O céu de julho de 2017

Neste mês iremos contar com dois quartos crescentes, uma das melhores fases para a observação lunar. Mas devido à translação da Terra ao redor do Sol estas duas efemérides dar-se-ão em dois pontos do céu ligeiramente diferentes. Ao início da primeira madrugada do mês, a Lua situar-se-á com Júpiter junto aos ombros da constelação Virgem.

Figura 1: Céu a sudoeste ao anoitecer de dia 9. Igualmente é visível a posição da Lua nos dias 25, 28 e 30 e de Mercúrio no dia 25
 Já ao anoitecer de dia 30, iremos vê-la aos pés desta constelação. De notar que esta é a mesma distância que parecerá ter sido percorrida pelo Sol no céu entre estes dois eventos.

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Na noite de dia 3 a Terra atinge o seu afélio: o ponto da órbita mais afastado do Sol. No entanto, como nesta altura do ano o hemisfério norte terrestre está voltado na direção do Sol, no nosso país os dias são mais longos e mais quentes do que aqueles que tiveram lugar aquando do periélio (a maior aproximação ao Sol) há meio ano atrás.

Perto do final da madrugada de dia 5 iremos observar Vénus nascendo a alguns graus a Sul do aglomerado estelar das Plêiades, na constelação do Touro. Apesar de para a maioria das pessoas só sete das suas estrelas mais brilhantes serem visíveis a olho nu (daí ser conhecido como o Sete-Estrelo), trata-se de um conjunto de centenas de estrelas a cerca de 440 anos-luz de nós, que nasceram da mesma nuvem de gás e poeiras há cerca de cem milhões de anos.

Figura 2: Céu a sudeste pelas cinco horas da madrugada de dia 30. Também é visível a posição da Lua e Vénus nas madrugadas de dias 14 e 20 e o radiante da chuva de estrelas delta Aquarídas.
Na madrugada de dia 7 a Lua passará ao lado de Saturno, planeta que por estes dias se põe pelas quatro horas da madrugada. Duas madrugadas depois (i.e., dia 9) terá lugar a Lua Cheia. A seu turno, por volta de dia 10, Mercúrio será visto ao anoitecer junto ao aglomerado estelar do Presépio (também conhecido como Colmeia), na constelação do Caranguejo.

Três dias antes do quarto crescente, isto é na noite de dia 13, Vénus terá chegado vizinhança de Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Estes dois astros serão visitados pela Lua na madrugada de dia 20.

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A Lua Nova terá lugar no dia 23, não sendo possível observar o nosso satélite natural por se encontrar na direção do Sol. Mas ao início da noite de dia 25 já iremos encontrá-la junto a Mercúrio e Régulo, o coração da constelação do Leão.

Dia 28 a Lua irá passar mais uma vez ao lado de Júpiter, mas desta vez não irá coincidir com o quarto crescente, o qual só terá lugar dois dias depois. No entanto esta efeméride coincide com o pico de atividade de uma chuva de meteoros que parecem surgir da vizinhança da estrela Delta da constelação do Aquário: as Delta Aquáridas. Esta é uma chuva de estrelas relativamente fraca, que não deve chegar às duas dezenas de meteoros por hora mesmo em condições de observação ideais.

Boas observações!

Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC)
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

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