Meio milhão de euros para inovar no tratamento da doença coronária

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1618908539198{margin-left: 26px !important;}"]Um consórcio liderado pela ICNAS-Produção, empresa da Universidade de Coimbra (UC), obteve meio milhão de euros de financiamento do programa COMPETE 2020 para concretizar um projeto de investigação, intitulado “BioImage2CTO”, que pretende desenvolver novos biomarcadores de imagem que permitam melhorar o tratamento da doença coronária, uma das principais causas de morte a nível mundial.


Mais especificamente, o consórcio, que envolve também a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e a Universidade do Minho (UMinho), vai centrar-se nas oclusões coronárias crónicas totais (CTO, na sigla inglesa), que são encontradas em cerca de 18 a 35% dos pacientes com doença coronária estável.


As oclusões coronárias crónicas totais caracterizam-se pela obstrução completa (100%) das artérias coronárias, responsáveis pelo fornecimento de oxigénio e nutrientes ao coração. A oclusão destas artérias pode impedir o coração de funcionar normalmente e condicionar o aparecimento de sintomas de insuficiência cardíaca e angina de peito.


Por isso, sublinha a coordenadora do projeto, Maria João Vidigal, «o sucesso do tratamento das CTO reflete-se na qualidade de vida e sobrevivência dos doentes com doença coronária». Atualmente, a terapêutica preferencial, esclarece, «de acordo com as recomendações internacionais sempre que associadas a sintomas e isquemia, é a revascularização percutânea (efetuada através de cateterismo cardíaco) ou cirúrgica, quando possível. No entanto, estudos já realizados, neste contexto, não conseguiram corroborar claramente as vantagens deste procedimento sobre a terapêutica médica otimizada».


Assim, o grande objetivo do projeto, com a duração de dois anos, é «investigar, desenvolver e validar novos biomarcadores na área da imagem molecular que permitam a estratificação do risco, bem como o tratamento apropriado dos


doentes CTO. Trata-se de um projeto inovador na área da saúde que se propõe melhorar, e individualizar, práticas clínicas já consideradas de excelência, indo ao encontro de uma medicina personalizada», explica a investigadora do ICNAS e docente da FMUC.


Para que tal seja possível, a equipa do “BioImage2CTO” vai explorar as alterações da perfusão miocárdica, nomeadamente a extensão da área de miocárdio isquémico/viável, que ocorrem perante uma situação de CTO. Essas alterações, clarifica Maria João Vidigal, «são condicionadas por múltiplos fatores que se associam à obstrução coronária, entre os quais se pode destacar o desenvolvimento de circulação colateral, angiogénese, e a disfunção endotelial».


«Embora a angiogénese seja um processo complexo, a sua relação com a expressão de integrinas avb3 na membrana celular já foi demonstrada. No entanto, a relação entre a presença de circulação colateral numa CTO e o benefício da revascularização parece fundamental, mas ainda não foi explorada de forma plena. Com este projeto pretende-se desenvolver um novo marcador, de seletividade melhorada para as integrinas avb3, que possa ajudar a caracterizar in vivo o processo de angiogénese coronária», explica.


Em paralelo, este estudo visa «poder disponibilizar metodologia de caracterização das CTO, através da utilização de PET-CT (Tomografia por Emissão de Positrões-Tomografia computadorizada), que permita incluir, na abordagem habitual desta situação clínica, novos parâmetros de imagem que facultem uma seleção melhorada de cada doente para revascularização, procedimento não isento a riscos e com custos significativos», acrescenta.


A identificação de novos biomarcadores e o desenvolvimento de metodologias clínicas que permitam selecionar a melhor abordagem terapêutica para cada paciente irão permitir, no futuro, «otimizar a orientação dos doentes com doença coronária, em particular daqueles com oclusões coronárias crónicas. Pretende-se que estas tecnologias sejam amplamente utilizadas na comunidade clínica, tendo seguramente um


grande impacto ao nível do diagnóstico não invasivo de doenças cardiovasculares», sustenta Maria João Vidigal.


A coordenadora do projeto “BioImage2CTO” nota ainda que a prevalência da doença coronária tem vindo a aumentar, «consequência da adoção de estilos de vida pouco saudáveis e do envelhecimento progressivo da população, sendo consideráveis os custos envolvidos com o seu diagnóstico e tratamento».[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Investigadores da Universidade de Coimbra criam programa inovador para ajudar a lidar com a dor crónica

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1618578126244{margin-left: 26px !important;}"]

Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveu um programa psicoterapêutico inovador destinado a pessoas com dor crónica, um problema de saúde que afeta cerca de 37% da população portuguesa.

Chama-se iACTwithPain, está disponível numa plataforma digital desenhada para o efeito [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""] e foi desenvolvido por investigadores do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) e do Instituto de Sistemas e Robótica, da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação (FPCEUC) e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), respetivamente.

No essencial, este programa de intervenção psicológica de terceira geração, em formato online, pretende promover o desenvolvimento de competências de autogestão da dor e de autorregulação emocional, de modo a diminuir o impacto da dor e a melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem desta patologia. Tem uma duração de oito semanas e inclui dois momentos de follow-up – aos 3 e 6 meses após a conclusão da intervenção.

«A intervenção é constituída por 8 módulos, de cerca de 20 minutos de duração cada, disponibilizados uma vez por semana. Os participantes são orientados, ao longo da intervenção, mediante o recurso a vídeos explicativos e animados ou com os próprios terapeutas (ou os seus avatares) em tópicos relacionados com a gestão da dor e das respostas emocionais e cognitivas associadas, através da prática de exercícios experienciais e meditativos guiados», descreve Paula Castilho, coordenadora do projeto.

No final de cada módulo é sugerida a prática de exercícios relacionados com o tópico abordado e solicitado o preenchimento de um pequeno questionário sobre a sessão e o seu impacto. A progressão no programa «depende da conclusão de cada um dos módulos. A prática continuada e comprometida é fundamental para a eficácia da intervenção, pelo que os/as participantes serão incentivados/as e motivados/as através do envio de uma mensagem, via email, uma vez por semana, entre cada sessão a praticar/treinar as competências ensinadas», sublinha Paula Castilho.

Agora, a equipa pretende validar a eficácia deste programa. Está, por isso, a pedir a colaboração de pessoas com diagnóstico de dor crónica nos últimos três meses, com idades compreendidas entre os 18 e os 50 anos, que possuam acesso à internet e que não estejam envolvidas noutra forma de intervenção psicológica para a dor crónica. A elegibilidade para a participação no programa será aferida mediante questionários de autorresposta disponibilizados na plataforma, assim que cada voluntário tiver lido e aceite o consentimento informado depois de efetuado o registo.

No fim do estudo, cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), os participantes que ficarão distribuídos no grupo controlo terão a possibilidade de usufruir integralmente do programa iACTwithPain.

A investigadora do CINEICC e professora da FPCEUC nota que «cerca de 37% da população portuguesa sofre de um quadro com dor crónica, o que acarreta importantes custos sociais e económicos significativos. Além disso, a dor crónica está presente em diversos problemas psicológicos e quadros clínicos, como a ansiedade e a depressão».

Através do programa iACTwithPain, conclui, «pretendemos testar a eficácia de determinados componentes e estratégias terapêuticas e o seu contributo diferencial na gestão emocional e da dor. O iACTwithPain conta com a vantagem de ter um formato online, possibilitando o acesso generalizado da população a uma intervenção promotora da saúde (eHealth), aspeto ainda mais relevante pelas circunstâncias atuais decorrentes da crise pandémica. Deste modo, as pessoas podem efetuar a intervenção ao seu próprio ritmo, no seu ambiente natural e de acordo com as suas necessidades».

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Equipa da Universidade de Coimbra procura novas terapêuticas para os tumores da hipófise

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1617956723601{margin-left: 26px !important;}"]Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) está a desenvolver um estudo que pretende permitir encontrar novas abordagens terapêuticas para os tumores da hipófise (glândula situada na base do cérebro).


Os tumores da hipófise, também chamados adenomas hipofisários, porque na sua maioria são benignos, afetam 15% da população e são dos tumores primários cerebrais mais frequentes.


O estudo, realizado em colaboração com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) e Oxford Centre for Diabetes, Endocrinology and Metabolism (OCDEM), do Reino Unido, centra-se nos pequenos adenomas hipofisários denominados corticotrofos.


«Estes tumores, apesar de, na larga maioria dos casos, serem benignos, associam-se a elevada morbilidade e, se não forem tratados apropriadamente, apresentam mortalidade acrescida», explica Luís Cardoso, investigador principal do estudo designado “Molecular Characterisation of Corticotroph Adenomas in a Portuguese Cohort”.


Atualmente, além da cirurgia, não existem terapêuticas com eficácia curativa. Assim, esclarece o investigador da FMUC, «é fundamental estudar os mecanismos moleculares subjacentes à origem e desenvolvimento desta doença, que permitam, por um lado, identificar fatores prognósticos, que otimizem as terapêuticas existentes e, por outro lado, permitam identificar novas alternativas terapêuticas. Para tal, iremos estudar o perfil mutacional (por exemplo, genes USP8, USP48) de uma coorte portuguesa de adenomas corticotrofos, os fatores moleculares que permitam individualizar a abordagem ao doente, bem como o efeito da modulação epigenética em linhas celulares destes tumores».


Ao estudar a patogénese dos adenomas corticotrofos e suas implicações clínicas e terapêuticas, a equipa pretende essencialmente contribuir para «melhorar o conhecimento global da sua patogénese, nomeadamente o papel das mutações recorrentes no gene USP8 e da modulação epigenética, bem como identificar fatores que permitam prever o comportamento biológico do tumor e de resposta terapêutica», afirma Luís Cardoso, acentuando que a informação obtida no âmbito da investigação poderá permitir «melhorar a abordagem clínica dos doentes com adenomas corticotrofos. Além disso, a informação molecular poderá ter utilidade no prognóstico, terapêutica e seguimento».


Este estudo foi recentemente distinguido com uma bolsa da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo e HRA Pharma Iberia, no valor de 10 mil euros.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Suporte social beneficia saúde mental de doentes oftalmológicos

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1616869139472{margin-bottom: 40px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1616869124388{margin-left: 26px !important;}"]Uma investigação das universidades do Minho e de Coimbra e do Hospital de Barcelos mostra que pessoas com doenças oftalmológicas que reportam um bom suporte social têm níveis mais baixos de ansiedade e depressão. O trabalho saiu agora na revista científica Clinical Rehabilitation [icon name="file-pdf" style="solid" class="" unprefixed_class=""] e teve apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.


O estudo envolveu pessoas diagnosticadas com retinopatia diabética ou degeneração macular, duas das principais causas da cegueira nos adultos. Para surpresa dos investigadores, o suporte social revelou-se mais importante para a saúde mental dos pacientes do que a quantidade de visão preservada.


“Os resultados são inovadores, porque mostram que o risco de problemas psiquiátricos existe em doenças oftalmológicas, apesar de os pacientes terem visão suficiente para realizar de forma independente tarefas da vida diária, como conduzir o automóvel”, diz o coordenador do estudo, António Filipe Macedo, do Centro de Física da Escola de Ciências da Universidade do Minho e da Universidade de Linnaeus (Suécia).


Os cientistas acreditam que estes resultados possam ser explicados pelos níveis de resiliência psicológica. Isto é, pacientes com melhor suporte social têm maior capacidade para lidar com eventos adversos ligados à sua doença. “É provável que essas pessoas estejam mais seguras de como enfrentar problemas causados pela possível evolução da doença”, afirma António Filipe Macedo. Curiosamente, o estudo foi feito antes de pandemia, na qual se tem falado muito de suporte social face ao isolamento.


Apoio idêntico ao do doente com cancro?


O professor nota que alguém diagnosticado com doenças como o cancro é encaminhado para apoio mental, mas raramente se associa esse apoio no caso de doenças oftalmológicas. “O nosso trabalho chama a atenção disso – a pessoa pode precisar daquele apoio não apenas quando perde a visão, mas já antes, pois pode ser decisivo no seu bem-estar mental”, frisa.


Uma boa saúde mental ajuda nos efeitos de tratamentos oftalmológicos, pois afeta por exemplo a comparência às consultas e o controlo regular da doença. O estudo agora publicado abre portas para novas formas de prevenção de problemas psicológicos ligados com diagnósticos de retinopatia diabética ou degeneração macular relacionada com a idade. O trabalho envolveu ainda Laura Moreno, doutoranda em Optometria e Ciências da Visão na Universidade do Minho, o psicólogo Hugo Senra e a oftalmologista Natacha Moreno.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Nanopartícula para combate ao cancro desenvolvida na UC obtém designação de “medicamento órfão”

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1616750695647{margin-bottom: 40px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1616750681018{margin-left: 26px !important;}"]Uma nanopartícula de nova geração de base lipídica para combate ao cancro, PEGASEMP, desenvolvida na Universidade de Coimbra (UC), obteve o estatuto de “medicamento órfão” da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla inglesa) e da autoridade reguladora americana Food and Drug Administration (FDA) para o tratamento do mesotelioma maligno, um tipo de cancro raro que resulta da exposição a amianto. Este estatuto constitui fator facilitador de realização de ensaio clínico em doentes.

Os “medicamentos órfãos” são fármacos orientados para o diagnóstico ou tratamento de doenças raras graves, apontadas como doenças órfãs, que afetam um reduzido número de pessoas em comparação com a população em geral.

A atribuição da EMA e da FDA é o resultado de diversos e complexos estudos realizados ao longo de vários anos no Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), em colaboração com centros de investigação nacionais e estrangeiros, sob a liderança de João Nuno Moreira, docente e investigador do CNC e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC).

No mais recente trabalho, cujos resultados acabam de ser publicados na revista científica Nano Today, especializada na divulgação dos trabalhos mais influentes e inovadores em nanociência e tecnologia, a equipa de João Nuno Moreira desenvolveu e testou um protótipo de produção industrial da tecnologia PEGASEMP em condições GMP (do inglês, Boas Práticas de Fabrico), extensamente caracterizado em termos de propriedades físicas e químicas, demonstrando a segurança e eficácia antitumoral deste sistema de entrega de medicamentos.

Antecipando já o potencial uso em humanos, experiências muito detalhadas foram realizadas em diferentes espécies animais. «Avaliou-se a segurança da nanopartícula em murganhos, ratos e cães de acordo com as normas de desenvolvimento de novos medicamentos para tratamento oncológico. A sua segurança foi efetivamente demonstrada», relata o líder da equipa.

Basicamente, o produto PEGASEMP pode ser descrito como uma bolha de gordura (de natureza lipídica), contendo no seu interior um composto anticancerígeno, que acede a tumores sólidos através de uma nova porta de entrada, bloqueando o crescimento e a invasão tumoral.

«Neste trabalho foi possível demonstrar em modelo animal de cancro, pela primeira vez, a existência de uma nova porta de entrada que permite o acesso facilitado da nanopartícula desenvolvida a tumores sólidos, difíceis de tratar. Este acesso facilitado traduziu-se na inibição significativa do crescimento tumoral em modelo animal de mesotelioma humano, relativamente ao tratamento de primeira linha usado clinicamente nestes doentes (combinação de quimioterapia convencional)», assinala o investigador.

Os resultados obtidos no estudo agora publicado poderão ter impacto a vários níveis. Em primeiro lugar, destaca João Nuno Moreira, «o nível de maturidade tecnológica do PEGASEMP assim como o conjunto de dados alcançados permitiram a obtenção da designação de medicamento órfão para tratamento do mesotelioma, passo importante para o desenvolvimento translacional do PEGASEMP, ou seja, para aplicação clínica».

Em segundo lugar, prossegue, este trabalho mostra que «a entrega de fármacos encapsulados em sistemas de base nanotecnológica, através do direcionamento para a nucleolina e consequentemente à vasculatura tumoral, é um mecanismo inovador e disruptivo, que tenta ir além dos dogmas tradicionais da entrega de fármacos ao nível de tumores sólidos. Como tal, tem o potencial de ser aplicado de forma transversal a outras nanopartículas que não de natureza lipídica, assim como a outros fármacos, e em simultâneo estendido a diferentes tipos de tumores, podendo daí advir um efeito terapêutico associado a melhor segurança».

Por último, «é um contributo fundamental rumo à era da terapia personalizada e com impacto direto na qualidade de vida dos doentes», afirma o coordenador do estudo, adiantando ainda que o passo seguinte da investigação incidirá na «realização de ensaios clínicos», mas para isso é necessário encontrar financiamento.

Este estudo foi financiado por vários programas europeus, pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), Rede Nacional de Espetrometria de Massa, tecnológica TREAT U, SA, farmacêutica Bluepharma e Portugal Ventures, SA.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

O que é a epidemiologia e para que serve

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="25" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1615569677847{margin-left: 26px !important;}"]As palavras epidemiologia, epidemiologistas, epidemias e pandemias tornaram-se de tal forma comuns que já fazem parte do nosso léxico. Tudo por causa da atual pandemia. Tal como o vírus em causa, vieram para ficar.

A epidemiologia é uma ciência, mas deve ser considerada como uma disciplina, verdadeiro instrumento de trabalho e de investigação para os profissionais de saúde.

A epidemiologia moderna nasceu em meados do século dezanove e traduz, na sua essência, a incorporação do método científico na área da medicina, a última área do conhecimento humano a ser cientificada. Foram precisos três séculos! De qualquer modo a medicina nunca irá ser cientificada por múltiplas razões, já que as crenças, os mitos, a cultura e a tradição vão continuar a impor os seus ritmos e interpretação dos fenómenos. Mesmo assim, a medicina moderna nasceu a partir daquele momento de uma forma notável.

Com os métodos epidemiológicos foi possível “construir” as doenças e identificar os determinantes da saúde e da doença, possibilitando o estabelecimento de medidas de higiene e de prevenção coletiva e individual assim como modificação de comportamentos e atitudes de risco. Estas medidas determinaram num curto espaço de tempo mais saúde, mais bem-estar e maior longevidade.

Os métodos científicos subjacentes à prática epidemiológica continuam a ser praticados a vários níveis e em todas as especialidades médicas, e não só em matéria de saúde pública. As áreas das doenças degenerativas, nomeadamente cancro e doenças cardiovasculares, enriqueceram-se de forma extraordinária a ponto de conhecermos os principais fatores de risco e, consequentemente, despertar a atenção e os cuidados a ter para a tomada de medidas de caráter preventivo.

A epidemiologia tem esse “condão”. É obrigação dos epidemiologistas contribuir com os seus conhecimentos, métodos científicos e princípios humanistas para o bem-estar e saúde dos seres humanos.

A vida acima de tudo, mas com saúde e bem-estar. A epidemiologia também ajuda a alcançar estes desideratos...[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Universidade de Coimbra tem o primeiro laboratório ibérico especializado na certificação de ventiladores

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1612864246915{margin-bottom: 40px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""]

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[/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1612864229547{margin-left: 26px !important;}"]

A ICNAS-Produção, empresa da Universidade de Coimbra (UC), acaba de concluir a instalação do primeiro laboratório ibérico especializado no teste e certificação de dispositivos médicos respiratórios, designadamente ventiladores pulmonares, no contexto da Covid-19.

Chama-se VentiLab 4 COVID-19 e resulta de um projeto que obteve 329 mil euros de financiamento do COMPETE 2020, através do Sistema de Incentivos I&D Empresas e Infraestruturas de Ensaio e Otimização (COVID-19).

Face à atual situação pandémica, em que aumenta a pressão nos hospitais devido ao número elevado de infeções graves causadas pela Covid-19, os ventiladores de emergência são críticos. No entanto, estes dispositivos médicos só podem ser utilizados após certificação. Este laboratório permite fazer os testes «físico-químicos e microbiológicos indicados pelo INFARMED [autoridade competente pela certificação em Portugal], segundo as normas internacionais (normas "ISO"), para avaliar a biocompatibilidade e a segurança dos ventiladores desenvolvidos no âmbito da resposta à pandemia da Covid-19. As normas são aplicáveis a todo o tipo de ventiladores», explica Antero Abrunhosa, gerente da ICNAS-Produção e líder do projeto.

O VentiLab 4 COVID-19 possui equipamento analítico capaz de avaliar a qualidade dos gases que percorrem os ventiladores e «assegurar que os dispositivos não libertam contaminantes que possam ser nocivos para os doentes. Esses contaminantes podem ser partículas, compostos voláteis que sejam libertados, por exemplo, pelos materiais utilizados para fabricar os ventiladores, ou mesmo microrganismos como bactérias ou fungos», esclarece Antero Abrunhosa.

O gerente da ICNAS-Produção sublinha que este projeto é «um exemplo de como podemos readaptar os laboratórios e o conhecimento científico existentes nas empresas e nas universidades para fazer face à situação atual. A ICNAS-P produz medicamentos, tem laboratórios para o seu Controlo de Qualidade. Através deste projeto, adaptou agora um desses laboratórios para o teste dos ventiladores».

Atualmente, no espaço ibérico não existem laboratórios dedicados ao teste de ventiladores de emergência no âmbito da Covid-19. Assim, o VentiLab 4 COVID-19 é o primeiro laboratório ibérico construído especificamente para testar todos os tipos de ventiladores de emergência desenvolvidos no âmbito da pandemia, permitindo a certificação, essencial para a utilização clínica destes equipamentos.

Embora o laboratório agora criado esteja centrado na certificação de ventiladores no âmbito do combate à Covid-19, também é possível realizar outros testes que «envolvam a análise de componentes gasosos e está à disposição da comunidade científica e das empresas interessadas. A prioridade serão os ventiladores, mas não rejeitamos outros desafios», conclui Antero Abrunhosa.

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Inovação no “combate” a um dos cancros pediátricos mais comuns

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1610207153283{margin-bottom: 40px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1610207139577{margin-left: 26px !important;}"]Uma equipa de cientistas da Universidade de Coimbra (UC) está a desenvolver uma ferramenta inovadora de teranóstica – técnica que junta diagnóstico e terapêutica – dirigida às micrometástases pulmonares no osteossarcoma, um tumor ósseo muito agressivo que afeta particularmente crianças e adolescentes.

O osteossarcoma é um tipo de cancro que apresenta grande propensão para a metastização pulmonar, acreditando-se que a maioria dos doentes já tem micrometástases na altura do diagnóstico clínico, que depois progridem para metástases pulmonares, sendo esta a sua principal causa de morte, pelo facto de as terapias convencionais apresentarem uma eficácia limitada.

Por isso, «é urgente um diagnóstico mais precoce e novas estratégias terapêuticas capazes de eliminar estas pequenas lesões e travar a sua progressão», afirma Célia Gomes, do Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra (iCBR), da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), que lidera o estudo, em parceria com Antero Abrunhosa, do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS).

O projeto, distinguindo recentemente pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) e Lions Portugal, conta agora com 250 mil euros de financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), e foca-se numa abordagem que tira partido do conhecimento atual sobre o papel dos exossomas na formação de metástases e dos avanços nas tecnologias de imagem e de terapêutica baseadas em radionuclídeos (utilizadas na medicina nuclear) que se têm revelado bastante eficazes no tratamento de doenças oncológicas.

Facilmente isolados a partir de amostras biológicas (ex. sangue ou urina) e manipulados em termos do seu conteúdo e composição membranar, os exossomas podem ser administrados num organismo como veículos de entrega de moléculas (ex. agentes terapêuticos) para órgãos-alvo. Esta funcionalidade confere-lhes um elevado potencial diagnóstico e terapêutico.

Nesse sentido, a equipa pretende usar «exossomas derivados de células metastáticas, e “marcá-los” com um metal radioativo emissor de positrões (cobre-64, 64Cu) para diagnóstico de micrometástases por tomografia por emissão de positrões (PET) num modelo animal em ratinho. Para tal, vai ser usado um tomógrafo PET de alta sensibilidade desenvolvido no ICNAS».

Para este estudo, os cientistas desenvolveram um modelo animal que reproduz as diferentes fases da evolução da doença metastática, desde a preparação do nicho pré-metastático no pulmão até à formação das micrometástases. As experiências já realizadas, revela Célia Gomes, permitiram demonstrar que «os exossomas libertados pelas células do tumor primário (osteossarcoma) induzem alterações no tecido pulmonar que favorecem o desenvolvimento das micrometástases. Comprovámos ainda a afinidade dos exossomas pelas lesões metastáticas, e a capacidade de entrega do seu conteúdo, o que substancia o grande propósito do nosso projeto: utilização dos exossomas como eficientes veículos de entrega de radionuclídeos com especificidade para células-alvo».

O financiamento atribuído pela FCT vai permitir explorar a potencialidade dos exossomas como agentes de terapêutica «através da sua funcionalização com radionuclídeos emissores beta- já aprovados para uso clínico, como por exemplo o Lutécio-177, que tem uma penetração máxima nos tecidos de aproximadamente 2mm, adequado para o tratamento de micrometástases, podendo representar uma nova opção terapêutica e com grande probabilidade de uma resposta eficaz», explicita a investigadora do iCBR/FMUC.

«Iremos também avaliar em contexto clínico se os exossomas podem ser utilizados, de forma não invasiva, como biomarcadores de risco ou de progressão da doença metastática», acrescenta.

Ao longo dos três anos de duração do projeto, realizado em colaboração com a Unidade de Tumores do Aparelho Locomotor do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), vão ser isolados exossomas de amostras de sangue de doentes com osteossarcoma, tendo em vista uma «caraterização em larga escala do seu conteúdo molecular e identificação de uma assinatura molecular preditiva do risco de doença metastática, cada vez mais importante para o prognóstico e para uma decisão terapêutica mais adequada», afirma a investigadora.

A abordagem proposta neste projeto, finaliza Célia Gomes, «representa um avanço nas aplicações biomédicas dos exossomas e pode servir de base para a exploração dos exossomas como plataformas de teranóstica para o osteossarcoma e outras neoplasias metastáticas, abrindo caminho à medicina de precisão».[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Prevalência de COVID-19 nos doentes reumáticos é inferior à média na população em geral

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1601130279943{margin-bottom: 100px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1601130260411{margin-left: 26px !important;}"]De acordo com os mais recentes dados da plataforma internacional EULAR COVID-19, a prevalência da infeção por COVIID-19 nos doentes portugueses portadores de doenças reumáticas é inferior à média na população em geral com um total de apenas 63 casos detetados desde março. “Boas notícias para os doentes que sofrem com doenças reumáticas como por exemplo de artrite reumatóide”, referiu Vasco Romão, médico reumatologista do Hospital da Luz. O EULAR COVID-19 é uma base de dados internacional que conta com a participação de diferentes países, incluindo Portugal, que procura consolidar informação referente a doentes reumáticos com RMDs e COVID-19.

Dos doentes reumáticos afetados pela COVID-19, “dois terços apresentam febre e tosse e metade diz ter experienciado falta de ar". De acordo com o mesmo estudo, “os anti-TNF, tratamentos usualmente utilizados no tratamento de um conjunto de doenças reumáticas, parecem reduzir o risco de hospitalização dos doentes já que contribuem para a diminuição da resposta inflamatória do corpo, o que por sua vez reduz o risco de pneumonia e consequentemente de hospitalização do doentes”.

Estes dados foram apresentados hoje durante as XX Jornadas da A.N.D.A.R que servem para assinalar os 25 anos da Associação. Em Portugal, são cerca de 50.000 a 70.000 as pessoas que sofrem com artrite reumatoide, uma doença reumática inflamatória crónica das articulações, mas que pode atacar, entre outros, órgãos como coração, pulmões, glândulas endócrinas, pele ou rins. Os principais sintomas são dores nas articulações, com rigidez matinal e inchaço. Geralmente, estas dores começam nas mãos, pés, cotovelos, tornozelos e joelhos. Esta doença pode acontecer em qualquer idade, mas é mais comum entre os 30 e os 50 anos e com maior prevalência no sexo feminino. Quando não tratada precoce e corretamente, acarreta, em geral, graves consequências para os doentes, traduzidas em incapacidade funcional e para o trabalho.

Durante a pandemia, a associação continuou o seu trabalho, com particular relevância na distribuição de medicamentos. “Desde março que, em plena pandemia, mantemos uma parceria com uma Associação de Motards, que recolhe nas farmácias hospitalares e entrega no domicílio dos doentes medicamentos de dispensa exclusiva hospitalar. Desde então, já fizemos cerca de 300 entregas em 32 localidades, desde Portimão até Monção”. Para o futuro, a A.N.D.A.R pretende concluir o Centro de Acolhimento e Centro de Investigação Clínica, anunciado nas jornadas do ano.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Consórcio propõe terapia inovadora para eliminar o vírus SARS-CoV-2 em poucos segundos

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1600886427627{margin-bottom: 150px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1600886409993{margin-left: 26px !important;}"]Eliminar o vírus SARS-CoV-2 – que provoca a doença Covid-19 – logo na principal “porta de entrada” no organismo, isto é, nas fossas nasais, usando a terapia fotodinâmica, é o grande objetivo do projeto “FOTOVID”, que acaba de obter 450 mil euros de financiamento do Programa Operacional Centro 2020.

A investigação junta em consórcio a Universidade de Coimbra (UC), através de equipas multidisciplinares das faculdades de Ciências e Tecnologia (FCTUC) e de Medicina (FMUC), o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e as empresas LaserLeap (Coimbra), que coordena o projeto, e Ondine Biomedical (Canadá), líder mundial na fotodesinfeção antibacteriana.

Os responsáveis do consórcio sublinham que o projeto “FOTOVID” assenta no «conhecimento recente de que o SARS-CoV-2 se associa a uma proteína preferencialmente presente nas cavidades nasais, onde se cria um reservatório de vírus responsável pela transmissão da doença e generalização da infeção». Assim, fundamentam, «a inativação dos vírus presentes nas cavidades nasais nas fases iniciais da doença Covid-19 poderá acelerar o tratamento, permitir que apenas se manifestem as formas mais benignas da doença, e contribuir para impedir a propagação da pandemia».

Partindo de uma tecnologia de desinfeção nasal criada pela empresa canadiana parceira no projeto, que já é utilizada em todo mundo para eliminar bactérias multirresistentes, o consórcio vai desenvolver uma terapia inovadora capaz de matar vírus, em particular o coronavírus responsável pela Covid-19. Desta forma, a investigação será muito mais rápida e, em caso de sucesso, a colocação no mercado será mais fácil e a custo reduzido.

«Esta é a inovação do projeto, pois a tecnologia nunca foi aplicada na inativação de vírus», sublinha Luís Arnaut, um dos cientistas envolvidos na investigação, esclarecendo que «estamos a propor um procedimento já com elevado grau de sofisticação, que já demonstrou ser eficaz na desinfeção de fossas nasais, mesmo para bactérias multirresistentes onde as alternativas terapêuticas existentes falham sempre, ou seja, tem sido possível fazer a inativação de bactérias multirresistentes com a terapia fotodinâmica. Este elevado grau de sofisticação faz prever o maior sucesso da terapia para combater a Covid-19».

Tal como acontece com outras abordagens terapêuticas atuais, em que fármacos dirigidos a outras doenças são também aplicados no tratamento da Covid-19, na prática, o que este consórcio propõe «é um reposicionamento de moléculas, ou seja, pegar numa terapia que está a ser usada para destruir bactérias multirresistentes e reposicioná-la para matar vírus», acrescenta o catedrático da FCTUC.

Os primeiros testes vão arrancar já em outubro, na Faculdade de Medicina da UC, com amostras de vírus de doentes infetados por Covid-19 fornecidas pelo Serviço de Doenças Infeciosas do CHUC. Posteriormente, quando a equipa comprovar a eficácia da inativação fotodinâmica do vírus SARS-CoV-2, seguem-se os ensaios clínicos com doentes voluntários, o que deverá acontecer no próximo ano. Os testes vão ser coordenados pelos professores Manuel Santos Rosa e José Saraiva da Cunha.

A terapia fotodinâmica é uma terapia não invasiva onde se utiliza uma molécula que inativa vírus e bactérias apenas quando absorve luz e só no local onde a luz incide, ou seja, atua de forma seletiva. É um tratamento rápido, que pode durar apenas alguns segundos, e de baixo custo.

Sabendo-se que o nariz é a principal via de entrada do vírus SARS-CoV-2 no organismo, sem dúvida, a terapia fotodinâmica pode ser uma forte aliada no combate à pandemia. Os responsáveis do projeto defendem que a tecnologia que propõem tem como objetivo ser a primeira opção terapêutica, eliminando o vírus numa fase muito inicial e impedindo deste modo a evolução da doença para fases mais graves: «nós estamos a oferecer uma alternativa terapêutica que consiste em atacar diretamente a porta de entrada do vírus no organismo, para reduzir a carga viral no sítio onde ela é mais crítica», afirma Luís Arnaut, vincando que se trata de uma tecnologia «que é para ser aplicada numa fase inicial de tratamento, para evitar complicações posteriores, em ambulatório».

Além disso, conclui o especialista em terapia fotodinâmica da FCTUC, «trata-se de uma terapia que deve ser utilizada em grande escala, sem complicações e com um custo relativamente baixo. Em suma, queremos disponibilizar uma tecnologia em que o custo-benefício é extremamente vantajoso».[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Equipa de Coimbra participa em ensaio clínico mundial sobre novo tratamento para a esclerose múltipla pediátrica

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1600267544264{margin-bottom: 100px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1600267527114{margin-left: 26px !important;}"]Os resultados da primeira fase de um ensaio clínico realizado à escala mundial revelam que o fármaco “Teriflunomida”, administrado por via oral, é eficaz e seguro no tratamento da esclerose múltipla em idade pediátrica.

Este estudo, que avalia a eficácia e segurança do fármaco na fase inicial da doença, começou em 2016 e envolve 166 crianças, recrutadas em 59 instituições de saúde de 23 países - Bélgica, Bulgária, Canadá, China, Eslovénia, Espanha, Estónia, EUA, França, Grécia, Israel, Líbano, Lituânia, Macedónia do Norte, Marrocos, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Rússia, Sérvia, Tunísia, Turquia e Ucrânia.

Em Portugal, o ensaio clínico denominado “TERIKIDS” decorre no Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e é liderado por Filipe Palavra, neurologista pediátrico e docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC).

Os resultados obtidos até agora revelam «uma redução de aproximadamente 34% do risco de surto clínico nos doentes tratados com teriflunomida, em comparação com o placebo [substância sem efeitos farmacológicos, usada em ensaios clínicos para efeito de controlo], assim como uma redução significativa (43%) do tempo até se diagnosticar um surto clínico ou se modificar a atitude terapêutica devido ao aumento do número de lesões identificadas por ressonância magnética (RM)», relata Filipe Palavra.

Verificou-se, também, que o fármaco reduziu o número de lesões novas ou de tamanho aumentado, detetadas por RM, em cerca de 55% e o número de lesões com realce após administração de gadolínio (lesões ativas) em cerca de 75%. Além disso, a teriflunomida foi bem tolerada pelas crianças e adolescentes que participam no estudo.

Entretanto, o ensaio clínico continua a decorrer, por forma a permitir a acumulação de dados que possam «conduzir à aprovação formal da utilização da teriflunomida no tratamento de crianças e adolescentes com diagnóstico de esclerose múltipla, no futuro. E este aspeto tem um impacto na prática clínica, dado que as opções terapêuticas existentes para esta faixa etária são escassas», adianta o especialista da FMUC.

Filipe Palavra reconhece ainda que «a investigação clínica em doenças complexas como a esclerose múltipla é um desafio muito grande, apenas exequível porque existem doentes e famílias disponíveis para participar em programas exigentes, de acompanhamento clínico muito assíduo, e também equipas de profissionais motivados que, para além das suas funções assistenciais, dedicam parte do seu tempo à investigação científica. Médicos, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos, técnicos de laboratório e de radiologia, secretários clínicos e assistentes operacionais, todos são imprescindíveis para que se possa fazer ciência no nosso hospital.»

A esclerose múltipla é a mais conhecida das doenças desmielinizantes do sistema nervoso central, caracterizando-se pela destruição da bainha de mielina que envolve os neurónios do cérebro, cerebelo, tronco cerebral, da medula espinhal e do nervo óptico.

Descreve-se como uma patologia de natureza imunomediada, porque na base do processo de destruição da mielina estão mecanismos autoimunes, o que significa que, «por motivos desconhecidos, as células do sistema imunitário, isto é, das nossas defesas, se “enganam” e “atacam” a bainha de mielina, levando à sua destruição», explica o docente da FMUC.

Estima-se que 5 a 10% dos casos de esclerose múltipla surjam em idade pediátrica, ou seja, antes de completados os 18 anos de idade.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Investigadores publicam imagens impressionantes de células infetadas com SARS-CoV-2

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1600013451138{margin-bottom: 100px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1600013917893{margin-left: 26px !important;}"]O laboratório da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte produziu imagens impressionantes em culturas do trato respiratório da forma infecciosa do vírus SARS-CoV-2 produzido por células epiteliais respiratórias infectadas. O New England Journal of Medicine [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""] apresentou este trabalho na secção "Images in Medicine".

[caption id="attachment_8117" align="alignleft" width="1200"] Esta imagem mostra a estrutura e densidade dos vírions SARS-CoV-2 (vermelho) produzidos por epitélios das vias aéreas humanas. Crédito: Ehre Lab, UNC School of Medicine[/caption]

O Doutor Camille Ehre capturou essas imagens para ilustrar o quão intensa é a infecção causada pelo SARS-CoV-2 nas vias respiratórias aéreas, podendo as mesmas adquirir uma qualidade gráfica que permite perceber a perigosidade deste vírus. Em ambiente de laboratório, os investigadores inocularam o vírus SARS-Co-V-2 em células epiteliais brônquicas humanas, que foram examinadas 96 horas depois usando a técnica da microscopia electrónica de varredura.

As imagens, recoloridas pelo estudante de medicina Cameron Morrison da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, mostram células ciliadas infetadas com filamentos de muco (amarelo) presos às pontas dos cílios (azul). Cílios são estruturas semelhantes a cabelos na superfície das células epiteliais das vias aéreas que transportam muco (e vírus aprisionados) do pulmão. Uma imagem de ampliação de maior potência mostra a estrutura e densidade dos vírions SARS-CoV-2 (vermelho) produzidos por epitélios das vias aéreas humanas. Os vírions são a forma infeciosa completa do vírus, libertada nas superfícies respiratórias por células hospedeiras infetadas.

[caption id="attachment_8118" align="alignleft" width="1200"] Vírions SARS-CoV-2 (vermelho). Crédito: Ehre Lab, UNC School of Medicine[/caption]

Esta pesquisa de imagem ajuda a ilustrar o número incrivelmente alto de vírions produzidos e libertados por células dentro do sistema respiratório humano. A grande carga viral é uma fonte de disseminação da infeção para vários órgãos de um indivíduo infetado e provavelmente medeia a alta frequência de transmissão de COVID-19 para outros. Estas imagens são uma boa razão para todos nos convencermos definitivamente da necessidade do uso de máscaras, de forma a limitar a transmissão da SARS-CoV-2.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Investigadores nacionais trabalham para travar danos neurológicos de vários vírus, entre eles o SARS-CoV-2

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1599927267193{margin-bottom: 100px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1599927254326{margin-left: 26px !important;}"]Há um ano, a equipa de investigadores liderada por Miguel Castanho, investigador principal do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM) e Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, dava início ao projeto NOVIRUSES2BRAIN, após a conquista de um financiamento europeu de 4,2 milhões de euros. O principal objetivo da investigação passava por desenvolver fármacos capazes de chegar ao cérebro e aí inativar vírus, como Dengue, Zika ou HIV, evitando os seus possíveis efeitos neurológicos.


No arranque do projeto já se sabia que algumas moléculas eram capazes de chegar ao cérebro e outras apresentavam uma grande atividade antiviral. Nesse sentido, Miguel Castanho explica que “durante os últimos 12 meses, unimos os dois tipos de moléculas, formando conjugados, e demonstrámos que, de facto, algumas delas, como esperado, são capazes de passar da corrente sanguínea para o cérebro. Falta agora demonstrar que estes conjugados são ativos contra vírus no cérebro e que os efeitos secundários (no cérebro e fora dele) não são graves”. Recentemente, à lista de vírus estudados neste projeto foi adicionado o SARS-Cov-2, depois de se ter concluído que também este poderá provocar danos neurológicos, sendo ainda esperado que o vírus do Nilo Ocidental seja o próximo a ser incluído na lista desta investigação, fruto dos casos mortais ocorridos na zona de Sevilha, em Espanha.


Sobre o SARS-CoV-2, a equipa de investigadores ainda está a dar os primeiros passos. “Os ensaios ainda estão numa fase muito inicial, dado que todos os procedimentos com o SARS-CoV-2 são absolutamente novos. O que estamos a fazer é utilizar a mesma estratégia e ensaios que utilizámos para os outros vírus para testar a capacidade anti-viral das moléculas que estamos a desenvolver contra o SARS-CoV-2”. O próximo passo na investigação passa por “garantir que as moléculas em causa são suficientemente seguras e eficazes em animais de laboratório”, antes de serem testadas em humanos. Por isso, o desafio que se segue “será otimizar as circunstâncias em que possamos testar os fármacos que estamos a desenvolver in vivo, uma vez que os vírus que estudamos multiplicam-se em humanos e não o fazem naturalmente em animais; esta é uma limitação enorme na avaliação da ação in vivo dos fármacos antivirais ”.


Numa altura em que muito se fala da investigação de fármacos, sobretudo, da tão desejada vacina contra a COVID-19, Miguel Castanho afirma que “é dever dos investigadores contribuírem para o reforço da cultura científica da população, o que se traduzirá numa melhor capacidade de escrutinar informação alegadamente científica e melhor recetividade à adoção de medidas de saúde pública sustentadas cientificamente”. De facto, desde o seu início que o projeto NOVIRUSES2BRAIN saiu fora do laboratório, levando a ciência à população. Isto “ajuda também ao entendimento da população sobre as motivações, forças e limitações da Investigação Científica como setor de atividade”. Todas estas motivações ganharam uma nova força no tempo atual “em que existe uma grande expectativa sobre de que forma a Ciência poderá contribuir para o fim da pandemia de COVID-19”.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Cientistas da UC ganham bolsas do Conselho Europeu de Investigação no valor de quatro milhões de euros

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1599645491475{margin-bottom: 100px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1599645473753{margin-left: 26px !important;}"]Paulo Rocha e Bárbara Gomes, cientistas da Universidade de Coimbra (UC), acabam de ser contemplados com bolsas “Starting Grant” do European Research Council (ERC), no valor de quatro milhões de euros.

Paulo Rocha, do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), recebe 2,2 milhões de euros para concretizar o projeto “Green – Generating Energy from Electroactive Algae”, que visa a geração de energia limpa e sustentável através da comunicação entre algas.

Para o investigador, este projeto, com a duração de cinco anos, «alinha-se no desenvolvimento de uma nova fonte de energia limpa, de baixo custo, com vista a minimizar significativamente os custos de eletricidade, o uso de combustíveis fósseis e emissões de dióxido de carbono».

[caption id="attachment_8050" align="alignleft" width="780"] Bárbara Gomes[/caption]

Paulo Rocha, que expressa um «orgulho imenso de ter sido selecionado num dos programas mais competitivos do mundo da ciência. E, também, um orgulho por poder desenvolver este projeto em Portugal, na Universidade de Coimbra», revela que a atribuição desta bolsa europeia vai permitir a criação de um laboratório de renome mundial em Bioenergia e Bioeletrónica.

Por seu turno, Bárbara Gomes, docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), obtém 1,8 milhões de euros para realizar um estudo inovador sobre as experiências dos cidadãos em relação ao local onde preferem morrer e onde realmente morrem, intitulado “EOLinPLACE – Choice of where we die”. A investigação será desenvolvida em quatro países com realidades contrastantes - Portugal, Holanda, Uganda e Estados Unidos.

Este projeto, que irá contribuir para aumentar a humanização e qualidade na prestação dos cuidados de saúde em fim de vida, «ambiciona transformar a forma como classificamos e entendemos os locais onde as pessoas são cuidadas no final da sua vida e onde acabam por morrer. Vamos refinar as classificações atuais, que são incompletas e inconsistentes entre países, como, por exemplo, a classificação de local de morte que é utilizada nos certificados de óbito. Vamos também deslocar o foco da nossa atenção do derradeiro local de morte para a trajetória individual de fim de vida que o antecede, o que acreditamos ajudará a perceber melhor o que leva as pessoas a morrer onde morrem», afirma Bárbara Gomes, investigadora do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CIBB) da Universidade de Coimbra.

[caption id="attachment_8051" align="alignleft" width="1191"] Paulo Rocha[/caption]

Com o financiamento do Conselho Europeu de Investigação agora obtido, a equipa liderada por Bárbara Gomes, que reúne investigadores de várias áreas – medicina, enfermagem, estatística e psicometria, psicologia, sociologia, antropologia, economia e investigação em serviços de saúde –, vai desenvolver estudos qualitativos e quantitativos nos próximos cinco anos, trabalhando lado a lado com «representantes de doentes e das suas famílias, e seguindo pessoas com doenças potencialmente fatais ao longo do tempo, com o objetivo de criar uma base científica sólida para uma classificação internacional contemporânea e pioneira que permitirá mapear os locais onde as pessoas preferem ser cuidadas e onde são realmente cuidadas. Assim, conseguiremos capturar a diversidade de trajetórias individuais de fim de vida e possibilitar escolhas».

Sobre o impacto que esta investigação poderá ter nos cuidados de saúde em fim de vida, a também investigadora do King's College London acredita que, «num mundo em transformação, com cada vez mais necessidade de bons cuidados de fim de vida e paliativos, ampliadas no presente contexto pandémico, e com recursos limitados, este projeto abrirá novos rumos para cuidarmos melhor dos que estão prestes a deixar-nos, por motivo de doença progressiva e incurável, sejam eles adultos, adolescentes ou crianças. Com novo conhecimento sobre trajetórias individuais de fim de vida e com uma classificação internacional que poderá ser utilizada para planear os cuidados e monitorizar resultados em saúde, ajudaremos as pessoas a ser cuidadas, a viver e a morrer onde preferem estar».

Para a Vice-Reitora da UC responsável pelo pelouro da investigação, Cláudia Cavadas, estas duas prestigiadas bolsas europeias «vão reforçar e potenciar a investigação de excelência na UC. Ao longo dos anos, o financiamento do ERC tornou-se numa referência internacional no apoio aos cientistas que desenvolvam investigação de excelência e que cruza fronteiras e diferentes áreas do conhecimento. A investigação ERC é também essencial para superar os desafios societais presentes e futuros. Assim, dada a relevância deste tipo de projetos de investigação, a Reitoria da UC elegeu como uma prioridade e reforçamos o apoio às candidaturas ao ERC com a iniciativa ERC@UC, em que damos treino e acompanhamento aos investigadores para terem uma candidatura de sucesso e criamos condições de acolhimento muito interessantes».

O Conselho Europeu de Investigação foi criado em 2007 pela União Europeia (UE) para financiar cientistas de excelência. As bolsas “ERC Starting Grants” são destinadas a cientistas em início de carreira, possibilitando-lhes formar grupos de trabalho e desenvolver projetos em diferentes áreas científicas.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Equipa internacional liderada pela UC descobre proteína associada ao envelhecimento vascular

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1597657141692{margin-bottom: 120px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1597657122053{margin-left: 26px !important;}"]Uma equipa internacional coordenada pelo cientista Lino Ferreira, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC-UC), descobriu uma enzima (proteína) que está envolvida em doenças relacionadas com o envelhecimento vascular.

Os resultados da investigação, iniciada em 2012, foram hoje publicados na revista científica Nature Communications e podem contribuir para o desenvolvimento de novos medicamentos para combater doenças associadas ao envelhecimento prematuro e ao envelhecimento fisiológico.

Neste projeto, foram usadas células de indivíduos com Síndrome Hutchinson-Gilford ou Progeria, uma doença muito rara, caracterizada pelo envelhecimento precoce e morte prematura, normalmente por doenças cardiovasculares, por volta dos 14 anos de idade. Esta doença, explica Patrícia Pitrez, primeira autora do artigo científico agora publicado, «é provocada por uma mutação genética rara, no gene LMNA, que resulta na acumulação de uma proteína anormal no interior das células, denominada progerina. Esta proteína é também observada no envelhecimento normal, ainda que em menor escala».

«Estando este projeto relacionado com o envelhecimento vascular patológico (progeria), o conhecimento gerado tem também grande importância no envelhecimento vascular fisiológico», sublinha.

O estudo incidiu nas células do músculo liso (células que se encontram nos vasos sanguíneos), uma vez que são as células «mais afetadas na progeria, existindo uma diminuição do seu número nas artérias envelhecidas. Mas a razão para esta perda não era ainda conhecida. Recolhemos células da pele (fibroblastos) de indivíduos com e sem progeria, reprogramámos em células estaminais e depois diferenciámos em células do músculo liso», clarifica a investigadora do CNC.

Depois, para avaliar os mecanismos envolvidos na biologia vascular, a equipa desenvolveu dois microchips vasculares – um saudável e outro envelhecido (progeria). Nestes dispositivos, relata Patrícia Pitrez, foi possível «manter as células em condições de fluxo arterial, muito semelhantes às condições existentes nas artérias, e isso permitiu-nos estudar a suscetibilidade destas células de progeria no laboratório. Após alguns dias verificámos a diminuição do número de células do músculo liso de progeria, mas não das saudáveis. E através deste sistema, foi possível analisar as diferenças entre os dois microchips, ou seja, comparar os dois tipos de células e perceber o porquê da diminuição do número de células no caso da progeria».

E foi, justamente, no processo de análise das diferenças entre as células saudáveis e de progeria que os investigadores descobriram «uma enzima, a metaloproteinase 13 (MMP13), cuja concentração está cerca de 30 vezes aumentada nas células de músculo liso de progeria em comparação com as saudáveis», salienta.

Na tentativa de inibir a ação desta enzima, os investigadores testaram ainda um fármaco, tendo conseguido desenvolver uma terapia específica para contrariar a diminuição do número de células nas artérias que ocorre com o envelhecimento vascular.

Face aos resultados obtidos, os autores do estudo acreditam «que a administração do fármaco em estágios iniciais da doença, combinado com outros fármacos já testados e que reduzam a quantidade de progerina, pode ser de valor acrescentado para melhorar a qualidade e esperança média de vida destes indivíduos». Por outro lado, concluem, o microchip desenvolvido no âmbito desta investigação «abre, também, novas perspetivas para o desenvolvimento de outros tratamentos, não só para indivíduos com progeria, mas também para o envelhecimento vascular fisiológico».

O projeto foi cofinanciado por fundos europeus – FEDER, através do Programa COMPETE, e ERAatUC - e portugueses, através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Além da Universidade de Coimbra, participaram na investigação cientistas do Instituto de Medicina Molecular (Portugal), I-Stem (França), Universidade de Aix-Marselha (França), Universidade Autónoma de Barcelona (Espanha), Laboratório de Genética Molecular (França), Instituto Francis Crick (Reino Unido), Universidade de Liverpool (Reino Unido), Instituto de Envelhecimento de Leibniz (Alemanha), AFM Telethon (França) e Parque de Ciência de Cambridge (Reino Unido).[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Equipa internacional analisa a história da medicalização do nascimento na China e no Japão nos séculos XX e XXI

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1597221350621{margin-bottom: 120px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""]

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[/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1597221322186{margin-left: 26px !important;}"]A história da medicalização do nascimento na China e no Japão é o tema de uma secção especial da Technology and Culture [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""], revista oficial da Society for the History of Technology [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""], nos Estados Unidos da América, e uma das revistas mais conceituadas no domínio de estudos sociais de ciência e tecnologia, que acaba de ser publicada.

Gonçalo Santos, docente do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e investigador integrado do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA), Universidade de Coimbra, é um dos coordenadores desta secção especial (e também autor de dois artigos, um introdutório e outro sobre a China), onde são analisadas as tensões sociais e morais causadas pelo processo de medicalização do nascimento nestes dois países do leste asiático. Inclui artigos escritos por antropólogos e historiadores e é uma contribuição interdisciplinar importante para a análise crítica de processos de medicalização do nascimento no leste da Ásia e no mundo.

Com o crescimento institucional da medicina científica, o nascimento passou do espaço doméstico para o hospital e começou a ser abordado como um evento perigoso que requer intervenção obstétrica para minimizar riscos e salvar vidas. Este processo de medicalização foi intensificado ao longo do século XX, culminando na normalização de um modelo de assistência ao nascimento que impõe às mulheres a necessidade de estruturar o parto em função de uma cascata de intervenções obstétricas. «Na China e no Japão, como na Europa e nos Estados Unidos, esta transformação foi acompanhada por tensões morais crescentes entre partidários do modelo tecnocrático dominante e defensores de um modelo mais humanizado do nascimento, mas existem poucos estudos sobre os contornos destas ‘guerras de parto’. Esta secção especial dá um primeiro pequeno passo nessa direção», afirma Gonçalo Santos.

Tanto no Japão como na China de hoje, a assistência ao nascimento é largamente dominada por valores tecnocráticos, especialmente na China, onde a taxa de cesarianas está entre as mais altas do mundo, «bem acima dos 10-15% recomendados pela Organização Mundial de Saúde. Em ambas as sociedades, a medicalização do nascimento gerou um sistema de valores tecnocráticos muito poderoso que não foi contestado como na Europa e nos Estados Unidos por movimentos sociais radicais questionando a lógica da medicalização e defendendo um retorno a práticas mais “naturais” e sem qualquer tipo de intervenção médica», salienta Gonçalo Santos.

Existem na China e no Japão movimentos sociais que defendem um modelo mais humanizado do nascimento e que valorizam as abordagens mais naturais das medicinas tradicionais, mas estes movimentos não rejeitam a autoridade dos médicos e dos hospitais. «Isto resulta numa espécie de duplo vínculo moral que coloca demandas irreconciliáveis às mulheres: por um lado, é preciso aceitar dar à luz no hospital com intervenções médicas constantes; por outro lado, é preciso cultivar um “corpo natural” e procurar evitar intervenções médicas desnecessárias sem pôr em risco o bem-estar do bebé. Esta secção especial mostra a génese histórica e os contornos etnográficos deste duplo vínculo moral no período contemporâneo», nota.

O artigo sobre a China do docente da FCTUC debruça-se sobre o crescimento exponencial das taxas de cesariana em zonas rurais a partir do virar do milénio, ilustrando esta transformação com materiais etnográficos coletados ao longo de duas décadas de visitas de trabalho de campo a uma comunidade rural no sul da China.

O autor compara as experiências de nascimento de duas gerações diferentes de mulheres, mostrando que estas diferentes experiências geracionais resultaram em visões radicalmente distintas do significado e do valor moral da crescente popularidade de cesarianas. «A China é um exemplo perfeito de modernidade reprodutiva comprimida, ou seja, é uma economia emergente que passou de um sistema low-tech de nascimento para um sistema high-tech no espaço de uma geração. Este processo de “leapfrogging tecnológico” gerou muitas tensões geracionais e é importante perceber o papel

destas tensões nos processos de negociação familiares que ajudam a moldar as preferências e experiências de nascimento das mulheres», declara Gonçalo Santos.

A relevância das experiências das mulheres desta pequena comunidade rural vai muito para além das zonais rurais da China ou da própria China como um todo. As mulheres de outros países no leste asiático e noutras partes do mundo «estão também a ser confrontadas com uma dinâmica de medicalização sem precedentes. Uma importante contribuição dos artigos desta secção especial é chamar a atenção para a importância do ponto de vista das próprias mulheres sobre as dinâmicas de medicalização e de tecnologização em curso. Em suma, pretendemos chamar a atenção para a importância de desenvolver políticas de saúde pública que tomem em consideração o ponto de vista das mulheres», conclui.

Esta publicação foi apoiada pelo Research Grants Council of Hong Kong, pela Universidade de Hong Kong e pelo Smith College (East Asian Studies Fund) e é uma iniciativa de um grupo de pesquisa internacional sobre tecnologias de trabalho reprodutivo no leste da Ásia, liderado por Gonçalo Santos, por Jacob Eyferth (University of Chicago) e por Suzanne Gottschang (Smith College). Para realizar este projeto, o docente da FCTUC, que atualmente coordena a rede internacional Sci-Tech Asia (https://www.scitechasia.org [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""]), beneficiou de uma Visiting Scholar Fellowship atribuída pelo Max Planck Institute for the History of Science, em Berlin, em 2018/2019.

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Investigadores descobrem que a varíola já existia no tempo dos vikings

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1595787573160{margin-bottom: 150px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""]

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[/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1595787641371{margin-left: 25px !important;}"]A varíola, uma doença outrora fatal é mais antiga e estava mais difundida do que os cientistas até agora pensavam. Um novo estudo realizado por uma equipa da Universidade de Copenhague e da Universidade de Cambridge mostra que os vikings também sofriam de varíola.

Ao longo dos tempos, a varíola, uma doença altamente infeciosa, matou centenas de milhões de pessoas. Mas ainda não é clara a data exata em que a doença surgiu. Foram encontradas evidências de varíola em indivíduos do século XVII, enquanto registos escritos sugerem que a doença é muito mais antiga.

No entanto, um novo estudo mostra que a doença já existia há mais de 1000 anos. Investigadores da Universidade de Copenhague (UCPH) e da Universidade de Cambridge encontraram provas de que a varíola também existia no tempo dos Vikings. Os novos resultados foram publicados na revista científica Science [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""] .

"Encontramos a evidência mais antiga de varíola. Além disso, parece ter sido surpreendentemente comum desde o período Viking", diz o professor associado Martin Sikora, do Globe Institute, UCPH e da Universidade de Cambridge. O investigador conta que "a varíola foi a infeção que matou mais pessoas em todo o mundo. Por esse motivo, é muito importante e interessante saber como a doença se desenvolveu. Isso nos dá uma oportunidade única de entender a evolução do vírus, ou como o mesmo mudou até se tornar no patógeno que conhecemos hoje".

Os investigadores estudaram e analisaram o DNA de 13 indivíduos do norte da Europa infetados com varíola, mostrando dessa forma que a doença foi mais disseminada do que se pensava até agora. Uma ideia generalizada defendia varíola não era endémica no norte da Europa durante esse período. "Mostramos que não só era endémica na Europa, mas na verdade era bastante difundida no norte da Europa já no ano de 600. Isso significa que a doença surgiu aqui numa idade muito mais precoce do que se pensava", diz o professor Eske Willerslev.

Este estudo permitiu perceber que os vírus que circulavam durante o período Viking eram distintos dos exemplares modernos, e não diretamente relacionados com os vírus que causaram o último grande surto de varíola no século XX. "Eles partilham um ancestral comum, mas também têm características únicas que os diferenciam dos que circularam em épocas mais adiantadas da história. Acontece que os vírus que encontramos são diferentes dos patógenos devastadores conhecidos a partir do século XX. É a primeira vez que podemos rastrear esses primeiros vírus da varíola, comparar seus genomas e mutações e ver como a doença evoluiu ao longo do tempo", diz Eske Willerslev.

Embora a doença tenha sido erradicada, ainda é muito útil saber como ela se desenvolveu e se modificou ao longo dos tempos. A varíola é o chamado poxvírus, uma grande família de vírus com muitos tipos diferentes que infetam um conjunto diversificado de espécies hospedeiras. Um exemplo é a varicela, que tipicamente infeta macacos, mas também é conhecida por causar uma doença semelhante à varíola em humanos. Portanto, é útil saber como outros tipos de poxvírus sofrem mutação e sobrevivem. "Quando sabemos como a doença sofreu uma mutação ao longo do tempo, ela nos dá a oportunidade de montar um catálogo de como esses patógenos podem sofrer mutações no futuro, quais as mutações e combinações que tornam os agentes patogénicos viáveis e bem-sucedidos. É um dos poucos exemplos em que a investigação genética antiga tem implicações diretas para a saúde atual e futura", diz Martin Sikora.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Investigadores portugueses participam em estudo pioneiro que aprofunda a cartografia do cérebro

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1595434123631{margin-bottom: 100px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1595434106866{margin-left: 25px !important;}"]Os investigadores portugueses Marcos Gomes e João Peça, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC), participaram num estudo internacional pioneiro, publicado hoje na prestigiada revista Nature, que aprofunda o nosso conhecimento sobre o tálamo - uma importante região do cérebro.

Liderado por investigadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology), este estudo incidiu sobre o denominado “núcleo reticular do tálamo”, uma zona que se pensa estar envolvida na cognição, no processamento sensorial, na atenção e na regulação do sono. Alterações neste núcleo «estão associadas a perturbações neuropsiquiátricas e do neurodesenvolvimento, tais como esquizofrenia, autismo e perturbação de hiperatividade e défice de atenção (PHDA). Contudo, apesar da sua importância, pouco se sabe ainda sobre as propriedades desta região e as características dos neurónios que a compõem», explicam os dois coautores do artigo publicado na Nature.

Este trabalho produziu, pela primeira vez, um atlas do núcleo reticular do tálamo, onde se reúne as propriedades eletrofisiológicas e de expressão genética de milhares de células individuais, permitindo aos investigadores identificar «um gradiente populacional e dois tipos de neurónios previamente desconhecidos. Esses “novos” neurónios foram denominados Spp1+ e Ecel1+ e demonstraram ter um papel fundamental, mas distinto, na regulação do sono», sublinham Marcos Gomes e João Peça.

A contribuição da equipa da UC na investigação permitiu identificar a organização tridimensional dos “novos” neurónios Spp1+ e Ecel1+, o que levou a uma compreensão detalhada sobre este núcleo do tálamo.

«Os resultados desta investigação significam mais um passo importante no processo de cartografar o cérebro dos mamíferos, e contribuem para melhor perceber a arquitetura do tálamo», afirma João Peça, também docente do

Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

«Entre outros aspetos, o nosso estudo demonstra uma organização em camadas nas populações deste núcleo talâmico e identifica as propriedades eletrofisiológicas e funcionais particulares de cada grupo neuronal», acrescenta Marcos Gomes, aluno do Programa Doutoral em Biologia Experimental e Biomedicina da UC.

As abordagens desenvolvidas no âmbito deste trabalho permitiram a «caracterização funcional do circuito e dão pistas importantes na compreensão, não só de doenças do sono, mas também de várias doenças do neurodesenvolvimento. Isto porque, com o conhecimento das particularidades únicas dos neurónios que compõem esta região do cérebro, estão também abertas as portas ao desenho de estratégias e terapias para restabelecer a sua normal função em processos de doença», concluem os dois investigadores.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

A ocitocina pode ser usada para tratar distúrbios cognitivos como o Alzheimer

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1595432820992{margin-bottom: 100px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1595432796131{margin-left: 25px !important;}"]A doença de Alzheimer é um distúrbio progressivo no qual as células nervosas (neurónios) no cérebro de uma pessoa e as conexões entre elas degeneram lentamente, causando uma rápida perda de memória, deficiências intelectuais e deterioração das habilidades motoras e de comunicação. Uma das principais causas da doença de Alzheimer é o acúmulo de uma proteína chamada amiloide β (Aβ) em aglomerados em torno de neurônios no cérebro, o que dificulta sua atividade e desencadeia a sua degeneração.

Estudos em animais descobriram que o aumento da agregação de Aβ no hipocampo - o principal centro de aprendizagem e memória do cérebro - causa um declínio no potencial de transmissão de sinais dos neurónios. Essa degeneração afeta uma característica específica dos neurónios, chamada "plasticidade sináptica", que mais não é do que a capacidade das sinapses (o local da troca de sinais entre os neurónios) se adaptarem a um aumento ou diminuição da atividade de sinalização ao longo do tempo.

A plasticidade sináptica é crucial para o desenvolvimento da aprendizagem e das funções cognitivas no hipocampo. Assim, Aβ e o seu papel em causar deficits na memória cognitiva têm sido o foco da maioria das pesquisas destinadas a encontrar tratamentos para a doença de Alzheimer.

Agora, avançando nesse esforço de investigação, uma equipa de cientistas do Japão, liderada pelo professor Akiyoshi Saitoh, da Universidade de Ciências de Tóquio, analisou a ocitocina, um hormónio conhecido convencionalmente pelo seu papel no sistema reprodutivo feminino e na indução de sentimentos de amor e bem-estar. "Recentemente, descobriu-se que a ocitocina está envolvida na regulação do desempenho da aprendizagem e da memória, mas até agora, nenhum estudo anterior lidou com o efeito da ocitocina no comprometimento cognitivo induzido por Aβ", disse Saitoh. Percebendo isso, a sua equipa centrou-se nessa investigação, estando os resultados já publicados na revista Biochemical and Biophysical Research Communication [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""].

Para descobrir como a ocitocina consegue esses efeitos, estes investigadores produziram uma série de experiências, tendo concluído que num cérebro normal, a ocitocina age ligando-se a estruturas especiais nas membranas das células cerebrais, chamadas receptores de ocitocina. Mas os cientistas também "bloquearam" artificialmente esses recetores nas fatias de hipocampo de ratos para ver se a ocitocina poderia reverter o comprometimento induzido por Aβ da plasticidade sináptica sem se ligar a esses receptores. Como esperado, quando os receptores foram bloqueados, a ocitocina não conseguiu reverter o efeito de Aβ, o que mostra que esses receptores são essenciais para a ocitocina agir.

Sabe-se que a ocitocina facilita certas atividades químicas celulares que são importantes no fortalecimento do potencial de sinalização neuronal e na formação de memórias. Estudos anteriores já tinham registado que a Aβ suprime algumas dessas atividades químicas. Quando os cientistas bloquearam artificialmente essas atividades, eles descobriram que a adição de ocitocina às fatias do hipocampo não revertia os danos à plasticidade sináptica causados pelo Aβ. Além disso, eles descobriram que a oxitocina em si não tem nenhum efeito sobre a plasticidade sináptica no hipocampo, mas é de alguma forma capaz de reverter os efeitos negativos da Aβ.

Segundo o professor Saitoh, "este é o primeiro estudo no mundo que mostrou que a ocitocina pode reverter as deficiências induzidas por Aβ no hipocampo de ratos". Este é apenas um primeiro passo e ainda há muita investigação a realizar, primeiro em animais e depois em seres humanos, antes que seja possível reunir conhecimento suficiente para reposicionar a ocitocina como um medicamento para a doença de Alzheimer.

Mas Akiyoshi Saitoh tem muita esperança nas suas descobertas, comentando que "atualmente, não existem medicamentos suficientemente satisfatórios para tratar a demência e, por isso, novas terapias com novos mecanismos de ação são desejadas. O nosso estudo apresenta a interessante possibilidade da ocitocina poder ser uma nova modalidade terapêutica para o tratamento da perda de memória associada à demência com distúrbios cognitivos, como é o caso da doença de Alzheimer”, conclui.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Estudo avalia os efeitos benéficos da dieta Mediterrânica na redução da obesidade juvenil

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1590749696088{margin-left: 20px !important;}"]Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), liderada por Maria Filomena Botelho, integra o consórcio internacional MED4Youth, Mediterranean enriched diet for tackling youth obesity, que está a avaliar o impacto de uma dieta mediterrânica com restrição de energia e enriquecida com frutos secos, grão-de-bico, romã e pão de fermento na redução de peso e dos fatores associados à obesidade juvenil.

Nesse sentido, o consórcio vai iniciar agora um estudo clínico com a participação de 240 adolescentes obesos, com idades compreendidas entre os 13 e 16 anos, de Portugal, Espanha e Itália. É a primeira vez que um estudo deste tipo vai ser realizado com participantes de diferentes países do Mediterrâneo.

O principal objetivo deste estudo clínico, com a duração de quatro meses, é «demonstrar que uma dieta mediterrânica com restrição de energia e enriquecida com produtos típicos do Mediterrâneo, como a romã, o grão-de-bico, os frutos secos e o pão de fermento, é mais eficaz na redução de peso e dos fatores de risco cardiovasculares associados à obesidade juvenil comparativamente com uma dieta convencional com pouca gordura e restrição de energia», explica Maria Filomena Botelho.

A investigação vai utilizar tecnologias “ómicas”, tecnologias que permitem obter uma “radiografia” global dos processos biológicos, para analisar se os efeitos para a saúde da intervenção clínica são associados a mudanças favoráveis em populações bacterianas e metabolitos intestinais.

Estas técnicas, explicita a docente da FMUC, permitem «fornecer as “impressões digitais” do padrão alimentar dos indivíduos, combinando instrumentos dietéticos convencionais com análises de biomarcadores selecionados da ingestão de alimentos, validados pela primeira vez neste projeto». Maria Filomena Botelho

acrescenta que esta investigação internacional irá «sensibilizar a população em geral, mas especialmente os jovens que vão integrar o estudo e os seus pais, sobre os benefícios para a saúde derivados da dieta mediterrânica, melhorando as suas escolhas alimentares».

Este estudo pretende também impulsionar a produção e consumo de produtos saudáveis tradicionais. Maria Filomena Botelho nota que, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade juvenil quadruplicou nos últimos 30 anos e «18% das crianças e adolescentes entre os 5 e 19 anos de idade têm excesso de peso ou obesidade, com uma incidência particularmente elevada em países mediterrânicos como Portugal, Espanha e Itália».

De salientar ainda que a obesidade está associada a maiores taxas de diabetes, hipercolesterolemia, doença do fígado gordo não-alcoólica e pressão sanguínea elevada, fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares na vida adulta.

O consórcio do projeto MED4Youth é coordenado pelo centro de tecnologia Eurecat (Espanha) e, além da Universidade de Coimbra, envolve também a Universidade de Parma (Itália), Shikma Field Crops (Israel), o Scientific Food Center (Jordânia) e a NOVAPAN (Espanha).

Este projeto insere-se no programa PRIMA que é suportado pela União Europeia e pelo ACCIO - a Agência Catalã para a Competitividade nos Negócios -, o Centro para o Desenvolvimento Industrial de Espanha (CDTI), a Autoridade de Inovação de Israel, o Ministério de Educação de Itália – Universidades e Investigação, o Fundo de Suporte à Investigação Científica na Jordânia e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia em Portugal.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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