O tal abismo

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text]Com toda a certeza, a generalidade dos mais atentos ter-se-á já dado conta de que a democracia, indubitavelmente, não é para todos os povos. Em Portugal, a democracia foi recebida sem reações dignas de especial registo, mas nunca constituiu um objetivo cultural da generalidade da nossa comunidade. Com os meus 72 anos, é o que consigo registar.

Como teria de dar-se, a Constituição de 1976, hoje já com um razoável número de revisões, lá acabou por seguir o que se praticava nas democracias – ou assim apontadas – mais referentes. Deste modo, o poder político determinou-se a criar uma Comunidade de Informações. As estruturas desta comunidade nada tinham que ver com a anterior Direção-Geral de Segurança ou com as polícias que a precederam, mas destinavam-se, em domínios diversos, a defender os interesses do Estado em ambientes mais escondidos dos cidadãos.

Conhecedores da realidade cultural portuguesa, os constituintes, sempre seguidos pelos poderes posteriores, nunca aceitaram que as estruturas daquela comunidade pudessem operar escutas telefónicas ou outras artes ao seu redor. Têm chovido protestos, mas a sorte esteve sempre do lado dos cidadãos.

Todavia, há um dado que não pode questionar-se: uma parte daquela comunidade terá de estar atenta ao que se passa com as forças que contestam, hoje já abertamente, a democracia, mormente no seio das Forças Armadas e das estruturas policiais. Precisamente o que se deu agora na Alemanha.

Ora, num destes dias, veio a saber-se que o MAD alemão – Serviço de Informações Militares da Alemanha – identificou 550 militares no ativo, suspeitos de ligações à Extrema-Direita. Quem forneceu à comunidade alemã e ao mundo este dado foi, precisamente, o diretor do MAD, em entrevista publicada na edição do diário alemão Die Welt deste domingo.

No entretanto, o Governo Alemão vem reforçando a legislação de combate ao extremismo da Direita, perante o crescimento dos grupos e dos simpatizantes da Extrema-Direita recenseados pelo MAD. Por entre nós...nada. Mas mais: no passado mês de junho, na apresentação do seu relatório de 2018, a BfV – Serviço de Proteção da Constituição – veio dar a conhecer aos alemães e ao mundo que o número de simpatizantes da Extrema-Direita, registados pelos serviços, terá atingido o número máximo de 24 100 cidadãos.

Perante tudo isto, surge a pergunta: onde estão os resultados produzidos pela nossa Comunidade de Informações ao redor de temas como os tratados pelas suas congéneres alemãs, ou no domínio da violência no desporto, ou no da corrupção neste domínio, ou no da grande criminalidade organizada, ou do Movimento Gente, ou do Movimento Zero, etc.? Bom, ao contrário da clareza das autoridades alemãs, por cá...nada.

Deste modo surge a pergunta: será possível operar aqui e hoje, como se soube agora ter tido lugar na Alemanha? Pois, a minha resposta é clara: não! A razão de ser desta certeza deixo-a para o leitor, apenas garantindo que, com um ou dois grandes amigos, ou familiares, interessados no que que vai pelo País, é facílimo encontrar a razão se não poder ir, por entre nós, como se vê na Alemanha. Até porque a democracia, objetivamente, não é para todos os povos.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

www.CodeNirvana.in

© Autorizada a utilização de conteúdos para pesquisa histórica Arquivo Velho do Noticias do Nordeste | TemaNN