|Hélio Bernardo Lopes| |
Pois, fez mal, porque o líder israelita está agora muito limitado na sua credibilidade, depois do vastíssimo morticínio praticado em Gaza há uns meses atrás.
Por este facto, acabou por ter razão, em boa medida, o Primeiro-Ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, referindo que Benjamin Netanyahu é tão criminoso como os terroristas responsáveis pelo massacre de Paris. A verdade é que o caso do massacre de Gaza, atingindo tudo e todos começa a entrar no Tribunal Penal Internacional, uma vez que nenhuma consciência realmente bem formada pode aceitar a barbárie praticada em Gaza pelo exército e pela aviação de Israel.
Benjamin Netanyahu ouviu o que merece por parte do seu homólogo turco: ao encabeçar um Governo que bombardeia crianças que estão a brincar nas praias de Gaza, ao encarar com naturalidade a matança de palestinianos, ao matar os nossos cidadãos em águas internacionais quando se encontram a bordo de navios humanitários, Netanyahu comete um crime contra a humanidade igual ao dos terroristas que cometeram o massacre de Paris.
Com ligeiras correções ao nível do Direito aplicável, esta acusação está absolutamente correta. O comportamento histórico de Israel, logo depois de vencer, com razão, a Guerra da Independência, é um dos principais fatores para se ter chegado à realidade dos dias de hoje no ambiente islâmico. Uma responsabilidade que também hoje é já partilhada, sobretudo, pelos Estados Unidos.
Depois de sempre ter apoiado Israel na sua luta contra os crimes perpetrados contra cidadãos seus, sobretudo dentro de Israel, a recente vaga de crimes praticados em Gaza – crimes sobre pessoas e sobre todo o património –, os dirigentes políticos e militares de Israel ficaram sem defesa possível. Ao menos perante um julgador isento e humano. Espero, pois, que o Tribunal Penal Internacional dê mostras de que não é apenas um ornamento.