"Fazer Telha"

“Fazer telha” é um vídeo que integra a componente audiovisual do Museu da Memória Rural (Carrazeda de Ansiães), complementando visualmente o discurso museográfico patente no Núcleo Museológico da Telha de Luzelos.



Homens munidos de enxadas procediam à primeira tarefa do nivelamento da argila, à qual juntavam água proveniente de um açude construído para o efeito. Agora descalços, de calças arregaçadas, entravam no pio e amassavam argila. Após este processo, entrava no pio uma junta de bois que continuava a tarefa até que fosse atingida a liga suficiente.

Uma boa preparação da eira era fundamental para se obter uma telha de qualidade. Necessário era portanto alisar, regar e nivelar o terreno com um rodo para a obtenção de uma secagem sem defeitos. Esta era uma tarefa que antecipava o trabalho da “camarada”, um grupo constituído por três homens de que faziam parte o barreiro, o entalhador e o assentador.

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A um dos homens estava incumbida a missão de moldar a telha. Era o entalhador. Num ritmo traquejado e simples, as peças de barro iam surgindo a uma velocidade assinalável na banca desse artesão. O assentador, o outro homem da “camarada” que colocava as telhas na eira, tinha de ser lesto para dar vazão à obra simples e repetitiva que nascia das mãos calejadas de barro e de ritmo do entalhador.

Depois das mãos, o fogo. O enfornar para a cozedura do barro é a última etapa deste processo. O fogo era nesta fase o principal aliado dos homens. Era ele que dava a consistência final ao seu trabalho. Para serem cozidas, as telhas eram colocadas em carreiros ou fiadas. Depois era o lume alimentado com giesta e rama de pinheiro que temperava, que enrijecia, que solidificava. Uma boa cozedura podia demorar 24 horas.

Após a cozedura, a telha era mantida no interior do forno durante 3 a 4 dias. Findo esse tempo, destapavam-se as duas portas e desenfornava-se. De seguida amontoava-se a telha em pequenos lotes, no terreiro. Carregada em carros de bois, era vendida nas aldeias do planalto e pelas terras que se penduram nas encostas dos rios Douro e Tua… ou então, ainda mais longe, já na outra margem, lá para os lados de Alijó e de São João da Pesqueira. Eram os escassos tostões amealhados por cada telha que pagavam o lago de suor vertido pelos homens.

Apagar a luz (ver vídeo em ecran escuro)

Video: Fazer Telha
Gravado em: Luzelos
Imagem, Montagem e Realização: Luis Pereira
Produção: Museu da Memória Rural

Revolução de Abril comemorada na região

Aproxima-se uma data que assinala o acontecimento histórico de maior relevância da nossa História recente. A Revolução dos cravos, ocorrida em 25 de abril de 1974, faz este ano 43 anos e muitas são as iniciativas promovidas por alguns municípios da região para assinalarem a data.

Abril comemorado na região
A Câmara Municipal de Torre de Moncorvo celebra o Dia da Liberdade, no próximo dia 25 de Abril na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo. Do programa faz parte a apresentação do livro “Guiné Crónicas de Guerra e Amor” de Paulo Salgado, que aborda as experiências vividas pelo autor no período da guerra colonial e durante a sua permanência, como cooperante, na Guiné-Bissau.

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Paulo Cordeiro Salgado nasceu em Torre de Moncorvo em 1946. Aqui completou o ensino liceal até ao 5.º ano no Colégio Campos Monteiro de que seu Pai foi fundador em 1936 e seu diretor de 1936-1972. Foi alferes miliciano na Guiné em 1970-1972. É licenciado em Direito e Mestre em Administração de Unidades de Saúde. Trabalhou em diversos hospitais portugueses como administrador hospitalar. Foi cooperante em projetos promovidos pelo Banco Africano de Desenvolvimento e Banco Mundial na Guiné- Bissau de 1990- 1992 e de 1997-2006 no Ministério da Saúde, e em Angola durante cerca de sete anos em Instituições de Saúde.”

Ainda em Torre de Moncorvo será inaugurada, no átrio da Biblioteca Municipal, a exposição documental “De Moncorvo a Coimbra, de Lisboa a Paris e Londres: Percursos e Memórias do Visconde Vila Maior” da responsabilidade da Sociedade Broteriana – Universidade de Coimbra que com o apoio financeiro da Fundação Calouste Gulbenkian procedeu ao tratamento do arquivo pessoal e familiar de Júlio Máximo de Oliveira Pimentel, 2º Visconde de Vila Maior (1809-1884), insigne personalidade do Liberalismo português e ilustre figura da história de Moncorvo.

Macedo de Cavaleiros vai assinalar os 43 anos da revolução democrática na manhã de terça-feira. Na cerimónia oficial, com discursos do Presidente da Câmara Municipal e Assembleia Municipal, serão também assinados os Acordos de Execução com as 30 Juntas de Freguesia do concelho, num montante global de 200 Mil Euros. Em seguida, será feito um roteiro pelas localidades que foram sede de concelho e que hoje integram o de Macedo de Cavaleiros.

Alfândega da Fé traz à vila Celina da Piedade para fazer o "Concerto dos Cravos" e a inauguração de uma exposição intitulada " Uma Revolução Desenhada: O 25 de abril e a BD", havendo ainda um concerto da Tuna da Universidade Sénior de Alfândega da Fé

Em Bragança haverá uma sessão evocativa na efeméride no Auditório Paulo Quintela e algumas inaugurações públicas.

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