Nova Física? Um momento do Muão desafiador!

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="35" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1620408937048{margin-left: 26px !important;}"]Os físicos de partículas andam nestes dias em perfeita polvorosa e apaixonante debate sobre os resultados experimentais obtidos no Laboratório Fermilab dos EUA, que publicou os seus achados sobre o movimento, corretamente designado por momento magnético duma partícula fundamental, o Muão.
Ora este amigo Muão é um primo direito do mais familiar Electrão que esse sim conhecemos por transportar a electricidade nos fios eléctricos.

O Muão é muito mais pesado do que o seu primo, é de facto 207 vezes mais pesado do que o electrão e é gerado naturalmente tanto em interações de altas energias, como em raios cósmicos que atingem a nossa atmosfera, bem como ainda artificialmente em aceleradores de partículas como o deste laboratório norte-americano Fermilab.
E reveste-se de enorme interesse para a ciência dado que o Muão, tal como o seu primo mais leve, nunca anda por aí sozinho, mas sim acompanhado por outras partículas sub-atómicas.

A Festa cósmica do Muão.
Ora se o electrão, nosso conhecido, tem por bom costume emitir e absorver fotões (a partícula que transporta a luz e o magnetismo) o seu primo pesado Muão progride com uma verdadeira corte pelo menos 207 vezes ao quadrado vezes mais completa. Ou seja, com quase 43 mil mais interações com outras partículas, numa verdadeira festa cósmica.
Para detectar e medir a existência destas partículas acompanhantes, os físicos obrigam os muões a girar dentro duns magnetes poderosos e deixam-nos ir perdendo aos poucos o seu Momento, e ir cada vez mais devagar, soltando em decaimento as pegadas reveladoras das partículas acompanhantes.
A coisa fica um tudo nada mais complicada porque se mede o balanço, ou momento giro-magnético do Muão. Vamos chamar a este amigo o “g.”


Ora o g tem um valor muito perto de 2 e assim o momento magnético do Muão ficou com a alcunha, que pegou em nome oficial, de g-2.

O valor teórico do g-2 no modelo-padrão com 17 partículas fundamentais conhecidas é de 2,0023318319. E o valor experimental obtido começou por ser, em 2001, de 2,0023318404 .

Ora os 3 últimos algarismos à direita da vírgula são bem diferentes, e é precisamente ao longo destas casas decimais que as partículas acompanhantes do Muão revelam a sua presença, ao fazerem inclinar o Muão sobre o seu eixo.

Ora tamanha e tal explícita divergência pode revelar 3 coisas;Primeira coisa: o modelo-padrão da Física de partículas está errado, o que seria a primeira vez. Segunda coisa: os cálculos das observações experimentais estão errados. Terceira coisa. Os cálculos estão todos bem, mas incompletos, revelando a presença de partículas até hoje propostas em hipóteses, mas nunca observadas.

Desde logo uma série de candidatos se alinha, desde versões mais pesadas dos bosões transportadores da força que faz brilhar o Sol, os W- e W+ e o Z, nas versões W' e Z', ou prime (primos), até uma versão dum bosão de Higgs pequeno, e ainda outras.

Ou, ainda mais excitante, será que nesta diferença se revela a partícula, ou partículas, da misteriosa Matéria-escura, cerca de 23% do nosso Universo, que detectamos indirectamente mas ainda não sabemos como e de que é composta?

Para colocar água na fervura um outro cálculo teórico veio afirmar que afinal não há diferença nenhuma entre a previsão teórica e a observação experimental.

Então em que é que ficamos?

O resultado do Fermilab é em todo o caso um 4,2 sigma. Uma descoberta exige mais, exige um 5 sigma, que é um cálculo que afere a probabilidade de não se tratar de uma anomalia das estatísticas dos números gigantescos típicos das Física de Partículas.

Ficamos que ambos os cálculos precisam de ser revistos, o g-2 do Muão foi calculado com 2 abordagens diferentes, mas, nestas ordens de magnitude, tem de se aceitar que tanto os parâmetros experimentais como os teóricos estejam sujeitos a erros, devidos sobretudo à complexidade das acções das partículas dos núcleos atómicos.
A Física Sabine Hossenfelder, escrevendo no Scientific American, e em pleno debate com a directora do CERN, Fabiola Gianotti, refere cálculos com 15 mil diagramas.

Sabine está céptica, Fabiola está do lado dos entusiastas de nova física no sentido de novos campos-força com os respectivos quanta, ou partículas acompanhantes do enigmático Muão.

É gratificante, entretanto verificar, num ano em que tanto se mencionou a participação das Mulheres na Ciência, que sejam 2 Mulheres a liderar este incrível debate, e ainda outra, Aida El-Khadra, Física de partículas da Universidade do Illinois, a liderar o grupo (chamado BMW) que fez os cálculos experimentais no acelerador do Fermilab.

O Muão, o primo mais pesado do electrão, uma partícula reveladora dos mistérios da Natureza, saltou com todo o mérito do acelerador do fermilab para o debate científico.

Artigo revisto pelo Doutor João Seixas, Professor do Instituto Superior Técnico e investigador do CERN.
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Os benefícios e riscos das vacinas da Astra-Zeneca e da Janssen

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="34" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1620321655762{margin-left: 26px !important;}"]Começando pelo fim: se eu tivesse oportunidade de tomar a vacina da Astra-Zeneca ou da Janssen, ambas associadas a problemas raros de coagulação do sangue, tomaria hoje sem hesitar. Tenho 44 anos, uma idade inferior à indicada em Portugal para a toma de qualquer uma dessas vacinas, e um risco baixo de exposição ao vírus. Significa isto que estou convencido de que estas vacinas não aumentam o risco desses problemas de coagulação do sangue? Não. De acordo com os dados conhecidos esse aumento de risco parece real. A questão é que, mesmo assim, o risco dos efeitos adversos continua a ser extremamente baixo, sendo amplamente compensado pelos benefícios de prevenir uma doença com risco de complicações bem maiores.

Há duas razões para que muitos países tenham restringindo a aplicação destas vacinas apenas às pessoas mais velhas. A primeira é que o risco de ocorrência de problemas de coagulação é maior nos mais jovens. E a segunda é que o risco de doença grave ou morte é maior nos mais velhos. Mas vamos a números e comecemos pela vacina da AstraZeneca. Segundo uma análise da Universidade de Cambridge [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""], no Reino Unido, para as pessoas entre os 60 e os 69, a incidência de problemas graves associados à vacina é 0,2 casos por cada 100 mil doses administradas. Ou seja, uma reacção adversa grave (que não resulta necessariamente em morte) por cada meio milhão de pessoas imunizadas. Para a mesma faixa etária, e considerando uma população com baixo risco de infecção, a cada quatro meses são admitidos nos cuidados intensivos 14,1 pessoas por 100 mil habitantes (considerando a incidência da covid-19 no Reino Unido no início de Abril de 2021). Se consideramos pessoas com risco de exposição médio, o número de internados em cuidados intensivos é 41,3 por 100 mil habitantes. E de 127,7 por 100 mil habitantes, no caso de pessoas muito expostas à infecção. O balanço é sempre positivo. Quanto maiores for o risco de infecção e a idade, mais favorável será.

Mesmo para pessoas entre os 30 e os 39 anos, com baixo risco de infecção, compensa: 0,8 reacções adversas face a 2,7 internamentos em cuidados intensivos por cada 100 mil habitantes. Só não é favorável no grupo entre os 20 e os 29 anos (os mais novos da amostra)s: 1,1 reacção adversas e 0,8 internamentos em cuidados intensivos por 100 mil habitantes.

No caso da vacina da Janssen, de acordo com dados do Centro de Controlo de Doenças dos Estados Unidos, em 8 milhões de doses administradas ocorreram 15 casos adversos. Ou seja: um em cada 536 mil vacinações. É difícil estimar quantas vidas se salvam ao vacinar 8 milhões de pessoas, pois isso depende da prevalência do vírus na população e da probabilidade de infecção, assim como da capacidade de resposta dos serviços de saúde (há uma maior letalidade em situações de sobrelotação). Mas, tendo em conta os registos históricos da pandemia, é seguro dizer que vacinar 8 milhões de pessoas salva muitos milhares de vidas, à custa de 15 reacções adversas.

Parece claro que os benefícios destas duas vacinas superam os seus baixos riscos. Se a incidência da covid-19 baixar significativamente, e o risco de infecção também, a situação será diferente. Mas a vacinação contribui sobremaneira para a redução sustentada de casos, pelo que as duas coisas estão interligadas. Claro que, se for possível imunizar a população mais jovem sem recorrer às vacinas da AstraZeneca e da Janssen e sem atrasar o processo de vacinação, reduzir-se-á ainda mais um risco já de si reduzidíssimo. Esse deve ser um objectivo fundamental: não atrasar a vacinação, pois a redução do número de infectados é crucial para abrandar o aparecimento de novas variantes, que poderão ser problemáticas.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Um escaravelho é o Animal Cavernícola de 2021 em Portugal

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1620164209156{margin-left: 26px !important;}"]

O escaravelho predador cavernícola aquático português (Iberoporus pluto) representa o Animal Cavernícola de 2021 em Portugal. Esta iniciativa é dinamizada desde 2009 com o objetivo de sensibilizar para a importância da vida animal das cavernas e para a sua proteção. Serão dinamizadas várias iniciativas nos próximos meses.

O escaravelho predador cavernícola aquático português é o único escaravelho adaptado às cavernas de Portugal que evoluiu para viver nas águas subterrâneas. Foi descrito em 2019, por Ana Sofia Reboleira (cE3c, Ciências ULisboa) e Ignacio Ribera (Conselho Superior de Investigação Científica de Espanha), e foi descoberto numa gruta do concelho de Penela, na zona cársica de Sicó, o único local onde é conhecido. Esta espécie respira ar e por isso precisa de vir à superfície da água a cada 30 a 60 minutos.

“Os escaravelhos cavernícolas de Portugal são todos terrestres, o Iberoporus pluto é a única espécie que evoluí e se especializou a viver em águas subterrâneas. Vive apenas na água subterrânea do rio Dueça, e é uma espécie que é só nossa, não existe em nenhuma outra parte do mundo. Estudos moleculares permitiram-nos estimar que esta espécie tenha colonizado as águas subterrâneas há cerca de 10 milhões de anos. Este animal é uma verdadeira pérola da nossa biodiversidade nacional, que enfrenta graves problemas de conservação”, explica Ana Sofia Reboleira, professora na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e especialista em fauna cavernícola.

Esta é uma das nove espécies de escaravelhos adaptados às cavernas em Portugal continental, às que se juntam três espécies existentes na Madeira e oito nos Açores.

Os escaravelhos das cavernas foram selecionados mundialmente como grupo-alvo para este ano da iniciativa Animal Internacional Cavernícola do Ano: uma iniciativa que se assinala desde 2009 e que alerta para a pouco conhecida diversidade animal em habitats subterrâneos. Os escaravelhos são o grupo de animais mais diversificado do nosso planeta, representando cerca de um quarto de toda a diversidade animal. São artrópodes (ordem Coleoptera), possuem um exoesqueleto rígido, seis patas e duas antenas, e desempenham um papel importante nos ecossistemas terrestres, contribuindo para o ciclo do carbono e para manter o equilíbrio ecológico da vida no nosso planeta.

Este ano, a iniciativa Animal Cavernícola do Ano está inserida nas celebrações do Ano Internacional das Grutas e Carso 2021 [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""], organizada pela União Internacional de Espeleologia. Em Portugal, a iniciativa do Animal Cavernícola do Ano é promovida pelo Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais - cE3c [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""], Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""] e Universidade dos Açores [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""]. Tem como parceiros o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""], o Parque Natural das Serras d’Aire e Candeeiros [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""], o Agrupamento de Escolas Gil Eanes [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""] através do seu projeto de Clubes de Ciência Viva “Biodiversidade Subterrânea do Algarve”, e a Ordem dos Biólogos [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""].

No âmbito desta iniciativa, as entidades parceiras em Portugal estão a preparar para os próximos meses atividades dirigidas à sociedade, que serão divulgadas brevemente.

“É fundamental que a sociedade tenha conhecimento que debaixo dos nossos pés estão 97% dos recursos totais de água subterrânea disponível para o consumo humano imediato, e são estas comunidades de organismos subterrâneos que purificam a água e garantem a integridade ecológica destas reservas estratégicas. Isto é fundamental para a sobrevivência dos humanos e dos ecossistemas. Toda a contaminação que ocorre à superfície infiltra-se em profundidade e compromete integralmente o legado mais precioso que podemos deixar às gerações vindouras: as nossas reservas de água potável”, explica Ana Sofia Reboleira.

Proteger e conservar esta biodiversidade escondida é um grande desafio que a sociedade tem que assumir como seu. A iniciativa do Animal Cavernícola do ano tem a função de educar e promover esta consciencialização para que possamos cumprir com os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas.

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O uso do ilusionismo na promoção do ensino não formal da ciência

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="29" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1619954020654{margin-left: 26px !important;}"]A magia (ilusionismo) é uma arte que exerce enorme atrativo à maioria das pessoas pelo seu carácter do imaginário, pela aparente inexplicabilidade, pela surpresa do não previsto. A realidade é, ela própria, mágica, e quando um determinado assunto é assim apresentado, transforma-se numa fonte inesgotável de fascínio, de surpresa e de descoberta, uma pincelada de imaginação no quadro da realidade.

A magia resulta, assim, como uma ferramenta potenciadora da vontade de conhecer as temáticas em análise, promovendo o aprofundamento do seu estudo ou captando a atenção para um tópico que, para alguns, poderia resultar mais ou menos enfadonho ou mesmo desprovido de interesse. Por momentos, a assistência deixa-se levar na arte do mágico que faz crer no impossível, neste mundo, com os pés no chão...! Só que, neste caso, tudo o que se vê é bem real, e até se pode explicar que não perde a graça (bem pelo contrário!). É a Natureza apresentada, para que se possa apreciar melhor.

O uso do ilusionismo em atividades de Ciência, ensinando a brincar, apela à imaginação das crianças e promove o desenvolvimento da sua capacidade de abstração, muitas vezes tão importante na apreensão de conceitos de ciência. É uma forma distinta (e distintiva) de integração da arte para despertar a curiosidade para a Ciência a partir do imaginário de um espetáculo de magia: querer saber como se cria um truque é o mesmo que querer conhecer os fenómenos naturais e perceber a Natureza no seu possível e impossível. Realizar “um efeito mágico” e explicar a ciência que lhe é inerente, estimula essa vontade de aprender, a vontade de querer ser mágico, de querer compreender tudo aquilo. E esta é a verdadeira magia que está contida num efeito mágico!

A diversificação de conteúdos e formas de comunicar e divulgar ciência permite abranger um universo maior de interesses culturais. Os laboratórios das escolas são espaços onde se recriam experiências científicas para melhor compreensão dos fenómenos naturais e a sua apreensão teórica. A recriação artística (neste caso, com o recurso à magia) pode dar uma outra dimensão ao que se aprende com a Ciência e o seu universo. Importa constatar o que leva a querer saber e descobrir o prazer da descoberta. Senti-lo, só é possível a partir do imaginário de cada um, que pode e deve ser explorado também em espaços de enriquecimento cultural.

É, pois, verdadeiramente importante que nestes espaços de promoção cultural, a ciência se cruze e intrinque com o mundo das artes (música, teatro, magia e outras áreas de cultura), a fim de ser assumidamente considerada como uma área de conhecimento acessível, parte integrante da cultura geral de qualquer cidadão, em exercício pleno da cidadania. O STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics) a ser STEAM (Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematic).

Já Galeano dizia que somos feitos não só de átomos, mas também de histórias. Com este “casamento” entre a ciência e a magia (e os livros), a tais átomos e histórias “FMJ Mentes Mágicas” acrescentam também pequenas partículas de deslumbramento.

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Novo telescópio em La Silla ajuda a proteger a Terra de asteroides perigosos

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1619804695514{margin-left: 26px !important;}"]No âmbito do esforço a nível mundial para encontrar e identificar pequenos objetos perto da Terra, o Telescópio de Teste TBT2 (sigla do inglês para Test-Bed Telescope 2) da Agência Espacial Europeia, um telescópio que exemplifica tecnologia inovadora instalado no Observatório de La Silla do ESO no Chile, começou as suas operações. A trabalhar em conjunto com outro telescópio parceiro colocado no hemisfério norte, o TBT2 estará atento a qualquer asteroide que possa apresentar risco para a Terra, testando ao mesmo tempo hardware e software que será utilizado numa rede de telescópios futura.

Para podermos calcular o risco que colocam objetos do Sistema Solar potencialmente perigosos, primeiro temos que fazer um censos desses objetos. O projeto TBT é um importante passo nessa direção,” diz Ivo Saviane, o gestor de local no Observatório de La Silla do ESO no Chile.

O projeto, uma colaboração entre o Observatório Europeu do Sul e a Agência Espacial Europeia [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""] (ESA), “é um teste para demonstrar as capacidades que são necessárias para detectar e seguir objetos que se encontram próximo da Terra, com o mesmo sistema de telescópios,” explica o Chefe da Secção de Tecnologias Ópticas da ESA Clemens Heese, que lidera o projeto.

O telescópio de 56 cm colocado no Observatório de La Silla do ESO e o TBT1, um telescópio idêntico situado na estação terrestre de espaço profundo da ESA em Cebreros, na Espanha, serão os precursores da rede de telescópios planeada ‘Flyeye [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""]’, um projeto separado que a ESA está a desenvolver para rastrear e seguir objetos que se deslocam rapidamente no céu. Esta rede futura será completamente robótica; o software realizará o planeamento das observações em tempo real e, no final do dia, apresentará as posições e outras informações relativas aos objetos detectados. O projeto TBT [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""] foi concebido para mostrar que o software e o hardware trabalham como previsto.

O início das observações do TBT2 em La Silla permite ao sistema de observação operar com a configuração prevista de dois telescópios, atingindo-se assim os objetivos deste projeto,” diz Heese.

Apesar de extremamente raros, os impactos na Terra de asteroides perigosos não são inconcebíveis. Desde há milhares de milhões de anos que a Terra é bombardeada periodicamente por asteroides, tanto grandes como pequenos, e o evento de meteoros de Chelyabinsk que ocorreu em 2013 [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""] e que causou cerca de 1600 feridos, a maioria dos quais devido a puas lançadas e vidros quebrados, chamou particularmente a atenção do público para a ameaça que representam os objetos perto da Terra. Objetos maiores causam mais danos, mas felizmente são mais fáceis de detectar e as órbitas dos grandes asteroides conhecidos estão já bastante estudadas. No entanto, estima-se que exista um grande número de objetos mais pequenos ainda por descobrir, que podem causar danos sérios se atingirem uma região populada da Terra.

É neste contexto que surgem o projeto TBT e a futura rede planeada de telescópios Flyeye. Uma vez totalmente operacional, esta rede mapeará o céu noturno em busca de objetos que se movam rapidamente, um avanço significativo na capacidade europeia em descobrir objetos potencialmente perigosos perto da Terra.

O TBT faz parte de um atual esforço inter-organizacional no sentido de obtermos uma imagem mais completa destes objetos e dos potenciais riscos que podem causar. O projeto vem no seguimento do anterior envolvimento do ESO na proteção da Terra contra objetos próximos potencialmente perigosos. Tanto o ESO como a ESA participam ativamente na Rede Internacional de Deteção de Asteroides [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""], apoiada pelas Nações Unidas, e muitas observações destes objetos têm sido realizadas com telescópios do ESO. O New Technology Telescope [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""] do ESO em La Silla, por exemplo, tem sido usado para obter observações de pequenos asteroides próximos da Terra no âmbito do projeto europeu NEOShield-2 [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""].

A atual colaboração inter-organizacional entre o ESO e a ESA é particularmente significativa no estudo de objetos próximos da Terra. Apesar do TBT ser o primeiro projeto de telescópio que se realiza ao abrigo de um acordo de cooperação entre as duas organizações, desde 2014 [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""] que o ESO tem ajudado a ESA a seguir objetos potencialmente perigosos, com o Very Large Telescope no Observatório do Paranal a observar objetos muito ténues. Estes esforços combinados são um enorme passo em frente na procura e gestão de asteroides a nível mundial e provaram já ser úteis em descartar colisões [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""] de asteroides com a Terra.

A instalação e "primeira luz" do TBT2 no Observatório de La Silla do ESO foram levadas a cabo sob condições de saúde e segurança muito restritas. Os observatórios do ESO interromperam temporariamente as suas operações no ano passado devido à pandemia de COVID-19. Entretanto, as observações científicas já recomeçaram, mas com restrições que garantem a segurança e proteção de todas as pessoas a trabalhar nestes locais.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

“Padrão dos Descobrimentos” e outras descobertas

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="20" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="img_link_large"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1619629251614{margin-left: 26px !important;}"]


Perante a possibilidade teórica de ser derrubado o “Padrão dos Descobrimentos”, o que foi apresentado como símbolo da estocada final numa ditadura ainda disseminada pelos espíritos portugueses, outras descobertas importam.


Sejamos, como sugere a minha amiga Alexandra A., coerentes e radicais: o Parlamento português está sediado no Palácio de São Bento. Ora, qual é a proveniência deste palácio? É pura e simplesmente a do primeiro mosteiro beneditino edificado em Lisboa. E não são as Ordens Religiosas, a par com a nobreza, símbolo de um Antigo Regime que a ascensão do Terceiro Estado erradicou simbólica e realmente? Deita-se abaixo ou reverte para a Ordem dos Beneditinos actual? E onde se iriam sentar e debater tão solenemente os deputados e as deputadas? Construía-se um Palácio de Cristal à Peter Sloterdijk? Ou talvez pudessem pedir de empréstimo, tanto o barril de Diógenes, como a barca de Caronte. Seguindo esta linha de raciocínio, na verdade, pouco restaria de pé no nosso país: desde câmaras municipais e juntas de freguesia, passando por bibliotecas, quartéis militares, ou hospitais.


A burguesia, como se sabe, não tem ascendentes: apenas descendentes. Mas os antigos membros da nobreza não desapareceram todos após as Revoluções Liberais. O que lhes aconteceu? Transformaram-se, também, nos descendentes da burguesia que, como se sabe, e repito, não tem ascendentes: apenas descendentes. Todavia, como Friedrich Nietzsche diz, e bem, “uma vez que somos o resultado de antigas gerações, somos também o resultado dos seus enganos, paixões ou erros, ou mesmo crimes; não é possível libertarmo-nos por completo desta cadeia.” Portanto, a burguesia também tem Pais, que não se circunscrevem a Jean-Jacques Rousseau, que por sua vez foram filhos, e teriam ainda avós, e assim por diante. Todavia, o gesto fundador e primordial da burguesia enquanto referente é de facto lançar-se numa câmara do tempo como que esvaziada, numa cápsula algo hermeticamente fechada, que opera num ar sem estar saturado daquilo a que se chama “tradição”, que é uma palavra sem ares de progressismo, sempre a puxar para os lados, sempre a distrair do futuro.


No entanto, a par desta iconoclastia repare-se como se dissemina insidiosamente a comercialização da marca “museu”: temos os museus do pão – quando o verdadeiro que comemos se torna cada vez mais fermentoso; temos os museus da água – quando este essencial líquido se vai configurando como bem escasso a nível planetário; temos os museus de índole local e regional – quando existem mecanismos que cada vez mais se instalam enquanto marca de indiferenciação territorial e humana, etc., etc. E temos a retórica associada a cada um destes museus: a sua grande marca diferenciadora. Pergunto: diferenciadora de quê, se existe, efectivamente, um instintivo esconjuro da história enquanto amálgama de heranças como ar deste nosso tempo?


Veja-se ainda que se vem alterando o paradigma museológico: de contemplativo para interactivo. Se aqui enxertarmos as directrizes, nomeadamente europeias, de linguagem simples e textos curtos para toda a literatura que permanece disponível nos espaços museológicos, que também considero responsáveis por aquilo a que chamo as experiências de algodão doce, ou seja, aquelas experiências que supostamente se destinam a salvaguardar a identidade do visitante e que vão ao dito encontro dos públicos, e que, portanto, não arriscam, questiono: com quem se interage? Corremos o risco de criarmos museus à ideia e semelhança de Narciso, enquanto alguém propõe demolições insanas cujo gesto iconoclasta poderia ser colmatado, por exemplo, através de centros de interpretação estratégicos.


[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Equipa da Universidade de Coimbra cria embalagens comestíveis a partir de resíduos da indústria agroalimentar

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1619511343078{margin-left: 26px !important;}"]Uma equipa da Universidade de Coimbra (UC), com a colaboração da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), desenvolveu um conjunto de embalagens comestíveis a partir de diferentes resíduos do setor agroalimentar e da pesca, uma alternativa sustentável ao plástico.

Na prática, estas embalagens comestíveis são filmes obtidos a partir de resíduos de diferentes alimentos, nomeadamente cascas de batata e de marmelo, fruta fora das características padronizadas e cascas de crustáceos, que, além de revestirem os alimentos, prolongando a sua vida útil na prateleira do supermercado, também podem ser ingeridos.

As embalagens desenvolvidas pelas investigadoras Marisa Gaspar, Mara Braga e Patrícia Almeida Coimbra, do Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF), da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), foram pensadas essencialmente para revestir frutas, legumes e queijos, incorporando na sua matriz compostos bioativos/nutracêuticos, tais como antioxidantes e probióticos, com potenciais efeitos benéficos para a saúde.

Podemos imaginar, por exemplo, cozinhar brócolos ou espargos sem ser necessário retirar a embalagem, uma vez que a película que os envolve é composta por nutrientes naturais com benefícios para a saúde.

«Produzimos composições diferenciadas de filmes, usando os resíduos quase integralmente, que contêm compostos com propriedades diferentes. Por exemplo, a casca de batata tem mais amido e a casca de marmelo mais pectina, ou seja, temos dois materiais poliméricos estruturais que, combinados, vão gerar um filme simples, sem processamentos complexos», explicam Marisa Gaspar, Mara Braga e Patrícia Almeida Coimbra.

No entanto, antes de conseguir obter filmes/revestimentos quer na forma de película quer na forma de spray (aplicado na fase líquida e seca no alimento), a equipa, que juntou vários grupos de investigação da UC e da ESAC, teve de superar várias fases. «O maior desafio é encontrar os materiais ideais para que as formulações tenham as características desejadas. Por isso, foi necessário estudar os filmes do ponto de vista físico, como por exemplo as propriedades mecânicas, de forma a servirem de embalagem/ revestimento; estudar as propriedades bioativas dos filmes, ou seja, se alguns compostos apresentam benefícios para a saúde quando ingeridos; avaliar as reações quando se juntam diferentes compostos; análise microbiológica e sensorial dos filmes selecionados; e avaliar a compatibilidade do alimento com o sistema comestível produzido», resumem as três investigadoras da FCTUC.

Marisa Gaspar, Mara Braga e Patrícia Almeida Coimbra consideram que a solução proposta pela sua equipa pode ser «muito vantajosa tanto para indústria como para o consumidor. É uma abordagem centrada na economia circular. Não só aumenta a vida útil do produto na prateleira, como também evita o desperdício, reduz a produção de lixo plástico, um grave problema ambiental, e gera um novo produto que confere um adicional nutritivo ao alimento», concluem.

Iniciada em 2018, no âmbito do projeto “MultiBiorefinery”, financiado pelo COMPETE 2020, esta investigação foi recentemente distinguida com um prémio de 20 mil euros pelo programa “Projetos Semente de Investigação Interdisciplinar - Santander UC”, atribuído a equipas multidisciplinares lideradas por jovens investigadores na Universidade de Coimbra. Foi ainda premiada no concurso de ideias LL2FRESH, que visa procurar novas soluções de embalagem, métodos de tratamento de alimentos e aditivos de última geração.

No âmbito deste projeto foi publicado um artigo científico na revista Food Packaging and Shelf Life, disponível: aqui [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""].[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

A deteção de cobras na compreensão do nosso sistema visual

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="33" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1619168250611{margin-left: 26px !important;}"]São muitas as pessoas que se sentem desconfortáveis na presença de uma cobra ou ao observar uma fotografia de uma cobra. No entanto, apesar de já não ser tão frequente o encontro inesperado com estes potenciais predadores como antigamente, pelo menos em contextos citadinos, as cobras continuam a desempenhar um papel importante na compreensão do nosso sistema visual.

Há pouco mais de uma década, Lynne Isbell, Professora de Antropologia e Comportamento Animal na Universidade de Califórnia, desenvolveu a Teoria da Deteção das Cobras [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""]. Segundo esta teoria, o aparecimento das cobras venenosas desempenhou um papel fundamental na evolução do sistema visual dos primatas.

As cobras venenosas surgiram há cerca de 60 milhões de anos, em África ou na Ásia, e depressa se tornaram um dos primeiros grandes predadores dos primatas. Estas, em comparação com as suas ancestrais, eram detentoras de uma das armas mais letais até ao momento: os seus poderosos venenos. Com quantidades reduzidas de veneno, estes predadores conseguiam matar ou lesar gravemente as suas prezas, mesmo as de grandes dimensões, como é o caso dos primatas. Para além disso, as cobras venenosas estavam muitas vezes camufladas na vegetação, o que tornava a sua deteção particularmente desafiante, exigindo uma perceção visual mais apurada do que para os restantes predadores. Assim, de acordo com a Teoria da Deteção das Cobras, os primatas viram-se obrigados a desenvolver sistemas visuais aperfeiçoados de forma a permitir uma deteção mais célere das cobras venenosas.

Mas este aperfeiçoamento não aconteceu de um dia para o outro. Tomando como ponto de partida as perspetivas evolutivas, uma deteção rápida de um estímulo potencialmente perigoso no ambiente possibilita uma rápida resposta do observador – mesmo antes que esse estímulo seja percebido como correspondendo a uma verdadeira ameaça ou a algo inofensivo – aumentando assim as hipóteses de sobrevivência. Esta resposta envolve um conjunto de ações por parte do observador, tais como ações de luta ou de fuga, que são facilitadas por alterações do estado fisiológico, tais como aumento da frequência respiratória e da dilação da pupila. Deste modo, através de pressões evolutivas, os primatas com sistemas visuais menos desenvolvidos, pouco habilitados para detetarem as cobras camufladas na vegetação, corriam maior risco de ser mordidos e de não deixar descendência, acabando eventualmente por se extinguir – um dos argumentos da Professora Lynne Isbell.

Apesar de ousada, a Teoria da Deteção das Cobras é suportada tanto por investigações experimentais em contexto laboratoriais como em situações mais ecológicas (ainda que menos frequentes). Estas investigações mostram que somos capazes de detetar, de forma muito rápida, pistas visuais que sinalizam uma possível ameaça, sobretudo quando essa ameaça foi outrora relevante para a nossa sobrevivência enquanto espécie. Por exemplo, em estudos de neurofisiologia, certas redes neurais são sistematicamente ativadas quando primatas não-humanos e humanos são expostos a fotografias de cobras. Estas redes parecem ser responsáveis por transportar as informações capturadas pelos nossos olhos para determinadas estruturas cerebrais, de forma rápida, direta e praticamente independente das nossas características individuais e dos nossos conhecimentos. Uma dessas estruturas, fortemente envolvida nos sistemas de deteção e de resposta de ameaça, é a amígdala. O mesmo não acontece, porém, quando são exibidas formas geométricas ou fotografias de aranhas. Curiosamente, as aranhas, apesar de potencialmente perigosas – e especialmente ativadoras para as pessoas com fobia – são menos relevantes do ponto de vista evolutivo do que as cobras, o que pode explicar a ativação de áreas diferenciadas do cérebro na presença destes dois estímulos.

Também ao nível do comportamento, os estudos revelam que imagens de cobras são detetadas de forma preferencial por primatas não-humanos e humanos. Por exemplo, quando é solicitado a adultos saudáveis que pesquisem um estímulo visual por entre um conjunto de estímulos irrelevantes, imagens de cobras são detetadas mais rápida e corretamente do que imagens de aranhas ou de objetos inofensivos, tais como cogumelos. Este efeito é observado quando as tarefas são particularmente exigentes do ponto de vista percetivo, numa tentativa de mimetizar, tanto quanto possível num estudo em laboratório, o ambiente complexo em que estes estímulos muitas vezes se inserem. Padrões de resposta semelhantes são também reportados em investigações com crianças, o que reforça que os processos inerentes à deteção de cobras são, de alguma forma, independentes de aprendizagem.

A deteção preferencial de cobras parece também ocorrer quando estas pistas não são visíveis de forma consciente, tal como verificado num estudo conduzido por investigadores da Universidade de Aveiro e do ISPA – Instituto Universitário, publicado em 2018 na revista Emotion [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""].

Nesta experiência, através de uma técnica laboratorial específica, as imagens relevantes para a tarefa eram apresentadas de forma muito gradual a apenas um dos olhos, enquanto imagens concorrentes e mais dominantes eram apresentadas ao outro olho. Assim, numa fase inicial, apenas as imagens concorrentes eram visíveis pelos participantes. Contudo, com o decorrer do tempo, as imagens relevantes iam-se tornando mais visíveis até que finalmente acediam à “consciência visual”. Os participantes eram então instruídos a indicar, o mais rapidamente possível, o momento a partir do qual conseguiam visualizar as imagens ou partes das imagens relevantes. Outro aspeto importante deste estudo passou pela manipulação do nível de detalhe das imagens. Os investigadores verificaram que, nas condições que proporcionavam menor detalhe visual, as imagens de cobras eram mais rápidas a aceder à “consciência visual” do que as imagens de animais inofensivos (pássaros). Como tal, os resultados do estudo sugerem que o nosso sistema visual não requer detalhes finos para que as cobras sejam detetadas mais rapidamente, de forma consciente, bastando receber informação grosseira, mas sugestiva da presença deste predador, como é o caso de imagens desfocadas com a forma curvilínea de uma cobra.

Para concluir, as muitas investigações nesta área apontam consistentemente para uma deteção preferencial de pistas visuais que sinalizam a presença de uma cobra no ambiente, o que vai ao encontro de alguns dos argumentos da Teoria da Deteção das Cobras. Assim, e a apesar de não ser ainda totalmente conhecido o peso do aparecimento das cobras venenosas na evolução dos primatas, o estudo da deteção destes predadores parece ter contribuído (e continuar a contribuir) para a investigação e compreensão dos fenómenos visuais da espécie humana. Este estudo tem também um papel fundamental do ponto de vista da Psicopatologia, uma vez que muitas das Perturbações Mentais são caracterizadas por desregulações específicas nos sistemas de deteção e de resposta de ameaça, como é o caso da Esquizofrenia e das Perturbações de Ansiedade.

Assim, da próxima vez que se deparar com uma cobra – mesmo que inofensiva – procure perceber quais foram as suas reações mais imediatas![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

“Pontofonia” a música e a arte visual: Uma partilha de dimensões

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="32" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1619082120148{margin-left: 26px !important;}"]

Desde sempre a música e a arte visual cruzaram os seus caminhos. Esta convergência representou a convicção artística de vários autores, como os casos de Wassily Kandisnsky, Claude Debussy, A. Scriabin, Paul Kleee, Gustav Klint, F. Kupka, M. Ciurlionis e O. Messiaen, entre muitos outros.

Partindo desta relação artística, em particular da linha conceptual de Kandisnsky e Klee, onde o ponto, a linha e o plano constituem elementos de inter-relação entre os dois domínios artísticos, foi desenvolvido um conjunto de estratégias experimentais, com recurso ao desenho e à imagem, designadas por “Pontofonia”, com o objetivo de reforçar a aprendizagem de diferentes conceitos e conteúdos musicais, como a altura, a duração, a melodia e/ou a harmonia. A sua aplicação desenvolveu-se em três fases: (1) recurso ao desenho (ponto e linha), e às suas diversas formas de exploração; (2) recurso à imagem, partindo de um campo restrito de exploração, definindo-se aspetos particulares para a sua visualização; (3) recurso à imagem e a um campo visual mais vasto e diversificado de exploração. Para cada uma destas fases existiu um processo de desenvolvimento criativo de exploração e construção gradual de notação convencional.

Deste modo, a componente empírica desenvolvida em contexto de Educação Musical no Ensino Básico e no ensino Artístico da Música, seguiu uma linha hipotético-dedutiva com objetivo exploratório e procedimento de pesquisa pré-experimental aplicada de natureza qualitativa e quantitativa. A técnica adotada para a recolha de dados, fez-se através de inquérito em formato pré e pós questionário, em cada uma das fases do processo experimental. Da análise e interpretação dos dados resulta o indicador que a utilização de estímulos visuais em contexto de ensino-aprendizagem, para além de promover o desenvolvimento e estimulação da capacidade percetiva, expressiva, critica e de criação, no quadro particular do presente estudo, impulsiona o desenvolvimento e aprendizagem musical.

Dado o contexto atual e as diversas problemáticas vivenciadas pelo professor, onde a necessidade de uma constante reflexão e questionamento dos processos e eficácia da ação assume um papel fundamental em toda a sua intervenção pedagógica, neste sentido, é apresentado um enquadramento entre as Artes Visuais e a Música como Estratégia de Ensino - Aprendizagem na Educação e Expressão Musical.

As linhas orientadoras metodológicas, estratégicas e pedagógicas de músicos, compositores e pedagogos de renome internacional, tais como, Sérgio Aschero, Jos Wuytack, Murray Chafer, Émile Jaques-Dalcroze, entre outros, como referência na aplicação de conceitos e conteúdos, o compartilhar de dimensões ao nível do tempo e do espaço, do som e da cor na imensidão que é a música.

Tudo o que o nosso campo de visão alcança é denominado imagem, que podem ser externas as que percebemos, internas as que sonhamos ou imaginamos e as que desenvolvemos ou que criamos quando elaboramos simples rabiscos. Esta associação entre correntes artísticas, representa o ponto de partida para a construção de estratégias experimentais no contexto educativo. A necessidade de valorizar o conhecimento que os alunos já possuem e que a escola e a sociedade em geral podem e devem acrescentar, representa um elemento fundamental na projeção de toda a prática educativa.

Todos estes fatores variam em função do espaço onde são desenvolvidos, em sala de aula ou em outro contexto. É necessário criar condições aos alunos, para desenvolverem a sua capacidade criativa, de análise, reflexão, compreensão, motivação e interesse pelo conhecimento e com isso poderão descobrir certas aptidões cognitivas que certamente estarão adormecidas no âmbito das suas múltiplas inteligências.

Com base nos resultados desta investigação, adverte-se que os exemplos que apoiam a descrição, em todas as fases do processo de ensino, sejam escolhidos de modo a que se pareçam ao melhor exemplo da aplicação deste processo de investigação exploratório a “Pontofonia”, na qual surgiu na necessidade da identificação e resolução de um problema, na apreciação e sua pertinência, precisando os seus objetivos e seguindo linhas orientadoras em que acredito, para resolver as dificuldades, obstáculos em qualquer domínio do conhecimento. Optou-se por este procedimento e design em função do gosto pelas artes plásticas, mais especificamente o desenho e a imagem, como forma de não se tornar uma atividade rotineira onde se aplicam apenas metodologias predeterminadas.

O resultado obtido por esta investigação demonstra que há mais valias no uso desta estratégia de ensino e aprendizagem, contudo é necessário explorar a criatividade. De uma forma geral este processo poderá revelar outra dimensão de analise e procedimento, pois a mesma é suscetível de experimentação.

Na condução do processo de ensino e aprendizagem, sendo uma atividade investigativa, inquiridora e fundamentada, suscetível a alterações de algum aspeto da prática e compreensão da natureza dos problemas, confronta com outras atividades parecidas, mas não equivalentes, tendo sempre como finalidade produzir novos conhecimentos e soluções originais, através de um sistema minimamente metódico e sistemático, que possa ser reproduzido por qualquer interveniente.

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Meio milhão de euros para inovar no tratamento da doença coronária

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1618908539198{margin-left: 26px !important;}"]Um consórcio liderado pela ICNAS-Produção, empresa da Universidade de Coimbra (UC), obteve meio milhão de euros de financiamento do programa COMPETE 2020 para concretizar um projeto de investigação, intitulado “BioImage2CTO”, que pretende desenvolver novos biomarcadores de imagem que permitam melhorar o tratamento da doença coronária, uma das principais causas de morte a nível mundial.


Mais especificamente, o consórcio, que envolve também a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e a Universidade do Minho (UMinho), vai centrar-se nas oclusões coronárias crónicas totais (CTO, na sigla inglesa), que são encontradas em cerca de 18 a 35% dos pacientes com doença coronária estável.


As oclusões coronárias crónicas totais caracterizam-se pela obstrução completa (100%) das artérias coronárias, responsáveis pelo fornecimento de oxigénio e nutrientes ao coração. A oclusão destas artérias pode impedir o coração de funcionar normalmente e condicionar o aparecimento de sintomas de insuficiência cardíaca e angina de peito.


Por isso, sublinha a coordenadora do projeto, Maria João Vidigal, «o sucesso do tratamento das CTO reflete-se na qualidade de vida e sobrevivência dos doentes com doença coronária». Atualmente, a terapêutica preferencial, esclarece, «de acordo com as recomendações internacionais sempre que associadas a sintomas e isquemia, é a revascularização percutânea (efetuada através de cateterismo cardíaco) ou cirúrgica, quando possível. No entanto, estudos já realizados, neste contexto, não conseguiram corroborar claramente as vantagens deste procedimento sobre a terapêutica médica otimizada».


Assim, o grande objetivo do projeto, com a duração de dois anos, é «investigar, desenvolver e validar novos biomarcadores na área da imagem molecular que permitam a estratificação do risco, bem como o tratamento apropriado dos


doentes CTO. Trata-se de um projeto inovador na área da saúde que se propõe melhorar, e individualizar, práticas clínicas já consideradas de excelência, indo ao encontro de uma medicina personalizada», explica a investigadora do ICNAS e docente da FMUC.


Para que tal seja possível, a equipa do “BioImage2CTO” vai explorar as alterações da perfusão miocárdica, nomeadamente a extensão da área de miocárdio isquémico/viável, que ocorrem perante uma situação de CTO. Essas alterações, clarifica Maria João Vidigal, «são condicionadas por múltiplos fatores que se associam à obstrução coronária, entre os quais se pode destacar o desenvolvimento de circulação colateral, angiogénese, e a disfunção endotelial».


«Embora a angiogénese seja um processo complexo, a sua relação com a expressão de integrinas avb3 na membrana celular já foi demonstrada. No entanto, a relação entre a presença de circulação colateral numa CTO e o benefício da revascularização parece fundamental, mas ainda não foi explorada de forma plena. Com este projeto pretende-se desenvolver um novo marcador, de seletividade melhorada para as integrinas avb3, que possa ajudar a caracterizar in vivo o processo de angiogénese coronária», explica.


Em paralelo, este estudo visa «poder disponibilizar metodologia de caracterização das CTO, através da utilização de PET-CT (Tomografia por Emissão de Positrões-Tomografia computadorizada), que permita incluir, na abordagem habitual desta situação clínica, novos parâmetros de imagem que facultem uma seleção melhorada de cada doente para revascularização, procedimento não isento a riscos e com custos significativos», acrescenta.


A identificação de novos biomarcadores e o desenvolvimento de metodologias clínicas que permitam selecionar a melhor abordagem terapêutica para cada paciente irão permitir, no futuro, «otimizar a orientação dos doentes com doença coronária, em particular daqueles com oclusões coronárias crónicas. Pretende-se que estas tecnologias sejam amplamente utilizadas na comunidade clínica, tendo seguramente um


grande impacto ao nível do diagnóstico não invasivo de doenças cardiovasculares», sustenta Maria João Vidigal.


A coordenadora do projeto “BioImage2CTO” nota ainda que a prevalência da doença coronária tem vindo a aumentar, «consequência da adoção de estilos de vida pouco saudáveis e do envelhecimento progressivo da população, sendo consideráveis os custos envolvidos com o seu diagnóstico e tratamento».[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Os supercomputadores estão a clarear os céus de Vénus

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1618660470680{margin-left: 26px !important;}"]O ar irrompe, mais rápido do que o som, 130 quilómetros acima da superfície, soprando de leste, mas é subitamente travado ao anoitecer, comprimido num choque. Poderia estar a acontecer na atmosfera de Vénus, mas é de facto uma simulação de vários dias que corre em supercomputadores, em França, onde foi de início desenvolvida, mas também em Portugal, Estados Unidos e Canada.

[caption id="attachment_9686" align="alignleft" width="960"]IMAGEM-Imagem-do-lado-diurno-de-Vénus Esta imagem mostra o aspeto da atmosfera de Vénus ao nível das nuvens, entre 50 e 70 quilómetros de altitude, muito abaixo da alta mesosfera e termosfera, onde não existem nuvens. Imagem do lado diurno de Vénus, em cores falsas sintetizadas, obtida com a câmara de ultravioletas da sonda Akatsuki, da agência espacial japonesa JAXA, em 2017. Créditos: JAXA/PLANET-C Project Team.[/caption]

A versão melhorada do Modelo da Circulação Geral de Vénus (VGCM na sigla inglesa), um modelo tridimensional totalmente apetrechado com processos físicos e dinâmicos, simula a atmosfera de Vénus com a maior resolução de sempre, até à altitude de 150 quilómetros. É agora capaz de imitar fielmente observações científicas recentes, enquanto revela também detalhes que poderão explicar algumas das muitas incógnitas do planeta gémeo falso da Terra. Estes resultados são relatados num par de artigos publicados online em março na revista científica Icarus [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""], respetivamente com coautoria e liderança de Gabriella Gilli, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""]) e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""]).

Os dois estudos centraram-se nas altitudes entre os 80 e os 120 quilómetros, uma região altamente variável da atmosfera de Vénus ensanduichada entre os ventos de grande potência do nível das nuvens e da termosfera. “Alguns dos meus colegas chamam a estas camadas superiores a ‘ignotosfera’, para sublinhar a falta de conhecimento e medidas que temos desta região”, diz Gabriella Gilli, que a tem tentado interpretar estendendo o VGCM com processos físicos que ocorrem a maiores altitudes, e validando o modelo com observações da sonda Venus Express [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""], da Agência Espacial Europeia (ESA [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""]), e de telescópios na Terra.

O primeiro dos dois estudos agora publicados “revelou detalhes nunca antes simulados e exibe uma atmosfera noturna altamente variável, sugerida pelas observações, mas nunca descrita por outras simulações numéricas”, diz a coautora Gabriella Gilli. Esta investigadora liderou o segundo estudo, no qual a sua equipa mostra que o modelo é capaz de fornecer estimativas confiáveis para temperaturas e ventos em regiões onde as medições são escassas.

Na ausência de nuvens a elevadas altitudes, as abundâncias de moléculas como o monóxido de carbono ou oxigénio permitem aos cientistas seguir e monitorizar a dinâmica da atmosfera. No passado, observações no lado noturno do planeta de pontos brilhantes de luminescência no infravermelho específica de moléculas de oxigénio e detetados a latitudes elevadas deixaram os cientistas intrigados. Esta versão melhorada do modelo VGCM é a primeira simulação numérica a reproduzir este fenómeno.

Baseado em características inesperadas, que emergiram das simulações mas ainda não observadas em Vénus, Thomas Navarro (UCLA [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""] e McGill University [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""]) e a sua equipa avançaram a primeira explicação para esses padrões na luminescência infravermelha noturna: uma estrutura de choque produzida por um acentuado decréscimo na velocidade do vento supersónico ao crepúsculo e ao alvorecer, e também um tipo de onda atmosférica de gravidade4 à escala planetária, designada onda Kelvin. Navarro, o outro primeiro autor e coautor destes estudos, explica: “Essa luminescência muda numa questão de poucas horas por causa da variabilidade do vento acentuada pelo choque. E alcança elevadas latitudes devido à circulação do vento em direção aos polos intensificada pela onda Kelvin.”

A validação do modelo com os dados, e a complementaridade dos dois estudos, dão aos investigadores segurança para interpretar aquelas características inesperadas como sendo responsáveis pela variabilidade observada no hemisfério noturno de Vénus. O dia e a noite em Vénus são de facto radicalmente diferentes porque o planeta roda muito devagar. “Um dia em Vénus é muito longo, cerca de 117 dias terrestres, com implicações na distribuição da radiação solar”, explica Gilli. “O lado noturno é tão frio que foi chamado ‘criosfera’ acima dos 100 quilómetros. Um forte gradiente de temperatura e pressão entre o dia e a noite produz ventos fortes, mais rápidos do que as ondas sonoras, característicos da circulação dia-noite dessas camadas superiores, movendo-se do meio-dia para o lado noturno.”

O VGCM foi primeiro desenvolvido no Institut Pierre-Simon Laplace (IPSL [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""]), em França. Esta versão atualizada discrimina detalhes ao nível do equador entre células de apenas 200 por 400 quilómetros, e mais pequenas ainda nas outras latitudes. É crucial para interpretar as observações e revelar os mecanismos físicos em jogo em Vénus. Poderá também dar perspetivas sobre o passado ou o futuro do nosso próprio planeta-mãe, mas Vénus é igualmente um análogo para antecipar o estudo de mundos fora do Sistema Solar – exoplanetas em rotação lenta, com elevada pressão à superfície e uma atmosfera densa e nebulosa, em linha com a investigação do IA neste domínio [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""].

Os resultados agora publicados na revista científica Icarus pedem por mais observações do invólucro atmosférico exterior venusiano: a alta mesosfera e a termosfera. Enquanto ainda teremos de esperar cerca de duas décadas por outra missão espacial ao nosso vizinho, telescópios na Terra podem monitorizar as abundâncias de marcadores dinâmicos (compostos químicos) e mapear os ventos e as temperaturas.

Investigadores do IA e estudantes de mestrado em Ciências ULisboa, Diogo Quirino e Vasco Silva, estiveram também envolvidos nestes estudos, afinando os parâmetros do modelo para melhor reproduzir as temperaturas em acordo com dados da Venus Express, e no estudo dos marcadores dinâmicos extraídos do modelo nas mesmas regiões e momentos do dia das observações.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Investigadores da Universidade de Coimbra criam programa inovador para ajudar a lidar com a dor crónica

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1618578126244{margin-left: 26px !important;}"]

Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveu um programa psicoterapêutico inovador destinado a pessoas com dor crónica, um problema de saúde que afeta cerca de 37% da população portuguesa.

Chama-se iACTwithPain, está disponível numa plataforma digital desenhada para o efeito [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""] e foi desenvolvido por investigadores do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) e do Instituto de Sistemas e Robótica, da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação (FPCEUC) e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), respetivamente.

No essencial, este programa de intervenção psicológica de terceira geração, em formato online, pretende promover o desenvolvimento de competências de autogestão da dor e de autorregulação emocional, de modo a diminuir o impacto da dor e a melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem desta patologia. Tem uma duração de oito semanas e inclui dois momentos de follow-up – aos 3 e 6 meses após a conclusão da intervenção.

«A intervenção é constituída por 8 módulos, de cerca de 20 minutos de duração cada, disponibilizados uma vez por semana. Os participantes são orientados, ao longo da intervenção, mediante o recurso a vídeos explicativos e animados ou com os próprios terapeutas (ou os seus avatares) em tópicos relacionados com a gestão da dor e das respostas emocionais e cognitivas associadas, através da prática de exercícios experienciais e meditativos guiados», descreve Paula Castilho, coordenadora do projeto.

No final de cada módulo é sugerida a prática de exercícios relacionados com o tópico abordado e solicitado o preenchimento de um pequeno questionário sobre a sessão e o seu impacto. A progressão no programa «depende da conclusão de cada um dos módulos. A prática continuada e comprometida é fundamental para a eficácia da intervenção, pelo que os/as participantes serão incentivados/as e motivados/as através do envio de uma mensagem, via email, uma vez por semana, entre cada sessão a praticar/treinar as competências ensinadas», sublinha Paula Castilho.

Agora, a equipa pretende validar a eficácia deste programa. Está, por isso, a pedir a colaboração de pessoas com diagnóstico de dor crónica nos últimos três meses, com idades compreendidas entre os 18 e os 50 anos, que possuam acesso à internet e que não estejam envolvidas noutra forma de intervenção psicológica para a dor crónica. A elegibilidade para a participação no programa será aferida mediante questionários de autorresposta disponibilizados na plataforma, assim que cada voluntário tiver lido e aceite o consentimento informado depois de efetuado o registo.

No fim do estudo, cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), os participantes que ficarão distribuídos no grupo controlo terão a possibilidade de usufruir integralmente do programa iACTwithPain.

A investigadora do CINEICC e professora da FPCEUC nota que «cerca de 37% da população portuguesa sofre de um quadro com dor crónica, o que acarreta importantes custos sociais e económicos significativos. Além disso, a dor crónica está presente em diversos problemas psicológicos e quadros clínicos, como a ansiedade e a depressão».

Através do programa iACTwithPain, conclui, «pretendemos testar a eficácia de determinados componentes e estratégias terapêuticas e o seu contributo diferencial na gestão emocional e da dor. O iACTwithPain conta com a vantagem de ter um formato online, possibilitando o acesso generalizado da população a uma intervenção promotora da saúde (eHealth), aspeto ainda mais relevante pelas circunstâncias atuais decorrentes da crise pandémica. Deste modo, as pessoas podem efetuar a intervenção ao seu próprio ritmo, no seu ambiente natural e de acordo com as suas necessidades».

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O mais antigo genoma humano moderno

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="9" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1618490299260{margin-left: 26px !important;}"]A análise do ADN antigo dos Neandertais e dos primeiros seres humanos modernos demonstrou, recentemente, que os grupos provavelmente se entrecruzaram algures no Próximo Oriente, depois dos seres humanos modernos terem deixado África há cerca de 50 mil anos. Como resultado, todas as pessoas fora de África transportam cerca de 2% a 3% de ADN Neanderthal. Nos genomas humanos modernos, esses segmentos de ADN Neanderthal tornaram-se cada vez mais curtos ao longo do tempo e a sua duração pode ser usada para estimar quando um indivíduo viveu. Dados arqueológicos, publicados no ano passado, sugerem ainda que os humanos modernos já estavam presentes no sudeste da Europa há 47-43 mil anos atrás, mas devido à escassez de fósseis humanos bastante completos, e à falta de DNA genómico, há pouca compreensão de quem foram estes primeiros colonos humanos - ou das suas relações com grupos humanos antigos e actuais.

Num novo estudo [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""] publicado há dias na revista Nature Ecology & Evolution, uma equipa internacional de investigadores relata o que é provavelmente o mais antigo genoma humano moderno sequenciado até hoje. Descoberta pela primeira vez na República Checa, a mulher da espécie Homo sapiens, conhecida pelos investigadores como Zlatý kůň (cavalo dourado em checo), exibia extensões mais longas de ADN Neandertal do que o indivíduo Ust'-Ishim de 45 mil anos de idade encontrado na Sibéria, que era o mais antigo genoma humano moderno até há pouco conhecido. A análise genética sugere que ela, Zlatý kůň, fazia parte de uma população que se formou antes das populações que deram origem à divisão entre europeus e asiáticos dos dias de hoje.

Um estudo antropológico recente baseado na forma do crânio de Zlatý kůň mostrou semelhanças com pessoas que viviam na Europa antes do Último Máximo Glacial - pelo menos há 30 mil anos - mas a datação por radiocarbono tinha produzido resultados contraditórios, alguns indicando que o crânio teria só 15 mil anos. Só quando Jaroslav Brůžek da Faculdade de Ciências de Praga e Petr Velemínský do Museu Nacional de Praga colaboraram com os laboratórios de genética do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana, é que foi possível esclarecer as contradições entre os vários tipos de datação. "Encontrámos provas de contaminação de ADN de vaca no osso analisado, o que sugere que uma cola à base de matéria proveniente dos bovinos utilizada no passado para consolidar o crânio estava a produzir datas radiocarbónicas mais recentes do que a verdadeira idade do fóssil", diz Cosimo Posth, co-líder autor do estudo, num comunicado do Instituto Max Planck. Posth foi anteriormente líder do grupo de investigação do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana e é actualmente Professor de Arqueo e Paleogénese na Universidade de Tübingen, na Alemanha.

Contudo, foi o ADN Neanderthal que levou a equipa às suas principais conclusões sobre a idade do fóssil. Zlatý kůň continha aproximadamente a mesma quantidade de ADN Neanderthal no seu genoma, como Ust Ishim ou outros humanos modernos fora de África, mas os segmentos com ascendência Neanderthal eram, em média, muito mais longos.
"Os resultados da nossa análise de ADN mostram que a Zlatý kůň viveu mais perto no tempo do evento de mistura com os Neandertais", explica Kay Prüfer, co-autor do estudo, no comunicado já citado.

Os cientistas conseguiram estimar que a Zlatý kůň viveu aproximadamente 2 mil anos após o cruzamento com neandertais dos seus antepassados. Com base nestas descobertas, a equipa argumenta que Zlatý kůň representa o genoma humano mais antigo sequenciado até hoje.

"É bastante intrigante que os primeiros humanos modernos na Europa não tenham tido sucesso! Tal como com Ust'-Ishim e o crânio europeu até agora mais antigo do Oase 1, Zlatý kůň não mostra qualquer continuidade genética com os humanos modernos que viveram na Europa há 40 mil anos", comenta Johannes Krause, autor principal do estudo e director do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva.

Uma explicação possível para a descontinuidade é a erupção vulcânica Ignimbrite Campaniana ocorrida há cerca de 39 mil anos, que afectou gravemente o clima no hemisfério norte e pode ter reduzido as hipóteses de sobrevivência dos Neandertais e dos primeiros seres humanos modernos em grandes partes da Europa da Idade do Gelo.

À medida que os avanços na sequenciação de DNA humano antigo revelam mais sobre a história da nossa espécie, os futuros estudos genéticos de outros indivíduos europeus primitivos ajudarão a reconstruir a história e o declínio dos primeiros humanos modernos a expandir-se para fora de África e para a Eurásia antes da formação das populações não africanas dos tempos modernos.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Mais sozinhos e mais exaustos: estudo pioneiro revela que os países ocidentais são os mais afetados pelo burnout parental

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"]

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[/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1618388354591{margin-left: 26px !important;}"]

Os países ocidentais, sobretudo os mais ricos e onde há uma cultura mais individualista, são os mais afetados pelo burnout parental. A conclusão é de um estudo internacional sem precedentes, que envolve mais de uma centena de cientistas de 42 países, incluindo Portugal.

Liderado pelas investigadoras Isabelle Roskam e Moïra Mikolajczak, da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, em Portugal o estudo [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""] é coordenado por Anne Marie Fontaine, professora da Universidade do Porto (UP), e Maria Filomena Gaspar, professora da Universidade de Coimbra (UC) e investigadora do Centro de Estudos Sociais (CES).
O grande foco desta investigação internacional pioneira foi perceber se a incidência do burnout parental depende do contexto cultural do país em que se desenvolve, refletindo a preocupação da comunidade científica com o burnout induzido pelo stress associado ao cuidado de crianças e adolescentes – burnout parental – uma condição que traz sérias consequências quer para os adultos cuidadores, quer para as crianças.

Os resultados do estudo, já publicado no jornal científico Affective Science, evidenciam que a cultura, mais do que fatores socioeconómicos, desempenha um papel crucial na incidência do burnout de pais e mães, ou seja, as conclusões não deixam margem para dúvidas: nos países ocidentais mais ricos e onde há uma cultura mais individualista, as famílias em média têm menos filhos e são mais afetadas pelo fenómeno.

Isto significa que os valores individualistas nos países do Ocidente podem submeter cuidadores a níveis mais elevados de stress. «Esta descoberta leva-nos a repensar a máxima do 'cada um por si', que se espalha pelo mundo», afirma Isabelle Roskam.

Por sua vez, Anne Marie Fontaine nota que, «nos países individualistas, há o culto à performance e ao perfecionismo, e isso tem sido estendido também ao exercício do papel parental».

«A parentalidade nesses países pode ser uma atividade muito solitária, diferentemente do que ocorre em culturas mais coletivistas, como é o caso dos países de África, em que há um envolvimento maior de toda a comunidade na educação das crianças», sublinha Maria Filomena Gaspar. Além disso, acrescenta, «o individualismo tem-se agravado pela atual situação pandémica, em que as famílias nucleares encontram-se mais isoladas das suas redes de apoio habituais».

Considerando a atual crise de saúde, a equipa portuguesa também desenvolveu um estudo em que foi possível verificar um aumento da exaustão parental durante as medidas restritivas de confinamento. «Comparando-se os níveis de stress percecionados por pais e mães nos períodos anteriores e durante a pandemia, verificou-se um aumento para ambos os cuidadores. No entanto, é interessante ressaltar que este aumento da exaustão foi mais acentuado nos pais do que nas mães», afirma Joyce Aguiar, uma das autoras do estudo.

«Sabendo que Portugal é um país onde as mulheres são as principais responsáveis pelos cuidados com as crianças, esta maior propensão dos homens ao burnout parental deve-se não ao volume de tarefas parentais que de facto eles tenham assumido durante a pandemia, mas à ausência de recursos emocionais para lidar com as pressões de cuidar dos filhos nas atuais e desafiantes condições – em confinamento, sem apoio da família extensa, com o ensino à distância e o teletrabalho, por exemplo», esclarece.

Porém, refere ainda Maria Filomena Gaspar, «é de realçar que houve também pais e mães em Portugal que viveram o confinamento como uma oportunidade de redução do burnout parental com, respetivamente, 18,7% dos homens e 26,6% mulheres a relatarem essa melhoria».

«É fundamental que psicólogos clínicos e demais profissionais de saúde conheçam o burnout parental para que possam reconhecer os seus sintomas quando eventualmente se depararem com pais e mães nesta condição, que facilmente pode ser confundida com depressão. Para auxiliar no diagnóstico, fizemos uma adaptação ao português do Parental Burnout Assessment, publicada no New Directions for Child and Adolescent Development», finaliza Marisa Matias, membro da equipa e que trabalhou em conjunto com investigadoras do Brasil, de modo a garantir que o instrumento fosse adaptado tanto ao português europeu quanto brasileiro.

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Equipa internacional faz novas descobertas sobre o jovem sistema planetário AU Microscopii

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1618168006486{margin-left: 26px !important;}"]Uma equipa internacional de cientistas, que inclui Alexandre Correia, do Centro de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), fez novas descobertas sobre o jovem sistema planetário AU Microscopii (AU Mic), contribuindo assim para uma melhor compreensão da formação e evolução de sistemas planetários.


A equipa, liderada pelo Instituto de Astrofísica de Paris (IAP), em França, mediu a intensa atividade magnética desta estrela e a obliquidade de um dos planetas, tendo ainda descoberto um segundo planeta no sistema.


«O estudo de planetas em torno de diferentes tipos de estrelas permite estabelecer as possíveis relações entre as propriedades das estrelas e dos planetas em torno delas. A maioria dos planetas conhecidos está em órbita de estrelas com idades semelhantes ao Sol, ou seja, com alguns milhares de milhões de anos. No entanto, existem também alguns exoplanetas em torno de estrelas muito mais jovens. O estudo destes planetas jovens permite explorar as propriedades dos sistemas planetários formados recentemente e, dessa forma, compreender melhor os processos físicos que controlam a sua evolução», contextualizam os autores do estudo, publicado na revista científica Astronomy & Astrophysics.


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Figura 1


1Imagem artística da estrela jovem AU Mic e um de seus dois planetas. As listras vermelhas sugerem o campo magnético da estrela. São também visíveis erupções na superfície desta estrela ativa. (créditos: NASA-JPL/Caltech)


Figura 2


2Visão esquemática da medição da obliquidade do sistema AU Mic. O planeta gira na mesma direção da estrela e o seu plano orbital está alinhado com o plano equatorial da estrela. (créditos: R Cardoso Reis, IA/UPorto)


Figura 3


3Deteção do segundo planeta no sistema AU Mic. A quantidade de luz medida pelo satélite TESS em função do tempo é mostrada a azul. As erupções da estrela são modeladas (a amarelo), bem como o trânsito do planeta na frente da estrela (a vermelho), ou seja, o momento em que o planeta passa na frente da estrela e esconde parte dela. Sua luz. (créditos: Martioli et al. (2021), IAP)


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Neste contexto, «o sistema planetário AU Microscopii é particularmente interessante. A estrela, com cerca de metade da massa do Sol, tem apenas 22 milhões de anos e está rodeada por um disco de poeira e gás, que é o que ainda sobra do disco "protoplanetário" no qual os planetas se formaram. A juventude desta estrela é caracterizada em particular por um período de rotação muito rápido e uma forte atividade magnética (erupções, forte campo magnético, etc.)», explica Alexandre Correia.


Neste estudo [icon name="external-link-alt" style="solid" class="" unprefixed_class=""], iniciado em 2019, os cientistas observaram detalhadamente este sistema planetário utilizando o espectrógrafo SPIRou, um instrumento instalado no observatório Canada-France-Hawaii Telescope. Estas observações possibilitaram medir o magnetismo da estrela, entender melhor os efeitos que a atividade magnética induz nas medidas espectroscópicas e deduzir uma obliquidade nula para o sistema. A obliquidade é o ângulo entre o plano orbital do planeta (o plano da órbita em torno da estrela) e o plano equatorial da estrela (o plano perpendicular ao eixo de rotação).


Ao combinar os dados do SPIRou com observações do telescópio espacial TESS, a equipa confirmou que a estrela gira rapidamente em torno de si mesma (em menos de cinco dias) e que apresenta várias protuberâncias por dia na sua superfície, semelhantes às erupções solares, porém muito mais intensas. «A correção desses efeitos permitiu melhorar a medição dos parâmetros do planeta que já era conhecido neste sistema, e também possibilitou a deteção e caracterização de um segundo planeta, que também passa em frente da estrela apresentando trânsitos periódicos. Este segundo planeta do sistema AU Mic é um pouco mais distante e menor do que o primeiro», aprofundam os cientistas.


Segundo os autores do estudo, a configuração do sistema planetário em AU Mic é estável, isto é, «as interações gravitacionais entre os dois planetas não levarão a colisões ou à ejeção de um deles. No entanto, estas interações são bastante fortes e envolvem pequenas variações das suas órbitas ao longo do tempo. Resumindo, AU Mic é um sistema chave que permitirá muitos estudos acerca de planetas jovens, das suas atmosferas, interações planeta-planeta e planeta-disco. Os cientistas poderão assim compreender melhor as fases mais recentes da formação dos sistemas planetários durante sua evolução».[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Primórdios da Ciência Moderna em Portugal

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="14" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1617957513624{margin-left: 26px !important;}"]O atraso com que a ciência moderna –inaugurada por grandes nomes da Revolução Científica como Copérnico, Galileu, Descartes e Newton – chegou a Portugal, pode ser ilustrado pelo edital afixado à porta do Colégio das Artes em Coimbra em 1746, assinado pelo reitor dessa escola jesuíta: “nos exames, lições, conclusões públicas ou particulares se não ensine opiniões novas pouco recebidas ou inúteis para o estudo das ciências maiores como são as de Renato Descartes, Gassendi, Newton e outros, nomeadamente, qualquer ciência que defenda os átomos de Epicuro, ou negue a realidade dos acidentes eucarísticos, ou outras quaisquer conclusões opostas ao sistema de Aristóteles, o qual nestas escolas se deve seguir.”


Esta é apenas uma das peças de um conflito, que ficou famoso, entre os Antigos – os seguidores de Aristóteles, e os Modernos, os seguidores do método científico, baseado na observação, na experiência e na razão matemática, que marca a dita Revolução. A meio do século XVIII, quando os franceses Descartes e Gassendi, os dois contemporâneos de Galileu, e o inglês Newton, da geração seguinte, já tinham falecido há muito, as suas ideias permaneciam interditas entre nós. De nada valia a Gassendi ser padre católico, pois tinha ousado recuperar as ideias atomísticas dos gregos, que para a teologia oficial colidiam com a fé.


O domínio da Igreja não ajudou. O Index de Livros Proibidos, surgido entre nós em 1551, ainda antes do seu equivalente romano, baniu Copérnico, Galileu e Descartes (e só a 31 de Março de 1821, há 200 anos, a Inquisição, que zelava pela aplicação do Index, foi extinta!). A persistência da reacção ao sistema heliocêntrico de Copérnico, defendido sem sucesso por Galileu em 1633 na Inquisição de Roma, é também elucidativa do atraso nacional. Em 1753, numa obra de autor anónimo (provavelmente um padre beneditino) diz-se: “Se é o mesmo opôr-se à Fé que ser falso, como se não envergonham de dizer que no sistema de Copérnico se explicam melhor os fenómenos da natureza?”.


Para o triunfo dos Modernos foram obras decisivas a Lógica Racional, Verdadeira e Analítica (1754), de Manuel de Azevedo Fortes, e o Verdadeiro Método de Estudar (1756), de Luís António Verney (reeditado nas Obras Pioneiras da Cultura Portuguesa, Círculo de Leitores, 2018). Tanto uma como outra se inspiram em Descartes.


Foram os Oratorianos, a Ordem fundada em 1565 por Filipe Néri, que, em Portugal, mais impulsionou a Ciência moderna. No seu colégio – onde hoje é o Ministério dos Negócios Estrangeiros – já se davam em 1751 aulas de Física com demonstrações experimentais, às quais o rei D. José assistiu. Muito antes de 1772, data em que a Reforma Pombalina da Universidade de Coimbra instituiu o ensino experimental das ciências na então única universidade portuguesa. Foi também em 1751 que saíram os primeiros dois volumes da Recreação Filosófica, do oratoriano Teodoro de Almeida. Este primeiro tratado de Física em português (reeditado nas referidas Obras Pioneiras, 2017) já segue uma orientação marcadamente moderna.


A Academia de Ciências de Lisboa só surgiu em 1779, mais de um século após a sua congénere britânica, a Sociedade Real de Londres, à qual Teodoro de Almeida pertenceu. Foi este autor que, após um exílio de uma década em Espanha e França devido ao fecho pelo marquês de Pombal do colégio oratoriano, fez a primeira oração de sapiência na nova academia, na qual equiparou Portugal a Marrocos, originando protestos dos apaniguados do marquês.


É injusto, como fez a máquina de propaganda pombalina, acusar os jesuítas de extremo atraso. Alguns deles deram grandes exemplos de modernidade. Foram os jesuítas italianos Paolo Lembo e Christophoro Borri que trouxeram para Portugal o telescópio de Galileu menos de quatro anos depois de ele ter sido usado pela primeira vez em Itália, em 1609. E foi daqui que ele foi para o Oriente. A Aula da Esfera, que funcionou no colégio jesuíta de Santo Antão, onde hoje é o Hospital de S. José, foi uma fértil escola internacional de Matemática desde a sua fundação em 1590, até ao seu inglório encerramento pelo marquês em 1759. O jesuíta Manuel Dias, em 1615, foi o primeiro a referir na China as descobertas de Galileu, no seu livro em mandarim Sumário de Questões Celestiais. A Revolução Científica entrou na China por mão portuguesa!


Mas impõe-se uma nota ainda mais importante: a Revolução Científica não teria sido possível sem os Descobrimentos portugueses, que valorizaram a experiência como a “madre das coisas”. De facto, as bases do método científico encontram-se já na obra de sábios portugueses quinhentistas como os médicos Amato Lusitano e Garcia de Orta, o matemático Pedro Nunes, e o geofísico D. João de Castro. Eles foram, por isso, pioneiros da ciência moderna. Atraso? Não, nestes casos houve adiantamento…[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Equipa da Universidade de Coimbra procura novas terapêuticas para os tumores da hipófise

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-push-notification style="t2-s1" title="Subscribe for updates" show_title="0" icon="" heading_color="" heading_style="default" title_link="" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" bs-text-color-scheme="" css="" custom-css-class="" custom-id=""][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1617956723601{margin-left: 26px !important;}"]Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) está a desenvolver um estudo que pretende permitir encontrar novas abordagens terapêuticas para os tumores da hipófise (glândula situada na base do cérebro).


Os tumores da hipófise, também chamados adenomas hipofisários, porque na sua maioria são benignos, afetam 15% da população e são dos tumores primários cerebrais mais frequentes.


O estudo, realizado em colaboração com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) e Oxford Centre for Diabetes, Endocrinology and Metabolism (OCDEM), do Reino Unido, centra-se nos pequenos adenomas hipofisários denominados corticotrofos.


«Estes tumores, apesar de, na larga maioria dos casos, serem benignos, associam-se a elevada morbilidade e, se não forem tratados apropriadamente, apresentam mortalidade acrescida», explica Luís Cardoso, investigador principal do estudo designado “Molecular Characterisation of Corticotroph Adenomas in a Portuguese Cohort”.


Atualmente, além da cirurgia, não existem terapêuticas com eficácia curativa. Assim, esclarece o investigador da FMUC, «é fundamental estudar os mecanismos moleculares subjacentes à origem e desenvolvimento desta doença, que permitam, por um lado, identificar fatores prognósticos, que otimizem as terapêuticas existentes e, por outro lado, permitam identificar novas alternativas terapêuticas. Para tal, iremos estudar o perfil mutacional (por exemplo, genes USP8, USP48) de uma coorte portuguesa de adenomas corticotrofos, os fatores moleculares que permitam individualizar a abordagem ao doente, bem como o efeito da modulação epigenética em linhas celulares destes tumores».


Ao estudar a patogénese dos adenomas corticotrofos e suas implicações clínicas e terapêuticas, a equipa pretende essencialmente contribuir para «melhorar o conhecimento global da sua patogénese, nomeadamente o papel das mutações recorrentes no gene USP8 e da modulação epigenética, bem como identificar fatores que permitam prever o comportamento biológico do tumor e de resposta terapêutica», afirma Luís Cardoso, acentuando que a informação obtida no âmbito da investigação poderá permitir «melhorar a abordagem clínica dos doentes com adenomas corticotrofos. Além disso, a informação molecular poderá ter utilidade no prognóstico, terapêutica e seguimento».


Este estudo foi recentemente distinguido com uma bolsa da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo e HRA Pharma Iberia, no valor de 10 mil euros.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

O céu de abril de 2021

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="11" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_single_image image="9391" img_size="500x160" onclick="link_image"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1617365534841{margin-left: 26px !important;}"]Já diz o velho ditado, “abril, águas mil”. Este mês é estatisticamente dos mais chuvosos do ano, o que normalmente significa poucos dias de céu limpo. Mas como só se consegue prever quando é que vai chover, com precisão, apenas com 3 dias de antecedência, aqui ficam alguns eventos celestes para procurarem, caso não chova.

Durante este mês, os dois maiores planetas do Sistema Solar só poderão ser observados pelos madrugadores ou pelas “corujas”, pois no início de abril, Saturno nasce por volta das 5 da manhã e Júpiter por volta das 5h30, enquanto no dia 30 já se começa a ver Saturno por volta das 3h15 e Júpiter por volta das 4h00. Ambos os planetas estarão visíveis até que o Sol nasça, o que acontece por volta das 7h20 no dia 1 e pouco depois das 6h30 no dia 30.

[caption id="attachment_9611" align="alignleft" width="1200"]Figura 1 - O céu virado a Sudeste, às 6 da manhã do dia 7 de abril de 2021 Figura 1: O céu virado a Sudeste, às 6 da manhã do dia 7 de abril de 2021, com a Lua perto do planeta Júpiter e o planeta Saturno próximo dos dois. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Stellarium)[/caption]

No dia 4, a Lua atinge o quarto minguante e no dia 6 passa a apenas 5 graus de Saturno. Como nasce por volta das 5 da manhã, continuamos a vê-la mesmo depois do Sol nascer.

No dia 7, a Lua passa a 5 graus de Júpiter e no dia 12 atinge a fase de lua nova. No dia 17, já iluminada a 25%, a Lua passa a 3 graus do planeta Marte, ambos na constelação do Touro. Esta constelação, assim como as constelações de Orion e Cão Maior, ficam visíveis assim que anoitece, entre Sudoeste e Oeste.

No dia 20 a Lua atinge o quarto crescente. Dois dias depois ocorre o máximo da chuva de meteoros das Líridas. A constelação da Lira, onde está situado o radiante (o ponto de onde parecem emanar os meteoros), nasce a Nordeste, pouco depois do anoitecer. Apesar de não ser das chuvas mais intensas (prevêem-se apenas 10 meteoros por hora, em céus escuros) e do máximo estar previsto para as 14:00, ainda assim deve dar para observar alguns meteoros, em especial depois da Lua se pôr, por volta das 4:30.

Se decidirem esperar pelas Líridas, aproveitem também para observar a Lua, que passa a Sul às 22:00, na constelação do Leão.

[caption id="attachment_9612" align="alignleft" width="1200"]Figura 2 - A Lua na constelação de Leão, a passar a Sul, às 22h00 do dia 22 de abril de 2021 Figura 2: A Lua na constelação de Leão, a passar a Sul, às 22h00 do dia 22 de abril de 2021. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Stellarium)[/caption]

Este era um gigantesco leão que vivia na Lua e atacou a carruagem de Selene, a deusa da Lua, que prontamente o expulsou para a Terra. Este caiu perto de Nemeia, na Grécia, onde começou a atacar as pessoas. Muitos perderam a vida a tentar abatê-lo, pois a sua pele era praticamente impenetrável.

Matar o Leão de Nemeia foi o primeiro dos doze trabalhos de Hércules, mas com a pele impenetrável, o herói só teve sucesso depois de estrangular o animal. De seguida, Hércules decidiu retirar-lhe a pele, para usar como proteção durante os restantes onze trabalhos. Para o fazer, usou a única coisa que conseguia penetrar no couro do animal - as garras do próprio Leão!

Para fechar o mês, no dia 27 vejam a “super” lua cheia, isto é, uma lua cheia que coincide com o perigeu (ponto de maior aproximação à Terra) do nosso satélite, aparecendo por isso um pouco maior do que a média no nosso céu.

Boas observações.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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