Jornadas Europeias do Património em Trás-os-Montes

Realiza-se nos dias 25, 26 e 27 de setembro as Jornadas Europeias do Património 2015, este ano subordinadas ao tema Património Industrial e Técnico.

A iniciativa da Direcção Geral do Património Cultural (DGCP) tem como objectivo sensibilizar os cidadãos para o valor do património e para a importância de um olhar actualizado acerca das suas potencialidades e do seu futuro.

O tema das Jornadas de 2015 remete-nos para um vasto conjunto do património nacional, testemunho do engenho e criatividade de gerações passadas, que este ano se foca no Património Industrial e Técnico como as antigas fábricas, pontes, moinhos, canais, linhas de caminho-de-ferro, lojas, vilas operárias, minas, portos, património da água e da luz, pequenas industrias artesanais, arquivos públicos e empresariais, entre muitas outras realizações da industria e da técnica, alguns ainda em uso e outros abandonados ou já reutilizados.

Na região de Trás-os-Montes e Alto Douro a iniciativa assinala-se em Alfândega da Fé, Bragança, Miranda do Douro, Peso da Régua, Torre de Moncorvo e Vila Real.

Em Alfândega da Fé será feita a inauguração da Torre do Relógio, um novo espaço cultural da vila nordestina destinado a exposições. A exposição inaugural remete-nos para uma retrospectiva fotográfica sobre o monumento, cuja data remonta ao século XVIII.

Em Bragança, as Jornadas Europeias do Património 2015 ficarão marcadas por uma visita aos Fornos de Cal de Cova de Lua , um alibi para evocar as artes da cal, a pintura a fresco e as técnicas decorativas tradicionais em revestimentos exteriores. Programado está ainda um rali fotográfico pelo património industrial e técnico de Bragança, um percurso pedestre pelo mesmo património, um concurso de fotografia e uma exposição de fotografia.

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Em Miranda do Douro é o Aqueduto do Vilarinho e Fonte dos Canos que vai ter uma visita guiada. O programa continua depois em Picote com uma vista ao Ecomuseu local.

No Peso da Régua, e por iniciativa do Museu doo Douro, chama-se a atenção para o património ferroviário e particularmente para o troço de linha entre a Régua e Tua.

Torre de Moncorvo também não deixa passar a iniciativa em branco colocando em destaque a Estação do Pocinho, as Minas de Ferro, a Estação ferroviária de Torre de Moncorvo e a Linha do Vale do Sabor.

Em Vila Real o Museu da Vila Velha faz uma breve divulgação do Santuário de Panoias.


Arte Rupestre do Côa mostra-se na Coreia do Sul. Exposição inaugura no próximo dia 9 setembro

A convite do Museu do Petróglifo, de Ulsan, na Coreia do Sul, a Fundação Côa Parque prepara-se para inaugurar, no próximo dia 9 de setembro, a exposição intitulada «A Arte Rupestre do Vale do Côa» que ficará patente naquele museu sul coreano até 20 de dezembro.

Arte Rupestre do Côa. Foto: Wikipédia (Henrique Matos)
Trata-se da primeira grande exposição dedicada ao Vale do Côa além-fronteiras, tendo sido criada a pensar propositadamente no público local, em concreto da cidade de Ulsan, sudeste da Coreia do Sul, onde se situa o Sítio Arqueológico de Bangu-Dae, com gravuras feitas num período entre 6000 e 1000 a.C.

Com cerca de 1,1 milhões de habitantes, a cidade de Ulsan foi no passado um importante centro da pesca à baleia, atividade que terá começado na Idade da Pedra, por volta de 6000 a.C., conforme atestam as descobertas arqueológicas feitas na região.

É neste contexto de proximidade histórica que surge o convite à Fundação Côa Parque, por parte do Doutor Sangmog Lee, Diretor do Museu do Petróglifo, de Ulsan, para a realização de uma exposição sobre a Arte Pré-histórica do Vale do Côa.

Assim, a Coreia do Sul irá acolher, pela primeira vez, uma súmula da mais original e mediática história da arqueologia portuguesa na transição do milénio, em paralelo com uma visão de síntese da grande arte paleolítica do Côa, uma das joias da coroa do património cultural em território português.

Para António Ponte, Presidente da Fundação Côa Parque, este convite “é revelador do interesse que a Arte Rupestre do Vale do Côa desperta, não só no nosso país, mas também no estrangeiro”, sendo certo que a oportunidade de expor na Coreia do Sul será igualmente aproveitada “para dar seguimento a uma estratégia de divulgação do património ali existente, quer ao público sul-coreano quer aos visitantes de outras nacionalidades que afluem ao Museu do Petróglifo e à sua envolvente”.

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“20% do total de visitantes do Vale do Côa são estrangeiros, sinónimo de que este valioso património mundial pode e deve ser incluído nas rotas mundiais de turismo. O Vale do Côa e o seu património constituem o maior conjunto mundial de arte paleolítica de ar livre, pelo que temos vindo a desenvolver um esforço de promoção, com o objetivo de atrair cada vez mais visitantes”, salienta o Presidente da Fundação Côa Parque.

Também por esse motivo, os textos e a documentação gráfica de apoio à exposição serão objeto de publicação num catálogo com textos em português, inglês, francês e coreano.

António Ponte sublinha tratar-se de "uma excelente oportunidade de promoção cultural e turística para a região do Vale do Côa”, cujo potencial deve ser explorado de forma a "assegurar a sua sustentabilidade, não só do ponto de vista da dinâmica cultural, mas também pelas repercussões que daí podem advir para a economia local”.

A exposição «A Arte Rupestre do Vale do Côa», comissariada por António Martinho Baptista, foi pensada e distribuída em dois módulos que se interligam. No primeiro, sintetiza-se a história da salvação da arte do Côa até ao abandono da construção da barragem em finais de 1995 e da criação do Parque Arqueológico do Vale do Côa em 1996 e, bem assim, da primeira sistematização do estudo da arte do Côa, cuja grande antiguidade evidenciada pela arqueologia seria decisiva para a tomada de decisão política do abandono das obras da barragem; no segundo, mais desenvolvido, perspetiva-se o estado dos conhecimentos que hoje temos dos ciclos rupestres do Côa e do seu enquadramento arqueológico, centrados no tempo longo paleolítico.

Concede-se também particular destaque à criação do Museu do Côa, em 2010, enquanto grande centro de interpretação da arte do Côa e porta de entrada para a sua fruição pública.

A exposição consiste num lote de painéis com grandes ampliações fotográficas, acompanhados por desenhos de algumas rochas selecionadas dos principais períodos artísticos do Côa.

Um dos mais importantes atrativos da exposição, realizada expressamente para esta mostra, será uma nova réplica da rocha 3 da Penascosa, a mais visitada rocha do Côa, com o seu notável e bem ilustrativo lote de sobreposições de picotagens profundas do período antigo do Côa. Esta réplica ficará seguidamente em depósito no Museu de Ulsan, assinalando na Coreia do Sul um dos marcos desta exposição, mas também convidando/desafiando os futuros visitantes desse museu a uma visita ao Museu do Côa e aos nossos sítios de arte pré-histórica.

Foram ainda feitas, também propositadamente para esta exposição, duas réplicas de placas com arte móvel paleolítica do Fariseu.

Com um total aproximado de 34 mil visitantes em 2014 (registando uma subida de 16% comparando com 2013), o Museu do Côa e o Parque Arqueológico do Vale do Côa continuam a registar um acréscimo de interesse, não só devido à sua importância histórica, mas também pela atenção que a comunicação social lhe vem dedicando, através de vários filmes e artigos, de que é exemplo recente o texto «An Ice Age Heritage, Nearly Lost» publicado no New York Times, o mais conceituado jornal norte-americano.

Sobre o Vale do Côa
Inscrito na Lista da Unesco como Património da Humanidade em 1998, o Vale do Côa é considerado o mais importante sítio com arte rupestre paleolítica de ar livre.

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O sítio arqueológico divide-se em dois eixos fluviais principais: 30 quilómetros ao longo do rio Côa – Faia, Penascosa, Quinta da Barca, Ribeira de Piscos, Canada do Inferno - e 15 quilómetros pelas margens do rio Douro – Fonte Fireira, Broeira, Foz do Côa, Vermelhosa, Vale de José Esteves, Vale de Cabrões.

Como uma imensa galeria ao ar livre, o Vale do Côa apresenta mais de mil rochas com manifestações rupestres, identificadas em mais de 70 sítios distintos, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há cerca de 25.000 anos.

Reproduções de cavalos, bois, cabras, auroques, veados e caçadores armados foram gravadas em superfícies verticais de xisto, com recurso a quatro técnicas distintas - incisão fina (simples ou estriada), picotagem, abrasão e raspagem – que por vezes se complementam. Algumas gravuras, pós-Paleolítico, apresentam vestígios de pintura. Na verdade, o Vale do Côa guarda pinturas e gravuras do Neolítico e Calcolítico, gravuras da Idade do Ferro e, depois, ao longo dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX, serviu de suporte às manifestações dos moleiros, que se tornaram os últimos gravadores do fundo deste vale imenso.

NI DRCN (Felicidade Ramos)

Vai surgir um Centro Interpretativo da Cerâmica para preservar a tradição da aldeia de Pinela, Bragança

Um Centro Interpretativo dedicado à cerâmica vai ser inaugurado no próximo dia 9 de agosto na aldeia de Pinela, concelho de Bragança. O Objectivo é preservar a memória desta antiga tradição produtiva da aldeia nordestina. O novo centro de interpretação vai surgir na antiga escola primária da localidade, agora completamente disponível para este reaproveitamento devido à falta de alunos.

Foto: Site  Centro Interpretaivo da Cerâmica de Pinela
“Mostrar, preservar, valorizar e promover”, é com este intuito que nasce o Centro Interpretativo da Cerâmica de Pinela.

«Uma terra de “Cantareiras” que durante muitos anos produziram loiça única na região e a faziam chegar às localidades vizinhas. A velha escola primária que, por ausência de crianças suficientes, viu as suas portas fechar, foi recuperada, mantendo na sua génese a missão de transmitir conhecimento. Este vai ser um espaço de exposição, de formação, de memória e vai também, num futuro próximo, ser um espaço de investigação, para apurar com o rigor possível as origens e a importância económica e social da olaria nesta freguesia”, lê-se no sitio web do novo equipamento cultural da região que já se encontra online .

Segundo a mesma fonte, o Centro vai mostrar numa primeira fase “as memórias dos habitantes da localidade que tiveram contacto com a olaria e desempenharam alguma função no fabrico da louça de barro, algumas peças mais antigas, fotografias e tudo quanto estiver disponível e for possível mostrar neste local”.

Na aldeia ainda se preserva um forno comunitário que era utilizado na cozedura do barro, mas uma réplica desta estrutura também irá estar presente dentro do espaço que foi musealizado.

O Centro Interpretativo da Cerâmica de Pinela “pretende ainda ser um local de orgulho, onde cada habitante possa rever um pouco da sua história, um pouco da sua identidade, um pouco do ADN que corre no sangue de cada nativo desta freguesia”, lê-se no texto de apresentação disponível no site do novo espaço cultural .

Cerca de 240 mil pessoas visitaram Museus sob tutela da DRCN

O número de visitantes nos sete museus sob alçada da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) registou, durante o primeiro semestre de 2015, uma subida de aproximadamente 12,5% em relação ao período homólogo, totalizando 239.607 entradas. Um aumento que acompanha a tendência global do último ano em que a subida registada – apenas nos museus – foi de 9,7%, quando comparada com os dados de 2013.

Museu Abade de Baçal - Bragança
O Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães, continua a ser o espaço museológico que mais visitantes atrai, registando um total de 137.402 entradas, o que se traduz numa subida de 13,7%.

Tendo reaberto ao público em julho passado, após uma intervenção de requalificação que englobou a conservação e reabilitação das coberturas e paramentos, bem como uma ampla reorganização do circuito museológico e revisão das redes e infraestruturas de serviço, o Museu da Terra de Miranda, em Miranda do Douro, foi o espaço museológico que mais viu crescer o número de visitantes durante o 1º semestre de 2015, aumentando 108%.

Também o Museu de Alberto Sampaio, em Guimarães, cresceu de forma exponencial, aumentando em 59,9% o número de visitantes. Uma subida que não está alheia ao facto de, no final de julho passado, se ter inaugurado a Extensão do Museu de Alberto Sampaio, localizada no Palacete da Praça de Santiago, cedido para esse fim pela Câmara Municipal de Guimarães.

Com um investimento total na ordem dos 2,9 Milhões de Euros, o edifício da Extensão do Museu de Alberto Sampaio está dotado de equipamento necessário para gestão de coleções, exposições temporárias, serviços administrativos, direção, reservas, biblioteca, arquivo, gabinetes/ espaços para investigação/ investigadores.

Destaca-se ainda o Museu de Lamego que registou um crescimento de 6,6% no número de visitantes, ultrapassado a fasquia das 12 mil e 200 entradas durante os primeiros seis meses do ano.

Na análise por nacionalidade dos públicos, constata-se que Museu de Lamego e Museu da Terra de Miranda registaram, no período considerado, uma maior afluência de visitantes estrangeiros quando comparados com os dados relativos ao número de visitantes nacionais.

Para António Ponte, Diretor Regional de Cultura do Norte, o bom desempenho registado por parte dos museus no que respeita à afluência de público é resultado do “intenso trabalho que tem vindo a ser desenvolvido em articulação com os diretores dos museus e suas equipas de gestão, mas também fruto de um dinamismo cada vez mais evidente por parte dos museus que têm vindo a apostar em iniciativas de aproximação às comunidades onde se inserem”.

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Por outro lado, tem sido desenvolvido um trabalho mais apurado de marketing cultural, visando o reforço e notoriedade das marcas, com o fim último de impulsionar visitas e a criação de públicos mais despertos e disponíveis para a visitação museológica e a participação nas iniciativas que aí se dinamizam.

A Direção Regional de Cultura do Norte desenvolve a sua atividade num território geográfico com caraterísticas únicas e onde, por exemplo, existem quatro locais classificados como Património Mundial pela UNESCO: o Centro Histórico do Porto, o Centro Histórico de Guimarães, o Alto Douro Vinhateiro e o Sítio de Arte Rupestre Pré-Histórica do Vale do Côa.

Tem sob a sua alçada os seguintes museus: Museu do Abade Baçal (Bragança), Museu de Alberto Sampaio (Guimarães), Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa (Braga), Museu dos Biscainhos (Braga), Museu de Lamego, Museu da Terra de Miranda (Miranda do Douro) e Paço dos Duques de Bragança (Guimarães).

Igreja Paroquial de Guíde, em Mirandela, está a ser recuperada com dinheiros do plano de Aproveitamento Hidroeléctrico de Foz Tua.

Está em curso a intervenção na Igreja Paroquial de Guíde/São Mamede, Mirandela, integrada no âmbito do plano de Aproveitamento Hidroeléctrico de Foz Tua.

O projeto incluiu a remoção da laje aligeirada de cimento do corpo da capela-mor com substituição por uma estrutura de madeira semelhante à da nave e aplicação de nova telha cerâmica. A cobertura da nave foi reabilitada, com tratamento dos madeiramentos estruturais e de teto e substituição da telha cerâmica.

A estrutura de madeira do coro alto, bastante debilitada, foi alvo de cuidadosos trabalhos de limpeza e beneficiação, com a integração de uma nova escada que fará o acesso entre o mesmo e o piso térreo.

As caixilharias das janelas serão substituídas por peças desenhadas exclusivamente para o imóvel e será implementado um novo projeto elétrico, com instalação de novos candeeiros, sistema de alerta de intrusão e de segurança contra incêndios.

A intervenção foi acompanhada por um trabalho cuidado de restauro do teto da Capela-Mor.

Igreja barroca do século XVIII, a Igreja Paroquial de Guíde/São Mamede ergue-se junto à entrada principal da povoação, sobre plataforma artificial propositadamente efetuada para o templo. É uma igreja de modestas proporções, própria dos contextos rurais transmontanos, de planta longitudinal composta por nave única e capela-mor retangular, com cunhais de cantaria encimados por pináculos. A fachada principal é de pano único, rasgado axialmente por portal de lintel reto, moldurado, a que se sobrepõe frontão interrompido de aletas. A empena é triangular, truncada a eixo por campanário de dupla sineira de arco de volta perfeita.

O interior possui alguns interessantes elementos devocionais, concretamente quatro altares laterais, de talha polícroma e que se unem ao arco triunfal, formando composição estrutural harmónica e simétrica. O acesso à capela-mor é em arco de volta perfeita e nela se exibe o retábulo-mor, de talha dourada seccionada por colunas salomónicas características do período áureo do Barroco.

Sem obras assinaláveis ao longo dos tempos, o templo foi objeto de reformas pontuais na segunda metade do século XX, em concreto uma consolidação do retábulo-mor (1972) e obras de reforço estrutural (1986-88).

Agora, no âmbito do plano de Aproveitamento Hidroeléctrico de Foz Tua, está a ser alvo de uma intervenção mais aprofundada desenvolvida pela Direção Regional de Cultura do Norte.

De acordo com o protocolo assinado, em 2013, entre a Direção Regional de Cultura do Norte, a EDP - Gestão da Produção de Energia S.A. e a Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua - Associação ADRVT, compete à EDP financiar a valorização de património cultural localizado em Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor, municípios abrangidos pelo Aproveitamento Hidroeléctrico de Foz Tua.

A Direção Regional de Cultura do Norte é a entidade responsável pela coordenação e implementação do projeto de valorização do património, que inclui um conjunto de monumentos previamente identificados entre esta entidade e os municípios envolvidos.

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Compete à Direção Regional de Cultura do Norte a elaboração dos projetos de intervenção, o lançamento das empreitadas e respetivo acompanhamento das obras.

De acordo com as prioridades identificadas, tendo como critérios-base o valor patrimonial e a necessidade de reabilitação, o plano, no valor de 1,58 milhões de euros, prevê intervenções na Capela da Senhora da Lapa, em São Mamede de Ribatua e a requalificação do Santuário do Senhor de Perafita, em Alijó; a Capela da Misericórdia de Murça, Sítio Arqueológico Cabeço da Mina no concelho de Vila Flor, a Igreja da Lavandeira no concelho de Carrazeda de Ansiães e intervenções nas igrejas de Avantos, Abambres e Guíde.

Torre de Moncorvo recebe nos dias 19 e 20 de Junho um colóquio sobre o papel dos Judeus na cultura e na história de Portugal

A vila de Torre de Moncorvo recebe nos dias 19 e 20 de Junho um colóquio sobre “Judeus em Portugal – História e Cultura.” Do programa fazem parte várias comunicações, assinatura de protocolos, apresentação de livros, visitas guiadas e música sefardita.

O Encontro decorrerá na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo
As atividades iniciam no dia 19, pelas 16h30, com o descerramento da placa do futuro Centro de Estudos Judaicos Maria da Assunção Carqueja e Adriano Vasco Rodrigues, na antiga sinagoga situada na Rua Nova.

Às 17h00 o Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves, procede à abertura dos trabalhos deste colóquio seguindo-se as comunicações de José Levy Domingos sobre “ Miguel Telles da Costa, Governador no Brasil, capitão-mor de D. Pedro II”, de Miriam Assor sobre “Amato Lusitano e Garcia da Orta - Médicos Judeus no Exílio” e de Paulo Ribeirinho Soares sobre “ A Imagem Arquitetónica das Construções Judaicas”. Será ainda apresentado o livro “Jacob (Francisco) Rodrigues Pereira – Cidadão do Mundo, Sefardita e Transmontano” de António Júlio Andrade. Pelas 21h30 decorre a apresentação do livro “Na Rota dos Marranos de Trás-os-Montes” de Maria Fernanda Guimarães e António Júlio Andrade. Já às 22h30 realiza-se uma visita guiada pela Rota dos Judeus de Torre de Moncorvo, que contará com a teatralização do Grupo Alma de Ferro Teatro.

No Sábado, dia 20 Junho, pelas 15h00, tem lugar a assinatura do contrato promessa de aquisição do edifício da antiga sinagoga. Decorrem ainda as comunicações de Fernando Augusto Machado sobre “Ribeiro Sanches – Medicina e Interculturalidade”, de Carolino Tapadejo sobre “Judeus em Castelo de Vide – História e Tradição”, António Moniz de Palme sobre “O Cônsul Português Aristides de Sousa Mendes e os judeus na Europa, durante a Segunda Guerra Mundial” e João Campos sobre “O Projeto do Memorial Judaico em Vilar Formoso”, cuja moderação ficará a cargo de Adília Fernandes.

Realiza-se ainda a apresentação de duas obras sobre judeus “ Gente de Nação Além e Aquém Côa (Judeus Sefarditas) de Maria da Assunção Carqueja e Adriano Vasco Rodrigues e “ A Família de Winter e a Fuga aos Nazis. A Ajuda do Cônsul Aristides de Sousa Mendes”, de Adriano Vasco Rodrigues. A sessão de encerramento do encontro fica a cargo do Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo e do Professor Adriano Vasco Rodrigues.

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No final do colóquio tem lugar um porto de honra animado com música sefardita, interpretada pela Escola Municipal Sabor Artes. Torre de Moncorvo possui um vasto património material e imaterial ligado ao Judaísmo, destacamos a antiga sinagoga, a casa da inquisição, a casa dos Navarros, a casa da Pelicana, a Igreja da Misericórdia, a rua dos sapateiros, o tríptico da Igreja Matriz, o chafariz da horta, as cobrideiras de amêndoa, o lagar da cera de Felgueiras e algumas marcas de simbologia religiosa que se encontram em algumas aldeias do concelho.

Nota de Imprensa da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo (Luciana Raimundo)

Concluído restauro do cadeiral da Sé de Miranda do Douro‏

Estão a decorrer trabalhos de requalificação da Sé de Miranda do Douro, tendo já sido concluído o restauro do cadeiral que foi integralmente desmontado e tratado em atelier, assim como foi concluído o restauro do armário das lanternas e das opas, por parte da empresa "DETALHE”, com sede em Lisboa.

Concluído restauro do cadeiral da Sé de Miranda do Douro‏
A necessidade de transferir o cadeiral para restauro em atelier deveu-se, por um lado, ao estado de degradação do mesmo, e por outro, à necessidade de acesso a meios de tratamento auxiliares, condições e equipamentos necessários para o tratamento de material desta natureza.

No projeto de requalificação da Concatedral de Miranda do Douro prevê-se ainda o restauro de algum património religioso que se encontra na Sé mirandesa. Atualmente, está em curso a intervenção de conservação e restauro de obras pertencentes à Concatedral de Miranda do Douro. A mesma tem por objetivo estabilizar danos que estão a por em risco a materialidade das obras. Está previsto nestes trabalhos o tratamento de 9 pinturas sobre tela sendo que 2 destas serão conservadas e restauradas e as restantes conservadas.

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Os trabalhos estão a ser realizados pelo Conservador Restaurador José Mendes, Doutorado em Conservação de Pintura pela Universidade Católica do Porto.

As obras na Concatedral de Miranda do Douro, orçadas em um milhão de euros, são coordenadas pela Direção Regional de Cultura do Norte e contam com o apoio do Município de Miranda do Douro e da Diocese de Bragança-Miranda.

Inserem-se no projeto Rota das Catedrais que tem um orçamento global de 4,5 milhões de euros para a requalificação das sete catedrais da região Norte.

Gestores de Patrimónios Mundiais encontram-se no Douro

“Património e Desenvolvimento” é o binómio sobre o qual se centrará o Fórum “DouroValor ”, contando com a presença de representantes de Sítios classificados, pela UNESCO, como Patrimónios da Humanidade. Promovido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e pela Douro Generation – Associação de Desenvolvimento, o Fórum realizar-se-á na próxima sexta-feira, 15, na Aula Magna da academia transmontana.

«O Alto Douro Vinhateiro é um bem cultural e, enquanto tal, deve ser um factor de desenvolvimento. Ao realizar este Fórum, pretende-se contribuir para preservar, valorizar e promover o Douro e encontrar formas de cooperação entre povos, nações e gerações, todas elas implicadas em Sítios classificados pela UNESCO como Património da Humanidade», explica o presidente da Douro Generation, António Martinho.

O embaixador Lauro Moreira, também representante permanente do Brasil junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), vai moderar o debate sobre “Cooperação entre Povos, Regiões e Nações”, que terá como protagonistas Clara Cabral, representante da Comissão Nacional da UNESCO, Sónia Ramos, representante da CCDR-N para o Alto Douro Vinha¬teiro, Jair Fernandes, curador da Cidade Velha [Cabo Verde], Miguel Lage, representante da Fundação Las Médulas [Espa¬nha], Elisabetta Piccioni, presidente do Ministério do Património Cultural e Turismo da Liguria [Itália], Matteo Perrone, representante do Parque Nacional de Cinque Terre [Itália], e José Marques, em representação de Cebu [Filipinas]. «Vamos trazer experiências de fora, que se manifestaram positivas nas regiões onde as classificações já existem há mais tempo», justifica o presidente da Douro Generation.

O envolvimento destes gestores de Patrimónios Mundiais no Fórum “DouroValor” é um passo decisivo para alavancar o World Generation Project. «Será uma primeira iniciativa para a cooperação, numa perspectiva de conhecer e dar a conhecer cada região, Sítio classificado, projectos de Portugal, da Europa e do Mundo», sublinha o vice-presidente da Douro Generation, Hernâni Gouveia.

O Fórum “DouroValor” incluirá ainda um espaço de debate relacionado com o “Património e Desenvolvimento no quadro do Ano Europeu”, onde se destaca a participação do eurodeputado Pedro Silva Pereira e da coordenadora do Centre d'Études et de Recherches Urbaines (ERU asbl) Marie Demanet. «Em pleno Ano Europeu do Desenvolvimento, a missão do World Generation Project é apoiar os Objectivos de Desenvolvimento do Millenium. Por isso, estamos empenhados em realizar acções que promovam o desenvolvimento das regiões, dos povos e das nações onde se inserem os agentes socioeconómicos e os cidadãos dos Sítios classificados pela UNESCO», afirma o vice-presidente da Douro Generation.

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No decorrer do Fórum “DouroValor”, será apresentado o estudo “Estratégias de Valorização Económica do Alto Douro Vinhateiro”, o projecto Mátria, bem como as conclusões do ciclo de Encontros de Reflexão sobre o Douro, que teve lugar em Provesende durante os últimos meses.

“O Fórum terá tanto ou mais valor quanto mais for participado. Por isso, é importante que os durienses apareçam e partilhem os seus contributos, experiências, ansiedades para rasgar novos caminhos e encontrar novas soluções para o desenvolvimento da região”, conclui António Martinho.

A participação no Fórum “DouroValor” é gratuita, mas recomenda-se a inscrição prévia. Para tal, basta visitar o website www.worldgenerationproject.com e preencher a ficha de inscrição, enviar um email para forumdourovalor@dourogeneration.com ou ligar para o número 259 092 130.

Ver programa


Alfândega da Fé assinala o Dia Internacional Monumentos e Sítios

No Dia Internacional dos Monumentos e Sítios Alfândega da Fé vai dar a conhecer algumas das mais relevantes pinturas murais existentes no concelho, numa visita guiada às capelas de Santo Amaro, Legoinha, e de Santo Antão da Barca. Um programa que vai permitir observar o resultado de projetos de recuperação e restauro das pinturas destes templos.


A visita é conduzida pelo professor Joaquim Caetano, da Faculdade de Letras de lisboa e tem início na Legoinha. No lugar, há muito desabitado, ergue-se a Capela de Santo Amaro. O edifício foi recentemente recuperado pela Câmara Municipal e as pinturas aí existentes alvo de um processo de restauro e conservação. Trata-se de frescos do séc. XVI, evocativos de São Geraldo, com valor do ponto de vista histórico e artístico, que a Câmara quer transformar numa porta de entrada para a Rota turística “Pinturas da Fé”.

Desta rota, fazem também parte o conjunto de pinturas da Capela de Santo Antão da Barca, descobertas aquando da trasladação do templo para o novo local devido à construção da Barragem do Baixo Sabor. Um conjunto datado do Séc. XVIII, representado a vida de Santo Antão, até agora “escondido”. As pinturas foram restauradas e agora estão visíveis na Capela de Santo Antão, no local onde se ergue o atual Santuário. Neste espaço será também possível visitar o Núcleo Museológico do Santuário, onde se pode observar todo o processo que conduziu à trasladação.


Conhecer, explorar e partilhar, mote do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2015, é também o objetivo desta visita guiada, com início marcado para as 14h30. O ponto de encontro é no Posto de Turismo – Casa da Cultura Mestre José Rodrigues -.

Recorde-se que o dia internacional dos monumentos e sítios foi instituído a 18 de Abril de 1982 pelo ICOMOS (Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios), uma associação de profissionais da conservação do património, e aprovada pela UNESCO em 1983.



NI CM Alfândega da Fé (Sónia Lavrador)

Já abriu o primeiro núcleo museológico do Museu da Memória Rural

Chama-se Núcleo Museológico do Lagar de Azeite de Lavandeira e foi inaugurado no passado sábado, dia 4 de abril, na aldeia duriense.

A aldeia de Lavandeira, situada na parte terminal do planalto carrazedense, no interface com o vale do rio Douro, onde se desenvolve a Paisagem Cultural Evolutiva e Viva classificada pela UNESCO como Património da Humanidade, já tem um núcleo museológico, o primeiro do projecto de musealização do território que o Museu da Memória Rural de Carrazeda de Ansiães, com sede em Vilarinho da Castanheira, está a implementar no terreno.

No passado sábado foi dia de festa na aldeia de Lavandeira. Mais de uma centena de pessoas esteve presente para assistir à abertura do novo equipamento cultural que também pretende ser mais um polo de atractividade turística do concelho de Carrazeda de Ansiães.

José Luis Correia, presidente da autarquia, na cerimónia de inauguração sublinhou a importância do património cultural no processo de desenvolvimento local e sobretudo o papel das tradições e manifestações do património imaterial que definem os particularismos culturais do seu concelho. Referindo-se ao Museu da Memória Rural disse que este é um projecto cada vez mais dos carrazedenses e dos durienses e que os traços culturais que definem a cultura rural deverá ser um motivo de orgulho para todos os que habitam este território.


O novo núcleo museológico resultou da recuperação de um antigo lagar de azeite que se encontrava em ruínas e que agora irá começar a funcionar como um espaço didáctico e expositivo das técnicas tradicionais relacionadas com o fabrico do azeite.

O projecto de recuperação e musealização da antiga estrutura é o resultado de uma colaboração entre a Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães e a União das Freguesias de Lavandeira, Beira Grande e Selores que desta forma devolvem à população o antigo edifício para fruição pública. Este novo núcleo museológico é o primeiro polo de uma rede mais abrangente de pequenas unidades museológicas que a autarquia está a montar no seu território sob a marca referencial de Museu da Memória Rural.

O Núcleo Museológico do Lagar de Azeite de Lavandeira vai mostrar ao visitante como era produzido o azeite num antigo lagar de prensa de parafuso central. Todo o processo relacionado com esta antiga actividade económica encontra-se aqui retratado ao nível de um discurso museográfico que se inicia na apanha da azeitona, no seu transporte, na sua limpeza antes da entrada no lagar, nas “pulhas” trocadas entre ranchos de jornaleiros e nos processos de moagem, prensagem e, finalmente, na operação que levava à obtenção do fino fio de azeite.

O discurso é sustentado num design gráfico e em documentos de vídeo que recorrem a imagens de recolha etnográfica e a documentação fotográfica antiga, suportes que são sempre apoiados em textos sintéticos resultantes de um trabalho de investigação científica e em explicações com cariz pedagógico.


Com a abertura deste espaço o conceito do Museu da Memória Rural alarga-se, tornando-se desta forma mais abrangente e polarizado, passando a agregar o primeiro de outros pequenos núcleos museológicos que num futuro próximo a autarquia pretende espalhar pelo território do concelho de Carrazeda de Ansiães.

Ainda durante 2015 será efectuada a abertura do terceiro núcleo do Museu da Memória Rural, o Núcleo Museológico da Telha em Luzelos.

Igreja do século XVI foi recuperada pela Misericórdia de Mogadouro

A igreja da Misericórdia de Mogadouro, templo cuja fundação remonta ao século XVI, foi restaurada e devolvida ao culto pela Santa Casa da Misericórdia local que também é proprietária do imóvel.

Igreja do Divino Senhor do Passos da Misericórdia de Mogadouro, situada junto do Castelo de Mogadouro
O projecto de recuperação, orçado em 180 mil euros, foi apoiado pela Associação de Desenvolvimento do Douro Superior, Câmara Municipal e Misericórdia local.

A Misericórdia de Mogadouro entrou com cerca de 50 por cento do valor total do projeto, cabendo às duas outras instituições a restante parte.

O templo encontrava-se num avançado estado de degradação das suas paredes, altares e outras peças que integram o espólio da igreja que é sobretudo utilizada na época pascal.

“O telhado estava praticamente a cair, as paredes estavam à beira da derrocada e os altares a caírem”, recorda João Henriques, provedor da santa Casa da Misericórdia de Mogadouro, citado pela Agência Lusa.

Na igreja da Misericórdia de Mogadouro, situada em pleno centro histórico da vila, venera-se o Divino Senhor do Passos, sendo uma obra imputada a D. Luís Álvares de Távora que no ano de 1559 a mandou edificar.

Argozelo (Vimioso) inaugurou Centro Interpretativo dedicado às minas do volfrâmio

Foi inaugurado no passado domingo, na vila de Argozelo, concelho de Vimioso, um Centro Interpretativo dedicado às minas do volfrâmio.

Vila de Argozelo
O investimento foi feito pela Câmara Municipal de Vimioso e o projecto orçou em 265 mil euros, sendo comparticipado em 80% por fundos comunitários.

Esta era já uma aspiração muito antiga por parte de todos os habitantes da localidade, que agora o vêem concretizado num edifício que foi implantado na cortinha do Calvário, um espaço situado logo à entrada da povoação.

O novo equipamento está dotado de um auditório para mais de sessenta pessoas e no futuro deverá também funcionar como um espaço para promover exposições de outras temáticas.


O Centro Interpretativo da Minas de Argozelo é um espaço onde vai ser preservada a história da exploração de volfrâmio que durante os meados do séc. XX ocorreu de uma forma intensiva em Argozelo, ficando desta actividade um conjunto muito significativo de artefactos industriais utilizados na exploração deste minério e uma reminiscente história que ainda ancora na memória colectiva das pessoas mais idosas da pequena vila nordestina.

Mil diabos vão andar à solta em Vinhais

Amanhã, dia 21 de fevereiro, sábado, mais de mil diabos vão andar à solta na vila de Vinhais no ritual de Revelação do Rosto da Morte, uma tradição cultural local com grande antiguidade. A câmara municipal já fechou as inscrições para a obtenção de um fato adequado à prática desta tradição, mas mesmo assim qualquer pessoa poderá participar e aventurar-se numa verdadeira festa dos diabos.

É a partir da quarta-feira de cinzas, que os diabos saem à rua em Vinhais, concelho de Bragança, em busca de almas pecadoras. De quarta-feira a sábado o Centro Histórico desta vila nordestina enche-se de mascarados com fatos de flanela de cor vermelha, num espectáculo de cor único no nosso país. Mas o apogeu do espectáculo é atingido amanhã, sábado, onde deverão participar mais de mil garridos diabos.

A Quaresma assinala um período de respeito e penitência, trazidos à lembrança dos habitantes de Vinhais pela encenação das tenebrosas figuras da Morte o do Diabo que, na Quarta-feira de Cinzas, percorrem as ruas da vila sequiosas de almas pecadoras.


Os diabos perseguem e capturam os humanos que, desafiando o poder sobrenatural daqueles, se atrevem a sair à rua, purificando-os com acutilantes cinturadas e apresentando-os perante a Morte que, empunhando uma gadanha de forma ameaçadora, os obriga, de joelhos, a recitar umas estranhas ladainhas semi-pagãs, impondo temor e lembrando que pode chegar a qualquer altura ceifando-lhes a vida a seu bel-prazer.

Trata-se de um costume secular e único em Portugal, cujas origens permanecem desconhecidas havendo, no entanto, diferentes interpretações que a situam nas celebrações dos Lupercais romanos, nas procissões da Quarta-feira de Cinzas, na Idade Média, ou mesmo por influência dos franciscanos do Convento de São Francisco de Vinhais, durante os séc. XVIII e XIX.


Perfeitamente enraizada nas tradições vinhaenses, em cada ano revivida com toda a genuinidade de outrora e preservada com todo o carinho e respeito pela identidade cultural deste povo serrano, a Quarta-feira de Cinzas vem provar que Vinhais é mesmo 'uma terra dos Diabos'", pode ler-se numa página da Feira do Fumeiro em que se explica esta secular tradição.

O ponto alto é uma procissão de diabos que se realizará amanhã pelas ruas da vila, onde predominarão as maldades, os assaltos a casas, a captura de raparigas e a escalada a varandas. Tudo finalizará com um espectáculo de pirotecnia, onde será revelado o rosto da Morte, porque “quem para o rosto da morte olhar por mais um ano a irá afastar”.

Exposição «5 Percursos pelo Património a Norte». DRCN aposta na divulgação do Património a Norte

´A Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) promove, a partir do próximo dia 24 de fevereiro, a exposição «5 Percursos pelo Património a Norte», que ficará patente ao público, até ao final de março, na Estação dos Aliados do Metro do Porto. A exposição apresenta cinco percursos de visita de natureza muito diversa e em zonas geográficas distintas.

Castelo de Ansiães - Carrazeda de Ansiães
Do património religioso ao natural, passando pela arte contemporânea e pela carga histórica de antigas vias romanas, propõe-se ao visitante a descoberta da riqueza do Património a Norte, enquadrado num território geográfico com características únicas e com quatro locais classificados como Património Mundial pela UNESCO: o Centro Histórico do Porto, o Centro Histórico de Guimarães, o Alto Douro Vinhateiro e o Sítio de Arte Rupestre Pré-Histórica do Vale do Côa.

Esta diferença de paisagem cria movimentos culturais muito significativos e cativa também públicos bastante heterogéneos. Assim, a exposição sugere vários circuitos de visita temáticos direcionados essencialmente para o turismo, seguindo as principais linhas de ação da Direção Regional de Cultura do Norte que tem vindo a desenvolver, ao longo dos últimos anos, significativo esforço e empenho na recuperação do património, tendo por objetivo a sua preservação e abertura à fruição do público.

Percursos temáticos:
Percurso Mosteiros a Norte – Tem por base uma série de grandes mosteiros situados entre os rios Minho e Vouga e que têm sido objeto de operações de resgate e salvaguarda por parte da DRCN, incluindo aquisição de imóveis e terrenos, conservação, restauro e requalificação dos imóveis e do património edificado. O percurso integra o Mosteiro de Rendufe (Amares), o Mosteiro de Tibães (Braga), o Mosteiro de Pombeiro (Felgueiras), o Convento de Vilar de Frades (Barcelos), o Mosteiro da Serra do Pilar (Gaia), o Mosteiro de São Salvador de Grijó (Gaia), o Mosteiro de Santa Maria de Arouca (Aveiro) e o Mosteiro de Santa Maria do Bouro (Terras de Bouro).

Percurso Vale do Rio Varosa – O projeto Vale do Varosa pretende instalar no Vale do Rio Varosa (Distrito de Viseu) uma rede de visita beneficiando da concentração de imóveis e elementos históricos de elevado interesse turístico-cultural. Integra o Mosteiro de S. João de Tarouca, Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, Ponte e Torre de Ucanha e Convento de S. António de Ferreirim.

Percurso Arte Contemporânea a Norte – Procurando fazer a ligação entre vários pontos geográficos da Região Norte, cruzando-os com imóveis de relevante interesse do ponto de vista arquitetónico e que incorporam importantes coleções de arte contemporânea, integra o Museu de Serralves, Casa das Artes, Museu Internacional de Escultura Contemporânea de Santo Tirso, Centro/Projeto GNRation, Centro Internacional de Artes José de Guimarães, Centro de Artes Nadir Afonso, Fundação Nadir Afonso, Museu de Graça Morais e Espaço Miguel Torga.

Percurso Território de Fronteira – Surge no âmbito da candidatura "Terra de Fronteira e Vale do Douro", apresentada ao POCTEP (Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal) pela Direção Regional de Cultura do Norte e pela Junta de Castela e Leão. Este percurso pretende associar um excepcional e diverso património cultural, constituído por igrejas, mosteiros, castelos e sítios arqueológicos, a um território especialmente relevante do ponto de vista paisagístico. Integra o Castelo de Carrazeda de Ansiães, Igreja Matriz e Centro Histórico de Torre de Moncorvo, Igreja Matriz de Freixo de Espada à Cinta, Torre do Castelo de Freixo de Espada à Cinta, Castelo de Mogadouro, Castelo de Penas Róias, Igreja Românica de Algosinho, Castelo de Miranda do Douro, Sé Catedral de Miranda do Douro, Castelo de Algoso, Igreja Matriz de Vimioso e Basílica de Santo Cristo do Outeiro.

Percurso da Natureza…com História – Abrange a Via Romana XVIII (Geira), que no seu traçado por Terras de Bouro - da milha XIV (Santa Cruz) à milha XXXIV (Albergaria), inclui todas as estruturas arqueológicas a elas associadas, como sejam as ruínas das pontes sobre a ribeira do Forno e a ribeira da Macieira, bem como os arranques da Ponte de S. Miguel, esta sobre o rio Homem, mutatio (milha XXX) e diversas pedreiras, juntamente com as ruínas arqueológicas do Adro de S. João, concelho de Terras de Bouro.

Alfândega da Fé continua com a divulgação do seu património

O património arqueológico de Alfândega da Fé esteve em destaque nas II Tertúlias de Arqueologia. A iniciativa teve lugar a 27 de janeiro na Casa da Cultura Mestre José Rodrigues.

Tertúlias de Arqueologia
Integrada num ciclo de encontros dedicados ao património este evento trouxe a debate o património arqueológico no primeiro PDM de Alfândega da Fé e as primeiras comunidades humanas em Alfândega da Fé. Intervenções a cargo do Professor Francisco José Lopes e do Arqueólogo Fernando Vaz, respetivamente.

Esta foi a forma encontrada pela autarquia de promover o debate e a reflexão sobre questões relevantes do ponto de vista cultural, ao mesmo tempo que dá a conhecer o património concelhio. Estas Tertúlias assumem, assim, uma função pedagógica promovendo o conhecimento da história do território e simultaneamente provocando a reflexão sobre a necessidade de o preservar e valorizar. Foi isso que aconteceu na noite de 27 de janeiro, num ambiente informal, a conversa fez-se acompanhar da degustação das iguarias locais.


As próximas Tertúlias vão ter lugar no mês de março. Estas iniciativas são também entendidas como uma forma de potenciar o turismo cultural através da divulgação e valorização do património existente no concelho.

NI Câmara municipal de Alfândega da Fé

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