Um cinismo atroz

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1611509228434{margin-left: 26px !important;}"]

Como se sabe, está em curso mais uma tentativa de destituição de Donald Trump, que será já a segunda. Nunca nutri por Trump um ínfimo de simpatia, e, ao menos a partir de certo momento, dei-me conta de que Trump poderia vir a conseguir deitar por terra a estrutura política dos Estados Unidos, tal como sempre esta foi conhecida.

Indiscutivelmente, Donald apanhou toda a gente desprevenida, em face do seu modo brutal de atuar, um pouco ao tipo quântico – ou és incondicionalmente por mim, ou és contra mim –, mas há um êxito que tem de atribuir-se-lhe: não atirou os Estados Unidos, neste seu mandado, para mais uma guerra. Uma rea-lidade sobre que ainda terei de esperar para ver, agora que Joe Biden chegou à Casa Branca. A verdade, como escrevi logo pouco depois da vitória de Trump, é que os velhos soviéticos sempre preferiram administrações republicanas às democratas.

Nancy Pelosi referiu recentemente que Donald Trump será acusado de ter incitado um ataque ao Capitó-lio, nos termos do que os diretos deste lugar nos permitiram acompanhar, quase ao pormenor. E explicou mais, Nancy Pelosi: sabemos que o Presidente dos Estados Unidos incitou esta insurreição, esta re-belião armada, contra o nosso país, pelo que deve ir embora, pois é um perigo claro e presente para a nação e para todos nós. E continuou: Trump semeou dúvidas egoístas sobre a democracia e procurou, de forma inconstitucional, influenciar funcionários do Estado a repetir esta rebelião armada contra o nosso país. E, por fim, defendeu que Trump mentiu repetidamente sobre o resultado das eleições presidenciais de 03 de novembro, que deu a vitória ao democrata Joe Biden.

Tudo isto tem imenso de verdadeiro, mas ainda atribuo uma probabilidade não nula, embora ínfima, à hipó-tese de poder ter tido lugar uma fraude eleitoral. Em essência, por duas razões. Por um lado, porque, a ser assim, não seria algo novo em absoluto nos Estados Unidos, bastando recordar a vitória de Kennedy sobre Nixon e a de Bush (filho) sobre Al Gore. E, por outro lado, pelo que já expus sobre o meu modelo explicativo para esta hipótese.
Em contrapartida ao exposto por Nancy Pelosi, os republicanos acusam os democratas de terem uma longa agenda política contra Donald Trump desde o início do seu mandato. E isto é uma realidade, porque a clique democrata sediada em Washington nunca conseguiu digerir a vitória de um político com as caraterísticas de Donald Trump.

Tem o republicano Jim Jordan, do Ohio, toda a razão, quando agora salienta que logo que Donald Trump tomou posse, em 2017, o The New York Times escreveu que começara a contagem decrescente para a destituição do 45.º Presidente dos Estados Unidos, sendo o objetivo dos democratas atingir pes-soalmente o líder republicano. Com razão, os republicanos consideram que realizar um julgamento polí-tico a Trump é perigoso, neste momento da democracia norte-americana. Precisamente o que Louie Gohmert, da Câmara dos Representantes, refere: tentar destituir o Presidente é perigoso, porque vai dividir o país e vai criar instabilidade.

Num outro domínio, mas de grande relevância, situa-se o bloqueio a Donald Trump, operado pelas empre-sas de plataformas digitais, com o argumento de que as mensagens daquele ameaçavam a democracia e incitavam ao ódio e à violência. Significa isto, pois, que estes gigantes tecnológicos acabam por reconhecer a sua responsabilidade pelo estado a que tais plataformas permitem chegar um Estado, mormente se nele funcionar um Estado de Direito Democrático. Veremos se alguma mudança irá ter lugar neste domínio, ou a democracia ter-se-á tornado numa simples máscara política. Para já, não consta que uma qualquer iniciativa de reconduzir estas empresas ao seu devido lugar esteja em curso.

Como se percebe, não adivinho o futuro. Todavia, se o Senado vier a condenar Donald Trump, teremos, então, a oportunidade de assistir a uma vil manifestação do mais atroz cinismo, porque o que se passou nos Estados Unidos, com Trump na Casa Branca, dispôs sempre, no plano político, do quase cabal apoio dos republicanos, e logo a começar pelo anterior líder do Senado.

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As eleições presidenciais

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1611064253001{margin-left: 26px !important;}"]Estão à vista as eleições para o Presidente da República, quando falta o tempo de uma semana, mesmo um pouco menos. Umas eleições repletas de lições, e de natureza mui diversa. Um ato sobre que se justifica meditar um pouco, tanto nos seus antecedentes próximos, como nos candidatos e no tempo que vai suceder-lhe. Olhemos, pois, estas realidades.

Em primeiro lugar, os candidatos. Temos o atual Presidente da República que, dentro da tradição mais empírica, volta a ser o mais beneficiado. Num certo sentido, esta eleição é, de certo modo, realmente inútil, dado que é praticamente certa a sua vitória.

O primeiro mandato de Marcelo Rebelo de Sousa foi muitíssimo bom, concitando, por isso mesmo, um grande apoio por parte da grande maioria dos portugueses. A sua intervenção, de um modo indiscutível, fez-se, de maneira imensamente geral, à luz da Constituição da República, mas eivada de uma marca assaz singular: a sua visão da vida, pessoal e da comunidade, suportada no melhor pensamento social-cristão.

Marcelo soube, para lá do que a esmagadora maioria poderia imaginar, trabalhar intimamente com o Governo, com a Assembleia da República e com os Poder Judicial. Todavia, dentro da natureza das coisas, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa também cometeu erros, nem sempre estando onde quase todos esperavam. O balanço, todavia, é enormemente positivo. Por isso mesmo, e pela tradição forte no cargo, ele voltará a ser escolhido para o cargo de Presidente da República.

A candidatura de Ana Gomes, infelizmente, viu-se marcada por alguma impreparação na abordagem estratégica que se poderia esperar. Sem nexo, Ana Gomes tomou como objetivo principal da sua campanha a crítica frontal à intervenção presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa, quando o essencial seria defender a democracia e o nosso Estado de Direito, apontando os perigos para a liberdade que realmente estão presentes na candidatura de André Ventura.

Sendo certo que Marcelo Rebelo de Sousa será o vencedor desta eleição, seria expectável que os restantes candidatos democráticos e que se reveem na Revolução de 25 de Abril e na sua Constituição de 1976, se determinassem a apontar os perigos omnipresentes na campanha eleitoral de André Ventura. E bastaria referir dois pontos concomitantes: o que todo o mundo pôde ver com Donald Trump, nos Estados Unidos, e o convite operado por este, ou por republicanos credenciados, a André Ventura a fim de estar presente na convenção da Florida, que a COVID-19 já não veio a permitir. Nem sequer conseguiram evitar as críticas a Marcelo, durante o primeiro mandato, em vez de apresentarem uma grande estratégia presidencial a ser aplicada, se viessem a vencer, para o segundo mandato.

Quanto a Marisa Matias, há dois dados importantes e essenciais a apontar: nunca nos devemos banhar duas vezes nas mesmas águas, e é essencial acreditar na utilidade de uma campanha eleitoral, mesmo sabendo-a perdida com antecedência. Deverá vir a ser, quase com toda a certeza, a futura grande desilusão desta eleição presidencial. E convém não esquecer a parte penalizadora da política suicida, para os interesses dos portugueses, por parte do Bloco de Esquerda, ao redor do Orçamento de Estado para 2021.

Por fim, João Ferreira. Tenho para mim, mesmo incluindo aqui Marcelo Rebelo de Sousa, que as suas intervenções foram as mais bem estruturadas destas eleições presidenciais. Abordou o passado deste primeiro mandato, olhou a Constituição da República, e apresentou propostas de intervenção para o próximo mandato presidencial. Simplesmente, João Ferreira tem um problema: é do PCP, pelo que, se disser que 2+2=4, quem o escuta na grande comunicação social logo dirá que o resultado é 5 ou 6. É um problema muito antigo e que só marginalmente tem que ver com o comunismo, porque a causa principal desta reação primária suporta-se na postura sempre individualista e materialista da enormíssima maioria das pessoas e por toda a parte: basta ouvir o que nos diz o Papa Francisco, para logo se perceber que o mundo nunca o seguirá, egoísta como naturalmente é.

Dos restantes candidatos nem vale a pena falar, com duas curtíssimas referências. De Tino de Rans esperar-se-ia sempre uma defesa fortíssima da Constituição da República, o que, infelizmente, não fez. E de André Ventura eu mesmo esperava que não descesse tão baixo, para mais longe do original que agora parece estar nas aflitinhas com a Justiça dos Estados Unidos. Nem sequer foi sincero, explicando, de um modo claro, que o seu principal objetivo é colocar um ponto final no espírito da Revolução de Abril e na sua Constituição de 1976, lançando os fundamentos de uma democracia iliberal, do tipo húngaro, polaco ou norte-americano. Haverão umas dúzias de concidadãos nossos que realmente poderiam ganhar com a vitória de um tal candidato, mas a enormíssima maioria dos portugueses acabaria por perder quase tudo o que se conseguiu por via da Revolução de Abril e da Constituição da 1976.

Quanto aos condicionalismos surgidos por via da pandemia, a verdade foi exposta pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa: fazer uma oitava revisão constitucional, mas para realizar as eleições em que data?! De resto, quem poderá ter a perder com estes condicionamentos eleitorais é o próprio Marcelo Rebelo de Sousa, o que faz aumentar a sua legitimidade. Pelo contrário, uma maioria de André Ventura em face de Ana Gomes só poderá ficar a dever-se ao referido condicionamento, o que retira valor ao seu resultado. Objetivamente, o condicionamento da pandemia condiciona quem perde, não quem ganha.

Por fim, a abstenção. Tudo aponta para que esta possa vir a assumir um valor inusual. Simplesmente, tal realidade não tem outro valor que não seja o determinado pelas condições derivadas da COVID-19. De modo que se impõe agora aos portugueses um esforço forte para estar presente no ato eleitoral, mas também para defender o Estado de Direito Democrático consagrado na Constituição de 1976, que tantas vantagens humanas e sociais trouxe à esmagadora maioria dos portugueses. Cá estaremos para ver o que nos irão dizer os portugueses em matéria de defesa da liberdade e da democracia... Depois do concurso sobre O MAIOR PORTUGUÊS DE SEMPRE, estas eleições serão a sondagem mais importante no plano político-constitucional.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Sem limites

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1610562452846{margin-left: 26px !important;}"]Continuo a ficar pasmado com o modo como os nossos canais televisivos se deitam a noticiar a evolução da COVID-19 entre nós, sempre com um tom alarmista, e também acompanhados de uma evolutiva bateria de técnicos, eles também ajudando, digamos assim, a chover no molhado.

Esta fantástica baralhada, a nós trazida pela nossa grande comunicação social televisiva, chega mesmo a conseguir informar-nos, por igual, que a relatada situação está neste momento a ter lugar em países os mais diversos, incluindo os normalmente apontados como de ponta, onde a organização será, supostamente, excecional – é o que é repetido à saciedade –, e tudo, com a maior naturalidade, sempre apresentado com um tom verdadeiramente dramático.

Se não se estivesse perante uma situação muitíssimo desagradável e perigosa – a todos os níveis –, seria risível ouvir uma bateria de especialistas nossos apontarem uma sucessão de críticas à ação dos seus colegas, mas, muito acima de todos, aos governantes: tudo terá sido tardio, falta gente, camas e materiais diversos, apontam-se os testes rápidos, embora logo outros digam que os resultados fornecidos por estes são pouco fiáveis, enfim, critica-se a esmo e pede-se o que ninguém ainda descobriu em parte alguma do mundo.

No meio de tudo isto, surgem as usuais fantásticas críticas dos nossos comentadores, como há dias se pôde escutar a Luís Marques Mendes: o Natal foi um erro. Todavia, ditas estas palavras, de pronto surgiram outras: foi um erro de todos os partidos, porque todos aceitaram a ideia. E como o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa há dias reconheceu, também ele falhou, porque o contrato de confiança com os portugueses soçobrou. Ou seja: debate-se, afinal, o inútil e consabido.

No meio de tudo isto, falta o essencial, só abordado, infelizmente, por muito poucos: a responsabilidade de cada um dos portugueses. A nossa dita democracia tem este problema: ninguém quer ficar mal na fotografia perante os portugueses, e ainda menos perante os jornalistas. E como estes não se criticam entre si, o que vão perorando, bem ou mal, lá vai fazendo alguma escola. Certas notícias chegam mesmo a gerar uma sucessão temporal informativa: um conta às 20.00; outro às 21.00; outro às 23.00, etc..

Disse hoje a Ministra da Saúde que, se vier a mostrar-se necessário, recorrerá o Governo à requisição civil dos hospitais privados, se estes, porventura, se reusarem a tratar doentes com COVID-19. Simplesmente, torna-se claro que o recurso a um tal mecanismo gerará logo um novo coro de intervenções. E intervenções críticas: deveria ter sido antes, faltou diálogo, os custos do ato médico são pagos abaixo do custo real, por aí fora. Os arautos destas críticas, bom, são sensivelmente os mesmos de sempre: políticos oposicionistas, jornalistas, analistas, comentadores, técnicos do setor da Saúde, etc., etc..

É para mim ainda verdadeiramente espantoso o modo como se tratam os interesses de Portugal e dos portugueses, atacando, quase sem limites, a Ministra da Saúde, Marta Temido, quando todos sabemos o que vai pelo mundo no domínio da COVID-19, bem como o modo competente e dedicado com que a ministra e os responsáveis pelo setor da Saúde têm trabalhado. Quem ouve a grande comunicação social televisiva fica com a ideia de que a solução a contento de uma amplíssima maioria de portugueses estará ali, mesmo à esquina mais próxima. Simplesmente, este é o tipo de comportamento social que tem feito crescer a Extrema-Direita por largas partes do mundo. No fundo, foi isto que Trump, O Bronco, foi praticando ao longo do seu mandato e logo desde a campanha eleitoral: a elite no poder é um horror, não realiza o bem comum, ali estava ele, desejoso de realizar essa tarefa em prol dos seus concidadãos. Mas se é verdade que a grande comunicação social norte-americana, de um modo muito geral, desde sempre pôs Trump em causa, por cá está a repetir-se, com as naturais adaptações, a prática autodestrutiva que teve lugar na I República... Uma tristeza.

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A fantástica pândega americana

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1610207584117{margin-left: 26px !important;}"]O acaso da vida permitiu que o mundo tenha podido assistir (e em direto!) ao inesquecível episódio do assalto ao Capitólio, em Washington, por parte dos apoiantes de Trump, O Bronco, depois de este os ter incentivado a encaminharem-se para o local. E não custa reconhecer que os livros de História Universal, ou os de História dos Estados Unidos da América, conterão amplos capítulos em torno deste mandato de Trump, O Bronco. Surgirão mesmo tratados, teses e dissertações sobre o que foram estes quatro anos da presença de um sujeito como este na Casa Branca e na política mundial. Portanto, reflitamos um pouco sobre o que nos foi dado ver (e em direto!).


Em primeiro lugar, o cabalíssimo falhanço da segurança do Capitólio. A verdade é que não se tratou de um falhanço, antes da atitude derivada das polícias, nos Estados Unidos, se terem rendido à retórica de apoio sem limites de Trump, O Bronco.


Em segundo lugar, imagine o leitor que este assalto tivesse sido perpetrado por negros. Bom, é simples imaginar o morticínio que ali viria a ter lugar. E tudo, logo, com Trump, O Bronco, a apoiar a ação policial, invetivando os criminosos invasores e negros.


Em terceiro lugar, recordo as palavras de Bento Rodrigues, no noticiário da SIC, na hora do almoço: uma tentativa de golpe de Estado. Um dado objetivo e indiscutível, logo corroborado por uma norte-americana atingida pelo gás lacrimogéneo: nós estamos a invadir o Capitólio, isto é uma revolução. Portanto, surge a questão: irá Trump, O Bronco, ser responsabilizado pelo que se passou? Claro que não! E sabe o leitor porquê? Pois, porque os Estados Unidos, hoje como sempre, não são um Estado de Direito, e porque até Trump se pode perdoar a si mesmo e a familiares e amigos! Simplesmente inimaginável!!


Em quarto lugar, a brutal fuga dos apaniguados de Trump, O Bronco, que logo desapareceram como que em combate. Já reparou que Mike Pompeo se evaporou...? E deu-se conta de que, afinal, nada funciona nos Estados Unidos em termos constitucionais? Tudo está previsto, embora possa não o estar. Uma fantástica pândega constitucional e legal! Uma borracheira!!


Em quinto lugar, o leitor já se deu conta de que os nossos indefetíveis defensores de Trump, O Bronco, também se evaporaram? Que é feito, para lá de André Ventura – recorde-se o que André escreveu sobre as consequências de uma vitória de Joe Biden...–, dos nossos supremos intelectuais, que nos surgiam nas televisões a defender a ação política de Trump, O Bronco, no seu mandato? E apercebeu-se de que depois de apontarem o cinzentão Biden, lhe vêm agora reconhecer um valor político inesperado...? Era cinzentão, mas agora já é dourado. Verdadeira alquimia.


Em sexto lugar, convém não olhar apenas aqueles dois milhares de loucos que por ali andaram a invadir o Capitólio, porque Trump, O Bronco, recebeu quase sete dezenas e meia de milhões de votos de concidadãos seus. Como agora se percebeu ao vivo, há duas Américas no interior da grande América, consequência de uma sociedade desumana, anormalmente desigual, com uma fantástica mancha de pobreza, com um racismo estrutural, omnipresente e ativo, que sempre viveu para a guerra, um pouco por todo o mundo, e onde a violência está sempre presente a cada esquina.


E, em sétimo lugar, o que eu pude já escrever há um tempo atrás: Trump, O Bronco, pode ter sido o vencedor das recentes eleições, embora a probabilidade deste acontecimento seja muito pequena. Um caso que, a dar-se, poderia ser derivado de algo similar ao que se deu, entre nós, com a histórica urna de Chelas: o seu roubo foi, quase com toda a certeza, obra de militantes do PSD e do PS, tendo como finalidade impedir a continuidade de João Soares em Lisboa. É que se havia criado a crença na regra empírica de que quem ganhasse Lisboa, chegaria a Belém. E havia muita gente, mesmo no seio do PS, que desejava pôr um fim no que entendia como sendo uma monarquia soarista.


Acontece que muita gente norte-americana de poder, democrata ou republicana, dos setores mais diversos, já não queria que Trump continuasse para um segundo mandato. E, como por igual escrevi, um segundo mandato era-lhe essencial para pôr um fim da democracia norte-americana, tornando-se um ditador e fazendo alastrar ao mundo a sua influência. Como escrevi, nasceria, aí, a grande ditadura mundial...


O mundo pôde ver, em direto, o que realmente são os Estados Unidos, com a tal sua constituição que é um tudo em nada. É um Estado, dito democrático, mas onde a lei não é igual para todos. Trump, O Bronco, até se pode perdoar a si mesmo, aos seus familiares e aos seus amigos!!


No meio de tudo isto, esta verdade, que aqui asseguro honrosamente: passados os primeiros instantes sobre o que estava a decorrer, bom, nunca mais parei de rir. Ainda hoje, quando visiono aquelas imagens, volto a sorrir de um modo bastante aberto. Eu estou certo da minha previsão sobre o que se daria com a presença de Trump na Casa Branca em mais um mandato, mas nunca imaginei assistir a uma cena como as desta invasão. Também previ – em 1982, em férias na Nazaré – que viriam a ser lançados aviões sobre as cidades, mas nunca me ocorreram as cenas que pude agora ver. É a fantástica pândega americana.


Por fim, uma notinha: já reparou que os que dizem que a imagem de Portugal está terrivelmente marcada pelo falso caso do procurador José Guerra, de pronto nos dizem que os Estados Unidos não ficam minimamente beliscados com o que agora se viu...? E então...?[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

A chicana do desespero

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1609838613658{margin-left: 26px !important;}"]Quem acompanha os meus textos sabe já do meu conselho de há uma boa imensidão de tempo: coloque as sondagens de lado, pense por si, se acaso se interessa pelo interesse do País e pelo seu, e decida depois, evitando deixar-se levar por meros números. O acaso da vida, neste domínio das previsões, está até hoje muito bem ilustrado com o que se passa com a COVID-19 e as vacinas. Portanto, em política, pense por si e decida com a garantia que vier a conseguir.


Acontece que cada um de nós dispõe também da sua própria sondagem, conseguida por via do que vê e ouve nas convivências correntes de que é parte. Tudo junto, o que se percebe é que o Governo, tal como o Presidente da República, continuam a receber a compreensão e o apoio da maior parte dos portugueses que lá se determinam a tratar o tema da política, o que é raro.


Ora, a Direita e a Extrema-Direita conhecem isto muitíssimo bem, tornando-se evidentes algumas coisas importantes. Por um lado, o Governo atual, bem como o da Geringonça, permitiram a uma imensidão de portugueses reconquistar o que a anterior Maioria-Governo-Presidente, estrategicamente, se preparava para extinguir. Por outro lado, a Direita e a Extrema-Direita não nos explicitam, de um modo minimamente concreto, o que pretendem fazer com o Estado Social: Serviço Nacional de Saúde, Segurança Social Pública e Educação Pública. Quais são, em concreto, as mudanças que pretendem implementar? Bom, simplesmente não respondem. De facto, nenhum político que tem como objetivo pôr um fim no Estado Social o poderá dizer... Portanto, a Direita e a Extrema-Direita lançam mão de tudo o que possa servir de caso, logo aproveitado pela grande comunicação social, ávida de audiências. Passou a valer quase tudo.


Um dos casos mais recentes, a que a Direita e a Extrema-Direita logo deitaram mão, é o do procurador José Guerra. Num ápice, a grande comunicação social, concomitantemente com aquelas duas áreas, ávida de audiências, de pronto lança raios e coriscos sobre o modo como o caso que conduziu à escolha de José Guerra se processou.


A Ministra da Justiça, na sua entrevista de ontem à RTP, no noticiário da hora do jantar, explicou claramente o que me pareceu não ter sido, ao final de toda a conversa, completamente transmitido aos portugueses, tantas foram as interrupções do entrevistador e as misturas de nota com carta e etc.. Portanto, pensando ter compreendido bem o que a Ministra da Justiça pretendia explicar, tento agora fazer alguma luz no falso problema, posto a correr, malandramente, por boa parte da grande comunicação social.


Foi criada uma estrutura judicial destinada a controlar os manuseios de dinheiro na União Europeia, creio que na sequência da criação da tal bazuca.


Cada Estado da União Europeia terá naquela estrutura um procurador. Desconheço se as candidaturas são por iniciativa individual, mas creio só poder ser assim.


Uma estrutura de seleção internacional avaliou os diversos candidatos surgidos por cada país e ordenou-os do primeiro para o último.


Esta estrutura colocou em primeiro lugar certa procuradora e em segundo lugar o tal procurador José Guerra. Simplesmente, esta seleção não é vinculativa para cada Estado, apenas indicativa.


O resultado chegou ao Conselho Superior do Ministério Público, que tomou a decisão de escolher José Guerra e não a tal procuradora.


O Conselho Superior do Ministério Público conhecia perfeitamente o currículo dos dois procuradores em causa. Sabia, portanto, que José Guerra, tal como a colega, não era Procurador-Geral Adjunto. Porém, escolheu, como era de seu direito, o que entendeu como sendo o melhor: José Guerra.


Esta decisão do Conselho Superior do Ministério Público não era vinculativa para o Governo, que poderia ter optado pela da tal comissão internacional. Mas o Governo, olhando a regra da separação de poderes, aceitou a escolha tomada pelo Conselho Superior do Ministério Público.


No meio de tudo isto, há uma nota das estruturas do Ministério da Justiça que foi enviada ao embaixador de Portugal junto da União Europeia. Nesta nota existem lapsos: diz-se que José Guerra seria Procurador-Geral Adjunto, mas não a tal procuradora. E dizem-se mais duas imprecisões sobre José Guerra, embora uma delas esteja mal explicada e não seja, de facto, uma imprecisão. Um dado é certo: estas imprecisões sobre José Guerra, ao nível da tal comissão internacional, levaram a que ficasse em primeiro lugar... a tal procuradora, e não José Guerra. Uma pândega!!


Por fim, não sendo a decisão da tal comissão internacional vinculativa, houve Estados que as seguiram e outros que não o fizeram. Não o fez Portugal, mas também não o fizeram a Bélgica e a Bulgária. Brincando um pouco, talvez também o nosso poder soberano tenha estado por detrás destas duas outras decisões.


A causa de toda esta baralhada é só uma: atacar o Governo de António Costa a qualquer preço. Sobretudo agora, com bons milhares a rezas pelo falhanço na campanha de vacinação e diversos outros a tudo tentarem para pôr em cheque a muitíssimo boa imagem de Portugal e do seu Governo no seio da União Europeia. Por tudo isto, insto de novo o leitor a tentar ler o discurso de Salazar no Palácio da Bolsa, no Porto, ao início da década de cinquenta, porque ajuda a perceber o que está hoje a passar-se por entre nós.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Rio que se cuide…

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1609170727333{margin-left: 26px !important;}"]Recordo hoje muito bem o clima, já de brincadeira, com que se chegou a olhar a ação política de Pedro Passos Coelho, já muito depois da entrada em funcionamento da Geringonça, quando acabou por ter de deixar a liderança do PSD. A grande verdade é que o tal Diabo nunca chegara, ao mesmo tempo que o Governo lá foi recolocando a qualidade de vida dos portugueses no lugar muito próximo do que lhes era devido.

Recordo, por igual, o que os nossos jornalistas, analistas e comentadores sempre disseram depois da saída de Pedro Passos Coelho da liderança do PSD: com esta saída, António Costa perde o seu principal escudo defensivo, porque a tática seguida por Pedro Passos Coelho simplesmente falhou e já só servia para o desgastar, bem como ao seu partido, ao mesmo tempo que a Geringonça se fortaleceu e lá foi levando a carta ao Garcia.

No entretanto, lá voltou a surgir Pedro Santana Lopes, mas também o eternamente anunciado Rui Rio. Sem espanto, triunfou este último. Simplesmente, o PSD continuava lá, tal como sempre havia habituado os portugueses interessados na política, dançando sem parar, desde o vira do Minho ao Rock . O vento estimado era a única força que o fazia mexer, fruto de um conhecido mal congénito: um partido social-democrata neoliberal, suportado em barões, condes, marqueses e duques, que se foi sempre mostrando como uma espécie de tudo em nada.

Hoje, o PSD vive perante este dilema: sem poder dizer-se neoliberal, anunciando, abertamente, que o seu grande objetivo é destruir o Estado Social, já teve a coragem – é, de facto, precisa coragem...– de se ligar ao Chega! de André Ventura, ao mesmo tempo que, já sem tibiezas, velhos barões vêm a terreiro dizer que o Chega! até nem chega ainda, porque se impõe ir bem para lá do acordo estabelecido nos Açores.

No tempo de Pedro Passos Coelho o PSD estava a 10 ou mais pontos do PS, este sempre sem maioria absoluta, mas hoje a posição é a mesma, ou a distância poderá até ser maior. E se Rui Rio não acredita na sondagem do Expresso, brincando mesmo com o que não devia, os que nunca o aceitaram voltam a pensar no já estafadíssimo Pedro Passos Coelho – falta, objetivamente, renovação no PSD –, o tal por cuja saída da liderança fizera António Costa perder o seu principal escudo defensivo. A sorte – e o azar, claro – está na esperança, porque ela é a última a morrer. Até o CDS de dos Santos também consegue manter a esperança! Temos, pois, esperança para dar e vender.

Esta esperança, de facto, surgiu por via do novo coronavírus, que nos criou a pandemia de COVID-19. Uma realidade que, de facto, deitou por terra toda a lengalenga da doutrina económica de Pedro Passos Coelho, porque este objetivo diabo criou problemas nas sociedades mais modeladoras do princípios económicos neoliberais, logo a começar pelos Estados Unidos. Não era, afinal, o Diabo, mas um aviso sobre o fim do mundo...

Pelo sim, pelo não, os ditos democratas do PSD, mas que nunca aceitaram Rui Rio, com um partido já envelhecido, lá se viram na obrigação de colocar a sua nova esperança no esgotado Pedro Passos Coelho. E então há mesmo quem nos venha dizer que o potencial deste está intocável!! Talvez, mas só se for com alguma ajuda de caminho. E esta só poderá provir do atual Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que, como muito bem diz Ana Gomes, ora se encosta a(o PS de) António Costa, ora lhe tira tapetes aqui ou ali. Que esta reeleição de Marcelo é um risco para os eleitores que se reviram na política da Geringonça, pois, é uma evidência. Uma evidência tão forte quão simples de perceber.

Não faltam hoje dados que nos permitam perceber a movimentação que está a dar-se ao redor da reeleição de Marcelo, suportada num sonhado falhanço da vacinação contra a COVID-19, mesmo que as vacinas deixem de ser enviadas, com violação frontal dos acordos estabelecidos. Num ápice, sem real espanto, aí nos surgiram as intervenções de Cavaco, o novo livro de Catroga, a apregoada esperança no infindo potencial de Pedro Passos Coelho, as intervenções deste mesmo, o badalar concomitante da grande comunicação social, etc.. E depois, a fase de tapetes tirados pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, apesar de facilmente se perceber que Eduardo Cabrita fez, de um modo imensamente geral, tudo o que lhe competia. Um dado é agora certo: estamos à espera dos resultados do Sistema de Justiça neste domínio do senhor ucraniano falecido no Aeroporto Humberto Delgado. De resto, temos aí a nova jogatina da nossa grande comunicação social, que é a conversa da responsabilidade política... Se se tratar de alguém do PS, claro está.

Como pude já escrever, e como tão evidentemente se percebe, parar esta máquina de terraplanagem sobre a Constituição da República, com destruição clara do Estado Social, pressupõe esta coisa simples: quem realmente o defende e pôs de pé, deve unir-se e fazer frente à máquina da Direita e da Extrema-Direita, hoje já imensamente esperançados no segundo mandato de Marcelo. Reformar, como tantos e tão diversos dizem há décadas, é pôr um fim na Constituição da República e nas mudanças que a Revolução de 25 de Abril trouxe à enorme maioria dos portugueses. Portanto, Rui Rio que se cuide, e que assim procedam, por igual, o PS e os partidos da Esquerda. É o que os portugueses, de modo amplíssimo, esperam da Geringonça que se deixou ir abaixo por culpa não sua.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Um perigoso desnorte

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1608463554336{margin-left: 26px !important;}"]Uma entrevista recente de Marisa Matias, candidata ao Presidente da República, veio mostrar uma espécie de moeda com dupla face: de um lado a razão da verdade, do outro a falta de atenção ao que é central para quase todos os portugueses. Precisamente o que, em conversas com amigos, tenho referido como um certo desnorte do Bloco de Esquerda.


Em primeiro lugar, tem Marisa Matias a mais cabal razão quando refere que quem recusou a existência da Geringonça não foi o Bloco de Esquerda, foi o PS. Esta recusa deveu-se a uma multiplicidade de fatores, muitos deles ligados a velhos tiques por parte de dirigentes do PS, que sempre viveram um terrível pânico em face do Bloco de Esquerda, e de outros que sempre consideraram uma unidade à Esquerda, mesmo que em defesa de aspetos centrais para os cidadãos, como um caminho a recusar liminarmente. Bom, o resultado está à vista.


Em segundo lugar, também assiste razão a Marisa Matias quando refere a falta de uma voz na defesa clara e inequívoca do Serviço Nacional de Saúde. A verdade é que a Ministra da Saúde, Marta Temido, tem sido a sua estrénua defensora, embora não faça milagres. Mau grado todas as limitações, a verdade é que a falta daquele serviço, com tudo entregue aos privados, daria no que diariamente nos chega dos Estados Unidos...


Em terceiro lugar, aborda também a eutanásia, que considera um dos temas que realmente precisa de ser discutido, mas achando, com lógica, que há um momento em que se tem de decidir e que tal passo já devia ter sido dado. Simplesmente, com alguma ingenuidade aparente, lá diz esperar que a lei da eutanásia, se for aprovada na Assembleia da República, não seja bloqueada em nenhuma das esferas do poder. Então e o atual Presidente da República? Será que ele continuará, num cenário de aprovação parlamentar, a aceitar a separação de poderes, ou antes irá atuar como se la loi c’est lui?


Em quarto lugar, tem Marisa Matias toda a razão quando refere que o PS se demitiu do combate nas presidenciais. E continua a ter razão quando refere que é lamentável que, num país com uma maioria de centro-esquerda, esta não se faça representar nas eleições presidenciais. Simplesmente, há aqui um dado a ter em conta: falta alguém com carisma suficiente para concitar um apoio maioritário numa eleição para o Presidente da República, e que seja capaz de definir uma grande estratégia para Portugal, mas também garantir a defesa da Constituição da República, mormente ao redor da importância central do papel do Estado Social.


E, em quinto lugar, perda a razão quando refere que o Orçamento do Estado para 2021 é um orçamento fora de tempo, que não foi feito para tempos de pandemia, porque não traz a proteção necessária. É uma afirmação híbrida, com e sem razão, mas que, se levada à letra, como infelizmente fez o Bloco de Esquerda, poderá vir a ajudar a deitar por terra todas as grandes conquistas que se conseguiram com a ação política da Geringonça.


Os portugueses estão primeiro, como primeiro estão as suas reconquistas, sendo-lhes incompreensível que o Bloco de Esquerda, para defender a sua razão, acabe por pôr em risco o que de mais importante a Geringonça lhes devolveu. Ter razão, em política, está muito para lá da mera razão da coerência, havendo sempre esta de ser entroncada com os perigos advindos dessa mesma coerência. No fundo, se quisermos ser objetivos, o que o Bloco de Esquerda seguiu foram os ventos de um perigoso desnorte.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

O criminoso caso do SEF

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text]Há momentos de rara infelicidade e seja com quem for, desde os mais inteligentes aos que o são menos, das principais personalidades da nossa comunidade às que pouca representatividade têm, para além da sua própria pessoa e no seu círculo restrito de familiares. Não há quem não tenha, ao longo da sua vida, momentos de infelicidade. Um dos nossos concidadãos que agora teve um momento de rara infelicidade foi o nosso Presidente da Republica. Precisamente em torno do homicídio do cidadão romeno à entrada em Portugal, através do Aeroporto Humberto Delgado, há talvez um pouco mais que nove meses.

Estiveram em causa, neste homicídio, funcionários do nosso Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, (SEF), bem como um conjunto de outros concidadãos que terão tido, porventura, conhecimento do que ali se passou, sem que nada tenham feito. Há que esperar, pois, pelo final deste processo, até porque a sua complexidade terá de ter sido baixa. Esperemos, pois, que o conhecimento final deste caso surja a curto prazo, ao nível da primeira instância.

Acontece que o SEF nunca foi uma entidade prestigiada, porque assim se terá visto colocada ao longe de décadas. Um pouco como se dá com a ASAE, e muito mais, ainda, com o OSCOT. Recordo o SEF desde o tempo em que foi seu Diretor-Geral o almeidense, Ramiro Ladeiro Monteiro, que dali foi transferido para a liderança do SIS, sendo substituído naquela sua função pelo procurador Daniel Sanches, que foi depois, também, diretor do SIS e, mais tarde, Ministro da Administração Interna, cujas funções terminaram com o histórico contrato de última hora da rede SIRESP.

No tempo de Ramiro Monteiro, como logo depois no de Daniel Sanches, o SEF funcionava nas antigas e limitadíssimas instalações do velho Comando-Geral da PSP, frontalmente à Ordem dos Engenheiros, ao início da Avenida António Augusto de Aguiar. Era, todavia, o que, mais ou menos, sempre continuou a ser: uma instituição sem visibilidade, sem grande prestígio no domínio público, e cujas carreiras não terão sido completamente aplicadas, certamente depois de definidas em lei. Para que o leitor perceba que as coisas deveriam ser assim, basta que procure recordar-se, por exemplo, dos seus diversos dirigentes de topo.

Acontece que o País e os portugueses, de um modo muito geral, tomaram conhecimento da morte do tal senhor ucraniano. Tanto os detentores de soberania, como também o Ministério Público, as mais diversas polícias, funcionários diversos do Aeroporto Humberto Delgado, terão de ter percebido que o caso poderia revestir contornos estranhos, potencialmente explosivos. E quem diz em Lisboa, diz nos restantes aeroportos onde o SEF está presente. Este é um tema onde, inevitavelmente, de pronto deverá surgir ao pensamento de todos aqueles concidadãos antes referidos o mecanismo do tipo social de autor.

Por outro lado, há aqui que ter em conta que alguém da área médica terá tido que certificar o óbito do senhor. O que justifica esta pergunta: tudo era claro, não existia nada de estranho? Mas também as anteriores classes referidas teriam sempre de ter podido perceber que alguma coisa estranha se poderia ter passado. O próprio Presidente da República, sempre atento a todos os pormenores que possam mostrar algum impacto público, também nunca se referiu especialmente a este caso, quando o mesmo se havia desenvolvido num ambiente onde bem poderia estar presente algum tipo de hipotético abuso de poder.

Este tema traz-me ao pensamento as (para mim não acertadas) palavras do académico José Francisco de Faria Costa para José Alberto Carvalho, ainda na SIC Notícias, e a propósito de como é que a antiga Comissão de Fiscalização dos Serviços de Informações atuava: repare, nós temos de partir do princípio da boa-fé. Bom, caro leitor, fiquei algo perplexo, porque nenhuma grande potência atua deste modo, fazendo sempre intervenções periódicas, aleatórias, com o detetor de mentiras. E o mesmo se passa, por exemplo, com os estrangeiros, legais ou não, a trabalharem em Portugal em condições verdadeiramente desumanas. Não acredito, com plena sinceridade, que tenha lugar uma eficaz fiscalização destas situações, nomeadamente por via aleatória. E muito menos se deverá recorrer a drones.

Ora, nesta passada quinta-feira tive a oportunidade de escutar as palavras do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, ao redor deste caso, mas quando já se encontrava a oposição a cavalgar, partidariamente, a ideia de responsabilizar politicamente o Ministro Eduardo Cabrita. Sempre tão célere a defender a separação de poderes, seria mais lógico esperar pelos resultados finais. E, se acaso existia alguma coisa a dizer, mas no plano real, não no potencial com aparência de real, pois o que deveria ter feito era falar sobre o tema com o Primeiro-Ministro.

No fundo e neste caso, todos ficaram mal na fotografia, talvez com a singular exceção do Primeiro-Ministro. É claro que nós temos aí eleições presidenciais à vista, mas Marcelo, mesmo com a esperada grande abstenção, deverá ficar muito longe de Mário Soares. Nem lhe é, politicamente, comparável. Enfim, há que evitar intervenções como a mais recente, ao redor do homicídio do senhor ucraniano, porque o que logo salta ao pensamento é os efeitos de um tiro de oportunidade política, cavalgando a onda das oposições. Dá que pensar ao redor da hora de decidir sobre em quem votar...[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

O desespero é de morte

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1607508380784{margin-left: 26px !important;}"]A nossa Direita e a Extrema-Direita encontram-se num verdadeiro estado de desespero, fruto de não poder deixar de lhes ocorrer que a nova vacinação que se aproxima possa correr bem. Se hoje até já vamos ter vacinas, de pronto nos surgem a badalar que tal não é suficiente. Se o Governo, mesmo o Presidente da República, nos chamam a atenção para que muito também tem de ser feito sob nossa responsabilidade, é porque desse modo se pretendem desresponsabilizar da sua suposta falta de capacidade de comando e controlo! Uma terrível aflição!! Uma dolorosa sede de poder!!!


O que os nossos mais referentes órgãos de soberania têm feito, na sua ligação com os portugueses, nunca poderia ser o assumir de um ar triunfal, porque se assim fizessem, só teriam piores resultados. Mais do que para as suas políticas, sobretudo para os portugueses. E por isso o que tem sempre caraterizado as suas intervenções é a prudência, a ausência de garantias de triunfo fácil, mas sempre transmitindo a segurança que os portugueses poderão ter de que todo o melhor será feito.


No entretanto, por aí vão andando as sondagens. E o que estas nos mostram é que os portugueses não são fáceis de levar com três ou quatro cantigas. Parece que o Bloco dá mostras de descer, que o PCP se mantém, que o PS se sobe, é pouco, e que o PSD talvez mesmo dê indicações de alguma descida. Ah, e o CDS, com as fortes indicações de se aproximar do zero absoluto, mas da política. Até Matos Santos já se deu conta de que Francisco Rodrigues dos Santos vive a anos-luz de tantos que o precederam. E depois, o Chega!, que parece demonstrar que a política de protestar à Direita, dizendo o que se gosta de ouvir, dá para crescer. Mesmo que poucochinho.


Portanto, quem fala em sondagens, pensa em eleições. E é já com estas duas mais próximas que a Direita e a Extrema-Direita parecem contentar-se. Se para o Chega! as presidenciais são essenciais, já para o PSD o grande sonho é recuperar alguma coisa depois do tremendo tombo anterior. Todavia, percebe-se, quase com toda a certeza, que um certo tipo de derrota para o PSD poderá ser arvorado como... vitória. Ganha-se per-dendo, portanto.


Ontem mesmo, durante a manhã, dizia um laranja empedernido para certo amigo que, vendo-o entrar no café sem máscara, chamara a sua atenção: para mim, nem a vacina chega, só depois de ver os resultados ao vivo! Com o amigo já cá fora, debandado o laranja empedernido, lá referi para o meu conhecido, que o avisara: se o tipo fica à espera para ver se é verdade, morre do crescimento do conhecimento. Ao que o meu conhecido respondeu: sim, não vai morrer da cura.


Termino, pois, como comecei: o desespero da Direita e da Extrema-Direita destes dias, em Portugal, é verdadeiramente de morte. Sim, porque o que vai esta gente fazer se a vacinação correr bem?! Continuar a fazer de político oposicionista, completamente incapaz de dizer o que pretende fazer? Haverá de compre-ender-se que não é para todos os estômagos.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

A arte portuguesa de maldizer

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1606731177499{margin-left: 26px !important;}"]

É quase certo que o leitor não será o que se costuma designar por um jovem de idade, sendo imensamente mais provável que tenha já podido viver amplamente a vida. A ser assim, já terá somado um amontoado razoável de desilusões, depois de ter acreditado, ainda jovem, que as coisas iriam melhorar, mesmo com passos seguros a caminho do ótimo imaginado.

Ora, o dia de hoje terá trazido mais uma machada nos seus sonhos de sempre, porque certo estudo com algum gabarito nos dizia, sensivelmente, isto: Bomba relógio: as grandes cidades do mundo poderão dispor de potenciais novas pandemias. Devo dizer que nem achei estranho, porque lembro-me bem de Paulo VI ter chamado a atenção do mundo, numa sua intervenção nas Nações Unidas, para os riscos das grandes cidades.

Acontece que todos reconhecem, até de um modo simples, que os portugueses são especialmente dotados na arte de maldizer. Uma arte suportada numa pobreza crónica, geradora de inveja, que a tantos fez ir por esse mundo à procura de melhor sorte. O grande problema, contudo, foi o que se desenvolveu, ao longo das gerações, com os que ficaram.
Não custa reconhecer que as comunidades sedentárias dispões de uma população, entre si ligada por uma língua, com tradições de natureza diversa, logo a começar pelas de natureza religiosa, e politicamente organizadas. Como em tempos se dizia, e definia, existiam governantes e governados e uma autoridade soberana. Simplesmente, todas estas realidades podem assumir uma diversidade vasta de cenários.

Ora, entre nós continua presente, há uma boa imensidão de tempo, uma pobreza estrutural. Uma realidade que se materializa em problemas mais ou menos complicados, e que atingem todos, embora em situações diversas. No dias que passam, temos a atual pandemia, o surgimento do desemprego, a falta do essencial dinheiro atacar o inadiável e a incerteza perante o devir. E as certezas valem muito relativamente, para o que basta olhar as mais recentes dúvidas surgidas ao redor da vacina Oxford/AstraZeneca. E também há fome, tal como a mais que esperada consequência de tudo isto: graus diversos de loucura.

Claro está que é essencialíssimo enfrentar estes problemas, só que não existe uma solução, mas sim diversas soluções. E mesmo quando se deita mão de uma delas, em pouco tempo se percebe que as divergências começam a surgir sem parança, tudo se afastando do enunciado e do previsto.

Num dado momento, nas designadas democracias, se as coisas vão bem, a oposição não aplaude, mas se vão mal, a mesma pinta a coisa muitíssimo pior ainda. Um tema sobre que vale sempre a pena ler o tal discurso de Salazar, no Porto, no Palácio da Bolsa. Neste sentido, é hoje facílimo exigir o reforço do Serviço Nacional de Saúde, uma política de saúde adequada, um correto rastreio, sempre mais recursos, ainda mais planificação ao nível dos cuidados primários, etc.. É um momento de enorme facilidade, dado que se trata de simplesmente... propor e pedir.

Perante um tal desfilar, qual teorema plagiado, surge o naturalíssimo corolário português: o Governo não tem estado bem. Mas claro que quem assim fala se refere a António Costa, porque se as coisas fossem como se vê e estivesse no poder a anterior Maioria-Governo-Presidente, bom, tudo estaria a dar-se à luz das nossas possibilidades. E quem diz isto, diz o Congresso do PCP, operado à luz da legislação em vigor, precisamente para as situações de estado de emergência e de estado de sítio. Sem poder falar claro, fala-se por via do insinuês: tudo terá sido uma troca do PS com PCP e o resto! É um argumento ridículo, mas imagina-se que os portugueses, tantas vezes desatentos, lá enfiem o barrete.
Por fim, já numa situação de estertor, o lugar ao sonho: não será possível alterar a tal lei, que garante que nem no estado de emergência, nem no estado de sítio, a democracia pode ser suspensa? No fundo, como hoje pensam a Direita e a Extrema-Direita, os portugueses o que pretendem é ter o seu pilim no final do mês, porque eles mesmos fogem da política, dado que esta já não os toca.

A Direita e a Extrema-Direita portuguesas já só sonham com o regresso ao poder, mas agora, sob a orientação política do Chega! de André Ventura, para acabar com a atual democracia e aqui colocar uma IV República, a verdadeira, a legítima, a deles.

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As difíceis coisas simples do PS

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1605811156391{margin-left: 26px !important;}"]Em Portugal a posição política dos partidos nunca foi a referida publicamente, nem a sua intervenção pública foi determinada pelos princípios presentes nos programas. Foi assim com o PPD, mais tarde rebatizado como PSD, sendo aqui muito elucidativa a pequena, mas significativa, história passada entre Francisco Sá Carneiro e Barbosa de Melo, mesmo à beira da criação do partido, e recentemente contada por Miguel Pinheiro na TVI 24.


Também se conhece que o PSD foi o partido em que ingressaram os concidadãos interessados na política, mas oriundos da área do regime constitucional de 1933. E se Francisco Sá Carneiro começou por apresentar a Barbosa de Melo as linhas gerais de um programa realmente liberal, também num ápice mandou que lhe fossem operadas as mudanças essenciais a dele fazer um outro, mas mais social-democrata. Como natural consequência, também por via da intervenção de Mário Soares, nunca o PPD de então foi acolhido no seio da Internacional Socialista. Ou seja: o PSD foi sempre – hoje, nem se fala...– um partido da Direita. E foi deste processo de desenvolvimento que surgiram as mil e uma discussões de todo o tipo, com tomadas de posição as mais diversas e outras tantas mudanças de lugar na vida interna do partido. Uma verdadeira estrutura política circunstancialmente catavento.


Em contrapartida, o PS foi sempre um partido social-democrata, genuinamente defensor de aspetos essenciais à dignificação das pessoas, embora nunca tivesse deixado de acautelar, por igual, os grandes interesses económicos de uns quantos, do que resultou que acabasse por vir a ser o porteiro do regresso dos mil e um deserdados da Revolução de 25 de Abril. E teve uma caraterística muito marcante, já com raízes muito antigas, ainda com reflexos a cada momento: foi o partido que, em Portugal, mais se ligou à grande estratégia dos Estados Unidos.


O CDS acabou por ser o partido da grande maioria dos católicos mais proeminentes e interessados na política. Embora, note-se, tenham sempre estado presentes membros importantes da Opus Dei no PS, PSD e CDS. Mas a matriz essencial do partido foi a democracia-cristã, suportada por uma plêiade de católicos fortemente ligados ao magistério da Igreja Católica. Deriva desta realidade o facto de ter o CDS tido sempre um amplo espetro de apoiantes nas estruturas humanas de mais baixos rendimentos. A liderança, porém, esteve sempre nas mãos de gente da classe alta do País. Só mais tarde, após o surgimento de Manuel Monteiro, veio ali a triunfar uma prática claramente neoliberal, que se limitou a seguir o vetor principal da moda do tempo.


Por fim, o PCP. Bom, o PCP limitou-se a manter a sua matriz ideológica fundamental, organizando-se, embora democraticamente, em consonância com essa mesma matriz. Um dado é certo: o PCP tinha valores, nunca os renegou, e cá se mantém, ao contrário da generalidade dos seus congéneres mundiais que quase desapareceram, tal como se deu com os socialistas e com os social-democratas. Até o CDS foi minguando, estando hoje à beira da transição, com armas e bagagens, para a área do Chega!, o que acabará por conduzi-lo a uma extinção prática.


Durante anos, os portugueses tomaram a escolha presidencial como uma garantia de defesa dos valores da Revolução de 25 de Abril e da Constituição da República. Começou por ser assim com António Ramalho Eanes, até este se ter virado contra o PS, apoiando o surgimento do falido PRD. Mas logo se continuou com a eleição de Mário Soares, que enfrentou Salgado Zenha na primeira volta, acabando por vencer Diogo Freitas do Amaral, também com a lucidez política e a coragem de Álvaro Cunhal e do PCP. Depois, seguiu-se Jorge Sampaio, ele também uma garantia de se evitar a corrida para o precipício de Aníbal Cavaco Silva, como depois veio a poder ver-se. Desta vez – com a eleição de Cavaco –, faltou ao PS e aos partidos da Esquerda a tal lucidez que assistiu Álvaro Cunhal, evitando, por 20 anos, a derrapagem para a Direita que se veio a dar com a eleição do antigo Primeiro-Ministro.


Desde então, têm-se sucedido os nados-mortos do PS em matéria presidencial: Soares, Alegre, Maria de Belém e o independente Sampaio da Nóvoa. Impôs-se a sensação de que o PS terá sempre dificuldade em encontrar alguém com potencial presidencial ao nível do eleitorado, talvez com a notável exceção de António Costa. E tudo isto ao mesmo tempo que, nas calmas, o PSD vai regressando àquelas origens em que Francisco Sá Carneiro apresentou a Barbosa de Melo um programa partidário... liberal. O recente caso do Governo Bolieiro na Região Autónoma dos Açores, com evidentíssimas correlações nacionais, veio completar a demonstração de que o verdadeiro PSD é o inicialmente suportado na proposta de programa do PPD apresentado por Sá Carneiro a Barbosa de Melo.


Por fim, continua a faltar a PS a sua mais difícil coisa simples: estruturar um programa de governação amplamente comum com os partidos da Esquerda, o que continua a ser largamente possível, assim exista boa-fé por parte dos dirigentes do PS, conseguindo a coragem de ir ao encontro dos desejos dos eleitores que tanto apreciaram a Geringonça. Se o caminho for um outro, bom, a médio prazo iremos ter o fim do... Estado Social. Com ele, lá irá sucumbir o próprio PS. Será assim tão difícil perceber uma tão evidente realidade?![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Inteligência e Liberdade

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text]As sociedades, hoje como em quase todos os tempos, apresentam um suporte último para as grandes e permanentes dúvidas que se colocam aos que neles vivem. Esse suporte, por muitos designado por mito-logia, assume, em tempo real, a forma de religião. Está sempre presente, mas pode ser compulsória, ou situar-se como linha principal de moderação última das consciências, mas aqui de um modo muito indireto, e fugindo sempre a evidentes envolvimentos político-partidários.


Desta religião solta-se uma moral, a própria ética aos níveis mais diversos, sendo que a própria ordem jurídica também tem sempre tudo isto em linha de conta. Todavia, as sociedades, mesmo com um bronco como Trump, são sempre abertas. Ou mais, ou menos, a verdade é que essa abertura existe sempre. Por tudo isto, a ordem jurídica, como a moral e a ética, vão sofrendo adaptações, geralmente ditas avanços civilizacionais, mas que, em muitos casos, podem até não o ser. Em contrapartida, a religião é muito mais conservadora, e, nalguns aspetos, mesmo dogmática. Portanto, surgem choques, mas por igual inamovibilidades religiosas.


No meio de tudo isto, a pessoa, bem como tudo o resto que está presente no nosso mundo e se inter-relaciona de modo global. Acontece que o ser humano é lento no seu desenvolvimento, requerendo grande ampara para que o mesmo se opere e com bons resultados.


No percurso deste desenvolvimento vão surgindo diversas fases de autodeterminação, embora não exista, como se percebe facilmente, uma doutrina rígida e uniforme para se decidir quando cada fase dessa autode-terminação está consumada. De resto, esta temática possui muito de aleatório ao redor da idade típica para cada fase da referida autodeterminação: podem existir jovens que saibam, desde cedo, o que querem ser no futuro, e outros com quem não sucede assim; podem existir jovens com forte apego à opinião dos pais, e outros muito mais independentes; podem existir jovens que se sentem bem com a sua representação pessoal, e outros com quem tal não se dá; etc..


Como pude já escrever, até referir à saciedade em conversas correntes, existem três fatores que condicionam fortemente o desenvolvimento da pessoa, desde que nasce até à sua idade plenamente adulta, já pela volta dos 25 anos: a família, a escola e a comunidade. O primeiro fator é importante, mas essa importância varia com o papel social da família. O segundo pode ser muito importante, quer por fornecer as bases científicas que permitem a apreciação da fenomenologia global, quer por colocar à disposição das pessoas um ambiente de forte convivência, aculturação e sociabilidade. E o terceiro fator é importante porque se joga com os res-tantes dois, deixando um traço memorial que permite a apreciação histórica, determinando perceções sobre a bondade, ou não, das práticas sociais. Todavia, os três são fortemente interdependentes.


Tudo isto, todavia, desenvolve-se dentro de balizas jurídicas, morais, éticas, mas também por via dos naturais egoísmos, muitas vezes geradores de modas. Quem consegue chegar a patamares altos em termos de papel social, por via da grande informação pública, pode influenciar tudo e todos. Incluindo a sede religiosa, sempre sem alterar a dogmática, mas levando a grandes ginásticas de aparentes adaptações. O que ontem era ina-ceitável, pode passar a sê-lo um pouco mais adiante. Uma conquista considerada hoje justa e muito tolerada, pode, num ápice, passar a ser relegada para a área penalizadora. No fundo, nada do que é humano é com-pletamente certo ou seguro. E quando se entra nas designadas Ciências Sociais e Humanas, mesmo no Direito, tudo pode ser isso mesmo, ou o seu contrário. E a razão é simples: os seus conteúdos dependem do modo como os humanos observam e valoram as suas obras. Só quando se opera o apego à ideia religiosa se cai, digamos assim, no absoluto, no permanente. E a causa é simples: é uma opção íntima, baseada numa interpretação íntima, derivada da opção por um Conteúdo que se desconhece mas em que se acredita. De um modo ou de outro, acredita-se sempre. A natureza humana é assim e determina estes resultados. Por isso escrevi em tempos que não sei se Deus existe, ou não, mas a verdade é que Ele já existe.


Por tudo isto, o conceito de vida tem variado. E é valorado de modos distintos. Basta olhar, precisamente, para a variabilidade que, neste domínio, apresentam as diversas ordens jurídicas. E o mesmo se dá, por exemplo, com a Natureza e a realidade da sua globalidade. Ou para com a defesa dos animais e das florestas ou dos rios e oceanos, ou da qualidade atmosférica, etc.. Coisas que não tinham valor, têm-no hoje. E mesmo assim, há grandes interesses que se sobrepõem ao que, indiscutivelmente, é essencial aos usufrutuários desses mesmos interesses.


A própria vida nunca foi, desde há imensas décadas, medida do mesmo modo. O aborto, por exemplo, não era punido como um homicídio comum. Proibia-se o divórcio para casamentos católicos, exceto se celebrados antes da assinatura da Concordata, mas hoje o mesmo é já permitido. Era impensável a mudança de sexo, mas hoje tal pode já ter lugar. Mas em tudo isto, como no muito restante, existem sempre condicionamentos.


Claro está que se um jovem não se sente bem com a sua representação pessoal, e sabe que pode mudá-la, pretenderá fazê-lo. É uma realidade que a conjetura nos indica estar já bem definida desde cedo e que o avanço da idade, com elevada probabilidade, consolidará. Basta recordar muitos dos nossos religiosos mais referentes, que muitas vezes nos contam terem sentido um chamamento divino desde muito novos.


Mas também é conhecido o que se passa com as designadas crianças-soldado, lançadas na violência desde muito cedo, e que, por aí, terão uma forte probabilidade de verem acentuada a tendência para a prática da violência. Ou os nascidos no seio de famílias sem funcionalidade mínima, com as consequências que se conhecem mais tarde. Tudo pode sempre acontecer.


De tudo isto, retira-se esta conclusão simples: é conveniente precisar conceitos, olhar sem preconceitos a realidade da vida, e esperar que o bom senso médio faça o seu trabalho reorganizador. Fora disto, só ditaduras, sejam puramente políticas, ou também religiosas. E a verdade é que se vive o tempo do regresso das ditaduras… Um dado é certo, desde que se creia em Deus: Ele deu-nos inteligência e liberdade para decidir e estas faculdades podem surgir em idades já muito baixas, mas, ainda assim, suscetíveis de não evitar a influência de fatores fortemente marcados por traços indiscutíveis de violência, que po-dem ser, mais tarde, reproduzidos por simples indução inconsciente. E depois, no meio de tudo isto, existe também a premente influência das modas do momento… E já agora: mesmo a ciência, com os seus resultados muito criticados, pode consigo transportar ideias fora de toda a realidade. E pode mesmo ser abatotada.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Imprecisões na nova mascarada

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1603626342760{margin-left: 26px !important;}"]Aí estão as novas disposições destinadas a estancar, e porventura baixar, a taxa de variação dos infetados pelo novo coronavírus em Portugal. Claro está que se poderá ainda exigir mais restrições, mas estou em crer que o que tem vindo a passar-se entre nós deriva de violações grosseiras das regras simples, sem dúvida desagradáveis, mas essenciais a preservar a comunidade do crescimento da contaminação que tem vindo a verificar-se.

Ora, uma das novas exigências hoje surgidas é a da utilização de máscara em todos os espaços públicos abertos, desde que não seja conseguida a distância mínima de segurança. Haverá de compreender-se que se trata de uma noção muito pouco precisa, quase requerendo que cada um se faça acompanhar de um daqueles radares que evitam choques de carros durante as estacionamentos. Mas vejamos o meu caso de hoje.

De parceria com minha mulher, determinámo-nos a almoçar num restaurante chinês que se situa a cerca de 500 metros de nossa casa. A trajetória faz-se por uma rua muito movimentada por veículos automóveis, mas com uma mui baixa densidade humana a pé. Portanto, pela decisão de sempre e pelas regras em vigor, para lá fomos a pé e sem máscara, só a colocando à entrada e até chegarem os alimentos solicitados. E depois, terminado o almoço, em menos de três minutos estávamos já fora da sala onde almoçámos.

Na ida, aí pelo meio da distância a percorrer, apercebi-me do movimento de um guarda da PSP, naturalmen-te com a máscara colocada, movimentando-se em sentido oposto ao nosso e no mesmo passeio. Passeios que têm cerca de 2 metros de largura, numa rua com estacionamento dos dois lados e onde ainda se podem movimentar veículos em simultâneo nos dois sentidos, comportando, ainda, uma ultrapassagem. Já perto do guarda, determinei-me a colocar a máscara, tendo-o interpelado no sentido de lhe ouvir uma opinião sobre as tais condições públicas de distanciamento referidas no documento hoje aprovado na Assembleia da República.

Ora, o guarda mostrou-se duvidoso sobre a referida condição, mas propendeu para a ideia de que numa rua como aquela a máscara não se deverá requerer. E mesmo na Estrada de Benfica, com muito maior trânsito humano, também propendeu para a ideia de que a simples passagem de duas pessoas, uma pela outra, em qualquer sentido, não deveria requerer o uso da máscara. Bom, era, precisamente, a minha opinião.

Mais uma vez, agora apenas com a máscara, o erro está na ideia de se pôr em vigor a obrigação anunciada. Ao fazê-lo, tal requer uma definição das condições necessárias para se ter de usar máscara, o que não é fácil. Portanto, seria preferível uma de duas situações: ou se impunha a utilização permanente de más-cara, ou se aconselhava o seu uso com persuasão forte, mas sem obrigar. De resto, depois de chegar a casa – após o almoço, portanto –, tive a oportunidade de ver que a generalidade das bancadas parlamen-tares havia chamado a atenção para esta mesma realidade. Mas, enfim, veremos se por aqui irá surgir um novo desenvolvimento de conflitualidade entre cidadãos e polícias. Para já, estes parecem dispor de mais bom senso que os legisladores.

Por tudo isto, ocorrem-me de novo as palavras de Marcelo Caetano, antigo Presidente do Conselho, numa das suas CONVERSAS EM FAMÍLIA, já lá vai um bom meio século: o Governo só procura fazer leis que possam ser cumpridas.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Agora é em França

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1603301533988{margin-left: 26px !important;}"]Num destes dias surgiu por aí um caso envolvendo certo professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Num destes dias surgiu por aí um caso envolvendo certo professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, como consequência de afirmações contidas em documentos seus de apoio à parte de certo mestrado, creio que na área do Direito Penal, em que lecionava. Num ápice, o brado atingiu píncaros públicos – até privados, por via de discussões fortes sobre o tema e suas consequências –, tendo acabado, ao que ouvi de Clara Ferreira Alves, pela suspensão do docente, agora a ter de defender-se daquilo que lhe foi apontado pelo que escreveu.


Este tipo de intervenções está a surgir em lugares diversos do mundo, como foi agora o caso da França, embora em sentido inverso ao adotado pelo português. Alice Coffin era também professora universitária, mas na Universidade Católica de Paris, que de imediato se recusou a renovar seu contrato. O engraçado é que os homens nem ligaram ao que Alice Coffin escreveu no seu livro, LESBIAN GENIUS. Apenas as mulheres surgiram a terreiro.


Em essência, a autora, uma ativista feminista que é também uma ecologista eleita para a vereação parisiense, propõe-se eliminar os homens das mentes femininas, das suas imagens e das suas representações. E logo esclarece que já eliminou o que vem de homens da sua vida, porque não lê os livros, não ouve músicas, e não vê filmes feitos pelo sexo oposto. Deste modo, quase irá ficar fora de áreas como a música clássica, a ópera, a zarzuela, o bailado, a maior parte da escultura e da pintura, mas por igual da generalidade das ciências. Teria mesmo uma enorme dificuldade em ensinar a generalidade das disciplinas universitárias, e logo a começar pela Matemática. E falar sobre o desporto, bom, nem pensar.


Uma tal atitude teria, naturalmente, de suscitar reações. E se os homens devem ter continuado a sua vida, mulheres de referência vieram condenar esta posição de Alice Coffin.


Assim, Marlène Schiappa, antiga Ministra da Igualdade de Género do Presidente Macron, acusou Coffin de defender uma forma de apartheid, por via das suas considerações perigosas. Mas também Sonia Ma-brouk, locutora de rádio, surgiu a terreiro, questionando a autora sobre se não estava, com esta sua tomada de posição em livro, a promover o obscurantismo e uma forma de totalitarismo. De igual modo, Agnès Poirier, autora de um livro sobre intelectuais da esquerda, reagiu, indicando que Simone de Beauvoir, a filósofa, escritora e ativista dos direitos das mulheres no início do século XX, teria achado a cruzada contra os homens totalmente ridícula.


Claro está que as duas posições expressas – a do português e a desta francesa – situam-se em polos opostos. A segunda, todavia, traduz uma atitude que se vem desenvolvendo na senda de um laicismo militante, que parte do princípio de que, por via educativa e legal, se pode construir um quase-paraíso na Terra. Em contrapartida, a posição assumida pelo nosso concidadão traduz, em essência, a ideia de que os valores de base da civilização cristã ocidental estarão a ser destruídos por via – se não erro, era esta a ideia – do feminismo.


Esta posição da francesa encerra um erro deveras primário: parte do princípio de que fora do ambiente masculino, o que de mal este comporta deixa de existir. Assim, a violência doméstica, sem homens, não existiria. Bom, sabemos que isto não é verdade. E conheci mesmo um caso em que certa mulher se apaixonou por um homem, namorando com ele, mas acabando por ser descoberta pela namorada, que a sovou de modo forte, deixando-a claramente marcada. E, já agora, esta namorada agressora foi informada da situação pela antiga namorado do indivíduo. E, ao que vim a saber, a sovada ainda atacou com uma qualquer substância o carro da delatora. É caso para dizer que o homem as venceu por 3 a 1.


Sempre me pareceu que o grande erro de muitas mulheres que se dizem feministas é tentarem igualar os homens, mas no que estes têm de pior. E depois – por muito que se diga em contrário, é uma realidade –, os valores cristãos, ao estarem tão ausentes como hoje pode ver-se, acabam por ter consequências desagradáveis, muitos deles até superáveis com certa facilidade, assim se fugisse da perigosa arquitetura cultural que levou, de um modo extremo, Alice Coffin a escrever o que agora se veio a conhecer.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Espero ter razão

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1602701599490{margin-left: 26px !important;}"]Foi extremamente interessante a reação facial, e depois por palavras, de uma conhecida minha de café, quando, com a minha mulher, a encontrámos na toma da bica de pós-almoço. Quando lhe referi que tudo apontava para a derrota de Trump, O Bronco, nas eleições de 03 de novembro, colocou-se direita na cadeira, como que olhando o infinito e muito séria, com uns dois segundos sem nada dizer. Depois, voltou a recostar-se e logo respondeu: vamos a ver,... oxalá... Simplesmente, mesmo alguém pouco treinado em orais conseguiria dar-se conta de que aquela reação de surpresa resultou de receber uma notícia que não pretendia ter recebido.

Também eu começo agora, depois das mais recentes notícias ontem chegadas pelos jornais norte-americanos, a acreditar que Trump, O Bronco, possa vir a ficar impedido de dar corpo à sua ditadura mundial, com pleno desprezo por tudo e por todos. A grande verdade é que está a crescer no Partido Republicano e na Casa Branca o receio de que Biden possa ter uma vitória esmagadora. Os dados de certa sondagem davam ontem 53 % a Biden contra 41 % a Trump.
Nos swing-state – Pensilvânia, Wisconsin, e Michigan – também as sondagens dão a Biden a liderança, embora por uma margem menor que a anterior. Ainda assim, também aqui se tem assistido a uma consistência nos resultados a favor de Joe Biden.

É interessante constatar como Jaime Nogueira Pinto se mostrou por cá sem perceber a tal derrota de Trump, O Bronco, face a Biden, e como dezenas de funcionários da Casa Branca e da campanha daquele apontam o debate como uma atuação amplamente criticável, de parceria com a resposta errática depois de ter testado positivo à COVID-19.

Do mesmo modo, Ted Cruz, senador republicano pelo Texas, reconhece já que, num tal cenário, o seu partido enfrenta um banho de sangue de proporções Watergate, podendo perder o Senado e a Casa Branca. E isto ao mesmo tempo que certo assessor sénior republicano do Senado aponta o diagnóstico de COVID-19 de Trump como o prego no caixão, considerando que está tudo acabado para as esperanças do partido de defender a sua maioria.

Ao contrário daquela minha conhecida do café – foi a minha perceção, claro está –, que ali estava com o marido, eu sinto um fantástico alívio com uma derrota de Trump, O Bronco, embora deseje que Biden e Kamala consigam trazer ao mundo calma, distensão profunda e passos seguros na construção da paz e da defesa do Planeta e dos povos mais carenciados. E por isso termino com estas palavras: oxalá os republicanos percam em toda a linha, porque será uma lição para a Extrema-Direita no mundo.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

A escola

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1602326294349{margin-left: 26px !important;}"]A pandemia, hoje em franco desenvolvimento por quase todo o mundo – excetua-se a China, que lhe pôs um fim quase seguro –, veio alterar, de um modo assaz profundo, quase todo o mecanismo social que vinha vigorando. Vive-se um tempo caldeado pelo medo, pela incerteza, pela imprevisibilidade e com assomos do pior que já se tinha vivido há umas décadas, e que muitos pensavam não ter regresso. A presença de Trump, O Bronco, na Casa Branca veio pôr toda esta ideia em causa. Objetivamente, o mundo está hoje à beira de uma ditadura global, muito facilitada pelas medidas aplicadas para conter a propagação da atual pandemia. Até o regresso do fanatismo religioso ameaça a tão badalada liberdade religiosa. Uma realidade que se mostra sempre razoavelmente sectária em cada Estado e à luz das suas tradições antigas. Olhemos o triste exemplo da Polónia.


Todo o século XX foi um tempo de grandes e fantásticas descobertas no domínio científico, bem como nas respetivas aplicações técnicas. Todavia, a presença de duas grandes guerras, da guerra em Espanha, do surgimento do comunismo soviético, bem como de diversas projeções suas em alguns lugares do mundo, determinaram uma ampla presença da intervenção cultural no seio das sociedades. E se a cultura se continuou depois de 1945, a ciência e a técnica tiveram profundos avanços em domínios inimagináveis. E tudo isto se fez acompanhar de um acréscimo do bem estar social, ao mesmo tempo que o interesse cultural profundo ia diminuindo.


No meio desta realidade multifacetada e progressivamente crescente, a escola foi alastrando, tornando-se acessível a cada dia mais pessoas, com o grau de escolaridade ampliado para níveis nunca antes atingidos. Tudo isto, todavia, fez-se à custa dos efeitos determinados pelo comando científico e tecnológico, mas também por uma diminuição acentuada dos conhecimentos culturais mais antigos, mais fundamentais, e que estiveram no cerne da construção dos grandes espaços marcados por traços culturais próprios. E um dos domínios mais obliterados foi o do conhecimento religioso, filosófico e histórico, sobretudo ao nível das grandes culturais mais referentes para o Ocidente, como a grega, a romana e a muçulmana, esta quase nunca tocada nos estudos operados no tempo de formação fundamental.


O ser humano, como se conhece bem, requer um tempo longo para atingir uma capacidade de autonomia essencial. Este tempo é também diverso, suportado em etapas bastante distintas, e começava, em geral, no seio da própria família, fosse porque as mães estavam em casa, seja porque os avós dão um amparo absolutamente essencial nas sociedades atuais. Ao menos, até ao surgimento da COVID-19. E não é difícil perceber que a formação do ser humano se suporta em três fatores fundamentais: a família, o ambiente cultural global e as caraterísticas de cada um. Mau grado tudo, as caraterísticas de cada pessoa, naturalmente condicionadas pelos outros dois fatores, só são atingidas numa idade já de grande independência e são o fator fundamental.


Acontece que as famílias, por todas as razões, não podem, só por si, formar os seus descendentes. Uma realidade que se torna claramente evidente quando os descendentes atingem o patamar universitário. A escola, portanto, não podendo ser, nunca, um depósito humano de apoio à família, é absolutamente essencial na formação da globalidade da autonomia dos que por ela passam, garantindo a capacidade de adaptação à diversidade humana e à superação de contrariedades naturais. E, como é natural e se espera, fornece também os alicerces para uma compreensão da realidade histórica por via da dominância de temas progressivamente mais autónomos. Brincando um pouco, se é verdade que isto anda tudo ligado, também o é que cada pequenina peça da grande realidade do universo se vai ampliando, precisamente, pelo acesso que a ciência e a tecnologia concedem ao domínio progressivo do conhecimento.


Claro está que a escola não é nunca alheia ao que a rodeia, nem aos acontecimentos que se vão desenrolando pelo mundo. Como com tudo o resto, a escola sofre os efeitos das altas e das baixas da globalidade da própria sociedade e das vicissitudes do mundo. O que implica, naturalmente, que a qualidade do seu produto também apresente variações. Todavia, a experiência demonstra que, sobretudo no domínio das aplicações profissionais, as limitações ao nível da qualidade inicial da escola se vão progressiva e acentuadamente tornando menos importantes. É, no fundo, o que se traduz, na Resistência dos Materiais, pelo Princípio de Saint-Venant.


No caso português é até interessante analisar, por exemplo, os estudantes que, estando no início da universidade ao tempo da Revolução de Abril, atingiram altos lugares nas academias, ou se doutoraram em universidades estrangeiras de grande prestígio, ou são hoje concidadãos de grande referência pública nos domínios da ciência e das suas aplicações. A balbúrdia daqueles anos esfumou-se, tornando-se simples recuperar o tempo perdido à medida que a idade foi passando.


Por tudo o que digo antes, é sempre preferível entrar na universidade do que o contrário. Com mais saber ou com menos. Mais bem preparado ou mal preparado. O essencial é estar lá. É de grande referência um antigo aluno do IST que, ainda antes da Revolução de Abril, terminou o seu primeiro ano com mais de 19 valores, explicando ao professor de Geometria Descritiva que ia deixar o curso porque não gostava muito daquilo. Ou


um outro, hoje um catedrático de grande prestígio, que reprovou a todas no seu primeiro ano. Com a família lá longe, deu-se à pândega que nunca havia conhecido desde que nascera. No ano seguinte, as notas foram caindo entre o 18 e o 19. Hoje, como digo antes, é catedrático de uma faculdade do maior prestígio, interno e internacional.


Os jovens de hoje, que tiveram o azar de se verem atingidos pelas vicissitudes que a COVID-19 lhes criou, podem facilmente ultrapassar as dificuldades que, porventura, possam surgir. Todavia, apresentam lacunas, mas que já vêm de muito longe. No tempo anterior à Revolução de Abril, o Grego e o Latim já não era obrigatórios para quem seguisse Ciências, Economia, Geografia ou Arquitetura. E mesmo o Grego também não era requerido para os que seguiam Direito, apenas o Latim. Depois, resta o interesse cultural: muitos determinaram-se a estudar o Inglês, ou o Francês, ou o Espanhol, ou o Italiano, mesmo o Alemão. Outros, obtiveram mais de uma licenciatura. Há os que gostam de música, ou de religião – na perspetiva cultural –, ou de geopolítica, ou de estratégia, etc.. São as decisões que derivam do tal fator que são as caraterísticas pessoais.


Por fim, um dado essencial. A presença do Estado, regulando a estrutura de transmissão do saber, é essencial, porque se tudo passasse para a área da vontade privada, torna-se simples perceber que as famílias de maior poder material teriam sempre filhos vencedores, ao passo que as de menores posses – a enormíssima maioria – sempre se ficaria pela possibilidade de conseguir lugares subalternos. Precisamente o que se teria dado se, ao tempo de Germano de Sousa como Bastonário da Ordem dos Médicos, se tivesse implementado o acesso a Medicina com base na apreciação do... perfil!! Bom, até o mais burro poderoso logo teria o perfil, se acaso pretendesse exercer Medicina. Há sempre que ter em conta que vivemos em Portugal, olhando, por exemplo, para o que nos conta, em livro, o académico Luís Menezes Leitão, sobre a subida de Marcelo Caetana à cátedra, de parceria com Jaime Gouveia.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Finalmente!

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1602147716293{margin-left: 26px !important;}"]Pois, caro leitor, foi com um absoluto espanto que acabo de receber, por via dos noticiários televisivos, a notícia de que a histórica pen com o processo do homicídio da nossa concidadã Rosalina Ribeiro, que teve lugar no Brasil há já uns muitos anos, chegou ao gabinete da nossa Ministra da Justiça. Ainda num dia destes, ao terminar certo texto, referi isso mesmo, interrogando-me sobre quantos anos faltariam ainda para que a famosa pen aqui chegasse. Pois, ela aí está!

Como normalmente, acompanho os noticiários com a maior atenção, em geral em rigoroso silêncio. Volto, por vezes, atrás, em ordem a assegurar melhor clareza do que escutei antes. De modo que o sorriso inicial, quase num ápice, gerou uma reação facial de estranheza, porque ali foi referido que cabe agora à Ministra da Justiça decidir sobre se o referido processo é aceite no nosso Sistema de Justiça, ou não.

Claro está que eu até compreendo que estas coisas possam ter um protocolo deste tipo, mas a verdade é que já lá vão muitos anos sobre este caso. Tendo nós podido assistir ao fantástico tempo que a pen levou a chegar aqui, facilmente se consegue extrapolar para a realidade que se seguirá se algum dado do processo em causa merecer da nossa Ministra da Justiça uma qualquer dúvida a ser levantada pela justiça do Brasil. Com elevada probabilidade, serão de novo mais anos. A sorte é que o tempo é infindo, embora o da caduci-dade dos processos o não seja.

No meio de tudo isto, e tal como pude já escrever algumas vezes, nunca aceitei a ideia de ver este caso tratado no nosso Sistema de Justiça, dado que tudo se desenrolou no Brasil e que o nosso concidadão em causa explicou que preferia ser julgado pelo homólogo brasileiro. E depois, o argumento apresentado pelas autoridades brasileiras não tem lógica, porque tudo se passou lá, e porque se o acusado não comparecesse, bom, seria julgado à revelia.

Enfim, a pen (finalmente!!) chegou a Portugal. Veremos como irá agora decorrer o que falta do processo e se ao arguido em causa, como seria lógico, se concede a melhor facilidade jurídica para ser defendido, ou seja, ser o caso tratado no Brasil. E se este entender pôr um fim no tema, pois que o faça. Que sempre lhe faltaria razão para assim proceder, ninguém duvida. O problema é que a Justiça, por quase todo o mundo, vive muito arredia da lógica das coisas, autodependendo-se perante formas sem nexo e quase nulo conteúdo. Enfim, já cá está (finalmente!!) o processo, pelo que se aguardam os desenvolvimentos do mesmo.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

As autárquicas

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1601455465857{margin-left: 26px !important;}"]Está já em movimento a preparação, nas suas linhas estratégicas, das eleições autárquicas que se aproximam. Como seria de esperar, a Direita e a Extrema-Direita estão já a insistir na tecla da unidade nas suas áreas, com a finalidade de se conseguirem listas conjuntas que possam aumentar o respetivo potencial de vitória. Bom, é uma atitude que tem tanto de inteligente como de desesperado.

Dizem os livros de estratégia, e mostra a experiência, que a estratégia a adotar deve ser a adequada a conseguir a vitória e a derrotar o adversário. Pois, neste caso das eleições autárquicas não devem restar dúvidas, porque a estratégia que deve ser seguida pelo PS e pelos partidos da Esquerda só será correta se prosseguir pelo tal caminho que está a ser esboçado pela Direita e pela Extrema-Direita.

Infelizmente, desde a iniciativa de Jorge Sampaio na autarquia lisboeta, listas de coligação foi ideia que não mais voltou a ser posta em prática. Todavia, mais vale tarde que nunca, olhando as garantidas vantagens de coligações daquele tipo, ao menos, nas capitais de distrito, e mesmo nas grandes cidades do País. Se o interesse em materializar programas que sirvam melhor os munícipes for o guião principal, aquele é o melhor caminho: anula a iniciativa da Direita e da Extrema-Direita, e acabará por materializar-se numa estratégia de vitória.

Lamentavelmente, o PS e os partidos da Esquerda sempre se determinaram a desunir-se, com a Direita a acabar por reinar. No fundo, uma atitude política que quase levou aqueles setores políticos à anulação por todo o mundo. Uma triste sina. Em todo o caso e entre nós, o surgimento da Geringonça, contra ventos e marés, mostrou uma capacidade deveras singular dos nossos socialistas democráticos e dos partidos da Esquerda, que assim conseguiram servir muito melhor a generalidade dos portugueses. A receita, portanto, é simples: prossigam na solução, mas agora no domínio autárquico. Lembrem-se dos portugueses.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

História Antiga

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1601221457873{margin-left: 25px !important;}"]O Governo da China, num destes dias, veio acusar os Estados Unidos de utilizarem aeronaves civis, de transporte de passageiros, ou de carga, como aviões espiões, através do acoplamento do essencial material destinado a operar a ação de espionagem desejada. E contabilizaram em mais de uma centena de vezes, só neste ano de 2020, o número de casos em que tal prática teve lugar sobre o território da China.


Com a mais plena razão, as autoridades chinesas apontaram tal prática como uma séria ameaça à segurança dos passageiros, alertando quem possa utilizar aviões onde a probabilidade de se violarem os direitos dos passageiros por tais metodologias possa ser elevado. Bom, é o caso, no mínimo, dos aviões das companhias aéreas dos pequenos Estados que se constituem em verdadeiros serviçais do Governo norte-americano.


Claro está que esta prática é muito antiga, sendo sempre de recordar o histórico e fatídico voo de Anchorage para a Coreia do Sul, precisamente num avião da companhia aérea deste país. Tal avião encontrava-se apetrechado para operar ação de espionagem aérea, embora fosse de passageiros, que desconheciam por completo o que se passava. E depois, o aparelho violou brutalmente o espaço aéreo da antiga União Soviética, e logo numa zona sensível de defesa da parte sudeste do território soviético. O resultado deste múltiplo crime dos Estados Unidos foi a morte de muitas centenas de pessoas, e da desgraça que se abateu sobre as suas famílias.


O choradinho ocidental surgiu como que vindo de nada, nunca referindo, no plano público aberto, o que realmente estivera na base daquela desgraça. E hoje os Estados Unidos, desde os acontecimentos do 11 de Setembro, passaram a poder fazer o mesmo, mas em... Washington. Ou onde muito bem entenderem, claro está.


Além do mais, já naquele tempo o caso do referido avião teve réplicas, digamos, assim, mormente na zona do Médio Oriente, fosse por engano, fosse por via de uma regra de todos estabelecida e que era internacionalmente conhecida. Nestes casos, todavia, as carpideiras ocidentais nunca se determinaram a dar o mesmo relevo a estes casos, tal como, com mentira e omissão, haviam feito com o avião da empresa sul-coreana.


Por fim, convém recordar que Trump, O Bronco, que tão apoiado é nos nossos canais televisivos, embora de um modo subliminar, está hoje à frente do poder nos Estados Unidos, pelo que, em perda eleitoral, tudo pode vir a acontecer. Objetivamente, este homem é o mais perigoso do mundo no nosso tempo, como há quatro anos apontou, com extraordinária capacidade de perceção, José Pacheco Pereira. E como eu mesmo, tantas vezes, tenho referido. E é por isso que o próximo mês e meio poderá ficar na História da Humanidade, embora pelos piores motivos. É que a História repete-se, porque se constitui de sucessões de isomorfismos. E Trump, O Bronco, é ainda pior que Hitler e muito mais perigoso e poderoso que este. Toda a atenção...[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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