Como venho tendo razão

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="8" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1609839039198{margin-left: 120px !important;}"]quando afirmo que a peste
é aliada do despótico poder
pois a muita gente ouço desejar
o regresso à normalidade…

Nor-ma-li-da-de!

Alguns inocentes e outros incautos
não reflectem sobre o significado
dessa palavra e o que ela implica

Eu não quero a normalidade
porque ela tem sido injustiça
tem sido sinónimo de desigualdade

Eu desejo a anormalidade
por discordar da normalidade de hoje
desejo um mundo sem governantes
exploradores repressores e tutores
um mundo sem “traficantes de medo”
que democraticamente nos querem vergar

Desejo que o vírus até há pouco novo
que tanto amedronta e priva
contribua para a mudança social

Aspiro a que as restrições
os condicionamentos e as reclusões
forçadas nos incitem a pensar

E que essas privações
e tomadas de consciência
da vulnerabilidade da vida
num esgotado planeta
nos permita reconstruir
a vida sem mordaças
visíveis ou invisíveis
materiais ou virtuais

Recusemos a focinheira
que os focinhudos
dos políticos partidários
nos querem impôr
agora duplamente

Nós não precisamos
de esconder a cara
porque nós somos povo
somos a gente verdadeira
a gente selvagem que recusa
a coleira e o açaimo

Somos a multidão
que recusa a servidão

Queremos que a normalidade
seja sinónimo de Liberdade![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Proibido > Obrigatório > Máscara

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="8" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1608997471698{margin-left: 150px !important;}"]PROIBIDO

é proibido sentar nesta cadeira
é proibido entrar sem máscara
é proibido permanecer sem máscara
é proibido estar a menos de 2m de outrem
(mesmo que mascarado)

é proibido circular aos fins de semana
é proibido sair de casa a partir das tantas
(às não sei quantas…)

é proibido ajuntamento superior a cinco mamíferos
(mesmo que mascarados)

e depois a versão

OBRIGATÓRIO

é obrigatório o uso de máscara
é obrigatório desinfectar as mãos
é obrigatório lavar as mãos
é obrigatório usar luvas
é obrigatório distanciamento social
é obrigatório permanecer em casa
é obrigatório informar as autoridades
(se tem sintomas desmascarados)

é proibido
é obrigatório
acautelem-se os monoteístas
preparem novo altar os teístas
riam-se os ateístas
regozijem-se os anti-teístas
com este omnipresente e omnipotente ser

que notável serviço presta ao autoritarismo
o novo habitante do espectacular zoo
do corpo humano

MÁSCARA

usemos máscara
entremos com máscara
permaneçamos com máscara
circulemos com máscara
comamos com máscara
bebamos com máscara
fumemos com máscara
banhemo-nos com máscara
dormamos com máscara
dancemos com máscara
cantemos com máscara
forniquemos…

que deboche!

adormeci

MÁSCARA

li
e dormi, dormi, dormi
pela manhã

MÁSCARA

ouvi
mas não respondi, respondi, respondi
antes elucubrei
e continuei
a pensar, a pensar, a pensar
e resolvi a questão
do uso da máscara
também na hora da refeição:
fiz-lhe um rasgo para aceder à boca

e neste repensar no que me refodia
encontrei-lhe ainda uma outra utilidade:
vendei com ela os olhos para a sesta

já sei
agora quando sair de casa
levarei "passa-montanhas"
que sempre pensarão ser forrado
com cetim em forma de máscara

e poderei entrar no banco estatal
e no hemiciclo bentinho
e talvez mesmo no presépio de belém
porque uso e sou máscara

e que farei ao fruto
dessas tão notáveis
expropriações?

já sei, já sei, já sei:
distribuo o velho-banco
pelos novos-bancos
e os bentinhos arremato-os
nas feiras de raridades

passarei a ser a máscara
a máscara que venceu a barba
que me mascarava
mas como a barba ficou da cor da neve
e a Natureza sabe que não gosto de frio
permite-me agora que a máscara
amenize o meu inverno
com as cores que entender

viva a máscara libertadora!

destes lábios mascarados
recebei graças solsticiais
e beijos descarados
senão mesmo envenenados
por este tempo
que levou o vento
não permitido > não-autorizado > não consentido
do “INTERDIT D’INTERDIR”[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

"não desanimeis amigos", poema de Carlos d'Abreu

[vc_row][vc_column width="1/2"][vc_column_text]não desanimeis amigos

                                                                                        Ao Carlos Pedro


não desanimeis amigos
fazei como eu que devo aos gritos surdos
das recusas e indeferimentos da administração
a força da revolta e o grito da determinação

hoje a censura o cárcere a tortura
subtil manobra destra e cavilosa
pretende amansar-nos pelo desânimo

e a verdade é que a maioria vacila
optando pela submissão

não desanimeis amigos
lembrai-vos dos homens e das mulheres
que na permanente adversidade
mantiveram entre as mãos acesa
a chama da Liberdade

fazei amigos como eu
mamífero como vós
mas que nunca perdeu
da divisa a vista: labor omnia
vincit improbus

soa a virgiliano mofo latim?
dizei então: quem quis sempre pôde!

quão grande a dívida que tenho
para com o repressivo aparelho do estado

da mesma forma que a pobreza
imprescindível é aos ricos
devedores são os insurgentes à tirania

há dias uma anciã amiga anti-fascista
devotada e clandestina de outra época
me dizia ter saudades da ditadura
por ter sido tempo de clarividência

não soçobreis amigos
sabei metamorfosear em força
a força que nos recusam
a força que em nós existe

Carlos d'Abreu[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width="1/2"][zoomsounds_player source="https://ia601409.us.archive.org/13/items/podcast-poemario-21/Podcast%20Poem%C3%A1rio%2321.mp3" type="detect" config="sample--skin-wave-with-multisharer-button-and-embed" artistname="``não desanimeis amigos``" songname="Poemário de Carlos d'Abreu" enable_likes="on" enable_download_button="on" wrapper_image="2487" wrapper_image_type="zoomsounds-wrapper-bg-center" play_target="footer"][/zoomsounds_player][vc_btn title="OUVIR MAIS DO PODCAST POEMÁRIO" shape="square" size="sm" align="center" button_block="true" link="url:https%3A%2F%2Fnoticiasdonordeste.pt%2Fpoemario%2F||target:%20_blank|" css=".vc_custom_1598697660225{margin-top: -20px !important;}"][vc_column_text]“não desanimeis amigos”, integra o livro de poesia “[des(en)]cantos e (alguns) gritos“, de Carlos d’Abreu, editado em 2017 sob a chancela da editora Lema d’Origem.
A narratividade dos poemas, associada ao tom coloquial, constitui outro traço distintivo da poética do autor. Muitos dos carmes, em todos os andamentos, evocam as narrativas mágicas e imemoráveis que vão passando de geração em geração. Esta narratividade, coadjuvada pelo ritmo rápido e cadenciado da quadra, predetermina a atenção do leitor para a reflexão e a procura de ‘novos sentidos e possibilidades’”.

Créditos da imagem:Jorge Abreu Vale[/vc_column_text][better-ads type="banner" banner="3814" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][/vc_row]

"40 x abril em Lejuad", poema de Carlos d'Abreu

[vc_row][vc_column width="1/2"][vc_column_text]40 x abril em Lejuad
Querem mas não podem encaminhar pelo intenso sol a morte
                                                                                              Carlos Sambade

esta noite acolhe-me o deserto,
a luz da estrela polar e do cruzeiro do sul,
o uivo da raposa e dos monstros que povoam
as paredes dos abrigos sob os incelbergs.

acolhe-me a luz da fogueira acesa pelos berberes
que na areia cozeram o nosso pão.

acolhe-me todo o universo
neste seu canto desolado,
num abril que lembra uma criança,
carregando com escarlate cravo uma espingarda.

ao espaço sideral e aos filhos do Sahara,
lanço odes libertárias compassadas

e os guerrilheiros polisários denunciam:
el muro, el muro de la vergüenza...
el muro, el muro de la vergüenza...

verbos da ibéria entrecruzados
em lábios de argonautas sulcando ventos africanos,
verbos e lábios, todos a bordo do poema,
do poema-grito: LIBERDADE!

Carlos d'Abreu[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width="1/2"][zoomsounds_player source="https://ia601504.us.archive.org/10/items/40-x-abril-em-lejuad/40%20x%20abril%20em%20Lejuad.mp3" type="detect" config="sample--skin-wave-with-multisharer-button-and-embed" artistname="40 x abril em Lejuad" songname="Poemário de Carlos d'Abreu" enable_likes="on" enable_download_button="on" wrapper_image="2487" wrapper_image_type="zoomsounds-wrapper-bg-center" play_target="footer"][/zoomsounds_player][vc_btn title="OUVIR MAIS DO PODCAST POEMÁRIO" shape="square" size="sm" align="center" i_type="openiconic" i_icon_openiconic="vc-oi vc-oi-headphones" button_block="true" add_icon="true" link="url:https%3A%2F%2Fnoticiasdonordeste.pt%2Fpoemario%2F||target:%20_blank|" css=".vc_custom_1598086466932{margin-top: -20px !important;}"][vc_column_text]“40 x abril em Lejuad”, integra o livro de poesia “[des(en)]cantos e (alguns) gritos“, de Carlos d’Abreu, editado em 2017 sob a chancela da editora Lema d’Origem. Um poema referente aos 40 anos do 25 de Abril, estando o autor em pleno deserto do Sahara em companhia dos guerrilheiros da Frente Polisário.
A narratividade dos poemas, associada ao tom coloquial, constitui outro traço distintivo da poética do autor. Muitos dos carmes, em todos os andamentos, evocam as narrativas mágicas e imemoráveis que vão passando de geração em geração. Esta narratividade, coadjuvada pelo ritmo rápido e cadenciado da quadra, predetermina a atenção do leitor para a reflexão e a procura de ‘novos sentidos e possibilidades’”.

Créditos da imagem:Jorge Abreu Vale[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

ASTROpoéticoFENÓMENO

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="8" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1597220175488{margin-bottom: 150px !important;}"]

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[/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1597220133191{margin-left: 100px !important;}"]O amor sempre nos recompensará,
podendo brindar-nos de milhentas formas,
as mais das vezes imperceptíveis
devido à nossa desatenção
motivada pela obstinação de prosseguir
numa incessante busca de algo,
alguma coisa que se nos pedirem para definir
teremos dificuldade em exprimir.

Talvez não saibamos o que buscamos.
Somos impelidos para a frente,
como se para a frente fosse sempre o caminho.
Será o kronos que nos engana, como se o devir fosse a meta.
Que marco é esse? Onde está a baliza?
E o que estará para além dela
se porventura a chegarmos a alcançar?
Como se a missão fosse viajar sempre ao futuro.
E se pusermos de lado o futuro
e desacreditarmos o passado
e vivermos um presente estático?
Um presente sempre presente?

Raríssimas vezes me dei conta da recompensa poética.
Chegou há dias        inesperadamente
em forma cosmopoética.
Talvez recorde essa recompensa
porque quando chegou
estava em companhia de um senhor das leis humanas,
credível testemunha por isso,
que de “ballesta” apelido herdou:

Havíamos deixado o Litoral
onde levara o amigo do Interior da Ibéria a seu pedido,
pessoa que poucas vezes vê a Terra beijada pelo Mar,
vínhamos dum lugar        que esse terráqueo
considerou ser o ideal para morrer.
E ao fim do dia regressávamos a uma Meseta central,
pela noite circulando em auto-estrada
– pista-rápida-para-autos-céleres –
uma rodovia sem paragens e muitas portagens,
construída para vencermos distâncias velozmente.
Era o vigésimo quinto dia
do sétimo mês do nosso calendário humanizado
e faltaria um quarto de hora para se anunciar outro dia.
A telechamada que fiz a um camarada
adepto dos fenómenos atmosféricos
registou 23h49m,
encontrando-se este amigo
a cerca de 80km para NE,
em aldeia de loisa duriense,
a mais de 700m de altitude
e que não foi capaz sequer de lobrigar
o que lhe descrevia.
Entráramos há pouco na A-25 em Mangualde
e estaríamos a meio caminho entre aquela localidade
e Chãs de Tavares, em direcção da Raia.
Ao volante do automóvel dissertava sobre a vida
e o irmão ouvinte corroborava que era jodida.
E como pertenço a tudo o que me rodeia,
seja o que de físico e próximo se me apresenta,
sejam os vestígios em forma de luz,
da luz de corpos que há milhões de anos se desintegraram
– dizem-no os astrónomos –
a curiosidade regista os movimentos
as tensões
as quebras
as explosões
o instável
o estático.
Tudo o que tem forma, ou se disforma.

Em observações rápidas,
estáticas são as estrelas.
E as suas imutáveis famílias.
Constelações com registo.
Tudo há-de ter registo,
tudo deve ser catalogado.
Tudo tem de estar ordenado.
Não podemos permitir
que o Universo se desordene.
É nossa obrigação contribuir
para repudiar o caos.
Por isso vemos no céu
o pastor e o cajado e o sete-estrelo.
Logo eu que busco A Ideia de ordem sem pastor.
Mas há até entre os astros alguns rebeldes
que solitários vivem,
corpos que têm curiosidade por outros,
xenófobos, os outros,
que os repudiam, aos atrevidos.
Destes, raríssimos conseguem o contacto
e morrem entre nós,
fenecendo já minguados
porque depauperados de tanta peleja.
Depois há corpos errantes,
que afoitamente desejam ser livres
e viajam acometendo o espaço sideral.
Vemo-los passar com a cauda a saudar-nos,
invejando-os pela liberdade a que se arrogam.

Mas o que vos quero contar
é que naquela supra-mencionada noite,
a poesia da Natureza me brindou,
pois por mim passou – relembro que tenho
uma credível testemunha porque jurisconsulto –
uma numerosa e alegre família de celestes e brilhantes corpos.

Movia-me nocturnamente
dentro de uma máquina com luzes
que projectavam a pista.
O céu encontrava-se completamente transparente
e por isso nem a luz artificial dos faróis do veículo impediu
que,
no lugar onde os relógios anunciam as onze horas
(ou as vinte e três),
se me apresentasse uma alegre constelação,
para mim nova     estranha      desconhecida.
Pareciam as luzes espaçadas ao longo de um eléctrico cordão,
cordão distribuído por descomunal arbor natalis,
ou arburetum obscurecido pela noite.
Acendia uma aqui
apagava-se outra ali
acolá o olho algumas me piscavam,
mantendo-se com luz fixa e muito brilhante a maioria.
E uma ou outra em rápidos movimentos
passava tangentes às congéneres.
Ou talvez fosse ilusão minha
e a que parecia mover-se fixa estava
lá longe no horizonte
e o que acontecia era que o grupo estava já,ou sempre estivera,
em movimento,
como então começara a pressentir.
Afinal todo o conjunto se movia,
ordenadamente é verdade,
mas alterando as geométricas formas da constelação.
E em determinado momento
foram imprimindo mais velocidade à viagem.
Parei na auto-estrada, desde logo um perigoso gesto,
apagando as luzes,
olhando estupefacto e alegre o fenómeno
e comentando-o com o companheiro.
Agora corriam já. E aproximavam-se.
Parecia uma regata oceânica vista do fundo.
Ou um rebanho de ovelhas com lã de cor de ovelha
– nada de negras ovelhas – que numa encosta em frente,
pastava em andamento direccionado a trigueiro restolhal.
Corriam as minhas badanas alegres e reluzentes
descrevendo a curvatura da abóbada celeste que a todos envolvia,
sobre o nosso olhar,
da sinistra para a dextra,
cruzando-se com a nossa marcha de poente a oriente.

Corriam umas atrás das outras
e despediram-se no horizonte.

Porque no dia seguinte
ao contarmos esse poético regalo
a gente com fé no Universo,
nos perguntou pela sua duração,
dez minutos lhe aventámos.

Vi!
A menos que o meu cérebro me enganasse
(e o do companheiro também?).
E o que com os olhos percebi,
é o que aqui tento contar-vos,
modestamente,
pois o que visionámos (ou julgamos ter visto)
suplanta a minha capacidade de descrever uma maravilha.
Um deslumbrante assombro,
fascinante sedução,
que a Natureza me ofertou.

Um astro-fenómeno
– como desde logo lhe chamei –
raríssimo certamente,
que convosco quero partilhar,
assim              sem estratagemas,
mesmo sem saber se encaixará
num livro de poemas

 

Carlos d’Abreu

(25.VII.2020; 23h45; A-25 entre Mangualde e Chãs de Tavares)[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

senhora COVID 19

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="8" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1588867533784{margin-left: 170px !important;}"]senhora COVID 19
rogo-lhe que me faça um grande favor
já que me priva dos abraços
e dos beijos d@s POETAS

faça uma pausa, reveja o projecto
e volte mais determinada que agora
ou seja, mais selectiva:
quando chegar cumprimente primeiro
a espécie política profissional
e depois os seus patrões
(já que a senhora não sabia
da sua existência)

depois apresente-nos a conta,
à vontade,
pois saiba que esses nossos semoventes
bens se encontram muito
muito bem nutridos[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Coro(n)ar o medo

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="8" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="1" listing-settings="title-limit=25&social-icons=1&social-icons-limit=6&show-biography=0&biography-limit=65&show-ranking=&show-posts-url=1&" bs-text-color-scheme="" css=""][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1584707035462{margin-top: 30px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1584706779832{margin-left: 100px !important;}"]A quem serve o medo?

Está bom de ver que o medo é uma arma
Não uma arma de Liberdade,
não “un arma cargada de futuro”
mas uma arma ao serviço de totalitários desejos

É uma arma municiada por emoções
de que o quadro legal se pode socorrer
para impôr mais autoridade,
para testar o aparelho repressor
com pouco esforço,
deitando por vezes mão até
de um qualquer acelular e
submicroscópico ser,
que abundantemente
connosco partilha a Natureza
mas que num belo dia consegue saltar
para a garupa de um humano
que o oferece a outro, a outra, a outrxs…

O propósito é claro:
colonizar o bicho-dominante,
em geral, porque desconhece
que nesse grupo há uma multidão
subjugada a um punhado de celerados,
não distinguindo opressores de oprimidos

Mas alguns antropóides nossos coetâneos
divisam nesse ser (que não vêem)
um aliado, um sequaz que procura usar
para continuar a vencer,
a submeter, a lucrar

Primeiro ganha o capital
que reforça o poder de compra
de autoridade, vendendo banha-da-cobra
contra o medo, depois investe o lucro
no recrutamento de pretorianos guardas
que ajudarão a reforçar a obediência
(porque o poder lhe está a escapar)

Nesta parceria entre o anónimo-bicho
e o bicho-humano – que logo baptiza e
coro(n)a) – tem este por enquanto
levado a dianteira não obstante
alguns sérios reveses pandémicos

E porque todo-poderoso se sente
e imune se julga, tenta manipular
o vírus acusando-o ao microfone
dos mass me(r)dia de hostil

O apelo é o confinamento ao lar
para assim a incapacidade
do serviço de saúde escamotear,
por viver este das sobras
das democráticas corrupções

Mas depois do povo interiorizar
o medo pelo Estado expandido
ORDENO E MANDO!
é a primeira medida

Que saudades do estado de sítio!
Belo estágio para os democratas mais novos
– não sabe que é proibido andar na rua?
– agora autuo-o e para a próxima prendo-o!

Mas a clausura pode levar o povo a pensar
Pode levar a gente a reflectir
sobre a pobre vida que tem levado
e a perguntar: não haverá outra forma
de viver a não ser em permanente crise?

Para mal dos subjugados
ainda a Natureza capaz não foi
de desenvolver bicho letal
apenas dirigido ao grupo dominante

Esse seria o melhor serviço que Ela
(demasiado paciente, tolerante e
retardada nas suas decisões)
à Humanidade poderia prestar

Assim se faria a mais silenciosa e
justa revolução social de que há memória

Assim finalmente se alcançaria a Utopia

E seguramente novo caminho se abriria
rumo à capacidade de fotossíntese
em todos os organismos vivos,
para que desnecessário fosse
pelo pasto pelejar e num
falanstério o Mundo transformasse

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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