Cremilda Medina (Fotografia facultada pelo Teatro de Vila Real) |
Os espectáculos dirigem-se aos vários escalões etários e são de entrada livre. Formam um convite irresistível para visitantes e para desfrutar o ar livre e os espaços públicos. Procura-se deste modo reforçar igualmente a atractividade turística da cidade e do concelho com um muito interessante cartaz cultural, que é o complemento perfeito de qualquer programa de fim-de-semana ou de férias no Douro ou na região.
A agenda deste trimestre inclui também a terceira edição do Algures a Nordeste – Festival de Dança Contemporânea, que foi lançado em 2017 com o apoio do programa de apoio comunitário Norte 2020. Tratou-se de uma iniciativa ousada do ponto de vista artístico, que colocou ainda mais Vila Real no roteiro das artes performativas em Portugal e tem tido uma intensa procura por parte das melhores companhias nacionais e uma óptima adesão por parte do público.
Cristina Branco(c)JoanaLinda (Fotografia facultada pelo Teatro de Vila Real) |
E porque em 2019 se comemora o centenário de Sophia de Mello Breyner Andresen, o festival Algures a Nordeste homenageia esta figura ímpar da cultura portuguesa com dois espectáculos, um pela companhia Dança em Diálogos e outro pela Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo.
O festival marca assim a transição para os palcos interiores do Teatro com seis espectáculos ao longo do mês de Setembro, incluindo um espectáculo com várias sessões para o público infantil.
Detalhes da programação
A primeira parte da banda sonora deste Verão é feminina e tem sotaque. Vários sotaques, aliás, de Cabo Verde a Moçambique, do Brasil ao Portugal continental e insular. Num cartaz muito especial, trazemos um pouco da lusofonia para alguns entardeceres e noites de Julho. Sara Tavares, Cristina Branco, Selma Uamusse (no Auditório Exterior), Cremilda Medina, LaBaq e Sara Cruz (na Esplanada do Café-Concerto), são as seis cantoras convidadas para um programa que funde várias culturas musicais, tradicionais e contemporâneas.
No final de Julho muda-se o registo musical com o regresso do ciclo Clássicos de Verão, uma viagem descontraída pela música erudita e pela história da música e do cinema. Concertos e cine-concertos têm lugar nos vários espaços exteriores do Teatro (do Auditório Exterior à esplanada, passando pela Praça Cénica) e no extenso relvado do Parque Corgo. Neste ciclo, a Orquestra Jazz de Matosinhos leva-nos a visitar os primórdios do jazz, quando este se dançava nos salões de baile.
OJM@Pedro Lobo (Fotografia facultada pelo Teatro de Vila Real) |
Uma das nostalgias de Verão é o cinema ao ar livre. O Teatro de Vila Real não se fica pela memória e organiza quatro sessões, na Praça Cénica, com quatro clássicos do cinema: As Férias do Sr. Hulot (Jacques Tati), Luzes da Cidade (Charlie Chaplin), Os Verdes Anos (Paulo Rocha) e Rita ou Rito? (Reinaldo Ferreira, aka Repórter X).
A quarta edição do Arruada (12 de Julho a 24 de Agosto), ciclo de artes de rua que se iniciou no ano da Capital da Cultura do Eixo Atlântico, tem 14 espectáculos de companhias e artistas de Portugal, Espanha, Itália e Argentina. Estes espectáculos decorrem à sexta à noite na Praça do Município e ao sábado de manhã entre o Largo da Capela Nova e o Largo do Pelourinho. Regressam algumas das melhores companhias portuguesas, como Teatro do Mar, Radar 360ª e P.I.A.
O mês de Setembro, como referido, é dominado pela terceira edição do Algures a Nordeste – Festival de Dança Contemporânea, que tem este ano talvez a sua melhor edição. A exploração da fisicalidade dos corpos ou diálogo com o bailado clássico, a mulher ou a negritude e a poesia de Sophia são formas e temas explorados em espectáculos com diferentes linguagens.
PIA (Fotografia facultada pelo Teatro de Vila Real) |
A componente portuguesa do festival constitui uma homenagem dupla a Sophia de Mello Breyner Andresen, no âmbito do seu centenário, com espectáculos produzidos pela Dança em Diálogos e pela Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, coreografados por Fernando Duarte e Vasco Wellenkamp/Miguel Ramalho, respectivamente.
Do Brasil vem a companhia Pé No Mundo, que apresenta ‘Arquivo Negro - Passos Largos em Caminhos Estreitos’, um espectáculo livremente inspirado em algumas personalidades negras importantes mas pouco valorizadas na história nacional do Brasil, procurando garantirlhes uma representatividade positiva e a possibilidade de recriar imaginários para os corpos negros.
O encerramento está também a cargo de uma companhia espanhola, a Maduixa, de Valencia, com a peça ‘Mulïer’, um espectáculo de dança sobre andas interpretado por cinco bailarinas. Uma produção que pretende investigar os limites físicos com a dança e o equilíbrio, o movimento e a poesia ou a força e as emoções, com as mulheres como ponto de partida e enfoque.
Especialmente para o público infantil foi ainda agendado o espectáculo ‘Cavalo~Marinho’, uma peça curta de dança e música dirigida por Madalena Victorino, com cocriação e interpretação de Alice Duarte e AnaRaquel.