Programação do Teatro Municipal de Vila Real acontece "Do Lado do Verão"

A exemplo dos anos anteriores, a programação do Teatro Municipal de Vila Real em Julho e Agosto decorre sob o mote “Do lado do Verão”, ou seja, no exterior, ao ar livre. Aproveitam-se assim as várias possibilidades permitidas pela arquitectura do edifício e a belíssima envolvente paisagística do Parque Corgo, mas também alguns espaços públicos do Centro Histórico, palco do Arruada – Ciclo de Artes de Rua de Vila Real.

Cremilda Medina  (Fotografia facultada pelo Teatro de Vila Real)
São 30 espectáculos, não apenas de música, muito menos de um só género musical: neste período, além dos habituais Concertos de Verão e Concertos ao Pôr-do-Sol, há também cinema, novo circo, teatro de rua, dança, além de cine-concertos, música erudita e jazz. Este programa, em diálogo com outras iniciativas municipais como o ciclo Sons ao Largo, permite que em Vila Real haja também de Verão uma oferta cultural diversificada e de qualidade, numa média de 4 espectáculos por semana até ao final de Agosto.

Os espectáculos dirigem-se aos vários escalões etários e são de entrada livre. Formam um convite irresistível para visitantes e para desfrutar o ar livre e os espaços públicos. Procura-se deste modo reforçar igualmente a atractividade turística da cidade e do concelho com um muito interessante cartaz cultural, que é o complemento perfeito de qualquer programa de fim-de-semana ou de férias no Douro ou na região.

A agenda deste trimestre inclui também a terceira edição do Algures a Nordeste – Festival de Dança Contemporânea, que foi lançado em 2017 com o apoio do programa de apoio comunitário Norte 2020. Tratou-se de uma iniciativa ousada do ponto de vista artístico, que colocou ainda mais Vila Real no roteiro das artes performativas em Portugal e tem tido uma intensa procura por parte das melhores companhias nacionais e uma óptima adesão por parte do público.

Cristina Branco(c)JoanaLinda  (Fotografia facultada pelo Teatro de Vila Real)
Este ano, o festival internacionaliza-se, apresentando duas companhias de Espanha e uma do Brasil, além de três de Portugal.

E porque em 2019 se comemora o centenário de Sophia de Mello Breyner Andresen, o festival Algures a Nordeste homenageia esta figura ímpar da cultura portuguesa com dois espectáculos, um pela companhia Dança em Diálogos e outro pela Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo.

O festival marca assim a transição para os palcos interiores do Teatro com seis espectáculos ao longo do mês de Setembro, incluindo um espectáculo com várias sessões para o público infantil.

Detalhes da programação

A primeira parte da banda sonora deste Verão é feminina e tem sotaque. Vários sotaques, aliás, de Cabo Verde a Moçambique, do Brasil ao Portugal continental e insular. Num cartaz muito especial, trazemos um pouco da lusofonia para alguns entardeceres e noites de Julho. Sara Tavares, Cristina Branco, Selma Uamusse (no Auditório Exterior), Cremilda Medina, LaBaq e Sara Cruz (na Esplanada do Café-Concerto), são as seis cantoras convidadas para um programa que funde várias culturas musicais, tradicionais e contemporâneas.

No final de Julho muda-se o registo musical com o regresso do ciclo Clássicos de Verão, uma viagem descontraída pela música erudita e pela história da música e do cinema. Concertos e cine-concertos têm lugar nos vários espaços exteriores do Teatro (do Auditório Exterior à esplanada, passando pela Praça Cénica) e no extenso relvado do Parque Corgo. Neste ciclo, a Orquestra Jazz de Matosinhos leva-nos a visitar os primórdios do jazz, quando este se dançava nos salões de baile.

OJM@Pedro Lobo  (Fotografia facultada pelo Teatro de Vila Real) 
O Clássicos de Verão inclui uma parceria para realização da Douro Strings Academy, uma academia internacional de música erudita para jovens instrumentistas que durante uma semana estão em residência pedagógica no Teatro, orientados por professores de excelência. Além disso, neste ciclo haverá a oportunidade de apresentar dois ensembles da Banda Sinfónica Transmontana, em mais uma mostra do grande talento das novas gerações de músicos transmontanos.

Uma das nostalgias de Verão é o cinema ao ar livre. O Teatro de Vila Real não se fica pela memória e organiza quatro sessões, na Praça Cénica, com quatro clássicos do cinema: As Férias do Sr. Hulot (Jacques Tati), Luzes da Cidade (Charlie Chaplin), Os Verdes Anos (Paulo Rocha) e Rita ou Rito? (Reinaldo Ferreira, aka Repórter X).

A quarta edição do Arruada (12 de Julho a 24 de Agosto), ciclo de artes de rua que se iniciou no ano da Capital da Cultura do Eixo Atlântico, tem 14 espectáculos de companhias e artistas de Portugal, Espanha, Itália e Argentina. Estes espectáculos decorrem à sexta à noite na Praça do Município e ao sábado de manhã entre o Largo da Capela Nova e o Largo do Pelourinho. Regressam algumas das melhores companhias portuguesas, como Teatro do Mar, Radar 360ª e P.I.A.

O mês de Setembro, como referido, é dominado pela terceira edição do Algures a Nordeste – Festival de Dança Contemporânea, que tem este ano talvez a sua melhor edição. A exploração da fisicalidade dos corpos ou diálogo com o bailado clássico, a mulher ou a negritude e a poesia de Sophia são formas e temas explorados em espectáculos com diferentes linguagens.

PIA (Fotografia facultada pelo Teatro de Vila Real)
Na abertura do festival, é apresentada a peça ‘Invisible Wires’, uma co-produção internacional da companhia La Macana (de Caterina Varela & Alexis Fernández), sedeada em Espanha. Trata-se de uma proposta intensamente física, com música ao vivo, dirigida pelo coreógrafo Julio César Iglesias Ungo.

A componente portuguesa do festival constitui uma homenagem dupla a Sophia de Mello Breyner Andresen, no âmbito do seu centenário, com espectáculos produzidos pela Dança em Diálogos e pela Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, coreografados por Fernando Duarte e Vasco Wellenkamp/Miguel Ramalho, respectivamente.

Do Brasil vem a companhia Pé No Mundo, que apresenta ‘Arquivo Negro - Passos Largos em Caminhos Estreitos’, um espectáculo livremente inspirado em algumas personalidades negras importantes mas pouco valorizadas na história nacional do Brasil, procurando garantirlhes uma representatividade positiva e a possibilidade de recriar imaginários para os corpos negros.

O encerramento está também a cargo de uma companhia espanhola, a Maduixa, de Valencia, com a peça ‘Mulïer’, um espectáculo de dança sobre andas interpretado por cinco bailarinas. Uma produção que pretende investigar os limites físicos com a dança e o equilíbrio, o movimento e a poesia ou a força e as emoções, com as mulheres como ponto de partida e enfoque.

Especialmente para o público infantil foi ainda agendado o espectáculo ‘Cavalo~Marinho’, uma peça curta de dança e música dirigida por Madalena Victorino, com cocriação e interpretação de Alice Duarte e AnaRaquel.

www.CodeNirvana.in

© Autorizada a utilização de conteúdos para pesquisa histórica Arquivo Velho do Noticias do Nordeste | TemaNN