É essencial responder às necessidades das pessoas

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1589452457389{margin-left: 20px !important;}"]Talvez ontem, no seu conhecido blogue, Vital Moreira fez algumas considerações ao redor da China e do seu futuro no tempo pós-COVID-19. Sem dificuldade, reconheceu o que já todos pensam poder vir a dar-se: consolidação da liderança económica mundial da China, culminando décadas de crescimento muito para lá das economias mais avançadas. Enfim, é uma realidade quase universalmente aceite, mas para a qual haverá ainda a ter em conta a reação dos Estados Unidos, incapazes de ir a jogo numa situação de ultrapassagem da sua liderança mundial, e do poder de arrastamento que os norte-americanos têm sobre uma União Europeia que a tudo quer responder, mas só com dificuldade conseguindo fazer surgir mais-valias suas.

Vital refere também que a China controlou rapidamente a pandemia, pelo que (em princípio) vai sofrer um impacto económico menos negativo do que a Europa ou os Estados Unidos. Também admite o acadé-mico que provavelmente, tal como em 2008, embora vá sofrer redução significativa do crescimento económico, nem sequer vai entrar em recessão, enquanto a Europa e os EUA vão passar por uma recessão superior à de há uma década. De resto, o decréscimo do crescimento económico chinês já se vinha mostrando à evidência no tempo anterior à pandemia.

Um pouco à frente, Vital Moreira prevê que o país originário da pandemia, que exportou para o resto do mundo, parece vir a ser o que menos sofrerá com ela, em termos económicos e sociais. É claro que a palavra exportou vale, por enquanto, o que vale. Infelizmente, uma enorme parte dos nossos intelectuais, oriundos da Esquerda, mas hoje já bem na Direita, graceja da situação norte-americana atual, mas limita-se a sorrir com as barbaridades de Donald Trump, olhando a Rússia como se fosse ainda a antiga União Sovié-tica, ou menorizando os êxitos da China só por não ser uma plena economia de mercado e uma democracia liberal, como se dá com a Hungria e a Polónia. Além do mais, estes Estados da União Europeia são membros desta estrutura, o que dá logo todas as garantias de lisura política. Para já não referir o mais recente confronto entre os interesses da Alemanha, veiculados pelo seu Tribunal Constitucional, e o dos restantes Estados, suportados nos tratados e na doutrina do Tribunal Europeu de Justiça.

Por fim, a parte mais interessante desta intervenção de Vital Moreira, quando reconhece que a China, sem ser uma verdadeira economia de mercado – dado o estrito controlo político do Estado sobre a econo-mia – e muito menos algo de parecido com uma democracia liberal, vê o seu modelo tornar-se um formidável desafio, tanto para economia de mercado como para a democracia liberal. Bom, é a verdade. Simplesmente, o problema de fundo não é este, porque o que este é é a resultante da parte substantiva de quanto está em jogo.

O grande objetivo da governação, olhado pelo lado dos cidadãos, é o de terem ao seu dispor apetrechos essenciais à sua segurança pessoal e à resolução dos problemas que, pela natureza humana, cada um anseia como mais fundamentais para a sua segurança, dignidade e liberdade. Se vivem em democracia, ou não, se esta é liberal, ou não, se a organização económica se baseia no mercado, ou não, o que conta para os cidadãos é a segurança, sobretudo se olhada numa perspetiva global.

O erro de fundo de Vital Moreira, neste seu mais recente escrito, situa-se na ideia de que uma sociedade só serve se estiver organizada na base da economia de mercado e for uma democracia liberal. Este errado modo de ver a organização social, seja a comunidade humana a que for, foi o que esteve na base da estupefação recente de Manuel Alegre, ao confessar que nunca havia imaginado que a Extrema-Direita viesse a ter lugar na Assembleia da República. Ou o fantástico barrete de tantos oposicionistas ao regime constitucional de 1933, quando puderam ver Salazar ser escolhido como O MAIOR PORTUGUÊS DE SEMPRE. No fundo, Alegre, Vital e tantos outros esqueceram certa lição televisiva de Agostinho da Silva, a cuja luz cada um de nós vive entre dois desejos profundos: liberdade e segurança. Mas quando a escolha é dicotómica, optam sempre, em primeiro lugar, pela segurança. E assim se deu com a China: controlou rapidamente a pande-mia, ao contrário do que se tem podido ver por quase todo o Ocidente. E em Portugal as coisas têm corrido bem porque dispomos de uma das melhores democracias do mundo – fomos recentemente classifi-cados em nono lugar –, e porque, por isso mesmo, dispomos nosso excelente Serviço Nacional de Saúde, universal e tendencialmente gratuito.

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