Mais de 1 milhão de euros de investimentos no Museu da Terra de Miranda e na Igreja de Moncorvo

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1614099396444{margin-bottom: 40px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""]

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[/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1614099382785{margin-left: 25px !important;}"]A Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) acaba de ver aprovadas sete novas candidaturas apresentadas ao Aviso Património Cultural-Infraestrutural do Programa Operacional Norte 2020. Dois dos monumentos contemplados são o Museu da Terra de Miranda e a Igreja de Moncorvo, que no tal terão um investimento superior a 1 milhão de euros.

Tendo como prioridade de investimento, a conservação, proteção, promoção e desenvolvimento do Património Natural e Cultural, as candidaturas agora aprovadas, com prazo de execução de dois anos, têm uma estratégia delineada pela Direção Regional de Cultura do Norte, que “visa a descentralização do investimento, alargando as suas ações a todo o território, num plano de trabalho em rede que contempla, igualmente, o apoio a candidaturas apresentadas por outras entidades e que mereceram, igualmente, aprovação”, lê-se numa nota de imprensa distribuída por aquela instituição.

Visando a salvaguarda e proteção do património, mas também a sua dinamização, divulgação e consequente fruição por parte do público, as candidaturas apresentadas aos fundos comunitários revestem-se de um caráter transversal, dando continuidade ao trabalho que tem vindo a ser realizado ao longo dos últimos anos, num claro esforço de criação de sinergias alargadas a todo o território, com evidentes repercussões ao nível das economias locais”, salientam.

No distrito de Bragança foram duas as estruturas contempladas com investimentos que superam 1 milhão de euros. No Museu da Terra de Miranda o Investimento total será de 819.590,00 €. Perto de completar quatro décadas de existência, o Museu da Terra de Miranda é um espaço cultural de referência na região. Sendo, Miranda do Douro uma cidade localizada em território de baixa densidade demográfica, reúne condições ímpares para a atratividade turística. “O Museu da Terra de Miranda terá, ao longo dos próximos dois anos, uma significativa intervenção no seu edifício, bem como no seu discurso expositivo, pretendendo-se criar uma museografia mais contemporânea, mais interativa, mais atrativa. Será a partir desta reformulação do seu discurso, embora não perdendo de vista o seu objetivo de difusão da cultura antropológica local, que o Museu da Terra de Miranda se pretende afirmar como uma âncora de atratividade de e para o território”.

Também Igreja Matriz de Torre de Moncorvo encaixará um investimento total de 204.900,31 €. A igreja matriz de Torre de Moncorvo é um legado arquitetónico e artístico notável de grande valor patrimonial que integra no seu interior um valioso espólio. “O imóvel apresenta problemas de conservação bastante generalizados, com grande incidência na degradação do granito, mas consideram-se especialmente preocupantes as manifestações presentes nos portais uma vez que colocam em risco a sua expressão decorativa, bem como a própria funcionalidade dos vãos. A presente candidatura prevê efetuar uma intervenção de reabilitação, restauro e consolidação do edificado; realizar os trabalhos de conservação e restauro do espólio artístico integrado; melhorar as condições de acessibilidade e visita. Pretende-se assim que a intervenção na Igreja de Torre de Moncorvo, para além de se constituir como uma ação de salvaguarda efetiva do imóvel, melhore e reforce o interesse turístico da região conduzindo-a para ser cada vez mais um polo de atração e formação de públicos variados”, descreve-se na nota de imprensa da DRCN.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

“Lã, da tosquia à manta tradicional”

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text]“Lã, da tosquia à manta tradicional” é um vídeo que integra a componente audiovisual do Museu da Memória Rural de Vilarinho da Castanheira (Carrazeda de Ansiães), complementando visualmente o discurso museográfico patente na Sala da Lã da sede do museu em Vilarinho da Castamnheira.

Um processo longo, trabalhoso que começa na tosquia e acaba no agasalho de uma manta tradicional, daquelas que se produziam no concelho de Carrazeda de Ansiães em meados do século XX.

Este vídeo apresenta todo esse antigo processo do saber-fazer tradicional que se tem vindo a perder um pouco por todo o território nacional. O objetivo deste trabalho é o registo, um registo que seja o mais aproximado possível da antiga realidade e capaz de guardar como espólio estas técnicas e tradições.

O Museu da Memória Rural [icon name="university" class="" unprefixed_class=""], concelho de Carrazeda de Ansiães, é uma unidade museológica destinada a trabalhar temáticas relativas à cultura rural e ao património imaterial da região duriense e transmontana.Um projeto de museologia social e coesiva, participado pela comunidade, onde é valorizada uma abordagem participacionista do património, uma visão dinâmica do passado e uma intervenção científico cultural que opera com “metodologias de intervenção comunitária democráticas e participativas”.

Um projeto de museologia rural centrado num edifício sede com núcleos polarizados pelo restante território concelhio. Cinco espaços musealizados disponíveis para visitação.

Video: Fazer Telha
Gravado em: Luzelos
Imagem, Montagem e Realização: Luis Pereira
Produção: Museu da Memória Rural

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Dia Internacional da Juventude celebrado com entradas gratuitas nos museus e monumentos

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1596912339341{margin-left: 26px !important;}"]A Direção Regional de Cultura do Norte associa-se à celebração do Dia Internacional da Juventude e concede entrada gratuita a todos os jovens com idades compreendidas entre os 12 e os 29 anos de idade.

O Dia Internacional de Juventude é celebrado no dia 12 de agosto desde 1999, depois da resolução 54/120 da Assembleia Geral das Nações Unidas que endossou as recomendações feitas pela Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude que decorreu em Lisboa entre 8 e 12 de agosto de 1998.

Este ano o tema das comemorações é “Compromisso dos Jovens para a Ação Global”, oferecendo aos jovens a oportunidade para celebrar e integrar as suas vozes, ações e iniciativas, bem como, defender o seu envolvimento pleno, universal e equitativo em esforços para superar os enormes desafios que a humanidade enfrenta.

Considerando a importância do tema, a Direção Regional de Cultura do Norte determinou que seja concedida entrada gratuita a todos os jovens com idades compreendidas entre os 12 e os 29 anos, nos museus, monumentos e demais equipamentos culturais sob gestão da DRCN, no período de 10 a 16 agosto 2020.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

A Festa do Charolo de Outeiro

[vc_row][vc_column width="1/6"][/vc_column][vc_column width="2/3"][vc_custom_heading text="TEXTO E MULTIMÉDIA: ANTÓNIO LUIS PEREIRA" font_container="tag:p|font_size:20PX|text_align:center|color:%23777777" google_fonts="font_family:Source%20Sans%20Pro%3A200%2C200italic%2C300%2C300italic%2Cregular%2Citalic%2C600%2C600italic%2C700%2C700italic%2C900%2C900italic|font_style:200%20light%20regular%3A200%3Anormal" css=".vc_custom_1593455442741{margin-top: 20px !important;}"][vc_separator color="black" el_width="30"][vc_column_text css=".vc_custom_1593451032434{margin-top: -20px !important;}"]Cumprida anualmente no primeiro sábado que imediatamente se sucede ao dia de Ano Novo, a Festa de São Gonçalo de Outeiro congrega o labor e o empenho coletivo de dez mordomos que são os responsáveis por toda a logística relativa à manutenção desta ancestral tradição, cujas origens ainda não estão historicamente fixadas, mas que se pensa remontarem ao século XVIII.[/vc_column_text][vc_separator color="black" el_width="30" css=".vc_custom_1593380901708{margin-top: -20px !important;}"][/vc_column][vc_column width="1/6"][/vc_column][/vc_row][vc_row css=".vc_custom_1593461392263{margin-top: 30px !important;}"][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="4" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="1/2"][vc_column_text]Outeiro é uma pequena povoação que fica à margem imediata da estrada que liga Bragança a Miranda do  Douro, bem próximo e em antecedência da vila de Argozelo, uma outra localidade cuja história está marcada pela influência dos Judeus.

Em Outeiro não há referências a qualquer comunidade judaica, mas no morro que se desenvolve sobranceiramente na direção nascente dos dois principais núcleos do atual povoamento ergueu-se, pelo menos até meados do séc. XVIII, um importante castelo cujas origens se fixam no período medieval.

O interesse e a importância histórica de Outeiro não reside apenas no seu castelo, outrora designado como o Castelo de Outeiro de Miranda. Quem passar na antiga estrada de ligação 218-2, vai deparar-se com um majestoso templo, a Basílica de Santo Cristo, a única basílica portuguesa situada em espaço rural.

Mas a aldeia de Outeiro tem muito mais para mostrar e oferecer ao caminheiro ou viajante que se disponha a descobrir estas terras recônditas e belas que se desenvolvem numa faixa territorial fronteiriça do interior transmontano.

Uma das tradições deste povo com maior interesse é a Festa de São Gonçalo, ou "Festa do Charolo", uma manifestação do solísticio que na região se designa como o “Ciclo das Festas de Inverno”. Cumprida anualmente no primeiro sábado que imediatamente se sucede ao dia de Ano Novo, o acontecimento congrega o labor e o empenho coletivo de dez mordomos que são os responsáveis por toda a logística relativa à manutenção desta ancestral tradição, cujas origens ainda não estão historicamente fixadas, mas que se pensa remontarem ao século XVIII.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width="1/4"][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width="stretch_row_content_no_spaces"][vc_column][vc_single_image image="6456" img_size="1600x504"][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width="1/4" css=".vc_custom_1593461411247{margin-left: 0px !important;}"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1593461435602{margin-bottom: 300px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][zoomsounds_player source="https://ia601509.us.archive.org/16/items/explicacaodafesta/milagredosgoncalo.mp3" type="detect" config="sample--skin-wave-with-multisharer-button-and-embed" artistname="Depoimento de Ramiro Romão" songname="Lenda Fundadora" enable_likes="on" enable_download_button="on" wrapper_image="6459" wrapper_image_type="zoomsounds-wrapper-bg-center" play_target="footer"][/zoomsounds_player][vc_column_text css=".vc_custom_1593380588442{margin-top: 10px !important;}"]Ramiro Romão, mordomo da festa, fala-nos sobre a lenda relativa ao culto de São Gonçalo.

[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width="1/2"][vc_column_text css=".vc_custom_1593461960323{margin-left: 20px !important;}"]O culto a São Gonçalo começa por ser a primeira curiosidade neste período de comemorações regionais onde também prevalece a figura de Santo Estêvão e as festas relacionadas com o Reis e com o Carnaval. Esta será, portanto, uma primeira mas desafiadora incógnita em qualquer proposta de investigação que pretenda obter algum esclarecimento sobre as origens desta tradição que, à semelhança de tantas outras que ocorrem no concelho de Bragança e por todo o território do Nordeste Transmontano, mistura, de forma extraordinariamente humana, o sagrado e o profano.

São Gonçalo (1187-1262), foi um santo que viveu em território português e sobre o qual existe o consenso geral de ser um excelente pregador dominicano que acabou por se instalar junto às margens do rio Tâmega, onde atualmente se ergue a Igreja e o Convento de São Gonçalo, em Amarante, para a partir daí pregar o evangelho.

Ao que parece, a sua missão pregadora obteve um sucesso à escala permitida pela época e o seu posterior culto, após a beatificação, paulatinamente se espalhou por todo o Norte de Portugal e mesmo pelos domínios ultramarinos detidos por Portugal, de que foram exemplos a índia e o Brasil. Além do epíteto de “Casamenteiro das encalhadas”, as orações a São Gonçalo revelam, sobretudo, a procura da cura, o controlo das calamidades naturais, a proteção dos condenados, a proteção da miséria, a recuperação de bens perdidos e a interferência divina para afastar os perigos e dar saúde aos anciãos.

Como chegou o culto de São Gonçalo até Outeiro não se sabe muito bem, apenas se constata que a evocação deste santo é feita num período de festa revigoradora, de uma festa ritual que enfatiza o renascimento cíclico dos elementos congregadores e protetores das comunidades rurais do Nordeste Transmontano, onde os símbolos cristãos e profanos, assim como a música tradicional, tocada por gaita-de-foles, flauta pastoril, tamboril ou bombo, se misturam ordenadamente num processo gradual de comemoração em que quase sempre o pão emerge como o elemento centralizador e de destaque. Esse mesmo pão que no caso de Outeiro surge em forma de rosca ou mesmo de santo, em declarada evocação dos símbolos solares e divinos.

Conta-se, conta-nos o Sr. Ramiro Romão, um dos mordomos da Festa de São Gonçalo de Outeiro, que o culto deste santo e a construção da pequena capela que o acolhe e que se ergue timidamente mesmo em frente à majestosa basílica, começou devido a uma peste que quase dizimou toda a “criação” da aldeia.

“Reza a lenda” que a devoção da população de Outeiro a São Gonçalo remonta aos inícios do Século XVIII. “Por essa altura terá havido aqui um surto de peste, muito usual nesses tempos, e uma vez que não havia tratamentos como há hoje, o povo da altura resolveu, em honra de S. Gonçalo, construir uma capela para que a peste fosse extinta. E, como de facto, isso aconteceu. Foi o milagre de São Gonçalo e passado pouco tempo os animais ficaram todos a salvo, ou seja, a peste desapareceu completamente e a partir de então a festa começou-se a realizar sempre no dia 10 de janeiro que é o dia de São Gonçalo”.

Por este motivo, explicado pela lenda, a população de Outeiro  celebra a sua festa anual em honra de São Gonçalo, tendo posteriormente associado a essa celebração a tradição do "Charolo", num quadro festivo em que se percebe patente os diferentes momentos da festa tradicional transmontana, estando totalmente incorporados os momentos sagrados, como a liturgia cristã ou a procissão, e os momentos mais profanos, como a confeção das roscas e do charolo, o peditório, o leilão, a “Dança da Rosca” ou a “Pandorcada”.

[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width="1/4"][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_separator color="black" el_width="30" css=".vc_custom_1593453867879{margin-top: 00px !important;}"][vc_custom_heading text="O CULTO DO PÃO" font_container="tag:p|font_size:38PX|text_align:center|color:%23777777" google_fonts="font_family:Source%20Sans%20Pro%3A200%2C200italic%2C300%2C300italic%2Cregular%2Citalic%2C600%2C600italic%2C700%2C700italic%2C900%2C900italic|font_style:200%20light%20regular%3A200%3Anormal" css=".vc_custom_1593453879853{margin-top: 20px !important;margin-bottom: 40px !important;}"][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width="stretch_row_content_no_spaces"][vc_column][vc_single_image image="6466" img_size="1600x635"][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width="1/4" css=".vc_custom_1593383379524{margin-top: 150px !important;}"][zoomsounds_player source="https://ia802903.us.archive.org/27/items/explicacaodafesta/confecaopao.mp3" type="detect" config="sample--skin-wave-with-multisharer-button-and-embed" artistname="Depoimento de Ana Quintas" songname="Roscas Feitas com Amor" enable_likes="on" enable_download_button="on" wrapper_image="6471" wrapper_image_type="zoomsounds-wrapper-bg-center" play_target="footer"][/zoomsounds_player][vc_column_text css=".vc_custom_1593386661022{margin-top: 10px !important;margin-bottom: 100px !important;}"]Ana Quintas, mordoma da festa, explica-nos como são feitas as roscas[/vc_column_text][zoomsounds_player source="https://ia802903.us.archive.org/27/items/explicacaodafesta/explicacaodafesta.mp3" type="detect" config="sample--skin-wave-with-multisharer-button-and-embed" artistname="Depoimento de Maria Helena Geraldes" songname="As letras dos namorados" enable_likes="on" enable_download_button="on" wrapper_image="6474" wrapper_image_type="zoomsounds-wrapper-bg-center" play_target="footer"][/zoomsounds_player][vc_column_text css=".vc_custom_1593386655357{margin-top: 10px !important;margin-bottom: 50px !important;}"]“O charolo era a mocidade solteira que o fazia". Maria Helena Geraldes explica a festa do antigamente[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width="1/2"][vc_column_text css=".vc_custom_1593451271695{margin-left: 20px !important;}"]Tudo começa nos dois dias anteriores ao sábado da festa com a confeção das roscas e a organização dos ramos e do “charolo”. Num salão da junta de freguesia local, equipado propositadamente para esse efeito com forno e amassadeira, os mordomos deitam mãos à cansativa tarefa. Mais de duzentas roscas vão ser amassadas, levedadas e cozidas. Depois de douradas e apetitosas ao olhar são colocadas em acolchoado adorno numa estrutura em forma de andor a que chamam “charolo”.

Ana Quintas, mordoma da festa, explica-nos como são feitas as roscas. “ Logo de manhã os mordomos dirigem-se para o forno da aldeia e cada um faz a sua tarefa. É necessário sumo de laranja, peneirar a farinha, bater os ovos, fermento, manteiga, água e muito amor. Mistura-se tudo e amassa-se. Depois de misturados todos os ingredientes, a massa fica a repousar durante duas horas e meia. Posteriormente cortam-se pedaços de massa à medida pretendida e no entretanto vai-se acendendo o fogo".

Simultaneamente batem-se mais ovos para pincelar as roscas depois de serem moldadas em forma de sol ou em forma de um boneco que pretende a representação do São Gonçalo. Não raro, alguns dos pães de configuração antropomórfica representam também pares de namorados acompanhados de placas com iniciais de nomes para que a bênção do santo recaísse sobre eles.

Noutros tempos, que é o mesmo que dizer há cerca de cinco ou seis décadas atrás, essas representações, e também as placas em pão com a primeira letra do nome das raparigas, eram as mais “mandadas” nas arrematações do leilão de sábado à tarde. Maria Helena Geraldes, mulher já idosa e uma profunda conhecedora da tradição, conta-nos que “quando era nova” o “charolo” era feito só por jovens solteiros, quatro rapazes e quatro raparigas, mas a onda de emigração que se fez sentir sobre região “levou-nos a mocidade toda e tivemos que nos adaptar”. Naquele tempo, retoma a conversa a Srª Maria, “o charolo era a mocidade solteira que o fazia, porque são os rapazes solteiros que levam o charolo. Fazíamos também muito boneco em pão e a rosca tal e qual como é agora. E fazíamos umas placas com as nossas letras iniciais do nome. Aquelas que tinham namorado, os namorados queriam comprar essas placas, os outros rapazes que o sabiam puxavam, porque isto é leiloado, um mandava e outro mandava, que era para fazer pagar muito ao namorado pelo nome da namorada”.

Agora são os mordomos, quase todos de idade avançada, que preparam os ramos e enfeitam o “charolo”. Logo que cozidas, as roscas são dispostas numa longa fila de mesas, “para descansar”. Em toda essa azáfama, que roda integralmente à volta do pão - de um pão que aqui surge como símbolo de ligação ao trabalho e à terra e com um manifesto significado religioso -, não há tempo para descansar. Tudo tem que ser feito de modo a que o pão que resulta de um intenso esforço e labor, o pão que se partilha entre os homens e se oferece ao “Senhor”, seja a dignificação de quem o preparou. Por isso coloca-se toda a entrega na composição daquele andor piramidal que deverá sair para a rua recheado de roscas e encimado por cinco ramos coroadores, onde prolifera a doçaria caseira, guloseimas, frutos secos e também algum fumeiro.

A tarde de sexta chegou ao fim. E enquanto se dá aqui e ali um ou outro retoque no "charolo" e se ultimam os ramos, o brilho nos olhos dos mordomos da Festa de São Gonçalo de Outeiro alumia já a noite espessa que num instante se instalou.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width="1/4"][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_separator color="black" el_width="30" css=".vc_custom_1593380975985{margin-top: 0px !important;}"][vc_custom_heading text="O SÁBADO DA FESTA" font_container="tag:p|font_size:38PX|text_align:center|color:%23777777" google_fonts="font_family:Source%20Sans%20Pro%3A200%2C200italic%2C300%2C300italic%2Cregular%2Citalic%2C600%2C600italic%2C700%2C700italic%2C900%2C900italic|font_style:200%20light%20regular%3A200%3Anormal" css=".vc_custom_1593453923871{margin-top: 20px !important;margin-bottom: 40px !important;}"][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width="stretch_row_content_no_spaces"][vc_column][vc_single_image image="6478" img_size="1600x581"][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width="1/4" css=".vc_custom_1593384435250{margin-top: 300px !important;}"][zoomsounds_player source="https://ia801509.us.archive.org/16/items/explicacaodafesta/afestaemverso.mp3" type="detect" config="sample--skin-wave-with-multisharer-button-and-embed" artistname="Depoimento de Zulmira da Purificação Rodrigues" songname="A festa em verso" enable_likes="on" enable_download_button="on" wrapper_image="6479" wrapper_image_type="zoomsounds-wrapper-bg-center" play_target="footer"][/zoomsounds_player][vc_column_text css=".vc_custom_1593386637018{margin-top: 10px !important;}"]Zulmira da Purificação Rodrigues construiu em verso todos as fases da Festa de São Gonçalo[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width="1/2"][vc_column_text css=".vc_custom_1593453685535{margin-left: 20px !important;}"]Logo bem cedo, pelo romper da manhã de sábado, um grupo de rapazes e mordomos acompanhados de gaita-de-foles, tamboril e bombo percorrem as ruas da aldeia num peditório para a festa. No outro bairro, um grupo de homens transporta o “charolo” da casa da Junta de Freguesia para a basílica de Santo Cristo , onde é colocado como um autêntico andor para fazer parte da Eucaristia em honra de São Gonçalo, celebrada por volta das 10:30 horas. Um pouco antes começam a chegar os filhos de Outeiro que por razões profissionais ou quaisquer outras habitam na cidade de Bragança. O grande templo da aldeia, húmido e frio, já guarda lá dentro o “charolo” e num instante acolherá o calor e a fé da gente que neste sábado de janeiro vai venerar São Gonçalo.

Após a celebração da missa, segue-se a cerimónia da procissão religiosa que é também acompanhada por música tradicional adequada à situação, onde se faz notar, mais uma vez, o som de gaita-de-foles, da caixa e do bombo. Nesta procissão, que sai da basílica para contornar a pequena capela, o “charolo” segue à frente, logo seguido do andor de São Gonçalo. O percurso é curto, fazendo-se quase sempre em território adjacente ao largo da basílica, mas tendo como ponto referencial a capelinha do santo cultuado. Depois do retorno feito ao interior do templo maior, o andor das roscas seguirá para o largo fronteiro ao edifício da Junta de freguesia, onde a festa haverá de ser retomada logo que todos os comensais repastem o almoço típico do dia de São Gonçalo.

Sendo assim, e porque está a chegar a 1 hora da tarde, coloquemos a atenção na mesa da D. Maria do Céu para onde fomos convidados pelo seu filho António Carlos Bernardo. O Sr. Manuel Bernardo, que é o chefe de família, apressa-se a informar-nos que tudo ali é “caseiro”, até o bagaço que provámos em forma de aperitivo para comprovar a sua qualidade. Entretanto, e num ambiente de agradável conviviabilidade, foi chegando o butelo, as "cascas" ou "casulas" de feijão, os chouriços, a orelheira, os chispes, as batatas e os restantes legumes. Degustámos com gosto este almoço típico de evocação do dia, que regámos regaladamente com um saboroso vinho de uns "pés de vinha" cultivados na encosta do castelo; um tinto produzido sem quaisquer aditivos e com uma graduação superior a doze graus. Informam-nos durante a conversa que esta é a refeição que está presente em todas as casas de Outeiro, por ser a gastronomia típica e da tradição do dia de São Gonçalo.


Ao entrar da tarde já a gaita-de-foles e a batida dos bombos se ouvem junto ao edifício da junta de freguesia, onde vão decorrer todas as “celebrações” profanas. Crianças, jovens e adultos de todas as idades e condições começam agora a juntar-se no largo fronteiro ao edifício público, bebem café no bar da junta e confraternizam entre si. Não tarda, homens e mulheres vão alinhar-se em duas filas, eles com uma rosca erguida ao céu e elas com os braços no ar. A “dança das roscas” é uma das mais interessantes manifestações de exposição do pão que existem na região. Poder-se-á dizer que é mesmo única na aparente expressividade lúdica, embora pareça envolver um conjunto de gestos e formalidades imbuídas de um valor simbólico com significação própria de ritual.

A “dança das roscas” tem como som de fundo a melodia tradicional da gaita-de-foles. Os homens e as mulheres organizam-se em duas filas tão compridas quanto o número de atores que nelas queiram participar. De um lado os homens, do outro as mulheres. O bailado arranca em movimento e cadência, os homens expõem as roscas ao sol e as mulheres dançam de braços erguidos a abanar. Cada fila avança no sentido da outra. Os rostos e os corpos aproximam-se. Depois, num movimento rápido, viram-se de costas, tocam-se "rabo" com "rabo", e troca-se a posição da fila dos homens e da fila das mulheres. A dança repete-se com os mesmos gestos, uma, duas, três, quatro, tantas vezes quanto a duração da música o permitir, até terminar em contagiosa alegria.

https://www.youtube.com/watch?v=C_d-IOcIlpk

Depois de duas ou três danças, cumpre-se a tradição. Agora são as roscas dançadas pela mão dos homens que vão ser partilhadas entre os presentes. Cortam-se grossas fatias e distribuem-se por todos os que aí se encontram. Essa é a altura de partilhar; a altura da comunhão do pão entre homens, mulheres e crianças.

O resto da tarde está reservada ao leilão. As roscas, uma a uma, vão ser vendidas pela maior licitação. O “charolo” encontra-se encostado à parede da junta de freguesia e de lá começa a ser retirado, pouco a pouco, todo o pão. Cinco euros, dez euros, quinze euros e por aí a adiante até a rosca ser entregue à melhor oferta. Este ano não há placas com as iniciais do nome das raparigas e não há rapazes a “mandarem” mais para fazer inflacionar a placa da rapariga amada. Se calhar também já não há namorados em Outeiro como havia antigamente, como no tempo em que era solteira a Srª Maria Helena Geraldes. Mas a figura do São Gonçalo ainda está presente no leilão, surgindo frequentemente alguns bonecos de pão que são quase sempre os mais "mandados" na arrematação.

O presidente da Junta de Freguesia, César Garrido, que acompanha a festa de perto, explica-nos que o dinheiro obtido com o leilão reverterá integralmente para a confraria e também para ajudar a pagar os custos da festa, porque uma festa como esta tem despesas que necessitam de ser saldadas.

A tarde já vai adiantada em Outeiro. Está na hora de entregar a responsabilidade da manutenção da tradição  aos mordomos do próximo ano. Novamente os gaiteiros [icon name="video-camera" class="" unprefixed_class=""] vão percorrer as ruas. As novas nomeações obedecem a uma organização que respeita a estruturação urbana da aldeia. Os próximos mordomos sairão das casas que se sucedem às casas dos mordomos que acabaram a missão. Mais uma vez o ambiente festivo se instala, um significativo número de pessoas, gaiteiros e restantes músicos param em frente das casas do novos nomeados. Toca-se, come-se, bebe-se muito, dão-se abraços e muitos vivas. Quando a noite cair é a Pandorcada que reina. É nessa altura que a festa atinge o auge do profano e num excesso de tudo, dança-se, dança-se, dança-se.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width="1/4"][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][/vc_row]

“A terra antes do céu” o filme de João Botelho onde se invoca a obra do escritor Miguel Torga

[vc_row][vc_column width="1/4"][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1587372889805{margin-left: 15px !important;}"]“A terra antes do céu [icon name="film" class="" unprefixed_class=""]” é mais um filme de João Botelho que agora surge disponível no canal do Vimeo da Ar de Filmes [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""], podendo ser visualizado de forma gratuita neste período de confinamento criado pela necessidade de combate à Covid-19. Mais um filme musical, que mistura música com a poesia e textos da autoria do escritor transmontano Miguel Torga.

Um encontro de artistas reunidos para celebrar a genialidade de Miguel Torga. Botelho filma o trabalho de compositores Portugueses cuja música se inspira nos textos mágicos do escritor e nas passagens de 'Um Reino Maravilhoso (Trás-os-Montes)'. Um filme sobre a alma das pedras e das montanhas e sobre o coração e os olhos dos homens e dos animais que habitam o mundo inventado por Torga. Um mundo que desafia Deus e todos os homens.


Ficha Técnica
Um documentário de
: João Botelho
Com: José Pinto e Padre Avelino Augusto da Silva
Imagem
: João Ribeiro | Som: Francisco Veloso | Montagem: Vanessa Pimentel | Misturas de Som: Armazém 42 | Pós-Produção: Tóbis Portuguesa | Material de Luz: Gripman | Material de Imagem: Faux | Material de som: Obviosom | Música Original “Retratos e Paisagens”: Jesus Legido, Paulo Vaz de Carvalho, Fernando Lapa, Rudesindo Soutelo, Carlos Azevedo, Eurico Carrapatoso | Interpretação de Música: Angélica Neto (mezzo-soprano), Jorge Correia (flauta), Paulo Vaz de Carvalho (guitarra), Luís Norberto da Silva (viola), Filipe Quaresma (violoncelo), António Augusto Aguiar (contrabaixo), Luís Alves (oboé), Nuno Pinto (clarinete), Bernardo Silva (trompa), Pedro Silva (fagote), Elsa Marques da Silva (piano) | Produção: Alexandre Oliveira
”.

Da sinopse do filme[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Tradições de Páscoa em Trás-os-Montes

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="4" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1586441596870{margin-top: 30px !important;}"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1586441196039{margin-left: 15px !important;}"]Trás-os-Montes, um amplo território que na atualidade se distribui pelos distritos de Vila Real e Bragança, mantém ainda - resultado de um longo processo de isolamento e de um fraco índice de urbanização-, muitas das tradições que ao longo da sua história se foram cimentando entre as comunidades rurais. A semana que antecede a Páscoa é um bom exemplo das tradições cristãs e pagãs que anualmente se repetem de uma forma cíclica neste território.

Os autos da paixão, a procissão do Senhor dos Passos, as endoenças, as vias-sacras e as queimas do Judas são alguns dos exemplos desses ancestrais hábitos que sobreviveram até aos dias de hoje e que ano após ano se repetem em muitas das nossas localidades.

Estas seculares tradições cumprem-se todas na semana que medeia entre o “Domingo de Ramos” e o “Sábado de Aleluia”, e são, na sua maioria, manifestações fortemente marcadas por sentimentos religiosos, apesar de estar sempre presente um substrato cultural que as relaciona de uma forma inequívoca com a vertente lúdica e pagã que ainda permanecem arreigadas no seio da cultura destas comunidades rurais.

Os autos da paixão e as vias-sacras são expressões coletivas de fé, de uma fé bem sentida, mas onde ainda moram fortes influências de uma encenação provinda do teatro popular, apesar do sentimento predominante ser o luto e a dor pesarosa pela morte de Jesus Cristo; um luto e uma dor que se exprimem através de tons carregados de roxo e de negro, cores essas que expõem tristeza, melancolia, reflexão, penitência e todo o sentimento de perda e de sofrimento que antecipa o mistério pascal. Em todos os casos são recuperadas as catorze paragens que integram as estações da via sacra, e aldeias há que ainda conservam intactos os cruzeiros que representam cada uma dessas estações.

É nos autos da paixão que se encontra uma das mais elaboradas expressões do teatro popular. Com uma participação colectiva, afectiva e efetiva da comunidade, estas representações integram velhos e novos, homens e mulheres, e quase sempre atingem picos de realismo que alguns dos participantes até chegam a parecer figuras saídas do Novo Testamento. Por estes autos passam as narrações dos últimos dias da vida de Jesus Cristo, e neles intervêm personagens como os discípulos, com Judas em primeiro plano, Herodes, Caifaz, Pilatos, Fariseu, Maria Madalena, soldados romanos ou mesmo o Diabo, culminando todas essas encenações na deposição do filho de Deus na cruz.

Mas o sentimento de perda vivida, sentida e transmitida pela população durante a Semana Santa em Trás-os-Montes tem a sua mais peculiar e enigmática expressão no concelho de Vinhais, uma das localidades da região onde ainda previvem e se registam alguns vestígios das chamadas endoenças. Aqui existe um ritual onde se interpreta e encena a procura e a busca de Nosso Senhor Jesus Cristo, e todos os habitantes das pequenas aldeias se perguntam, uns aos outros, e entre vizinhos e amigos, se “alguém por aí o viu”.

Também em Freixo de Espada à Cinta permanece ainda bem viva e preservada a procissão dos "Sete Passos", uma não menos enigmática manifestação pagã que marca a Semana Santa e cujos contornos deixam transparecer claras influências de uma tradição antiquíssima, com provável origem na época medieval. Desta tradição existe um riquíssimo documento constituído por um filme intitulado “Encomendação das Almas – Sete passos [icon name="video-camera" class="" unprefixed_class=""]”, uma produção de 1979 para a RTP com a realização de Leonel Brito e textos de Rogério Rodrigues.

A partir da meia-noite de Sexta-Feira Santa, uma figura encapuçada de negro, dobrada pelo tronco, circula pelo adro da igreja matriz de Freixo com uma luminária a pender-lhe das mãos, enquanto à porta do templo são entoados cânticos com vozes exclusivamente masculinas. Posteriormente, pelas ruas do Centro Histórico da vila, mais duas dessas figuras, também encapuçadas e vestidas de negro, arrastam objetos de metal num estridente ruído, enquanto, seguindo-os de perto, o mesmo grupo de homens continua a entoar cânticos em diversas paragens pré-estabelecidas, com a figura que transporta a lamparina a encabeçar o cortejo. A procissão pagã dos "Sete Passos" exprime um culto dos mortos, um culto a todos os mortos que se entoa na véspera do sábado de aleluia, o dia em que foi anunciada a ressurreição do filho de Deus.

Já em Mogadouro, a tradição enraíza numa essência histórica melhor definida no tempo. A “Procissão dos Passos [icon name="video-camera" class="" unprefixed_class=""]” é uma das muitas manifestações pascais que durante a época quaresmal se realizam na região do nordeste transmontano. O Senhor dos Passos de Mogadouro é uma manifestação religiosa com contornos vincadamente históricos que se realiza de dois em dois anos nesta vila transmontana. Segundo alguns investigadores, surgiu pela mão de Luís Alvares Távora, Senhor de Mogadouro, que deu o impulso, em 1559, para a criação da Confraria da Igreja da Misericórdia. A procissão sai da igreja da Misericórdia e segue até ao convento de S. Francisco que se situa no fulcro urbano da localidade. O cortejo é de matriz marcadamente religioso, mas mantém contornos etnográficos que remontam ao séc. XVII.

Num campo mais lúdico, há a registar as “queimas de judas”, manifestações festivas e de algum excesso que marcam o fim de um tempo de restrições e penitência que foram impostas durante o período da Quaresma. Em Constantim, uma aldeia localizada às portas da cidade de Vila Real, renasceu há alguns anos pelas mãos dos habitantes da localidade um destes costumes antigos que esteve muito tempo adormecido. A Queima de Judas, o traidor, é realizada na noite de sábado de aleluia, véspera do Domingo de Páscoa, e reúne dezenas de pessoas num cortejo constituído por várias figuras que transportam tochas acesas pelos arruamentos da aldeia, vindo depois toda a representação a culminar na praça principal, num cenário dantesco, onde Judas é queimado entre gritos e risos de escárnio, numa representação que dizem “teatralizar a vingança do povo contra Judas que traiu Jesus”.

O mesmo espirito tem a “Queima de Judas em Montalegre”, também realizada no “Sábado de Aleluia”. O município constitui anualmente um concurso com inscrições prévias para incentivo geral da população e com o intuito de manter viva a tradição.

Nestes meios rurais mantém-se ainda o hábito de ao meio dia de Quinta-feira Santa tocar o sino a finados, o que significa o anúncio simbólico da morte de Cristo. A partir desse momento todas as pessoas abandonam os seus afazeres agrícolas e regressam a casa para cumprir o “dia santo de guarda”, permanecendo sem trabalhar, e muitas delas em jejum, até ao meio dia de sexta-feira.

Em outras localidades só no “Sábado de Aleluia”, à meia-noite, se volta a tocar os sinos das igrejas. Este ato radica numa tradição muito ancestral já relatada nos inícios do séc. XX por Francisco Manuel Alves, o prestigiado historiador, antropólogo e arqueólogo transmontano, na sua obra “Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança”. Segundo essa tradição, “a bênção para o que repica os sinos na noite de Páscoa da Ressurreição, toda passada em toques festivos de sinos, consiste em ser muito feliz no encontro de ninhos de aves com pássaros”. Mas o toque do sino assegura um significado de maior relevância para estas comunidades. Ele significa o fim da tristeza, do silêncio, das restrições e do luto e anuncia um novo tempo de alegria, de vida, de ressurgimento, de renovação, de esperança, de felicidade e de uma outra vida que se espiritualiza e interioriza através do exemplo da Ressurreição de Jesus Cristo e da sua perpetuação através da vida eterna.

A meia-noite do sábado de Aleluia é, portanto, a hora simbólica que marca o arranque das festividades do dia de Páscoa, dia assinalado pelo encontro de famílias, pelo ritual eucarístico e pela convivialidade e confraternização que se faz à volta mesa. Gastronomicamente a Páscoa está associada a manjares como o folar, o borrego ou o cabrito assado, e no domínio religioso pela tradição do Compasso.

Como refere Ernesto Veiga de Oliveira no seu livro “Festividades Ciclicas em Portugal”, “no Nordeste montanhoso e planáltico de Trás-os-Montes, o folar é uma bola redonda, em massa dura, feita com farinha, ovos, leite, manteiga e azeite, que encerra bocados de carne de vitela, frango, coelho, porco, presunto e rodelas de salpicão, cozidos dentro de massa, que junto deles fica mais tenra com a gordura que deles se desprende. Por seu turno, estes folares, podem ser, segundo as regiões, grandes e altos, em massa fresca (Bragança), ou achatados e pequenos, em massa seca, (Freixo de Espada à Cinta). Cozem-se geralmente em grande número, e continua-se a comê-los mesmo passada a Páscoa, sendo especialmente próprios para levar de merenda”.

Muitos destes folares continuam a ser feitos em casa, no forno a lenha onde normalmente se cozia o pão, mas também nas padarias locais que neste período alugam os fornos especificamente para cozer a massa dos folares. Ainda no domínio da gastronomia, o cabrito assado está a substituir o cordeiro ou o borrego, embora não há muitos anos estes constituíssem o prato típico que estava por absoluto generalizado no almoço de todas as famílias no Domingo de Páscoa. O cordeiro, símbolo da Páscoa Cristã, assumia aí também uma dimensão e um sentido de comunhão, uma vez que personificava Cristo, o filho e cordeiro de Deus que foi sacrificado para remissão dos pecados de toda a humanidade.

Mas o dia de Páscoa, na maior parte das aldeias, vilas e cidades da região fica sobretudo marcado pela alegria da visita pascal - o chamado Compasso. Algumas excepções se registam como, por exemplo, em Macedo de Cavaleiros, onde a visita pascal se realiza na segunda-feira seguinte. Num número reduzido de aldeias ou lugares a visita do Compasso pode ser transferida para o domingo imediatamente a seguir à Páscoa, surgindo assim o domingo de Pascoela como habitualmente é designado pelos transmontanos e durienses.

O Compasso nada mais é do que um grupo de paroquianos que leva à frente o padre numa visita a todas as casas onde é dada a beijar uma cruz com Cristo crucificado. Neste ritual, o pároco entra nas casas de todos os fiéis e benze-a com água benta, enquanto é anunciada por todos a boa nova da Ressureição de Cristo: “Aleluia, aleluia, Jesus Cristo Ressuscitou!”.

Nesta cerimónia, recorda-nos Ernesto veiga de Oliveira, “o padre, de sobrepeliz e estola, precedido dos membros da confraria ou paróquia, de opa, e levando o crucifixo, a campainha e a caldeirinha, corre a freguesia a levar aos paroquianos a Boa Nova e a bênção pascal e a tirar o folar. O padre entra nas casas cuidadas e embelezadas e, com a saudação tradicional dá a cruz a beijar a todos os presentes que seguem o «compasso» e que se reúnem e ajoelham na sala principal em redor da melhor mesa da casa que está coberta com uma toalha de linho rendada, ao lado do crucifixo, dos castiçais, de jarras floridas e de um pires ou de uma taça com o «folar», geralmente um envelope com dinheiro dentro”.

Neste ano de Cristo de 2020, tudo foi cancelado. Resta a vontade dos homens e das mulheres e uma melhor conjuntura sanitária para que no próximo ano todas as tradições sejam retomadas.
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Castelos transmontanos estão a ser valorizados pela Direção Regional de Cultura do Norte

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1583415651554{margin-right: 15px !important;}" custom-css-class="" custom-id=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text]A Direção Regional de Cultura do Norte deu início à intervenção de Reabilitação Estrutural do Muro Sul do Castelo de Mogadouro, com um prazo de execução de 120 dias, representando um investimento de 93.317,73 €. Nesta fase, e após uma prévia fase de sondagens arqueológicas, já se encontra realizado o desmonte do muro e o correspondente acompanhamento arqueológico, encontrando-se, presentemente, a ser efetuada a reconstrução desta estrutura.

A intervenção está incluída na Operação Castelos a Norte, promovida pela Direção Regional de Cultura do Norte e cofinanciada pelo Programa Norte 2020, através do FEDER.

A Reabilitação Estrutural do Muro Sul do Castelo de Mogadouro pretende realizar a reconstrução do trecho da estrutura que se encontrava em risco de derrocada, permitindo, para além da sua necessária reparação, reabrir a totalidade do circuito de visita pública da envolvente da Alcáçova (antigo Paço dos Távoras), obviando os constrangimentos à fruição do monumento, cujo processo de requalificação tinha sido comparticipado por anteriores candidaturas a fundos de comparticipação financeira comunitária.

A empreitada de reabilitação estrutural preconiza o apeamento de todo o paramento arruinado, com a restituição da anterior estereotomia da alvenaria de xisto, salvaguardando a primitiva imagem desta estrutura.

Dada a particular valência arqueológica de toda a área de implantação do Castelo, os trabalhos requereram uma intervenção arqueológica, a decorrer prévia e paralelamente à empreitada, por forma a, em tempo útil, permitir eventuais ajustamentos à solução técnica de reconstrução, face a vestígios arqueológicos eventualmente preservados nesse local e que pudessem requerer específicas medidas de salvaguarda. A intervenção arqueológica acompanhou, igualmente, o processo de desmontagem do muro, por forma a acautelar algum elemento relevante que estivesse reaproveitado na alvenaria.

A Operação Castelos a Norte, promovida pela Direção Regional de Cultura do Norte, visa intervir nos castelos raianos da Região Norte: Castelo de Montalegre, Castelo de Monforte de Rio Livre (Chaves), Castelo de Outeiro (Bragança), Castelo de Mogadouro e Castelo de Miranda do Douro. Em termos beneficiários, esta operação inclui, além da Direção Regional de Cultura do Norte, os Municípios de Miranda do Douro e Montalegre.

Através de um projeto de revitalização, incidindo sobretudo em ações de recuperação, divulgação e promoção turístico-cultural, pretende-se potenciar o usufruto dos monumentos pela população local e pelos turistas que acorrem à região cada vez em maior número.

Em 2019, o conjunto dos museus e monumentos sob gestão da Direção Regional de Cultura do Norte atingiu um recorde absoluto no número de visitantes, tendo registado 2.232.154 entradas, o que representa uma subida de 22,9% em comparação com o ano anterior. A tendência crescente mantém-se pelo 6º ano consecutivo.

No período de uma década (2010 a 2019), o número de visitantes subiu 188%, reflexo, não só do aumento do fluxo turístico na Região Norte, mas também do esforço de recuperação e valorização do património que tem sido realizado nos últimos anos, colocando-o à fruição por parte do público.

Ponto da situação

Castelo de Montalegre - encontra-se executada a intervenção arqueológica prévia á empreita de “Reabilitação das Torres”, assim como está igualmente concluída esta empreitada. Após a conclusão do “Programa de Musealização das Torres” no final de 2019, está em procedimento concursal a intervenção de “Instalação da Exposição nas Torres do Castelo”, devendo esta ser iniciada no próximo mês de maio, com um prazo de execução de 120 dias.

Castelo de Monforte de Rio Livre (Chaves) – a intervenção arqueológica prévia já se encontra realizada, devendo a empreitada de “Restauro da Muralha e acesso à Torre de Menagem” ser iniciada no mês de abril, com um prazo de execução de 150 dias e representando um investimento de 91.902,00 €. Esta empreitada será objeto do correspondente acompanhamento arqueológico dos trabalhos de apeamento do trecho da muralha a restaurar.

Castelo de Outeiro (Bragança) - encontra-se executada a intervenção arqueológica prévia à empreitada de “Consolidação e Restauro de Estruturas”, estando em curso o procedimento concursal desta obra, com um prazo de execução de 120 dias, prevendo-se que os trabalhos se iniciem durante a segunda quinzena do próximo mês de abril.

Castelo de Miranda do Douro – já se encontra executada a intervenção arqueológica prévia à ”Empreitada de consolidação e restauro de estruturas”, tendo esta obra sido iniciada no final do passado mês de fevereiro, com um prazo de execução de 120 dias e representando um investimento de 139.220,87 €.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

“Pintura mural: intervenções de conservação e restauro”, apresentado em Miranda do Douro

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text]O quarto número da coleção monográfica «PATRIMÓNIO A NORTE», dedicado ao tema “Pintura mural: intervenções de conservação e restauro”, tem o seu lançamento agendado para o dia 17 de março, pelas 16h00, no Museu da Terra de Miranda, em Miranda do Douro.

A presente publicação surge na sequência da realização, em Miranda do Douro, nos dias 23 e 24 de maio de 2019, das “Jornadas Técnicas sobre Conservação e Restauro de Pintura Mural”, organizadas pela Direção Regional de Cultura do Norte.

Com o objetivo de contribuir para uma maior partilha e debate de conhecimentos em torno da pintura mural enquanto elemento patrimonial - histórico, artístico e cultural -, a publicação “Pintura mural: intervenções de conservação e restauro” tem como foco a problemática da sua salvaguarda em termos técnicos, reunindo para isso um interessante conjunto de intervenções de conservação e restauro realizadas no Norte de Portugal e Espanha.

Inseridas em igrejas, capelas e ermitérios de ambos os lados da fronteira, os aspetos simbólicos, técnicos e formais destas pinturas murais expõem uma vez mais um fenómeno transversal aos dois “reinos” ibéricos, com especial expressão junto á “raia”, revelando um mundo de partilha onde artífices itinerantes levam consigo práticas e gostos, ignorando fronteiras.

Aqui descritas, na “primeira pessoa”, pelos técnicos de conservação e restauro responsáveis, partilham-se problemáticas, conceitos, materiais e técnicas em ambas as línguas ibéricas.

Esta publicação resulta de uma parceria com a Junta de Castilla y León, sendo financiada ao abrigo da Operação PATCOM (Caminhos do Património), apresentada pela Direção Regional de Cultura do Norte e pela Junta de Castela e Leão ao programa INTERREG V-A (POCTEP) – Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha – Portugal.

Sobre a Coleção Património a Norte

Edição da Direção Regional de Cultura do Norte, PATRIMÓNIO A NORTE é uma coleção monográfica, numerada, sem periodicidade fixa, disponível em versão impressa e digital, acessível gratuitamente on-line [icon name="external-link" class="" unprefixed_class=""].

Destinada a técnicos e público generalista, aborda variados temas dentro do amplo universo de atuação da DRCN, da reabilitação patrimonial à conservação e restauro, da investigação histórica, arqueológica e etnológica à salvaguarda, das artes à museologia.

A iniciativa editorial PATRIMÓNIO A NORTE pretende contribuir para dar resposta às funções Social, Educativa e Científica da Direção Regional de Cultura do Norte, enquanto responsável por contribuir para a preservação, valorização e acesso à Cultura Portuguesa, bem como pela difusão e produção de conhecimento, assim contribuindo para uma maior divulgação dos bens culturais dentro da sua área de atuação.

Enquanto veículo emissor, a coleção PATRIMÓNIO A NORTE insere-se ainda na estratégia de comunicação da DRCN, contribuindo assumidamente para o reforço da sua imagem institucional enquanto marca e projeção dos seus espaços e equipamentos culturais enquanto produto.

Assume na sua forma o formato de coleção monográfica, incidindo cada número sobre um tema, versando âmbitos tão latos como a da reabilitação patrimonial, conservação e restauro, investigação histórica e arqueológica, etnologia, salvaguarda, artes ou museologia.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Nove fortalezas de fronteira do distrito de Bragança com programa conjunto de valorização

Depois do Turismo de Portugal ter apresentado no passado dia 13 de fevereiro o Plano de Ação do Programa Dinamizar Fortalezas – Fortalezas de Fronteira, foi agora a hora de anunciar uma candidatura conjunta de municípios do Nordeste Transmontano a este programa que pretende promover a valorização e a divulgação do vasto conjunto de fortificações existentes em Portugal, em particular na linha de fronteira com Espanha.

O anúncio foi feito por Artur Nunes, presidente da câmara municipal de Miranda do Douro, que anunciou a preparação de uma candidatura conjunta entre municípios do Nordeste Transmontano. "Estamos a preparar ma candidatura conjunta de forma a valorizar esta fortalezas e criar roteiros de visitação e animação cultural", disse o autarca.

No distrito de Bragança, o projeto de valorização de Fortalezas de Fronteira vai envolver os nove castelos que integram a histórica linha de defesa fronteiriça, constituída pelos castelos de Bragança, Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro, Penas Roías (Mogadouro) Algoso (Vimioso), Miranda do Douro, Vinhais, Vimioso, Outeiro (Bragança).

Segundo o Turismo de Portugal, entidade gestoras dos fundos a aplicar neste programa, o objetivo desta iniciativa é “estruturar a oferta de forma integrada, contribuindo para o reforço da atratividade das regiões do interior como destinos turísticos qualificados e inovadores. A Estratégia de Turismo 2027 e deste programa é melhorar as acessibilidades, aumentar a sinalética, desenvolver conteúdos digitais e interativos e promover atividades de animação cultural”.

Segundo aquela entidade, “pretende-se captar mais visitantes e aumentar o tempo médio de estada do turista nos territórios do interior, valorizando e dinamizando o património que nos diferencia através da qualificação da visita a cada um destes imóveis”.

O projeto piloto é constituído pelo Roteiro do Nordeste Transmontano, que além de ações imateriais de animação cultural contará ainda com a iluminação cénica dos espaços das fortalezas e castelos, criação de conteúdos audiovisuais em três dimensões e recriações em contextos históricos de percursos turísticos.

Neste momento está a ser realizado o inventário das necessidades. "Só depois do processo de inventariação serão abertas linhas específicas de financiamento, para garantir aos municípios os meios financeiros necessários para desenvolver obras de requalificação das fortalezas, se for esse o caso", informou Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, citada pela agência Lusa.

A nível nacional o projeto "Fortalezas de Fronteira" é constituído pelas 62 fortificações que foram desenhadas por Duarte D'Armas nos inícios do séc. XVI, às quais, numa fase posterior serão acrescentadas outras que desempenharam um papel fundamental na estruturação e defesa do território nacional ao longo dos séculos.

Revelada riqueza arqueológica do Castro de São João das Arribas, Miranda do Douro

[vc_row][vc_column][vc_gallery interval="3" images="2281,2282,2283,2284" img_size="900x600"][/vc_column][/vc_row]Muralhas, muros, artefactos, séculos e séculos de história… a riqueza arqueológica do Castro de São João das Arribas, em Aldeia Nova (Miranda do Douro), é de uma grandeza difícil de mensurar, mas a equipa liderada pela arqueóloga Mónica Salgado está, desde 2016, a desvendar e a estudar tudo o que foi submerso pelas mãos do tempo e do homem, no âmbito do “Projeto de Investigação sobre o Castro de São João das Arribas”.

Tudo começou com uma primeira visita realizada pela arqueóloga Mónica Salgado ao Castro de São João das Arribas, e com a perceção de que ali se encontrava uma “mina” arqueológica. “Eu conheci o lugar e achei que tinha muito potencial arqueológico e como ainda não tinha sido estudado, decidi fazer um projeto de investigação”, conta a especialista.

A primeira campanha arqueológica do projeto no Castro de São João das Arribas foi realizada em 2016, seguindo-se mais três, em 2017, 2018 e 2019. Uma das principais descobertas da equipa de arqueólogos foi verificar que as estruturas edificadas identificadas não eram da Idade do Ferro, como previsto, mas quase todas datáveis da Antiguidade Tardia e da Alta Idade Média.

“Temos uma estrutura que pode ser do final do Império Romano, outras dos séculos IV, V, ou seja, da Antiguidade Tardia, e depois as outras todas que acreditamos ser da Alta Idade Média”, explica Mónica Salgado.

Entre os achados estão, por exemplo, muros que dividem compartimentos e uma lareira que se acredita ser do século IV d.C. Foi também identificada, na segunda campanha, uma estrutura arquitetónica, que, numa primeira análise, parece ser de armazenamento de cereal, onde foram igualmente encontrados vasos cerâmicos com cereais no seu interior.

Podemos estar a falar de um período “de ocupação relativo aos séculos IV, V e VI, d.C., mas ainda temos muito trabalho a fazer, nomeadamente no que se refere ao estudo dos materiais”, explica a arqueóloga.

Muralha monumental pode ser o principal edificado descoberto

Um dos principais edificados descobertos no âmbito do estudo arqueológico realizado até ao momento no Castro de São João das Arribas é uma muralha monumental muito provavelmente da época Alto Medieval (séc. V d.C.).

Na quarta campanha arqueológica, descobrimos “duas estruturas defensivas. Uma muralha e uma estrutura triangular, que supomos que serão do período do encastelamento do séc. V, quando sofremos as invasões de povos nórdicos: Suevos e Visigodos”, refere Mónica Salgado.

“Essa muralha que encontramos na quarta campanha, que ainda não sabemos a espessura, mas vai superar os cinco metros, é uma grande muralha, que parece ser escalonada. Nessa muralha, na parte que escavámos junto à face exterior, os materiais encontrados são sobretudo da época Alto Medieval, não são materiais da Idade do Ferro, mas também ainda não encontramos a vala de fundação e a parte exterior. Ainda não chegamos ao limite da fundação da muralha. Por isso, ainda temos que alargar as escavações e perceber bem do que se trata, mas essa estrutura é imponente”, acrescenta a arqueóloga.

Também na quarta campanha arqueológica foi desvendado o que parece ser um campo de pedras fincadas, que poderá ser uma estrutura defensiva da Idade do Ferro, ou do séc. V d.C. Mas só com um estudo mais aprofundado e com a realização de mais escavações que permitam descobrir mais materiais e chegar até à vala de fundação de algumas estruturas é que será possível determinar com exatidão o seu período histórico.

Artefactos de diferentes materiais e povos também foram encontrados

As escavações arqueológicas realizadas no Castro de São João das Arribas levaram igualmente à descoberta de centenas de artefactos de diferentes materiais produzidos por vários povos ao longo dos séculos.

Materiais cerâmicos como, por exemplo, sigillatas, foram encontrados em quantidades significativas. Um estudo já realizado pelo investigador Rui Moraes, especialista em sigillatas, revela que alguns desses materiais datam da Antiguidade Tardia e da Alta Idade Média.

Mas a análise “do resto do material cerâmico encontrado ainda tem que ser realizada, também em termos de comparação, porque há outros castros com os quais podemos comparar, por exemplo, com a escavação que decorreu no Castro de Crestelos, que tem ocupação desde a Idade do Bronze até ao séc. XX. Há muito material da Alta Idade Média e também da Idade do Ferro e do Bronze nesse local. Nós, em princípio, também temos ecos da ocupação da Idade do Bronze e da Idade do Ferro, mas não estão associados a nenhuma estrutura, aparecem ou nos níveis de aterro, juntamente com outro tipo de material, ou então em zonas de escoamento de águas e estão mesmo junto à rocha ao nível geológico”, explica Mónica Salgado.

Foram ainda identificados dois aparos, pregos, moedas, uma das quais romana, do séc. IV d.C., uma bracelete e contas de colar. As escavações também permitiram descobrir fragmentos de uma estela funerária utilizada na construção de um muro e um fragmento de coluna romana.

“Este tipo de material indica que houve ali uma ocupação monumental, mais trabalhada, mais bem idealizada, só que isso parece que foi tudo demolido e depois fizeram então outras estruturas, como muros, no período da Alta Idade Média, reutilizando todos esses materiais, mas esses são muros de fraca construção”, explica Mónica Salgado.

Como é feito o estudo arqueológico?

O estudo arqueológico das edificações encontradas abaixo da superfície do solo é feito com recurso ao registo e à avaliação do contexto estratigráfico das várias camadas e estruturas que vão sendo desvendadas.

A identificação do período das estruturas arquitetónicas encontradas durante as escavações arqueológicas é realizada através da análise da engenharia usada na construção, dos materiais associados a essas estruturas, das valas de fundação, bem como dos materiais que aparecem acima, abaixo e ao redor das estruturas.

O que é o contexto estratigráfico?

Os contextos são eventos ou ações únicas que deixam vestígios detetáveis na sequência arqueológica ou na estratigrafia (estruturas e camadas de sedimentos). Consistem em depósitos (como o preenchimento de uma vala) e estruturas (como muros). As relações estratigráficas são as relações criadas entre os contextos no tempo, representando a ordem cronológica em que foram criados.

A estratificação ou sequência arqueológica é a sobreposição dinâmica de unidades estratigráficas, ou contextos. Quando os achados arqueológicos se encontram abaixo da superfície do solo (como é mais comumente o caso), a identificação do contexto de cada achado é essencial para que o arqueólogo tire conclusões sobre o sítio e sobre a natureza e a data da sua ocupação. O papel do arqueólogo é exatamente tentar descobrir quais são os contextos que existem e como eles foram criados.

Estudo dos achados vai continuar e mais campanhas arqueológicas devem ser realizadas

O estudo de todas as estruturas e materiais descobertos ao longo das quatro campanhas arqueológicas vai continuar e será aprofundado para que seja possível tirar conclusões definitivas sobre os achados e os seus respetivos períodos históricos.

Segundo refere Mónica Salgado, há ainda várias “dúvidas que não foram esclarecidas com as quatro campanhas e que é fundamental esclarecer para conhecermos esses períodos históricos que não estão estudados aqui no Nordeste Transmontano”, pelo que o objetivo é continuar com o projeto de investigação em arqueologia no Castro de São João das Arribas e realizar mais campanhas num futuro próximo.

O que é o Projeto de Investigação arqueológica sobre o Castro de São João das Arribas?

O Projeto de Investigação sobre o Castro de São João das Arribas, em Aldeia Nova, no concelho de Miranda do Douro, é um projeto de investigação arqueológica que teve início em 2016 e que, através de operações de baixo impacto, como prospeções e sondagens, pretende trazer à luz novos dados sobre a romanização e a ocupação humana no território do planalto mirandês. No âmbito deste Projeto, são realizadas escavações e estudos arqueológicos no Castro de São João das Arribas. O Projeto é coordenado pela equipa de arqueólogos Mónica Salgado e Pedro Pereira e tem como parceiros a Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural, a associação francesa Rempart, a Junta de Freguesia de Miranda do Douro e o Município de Miranda do Douro.

Este Projeto tem como coordenadores científicos: Armando Redentor, Susana Cosme, Nelson Rebanda, Hermínio Bernardo, Javier Sanchez-Palencia, Francisco Queiroga, Hortensia Larren Izquierdo, Rudolph Nicot e Inês Elias.

A colaboração com a Palombar

A Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural colabora, desde o início, com o Projeto de Investigação sobre o Castro de São João das Arribas – Aldeia Nova (Miranda do Douro), com o objetivo de contribuir para aumentar o conhecimento sobre os antecedentes das técnicas de construção tradicionais no Nordeste Transmontano e para traçar a sua evolução histórica.

A organização considera este Projeto um grande contributo para o estudo e conhecimento arqueológicos sobre o Planalto Mirandês e quer ser um ator ativo e interveniente nesta área de conhecimento.

Texto: Uliana de Castro/Palombar

Recorde de visitantes nos museus e monumentos

Em 2019, o conjunto dos museus e monumentos sob gestão da Direção Regional de Cultura do Norte atingiu um recorde absoluto no número de visitantes, tendo registado 2.232.154 entradas, o que representa uma subida de 22,9% em comparação com o ano anterior. A tendência crescente mantém-se pelo 6º ano consecutivo.

No período de uma década (2010 a 2019), o número de visitantes subiu 188%, reflexo, não só do aumento do fluxo turístico na Região Norte, mas também do esforço de recuperação e valorização do património que tem sido realizado nos últimos anos, colocando-o à fruição por parte do público. Do total de visitantes registado no ano transato, 1.365.238 entradas correspondem a visitantes de nacionalidade estrangeira (61,1% do total de visitantes), sobretudo oriundos de Espanha, Brasil, França, Inglaterra, EUA, Alemanha e Itália.

Do total de sete museus geridos pela Direção Regional de Cultura do Norte (Museu de Lamego, Museu dos Biscainhos e Museu D. Diogo de Sousa (Braga), Paço dos Duques e Museu de Alberto Sampaio (Guimarães), Museu da Terra de Miranda (Miranda do Douro) e Museu do Abade de Baçal (Bragança), continua a destacar-se o Paço dos Duques, totalizando mais de 460 mil visitantes em 2019, com uma variação positiva de 10% em relação ao período homólogo. Em conjunto com o Castelo de Guimarães (registou uma subida de 8,9%), os dois icónicos monumentos posicionam-se na liderança dos mais visitados do País, a par da Catedral do Porto que, este ano, atingiu a marca dos 740.846 visitantes.

Considerando esta evolução como “extremamente positiva”, António Ponte, Diretor Regional de Cultura do Norte, explica que o crescimento verificado nos últimos anos se deve a um reforço da estratégia de trabalho articulado e em rede por todo o território, onde tem vindo a desenvolver uma política descentralizadora de investimentos, envolvendo os agentes culturais e autarquias locais na prossecução de um esforço comum de salvaguarda, preservação e divulgação do Património a Norte.

Por outro lado, salienta o Diretor Regional de Cultura do Norte, têm sido desenvolvidos “vários projetos de conservação e restauro do património edificado, visando assegurar a proteção e valorização dos edifícios, sempre com o objetivo de os devolver às comunidades a que pertencem, com novos modelos de fruição pública”.

Projecto de arquivo particular salva mais de 100.000 registos fotográficos antigos

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São documentos de imagem fundamentais para o estudo da história contemporânea da região. Os registos mais antigos remontam aos primórdios da fotografia, e alguns deles estão datados de 1884.

O projecto tem sido conquistado aos poucos pela vontade e iniciativa de Arnaldo Silva que recuperou a casa de um antigo fotógrafo dentro do Centro Histórico de Torre de Moncorvo onde montou um espaço físico para guardar um antigo arquivo de imagem. A iniciativa tem sido levada a cabo sem quaisquer subsídios ou apoios institucionais.

Apesar de ser um espaço de arquivo e de divulgação da história local e regional que foi constituído sem quaisquer apoios, Arnaldo Silva considera que tal facto não é um entrave ao desenvolvimento do seu trabalho, que, faz questão de sublinhar, partilha com toda a comunidade.

O interior do espaço museológico apresenta ainda um conjunto de painéis alusivos aos movimentos populacionais, população agrícola, à cultura da amendoeira, ao gado ovino, produção de vinho, caminhos de ferro e à actividade da Ferrominas.

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Primeiras descobertas arqueológicas no Castelo de Outeiro, Bragança



Estão em curso os trabalhos arqueológicos no Castelo de Outeiro, freguesia de Outeiro, concelho de Bragança, no âmbito da Operação Castelos a Norte, promovida pela Direção Regional de Cultura do Norte e cofinanciada pelo Programa Norte 2020, através do FEDER.

Estes trabalhos arqueológicos, com uma equipa técnica da empresa Arqueologia & Património, visam a identificação, registo, estudo, valorização e salvaguarda dos vestígios arqueológicos que se encontrem preservados na área intramuros deste monumento, classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público.

Neste momento estão a ser realizadas sondagens arqueológicas prévias de avaliação e diagnóstico e, em função dos resultados das mesmas, vão ser estabelecidas áreas de intervenção mais alargada. As sondagens prévias, num total de 60 m2, estão disseminadas de forma homogénea por toda a área do monumento. A escavação em área definida a partir dos resultados dessas sondagens deverá, posteriormente, ser alargada em mais 200m².

Trata-se de um projeto de revitalização que incide em ações de estudo, recuperação, divulgação e promoção turístico-cultural, pretendendo-se potenciar o usufruto do monumento pela população local e pelos turistas que acorrem à região, com um investimento global de cerca de 107 mil euros.

Esta intervenção arqueológica, com um prazo de execução de 2 meses, constitui a ação base da operação que está a ser executada neste monumento, permitindo o estudo e exumação de trechos da sua estrutura defensiva, assim como de estruturas habitacionais, os quais serão objeto de empreitada de conservação e restauro que irá realizar-se subsequentemente e em ação específica.

Com as primeiras sondagens foram já detetadas algumas estruturas (paredes de compartimentos na zona da torre) e pavimentos que organizavam o antigo castelo medieval, sendo que, neste momento, as sondagens arqueológicas estão a decorrer em áreas de cotas mais baixas, numa plataforma semicircular que é circundada por um troço da muralha em alvenaria de xisto.

A Fortaleza de Outeiro desempenhou um importante papel na definição e manutenção da fronteira portuguesa na região do Nordeste Transmontano, constituindo, ao longo da Idade Média e Idade Moderna, um ponto estratégico de inegável importância regional. Atualmente todos os vestígios estruturais da antiga fortaleza encontram-se em mau estado de conservação, revelando uma pálida imagem da importância histórica do local.

As muralhas e restantes vestígios ainda visíveis remontam à Baixa Idade Média, muito provavelmente ao reinado de D. Dinis. Organizada a partir de uma planta subcircular, cujas características gerais poderão ser genericamente aferidas a partir do registo feito por Duarte d'Armas, a antiga fortaleza era constituída por uma torre de menagem retangular, aparentemente adossada a uma das portas, uma extensa barbacã em forma de "D", e "diversos elementos defensivos, como os hurdícios, ou balcões com matacães e as troneiras, que protegiam as portas, inscritas nas próprias torres”.

A Operação Castelos a Norte visa intervir nos castelos raianos da Região Norte: Castelo de Montalegre, Castelo de Monforte de Rio Livre (Chaves), Castelo de Outeiro (Bragança), Castelo de Mogadouro e Castelo de Miranda do Douro.

Em termos beneficiários, esta operação inclui, além da Direção Regional de Cultura do Norte, os Municípios de Miranda do Douro e Montalegre.

O conjunto de cinco castelos abrangidos por esta Operação constituem um relevante valor histórico e patrimonial, não só do ponto de vista da arquitetura militar, mas também da sua própria história, que se confunde com a história de Portugal. Fundados na Idade Média, alguns no início da nacionalidade, tiveram um papel importante na progressiva organização territorial e na proteção da fronteira nacional nesta zona de Trás-os-Montes.

Estas fortificações com origem medieval foram objeto, ao longo dos séculos, de obras de manutenção e adaptação, nomeadamente à utilização de armas de fogo a partir do século XVI com a construção de estruturas defensivas abaluartadas.

Número de Visitantes nos Museus e Monumentos aumenta. Cerca de 5 Milhões de entradas desde 2013

Pelo 4º ano consecutivo, aumentou o número de visitantes nos museus e monumentos tutelados pela Direção Regional de Cultura do Norte, registando, em 2017, uma subida de 6,1% em relação ao período homólogo.

Em Bragança, o Museu do Abade de Baçal cresceu 20% no número de visitantes
Desde 2013, já se registaram cerca de 2,7 Milhões de visitantes no conjunto museológico composto pelo Museu de Lamego, Museu dos Biscainhos e Museu D. Diogo de Sousa (Braga), Paço dos Duques e Museu de Alberto Sampaio (Guimarães), Museu da Terra de Miranda (Miranda do Douro) e Museu do Abade de Baçal (Bragança).

Se a estes resultados se somarem os registos de entradas nos principais monumentos geridos pela DRCN, constata-se um valor próximo dos 5 Milhões de visitantes, sendo de destacar a posição de relevo ocupada pelo Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães, que nos últimos cinco anos registou mais de 1,5 Milhões de entradas.

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Em comparação com o ano passado, todos os museus geridos pela Direção Regional de Cultura do Norte registaram uma subida no número de visitantes, totalizando um aumento global de 15% em relação ao período homólogo.

Em 2017, o museu que registou um maior aumento no número de visitantes, tendo em conta a variação homóloga, foi o Museu de Lamego, que cresceu 61%. Uma subida bastante expressiva, justificada, não só mas também, pela afluência de público às iniciativas promovidas ao longo do ano para comemorar o Centenário do Museu de Lamego.

Também o Museu dos Biscainhos, em Braga, registou um aumento significativo de visitantes ao longo de 2017, contabilizando uma subida de 32%, em relação ao período homólogo. Em Bragança, o Museu do Abade de Baçal cresceu 20% no número de visitantes, enquanto, em Guimarães, o Paço dos Duques e o Museu de Alberto Sampaio cresceram 14% comparativamente a 2016. O Museu da Terra de Miranda, com 7% de aumento, e o Museu D. Diogo de Sousa, com 2%, completam a curva de crescimento em 2017.

Considerando esta evolução como “extremamente positiva”, António Ponte, Diretor Regional de Cultura do Norte, explica que o crescimento verificado nos últimos anos se deve a um reforço da estratégia de trabalho articulado e em rede por todo o território, onde tem vindo a desenvolver uma política descentralizadora de investimentos, envolvendo os agentes culturais e autarquias locais na prossecução de um esforço comum de salvaguarda, preservação e divulgação do Património a Norte.

Por outro lado, salienta o Diretor Regional de Cultura do Norte, têm sido desenvolvidos “vários projetos de conservação e restauro do património edificado, visando assegurar a proteção e valorização dos edifícios, sempre com o objetivo de os devolver às comunidades a que pertencem, com novos modelos de fruição pública”.

São testemunho das várias atividades e projetos, a Rota das Catedrais a Norte ou o espaço Património a Norte (localizado no Mosteiro da Serra do Pilar, em Gaia), cujo objetivo é incrementar o aumento do número de visitantes através da recuperação e salvaguarda do património, mas também da abertura de novos canais de informação e divulgação fundamentais para atrair novos visitantes.

Operação Castelos a Norte começa em Montalegre

Terá início, durante a próxima semana, a intervenção arqueológica no Castelo de Montalegre, assinalando-se, desta forma, o arranque oficial da Operação «Castelos a Norte», cofinanciada pelo Programa Norte 2020, através do FEDER.

Operação Castelos a Norte começa em Montalegre. Foto: DRCN
Até final do mês de agosto, irão também decorrer as operações de limpeza de vegetação nos Castelos de Monforte de Rio Livre (Chaves) e Castelo de Outeiro (Bragança), trabalhos preliminares que antecedem as intervenções previstas no âmbito da referida Operação.

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A Operação «Castelos a Norte» visa intervir nos castelos raianos da Região Norte: Castelo de Montalegre, Castelo de Monforte de Rio Livre (Chaves), Castelo de Outeiro (Bragança), Castelo de Mogadouro e Castelo de Miranda do Douro.

Através de um projeto de revitalização, incidindo sobretudo em ações de recuperação, divulgação e promoção turístico-cultural, pretende-se potenciar o usufruto dos monumentos pela população local e pelos turistas que acorrem à região cada vez em maior número.

Em termos beneficiários, esta operação inclui, além da Direção Regional de Cultura do Norte, os Municípios de Miranda do Douro e Montalegre.

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O conjunto de cinco castelos abrangidos por esta Operação constituem um valor patrimonial, histórico e artístico relevante, tendo em consideração o ponto de vista da arquitetura militar, do património ou da sua própria história, que se confunde com a história de Portugal. Fundados na Idade Média, no início da nacionalidade, tiveram um papel importante na organização territorial e na proteção da fronteira nacional.

Estas fortificações com origem medieval foram objeto, ao longo dos séculos, de obras de manutenção e adaptação, nomeadamente à utilização de armas de fogo a partir do século XVI com a construção de fortificações abaluartadas.

Rede Nacional do Património Mundial da UNESCO reúne-se no Douro

São 15 os sítios que compõem a Rede Nacional do Património Mundial da UNESCO e no próximo dia 8 de maio vão reunir-se no Douro, a bordo de um embarcação que se deslocará entre os cais de Pinhão e do Pocinho.

Rede Nacional do Património Mundial da UNESCO reúne-se no Douro
Criada em em 2014, a Rede Nacional do Património Mundial da UNESCO é composta pelos sítios Alto Douro Vinhateiro, Centro Histórico de Angra do Heroísmo, Centro Histórico de Évora, Centro Histórico de Guimarães, Centro Histórico do Porto, Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas e suas Fortificações, Convento de Cristo em Tomar, Floresta Laurissilva da Madeira, Mosteiro de Alcobaça, Mosteiro da Batalha, Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém, Paisagem Cultural de Sintra, Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, Sítio de Arte Rupestre Pré-histórica do Vale do Côa e Universidade de Coimbra - Alta e Sofia, e em conjunto dizem pretender dinamizar de forma integrada todos estes sítios classificados como Património Mundial.

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É num espírito de partilha de experiências que o grupo se reúne numa sessão de trabalho para discutir e delinear um plano de atividades conjunto e definirem ações a desenvolver em parceria até ao final do ano.

Os responsáveis portugueses dizem querer dinamizar de forma integrada os sítios classificados como Património Mundial, servindo ainda esta reunião para a Comissão Nacional da UNESCO apresentar os objetivos e as metas da Agenda de Desenvolvimento Sustentável destes locais.

Cinco documentários sobre a revolução do 25 de abril de 1974

Por amabilidade de um dos nossos leitores, que efetuou a pesquisa de documentários disponíveis sobre o 25 de Abril no YouTube, O Notícias do Nordeste informa-o sobre a entrada (links) para cinco documentários essenciais à compreensão daquela que foi uma das mais belas e pacíficas revoluções do mundo.

25 de abril de 1974. Uma data a recordar e a preservar
Os documentários sugeridos para entender historicamente o 25 de Abril de 1974 são os seguintes:

"PORTUGAL 74-75" - O RETRATO DO 25 DE ABRIL (Documentário) 

AS ARMAS E O POVO (1975 - Colectivo dos Trabalhadores da Actividade Cinematográfica) 

DEUS, PÁTRIA, AUTORIDADE (1976 - Rui Simões)

TORRE BELA (1975) (1977 - Thomas Harlan)

DEPOIS DE ABRIL

Existe ainda um documentário considerado de fulcral importância para entender o sentido histórico desta revolução, mas apenas passou uma única vez na televisão, sendo que as versões disponíveis no youtube, devido a uma reivindicação de um titular de direitos de autor, a faixa de áudio foi desativada. O documentário "A Hora da Liberdade", emitido pela SIC em 1999, retrata os diversos acontecimentos que antecederam o golpe militar de 25 de Abril de 1974, abrindo as portas para a instauração da Democracia em Portugal. O filme, da autoria de Emídio Rangel, Rodrigo Sousa e Castro e Joana Pontes ainda pode ser visualizado em 5 episódios separados disponíveis no daylimotion .

Num período de grande instabilidade é importante recordar que o Estado de Direito que assenta nos pilares essências da Democracia, Liberdade, Igualdade e Fraternidade, nem sempre existiu. É uma conquista não muito antiga e que este ano, no nosso país, apenas comemora o 43º aniversário.


Associações Culturais e de Defesa do Património da Raia reúnem-se em Figueira de Castelo Rodrigo

Decorrerá no próximo dia 30 de abril, Dia Nacional do Associativismo, em Figueira de Castelo Rodrigo, o 1.º Encontro de Associações Culturais e de Defesa do Património dos Vale do Côa e Águeda. A iniciativa é da RIBACVDANA e tem o apoio da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo.

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A RIBACVDANA, Associação de Fronteira para o Desenvolvimento Comunitário, com o apoio do Município de Figueira de Castelo Rodrigo, levará a efeito, no próximo dia 30 de Abril, Dia Nacional do Associativismo, a partir das 9H30, no Auditório do Pavilhão dos Desportos de Figueira de Castelo Rodrigo, o 1.º Encontro de Associações Culturais e de Defesa do Património da Raia e dos Vales do Côa e Águeda.

Trata-se de um evento transfronteiriço, onde as temáticas da cooperação associativa transfronteiriça estarão em discussão, bem como a importância da criação da Rede Colaborativa de Valorização do Património dos Vales do Côa e Águeda.

o Encontro pretende ser um espaço aberto ao associativismo cultural e a ideia é fomentar o diálogo sobre o associativo que se pratica na região, garante fonte da organização do 1.º Encontro de Associações Culturais e de Defesa do Património da Raia e dos Vales do Côa e Águeda.



Os grandes Desafios que se colocam à gestão turística dos Sítios Património Mundial discutem-se em Coimbra

Apontar caminhos e soluções para harmonizar, o mais possível, a difícil e por vezes conflituosa relação entre as práticas turísticas e a gestão do património, especialmente o património dos sítios classificados pela UNESCO, é um dos objetivos do 5º Congresso Internacional da UNESCO UNITWIN, intitulado “Identidade Local e Gestão Turística dos Sítios Património Mundial – Tendências e Desafios”, a decorrer entre os próximos dias 18 e 22 de abril, em Coimbra.

Fernanda Cravidão
Promovido no âmbito da Rede Cultura, Turismo e Desenvolvimento do Programa de Cátedras UNESCO e organizado pela Universidade de Coimbra (UC) e Câmara Municipal de Coimbra, o congresso tem a sessão de abertura agendada para o dia 19 de abril, às 9h30m, no Convento São Francisco, e reúne mais de uma centena de especialistas de cerca de 40 países, entre os quais Argentina, Austrália, Brasil, China, EUA, Índia, Israel e Timor. dias 18 e 22 de abril, em Coimbra.

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Ao longo de cinco dias, os participantes irão refletir e debater questões como o novo turismo e a relação com o património histórico material e imaterial – gastronomia, vinhos, religião, gestão de destinos e sustentabilidade em sítios património mundial, animação turística e eventos culturais, bem como as novas tecnologias na investigação e na gestão turística, gestão do património de influência portuguesa no mundo, rotas turísticas e paisagens culturais. dias 18 e 22 de abril, em Coimbra.

Não sendo pacífica a relação entre práticas turísticas e gestão do património, Fernanda Cravidão, chair do congresso e coordenadora da Cátedra UNESCO e da Rede UNESCO UNITWIN Cultura, Turismo e Desenvolvimento na Universidade de Coimbra, defende que é essencial «juntar os diversos responsáveis envolvidos, públicos e privados, tendo em vista a construção de modelos de gestão que contribuam para o desenvolvimento sustentável do turismo, sem comprometer a gestão do património, e permitam gerar processos que promovam a qualidade de vida das populações residentes». dias 18 e 22 de abril, em Coimbra.

Apontando o exemplo de Coimbra, a Catedrática da UC considera que o «crescimento turístico gerado pela classificação da Universidade, Alta e Sofia, em 2013, conduziu a novos desafios», alertando para a necessidade de a cidade, com todos os seu agentes, ter de «encontrar rapidamente soluções, que terão de ser permanentemente avaliadas porque o fenómeno turístico é dinâmico por natureza, capazes de garantir uma oferta turística de qualidade, diversificada, com segurança e que envolva toda a cidade. Por exemplo, é essencial que haja uma gestão equilibrada do tráfego na cidade, nomeadamente na Alta, caso contrário, a relação harmónica entre os visitantes e os residentes pode ser perturbada». dias 18 e 22 de abril, em Coimbra.

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Entre os participantes do 5º Congresso UNESCO UNITWIN estão Luís Araújo, Presidente do Turismo de Portugal; Jin Y. Woo, Conselheiro do Secretário-geral da Organização Mundial de Turismo (UNWTO) para o Turismo e Cultura; Maria Gravari-Barbas, Coordenadora da Cátedra UNESCO Cultura, Turismo, Desenvolvimento da Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne; Ana Martinho, Presidente da Comissão Nacional da UNESCO; Kirsti Kovanen, Secretária-Geral do ICOMOS; Hilary Du Cros, Coordenadora sénior de investigação no Observatório para a Investigação em Culturas Locais e Criatividade em Educação, UNESCO. dias 18 e 22 de abril, em Coimbra.


O Programa de Cátedras UNESCO UNITWIN foi criado, em 1992, com o objetivo de promover a cooperação e interligação entre universidades, a nível internacional, para reforçar as capacidades institucionais através da partilha de conhecimento e do trabalho colaborativo. dias 18 e 22 de abril, em Coimbra.

A Rede UNITWIN envolve mais de 700 instituições em 116 países diferentes. dias 18 e 22 de abril, em Coimbra.

Cristina Pinto

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