A rotação da Terra é estudada com rigor e medida com precisão atómica, desde 1972, pelo Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra (sigla IERS, do inglês International Earth Rotation Service), do Observatório de Paris.
Desde então, efectuam-se correcções regulares para tentar acertar os relógios astronómicos com os atómicos. O último acerto foi em 2012. De facto, a necessidade de coordenação entre as escalas do Tempo Atómico, definido pelos relógios atómicos, e do Tempo Astronómico (escala UT1 definida pela rotação real da Terra) conduz ocasionalmente à introdução de “segundos intercalares” no Tempo Universal Coordenado (UTC), para que a diferença entre ambas (UT1-UTC) permaneça inferior a 1 segundo.
Para manter esta proximidade temporal, o IERS determinou ser necessária a introdução de um “segundo intercalar” no UTC, que define actualmente a Hora Legal Civil, no final de Junho de 2015.
Assim, e em Portugal continental, e em termos práticos, será necessário “parar” os relógios durante um segundo quando forem 00h 59m 59s do dia 1 de Julho.
Diga-se ainda que a necessidade deste acerto provém ainda do facto da duração do “segundo” no Sistema Internacional de Unidades (ligado à escala TAI) ser mais curta do que a duração actual do “segundo UT1″ da rotação da Terra. Ou seja, a rotação completa da Terra dura cada vez mais tempo na escala TAI.
António Piedade
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