Férias de verão

|Hélio Bernardo Lopes|
Depois de um ano a escrever os meus textos diários e a acompanhar os meus netos, lá consegui uma semana e pouco de descanso. 

Um descanso relativo, diga-se com verdade, porque agora os dois almoçam diariamente em nossa casa, para lá de alguns jantares. Até dormidas, o que é extremamente apreciado pelo meu neto em face das competições internacionais que estão a decorrer.

De molde que volto hoje a escrever à minha maneira, realidade muito facilitada pelos mil e um acontecimentos que diariamente vão tendo lugar. Ainda assim, mesmo hoje, lá irá a minha mulher operar a inscrição do neto, já transitado para o nono ano, que é ano fulcral e com exames obrigatórios. Um ano que também comporta decisões quase definitivas em matéria da sua trajetória profissional futura.

Interessante é constatar o enorme salto da minha neta para uma fase já mais adulta, agora muito interessada em saber coisas úteis e repleta de perguntas aos avós. De molde que me determinei a com ela estudar, de modo muito mais avançado, a língua inglesa, mas por igual levá-la a lugares diversos de Lisboa. Talvez ao longo do próximo ano letivo consiga a sua aquiescência em começar a aprender, embora ligeiramente, a língua francesa. Veremos, depois, o que se consegue, como singularidade, ao longo do quinto e sexto ano.

No meio de tudo isto, também tenho conseguido algum tempo para leituras diversas – ainda não li tudo o que recebi no Natal –, até porque se aproxima o meu aniversário, dia em que chegará uma ondinha – em agosto as ondas são pequenas – de livros. E lá fui lendo mais algumas teses de doutoramento e dissertações de mestrado de universidades e politécnicos nossos, bem como livros retirados de certo sítio brasileiro. A verdade é que se trata, nestes dois últimos casos, de uma ação muito cansativa para os olhos.

Pela primeira vez, fui com o meu neto, em certa noite de uma sexta-feira, à Feira do Livro, onde gastei perto de cento e trinta euros. Quando regressámos, parecia que tínhamos ido ao supermercado. De resto, já íamos preparados com sacos de plástico fortes e duráveis. Ficou ele muito impressionado, tendo visto mesmo ao perto alguns políticos e escritores. Disse-me logo que quer lá voltar no próximo ano, tendo-se resolvido fazer um mealheiro. Mimeticamente, a minha neta também veio logo reivindicar uma ida comigo e com a Avó na próxima edição.

Por fim, lá voltei a trabalhar, mormente à noite, nos meus quadros, desta vez ao redor de colagens. Com grande alegria, também o meu neto se determinou a gizar um lote de doze quadros, tendo conseguido encontrar um motivo que soube desenvolver, embora com algum apoio meu. Para já, portanto, tudo numa boa.

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