30 anos de Ciência e Tecnologia em papel de jornal

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="28" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][vc_gallery interval="3" images="9391" img_size="500x160"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1616001109819{margin-left: 26px !important;}"]Partindo da análise de milhares de artigos de jornais diários, pagos e de circulação nacional, ou seja, sem contemplar os jornais ditos regionais, refletiu-se sobre as representações que os portugueses têm da ciência e da tecnologia, de 1976 até 2005.


A comparação efetuada, entre os jornais de “qualidade” e os jornais “populares”, revelou-se frutuosa, ainda que as fronteiras entre estes dois tipos de jornais sejam cada vez mais ténues.


A grande diferença identificada entre estes dois tipos de jornal refere-se à tendência geral observada. Nos jornais de “qualidade, foi possível identificar uma forte tendência para o aumento dos artigos sobre assuntos de ciência e tecnologia. Curiosamente, no caso dos jornais “populares”, verificou-se uma maior apetência para a publicação de artigos sobre estes assuntos até finais da década de 1980. A partir daí, observou-se uma opção editorial marcada pela diminuição de publicação destes artigos. Acrescente-se que, no caso dos jornais “populares”, boa parte deste artigos debruçou-se sobre estas temáticas de forma superficial, abordando o assunto do ponto de vista da curiosidade e da bizarria.


No que diz respeito aos principais atores presentes, em ambas as tipologias de jornal, os artigos revelaram uma ciência e tecnologia de rosto masculino, não consonante com a proporção e importância das mulheres na ciência e tecnologia produzidas em Portugal, ainda que se tenha observado uma crescente presença de mulheres, à medida que nos aproximamos da atualidade.


Relativamente aos temas dominantes, em ambos os tipos de jornal, observou-se um predomínio generalizado dos artigos que versavam sobre questões de biologia humana e saúde. A presença paradigmática da medicina e da saúde, revelou uma imagem da ciência e tecnologia muito conectada com as preocupações quotidiana com a saúde. Não obstante as nuances de proporção, ao longo dos anos, também ambos os tipos de jornal deram especial ênfase à astronomia e ao espaço, e à história, arqueologia e antropologia. Se no caso da astronomia e do espaço, os artigos eram muito relacionados com a conquista espacial e a guerra fria, no caso da história, arqueologia e antropologia, os artigos reportavam descobertas arqueológicas, bem como o património histórico português, em Portugal e no mundo. Saliente-se, que esta visão de auto-valorização da história e património nacionais estava mais patente nos jornais “populares”. Também não é de descurar a relevância dada às questões ambientais e relacionadas com a energia nuclear e de uma crescente consciencialização das populações, para os problemas decorrentes da má gestão ambiental – mais nos jornais de “qualidade” – e aos computadores, informática e internet - nos jornais “populares”.


No sentido de compreender as geografias da ciência e da tecnologia, considerou-se relevante analisar a localização geográfica, dos eventos relatados nos jornais. Assim, os dados recolhidos permitem afirmar que independentemente, do tipo de jornal os eventos ocorreram maioritariamente na Europa, primeiro, e na América do Norte, depois. Estamos perante uma ciência e tecnologia Made in Europe e Made in USA and Canada. Nos últimos anos, ambos os tipos de jornais transmitiram uma imagem da ciência e da tecnologia de “rosto europeu”.


Quanto ao discurso dominante utilizado na comunicação de questões de ciência e tecnologia, também se identificaram algumas nuances. Ao longo dos anos, nos jornais de “qualidade” observou-se a evolução de um discurso dominante de benefício dos desenvolvimentos, científicos e tecnológicos, para um discurso tendencialmente enfatizador dos riscos. Nos jornais “populares”, o discurso do benefício foi predominante. De um modo geral, a imagem da ciência e da tecnologia, parece ser dominada por um discurso de benefício e de promessa.


Estes são alguns dos itens que permitem compreender e refletir sobre a presença da ciência e da tecnologia na imprensa portuguesa, num longo período da história recente de Portugal. Dá que pensar…[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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