famosa Lua Azul.

Esta Lua Cheia não é importante por ser a segunda do mês, mas sim por ser a primeira da primavera, sinalizando deste modo o domingo de Páscoa.

Boas observações!

Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC e OGAUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

O céu de novembro de 2017

O inicio deste mês é marcado pela presença de Vénus junto à estrela Espiga da constelação da Virgem. Este planeta será visível durante todo o mês como estrela da manhã.

Figura 1: Céu a sudeste pela uma hora da madrugada de dia 5, com algumas estrelas e constelações de destaque (p.ex. a nebulosa de Órion - M42). Igualmente são visíveis a posição da Lua ao início das madrugadas de dia 8 e 10 e os radiantes das chuvas de meteoros das Táuridas do Sul e do Norte.
Na madrugada de dia 4 terá lugar a Lua Cheia. Uma madrugada depois dar-se-á o pico de atividade da chuva de estrelas Táuridas do Sul. O seu nome deve-se a que estes meteoros, pequenas rochas e poeiras associadas ao cometa Encke, parecerem surgir de uma região do céu (o radiante) pertencente à constelação do Touro situada ligeiramente abaixo do radiante de outra chuva de meteoros (as Táuridas do Norte).

PUB

Anuncie no Notícias do Nordeste! Contacte-nos!
Consulte a tabela de preços 

Embora esta chuva de estrelas seja de longa duração (cerca de um mês) é de fraca intensidade, não chegando à meia dúzia de meteoros por hora no pico de atividade. Além disso, por estes dias a presença da Lua ao pé da constelação do Touro irá dificultar ainda mais a sua observação. Aquando do quarto minguante, i.e. no início da noite de dia 10, a Lua estará ao lado da constelação do Caranguejo e pelo seu aglomerado estelar Presépio.

Uma semana após o pico de atividade da chuva de estrelas Táuridas do Sul chega a vez da sua congénere do norte. As Táuridas do Norte terão uma intensidade idêntica à da sua vizinha a sul, mas a presença da Lua junto à constelação do Leão não dificultará tanto a sua observação. Nesta mesma madrugada de dia 12, a Lua situar-se-á abaixo da constelação do Leão.

Dia 13 Júpiter estará em conjugação com Vénus, i.e. numa direção muito próxima deste. Só a partir desta altura do mês é que Júpiter começará a ser visível, nascendo ao final da noite.

Céu da sudeste pelas seis horas e meia da madrugada de dia 17. São visíveis algumas estrelas, planetas e constelações de destaque junto com o radiante das Leónidas. Igualmente é visível a posição da Lua ao final da madrugada dos dias 10 e 12.
Na véspera da Lua Nova de dia 17 ocorrerá o pico de atividade da chuva de estrelas mais importante do mês: as Leónidas (cujo radiante se situa na constelação do Leão). Estes meteoros estão associados ao Tempel–Tuttle. Assim, quando este cometa se aproxima da nossa órbita (i.e. a cada 33 anos) temos chuvas de estrelas particularmente intensas (tal como sucedeu em 1966). Este ano não será o caso, contado no máximo com uma dezena de meteoros por hora em locais realmente escuros.

PUB

Anuncie no Notícias do Nordeste! Contacte-nos!
Consulte a tabela de preços 

Ao início da noite de dia 20 encontraremos a Lua junto a Saturno, planeta que em dezembro deixará de ser visível ao anoitecer. À sua direita estará Mercúrio, planeta que atinge a sua maior elongação (afastamento relativamente ao Sol) no dia 24. Saturno estará em conjugação com Mercúrio (i.e. na sua direção) dois dias depois do quarto minguante de dia 26, Esta é uma boa ocasião para se observarem estes dois planetas. Para terminar o mês podemos observar Marte a nascer ao pé da estrela Espiga na madrugada de dia 29.

Boas observações!

Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC e OGAUC)
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

O céu de agosto de 2017

No início do mês o planeta Júpiter (aquela “super estrela” a Oeste, visível mesmo antes de anoitecer por completo) ainda se pode observar até às 23h30, mas este planeta está a pôr-se cada vez mais cedo. No final de agosto, passa abaixo do horizonte logo às 21h45.

Figura 1 - O céu virado a Nordeste, cerca da 1h30 do dia 13 de agosto de 2017
No dia 2, a nossa Lua em quarto crescente passa a apenas 4 graus do planeta Saturno, e no dia 7 alcança a fase de lua cheia.

Apenas 5 dias depois, ocorre o máximo de atividade da “chuva” de meteoros das Perseidas, uma das maiores “chuvas de estrelas” do ano. A “chuva” tem um máximo previsto entre das 15h00 do dia 12 e as 2h30 do dia 13, mas a constelação de Perseu, onde se situa o radiante (ponto de onde parecem emanar os meteoros), só está completamente acima do horizonte por volta das 23h30 – a mesma hora a que nasce, logo ao lado na constelação de Peixes, a Lua.

PUB

Anuncie no Notícias do Nordeste! Contacte-nos!
Consulte a tabela de preços 

Assim, apesar desta chuva tipicamente apresentar 100 meteoros por hora (em céus escuros), o brilho da Lua deve cortar esse número para metade, o que significa que o número de meteoros visíveis em cidades será baixo. Mas nem tudo são más notícias, pois as Perseidas são ricas em “bolas de fogo” (meteoros ligeiramente maiores e mais brilhantes), pelo que deverá valer a pena ficar uma hora ou duas a olhar o céu.

Dia 15 a Lua alcança o quarto minguante e no dia 19 um minguante já bem fino passa a apenas 2 graus de Vénus, a outra “super estrela” visível no céu. Mas enquanto Júpiter aparece logo ao anoitecer, este só estará visível próximo das 4h30 da manhã.

Dia 21, dia de lua nova, é também dia de eclipse do Sol. Este será total na parte central dos E.U.A., mas será visível como parcial na América do Norte, numa boa parte da América do Sul (por exemplo, no Norte do Brasil) e no Atlântico Norte. Nos Açores, a Lua começa a tapar o Sol por volta das 18h35 (hora local), com pouco menos de 28% da superfície solar oculta às 19h25, terminando por volta das 20h12 (pouco antes do anoitecer).

Na parte Oeste do Norte de África e na Península Ibérica, o Eclipse será também parcial, mas não será possível observar o final, que ocorre depois do pôr-do-sol. Quanto ao território nacional, quanto mais para Sul, maior será a percentagem do Sol oculta.

Figura 2 - Simulação do máximo do Eclipse parcial do Sol de 21 de agosto de 2017, observado no Funchal(1)
As horas de início e máximo são semelhantes em todo o Continente. O Eclipse começa por volta das 19h44 (hora legal), e durante o máximo, que ocorre pelas 20h20, em Bragança a Lua tapa 14% da superfície solar, no Porto pouco ultrapassa os 15%, em Lisboa chega aos 19%, enquanto em Faro alcança quase 22% da superfície solar oculta.

O melhor local de Portugal para observar este eclipse será a Região Autónoma da Madeira, com o eclipse a começar pelas 19h48, alcançando uma ocultação de cerca de 33%, às 20h35.

No dia 25 a Lua passa a 2 graus de Júpiter, ao anoitecer. No dia 29 atinge o quarto crescente e um dia depois passa novamente por Saturno, desta vez a apenas 2 graus.

Boas observações.

Ricardo Cardoso Reis (Planetário do Porto e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço)
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva -© 2017

O céu de julho de 2017

Neste mês iremos contar com dois quartos crescentes, uma das melhores fases para a observação lunar. Mas devido à translação da Terra ao redor do Sol estas duas efemérides dar-se-ão em dois pontos do céu ligeiramente diferentes. Ao início da primeira madrugada do mês, a Lua situar-se-á com Júpiter junto aos ombros da constelação Virgem.

Figura 1: Céu a sudoeste ao anoitecer de dia 9. Igualmente é visível a posição da Lua nos dias 25, 28 e 30 e de Mercúrio no dia 25
 Já ao anoitecer de dia 30, iremos vê-la aos pés desta constelação. De notar que esta é a mesma distância que parecerá ter sido percorrida pelo Sol no céu entre estes dois eventos.

PUB

Anuncie no Notícias do Nordeste! Contacte-nos!
Consulte a tabela de preços 

Na noite de dia 3 a Terra atinge o seu afélio: o ponto da órbita mais afastado do Sol. No entanto, como nesta altura do ano o hemisfério norte terrestre está voltado na direção do Sol, no nosso país os dias são mais longos e mais quentes do que aqueles que tiveram lugar aquando do periélio (a maior aproximação ao Sol) há meio ano atrás.

Perto do final da madrugada de dia 5 iremos observar Vénus nascendo a alguns graus a Sul do aglomerado estelar das Plêiades, na constelação do Touro. Apesar de para a maioria das pessoas só sete das suas estrelas mais brilhantes serem visíveis a olho nu (daí ser conhecido como o Sete-Estrelo), trata-se de um conjunto de centenas de estrelas a cerca de 440 anos-luz de nós, que nasceram da mesma nuvem de gás e poeiras há cerca de cem milhões de anos.

Figura 2: Céu a sudeste pelas cinco horas da madrugada de dia 30. Também é visível a posição da Lua e Vénus nas madrugadas de dias 14 e 20 e o radiante da chuva de estrelas delta Aquarídas.
Na madrugada de dia 7 a Lua passará ao lado de Saturno, planeta que por estes dias se põe pelas quatro horas da madrugada. Duas madrugadas depois (i.e., dia 9) terá lugar a Lua Cheia. A seu turno, por volta de dia 10, Mercúrio será visto ao anoitecer junto ao aglomerado estelar do Presépio (também conhecido como Colmeia), na constelação do Caranguejo.

Três dias antes do quarto crescente, isto é na noite de dia 13, Vénus terá chegado vizinhança de Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Estes dois astros serão visitados pela Lua na madrugada de dia 20.

PUB

Anuncie no Notícias do Nordeste! Contacte-nos!
Consulte a tabela de preços 

A Lua Nova terá lugar no dia 23, não sendo possível observar o nosso satélite natural por se encontrar na direção do Sol. Mas ao início da noite de dia 25 já iremos encontrá-la junto a Mercúrio e Régulo, o coração da constelação do Leão.

Dia 28 a Lua irá passar mais uma vez ao lado de Júpiter, mas desta vez não irá coincidir com o quarto crescente, o qual só terá lugar dois dias depois. No entanto esta efeméride coincide com o pico de atividade de uma chuva de meteoros que parecem surgir da vizinhança da estrela Delta da constelação do Aquário: as Delta Aquáridas. Esta é uma chuva de estrelas relativamente fraca, que não deve chegar às duas dezenas de meteoros por hora mesmo em condições de observação ideais.

Boas observações!

Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC)
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

www.CodeNirvana.in

© Autorizada a utilização de conteúdos para pesquisa histórica Arquivo Velho do Noticias do Nordeste | TemaNN