Boreal: Três palcos e dois dias de concertos para exorcizar o Inverno

O Boreal está de regresso ao Teatro de Vila Real, entre os dias a 22 e 23 de Fevereiro, com dez concertos em três palcos e alguma da melhor nova música portuguesa. 

Allen Halloween © Susana Luzir
O festival de Inverno vila-realense tem já um lugar assegurado no calendário nacional e junta um admirável conjunto de artistas emergentes e novos projectos de nomes já consagrados.

O programa do primeiro dia, sexta-feira, incide sobre a música electrónica, o rap e o hip hop. A partir das 21 horas, actuam nos dois auditórios Electric Man, Meera, Ângela Polícia e Allen Halloween.

A tarde de sábado é para restabelecer energias no Café-Concerto ao som das melodias de Left e de Turquoise.

A noite do segundo dia começa também às 21h00, com os originais Galo Cant’Às Duas, a que se seguem as enérgicas Anarchicks, o veteranoFlak com o seu projecto em nome próprio e, a encerrar, os reinventados Glockenwise com um prometedor álbum novo.

As bandas e projectos musicais:

Electric Man é o projecto a solo de Tito Pires. Depois do álbum de estreia homónimo, apresenta agora o mais recente ‘Electric Domestique’. ELECTRIC MAN é uma aventura em modo 'do it yourself' e formato ‘one man band’ que explora um universo sonoro contruído com efeitos e batidas electrónicas, guitarra, sintetizador, theremin e voz, revelando uma identidade musical em ebulição.

Meera é um trio português de música electrónica constituído por Jonny Abbey (músico e produtor, ex-Mirror People), Cecília (vocalista e baterista) e Goldmatique (produtor). MEERA surgiu entre uma tour de Verão no Brasil e um sunset íntimo num terraço no Porto. As suas canções — quer sejam sobre a libertação sexual, abraçando em simultâneo a necessidade humana de intimidade, ou sobre a auto-aceitação das nossa falhas e desequilíbrios — oferecem-nos o escape perfeito, contendo uma electricidade contagiante, capaz de nos proteger de todas as preocupações rotineiras. MEERA é a receita certa para a diversão que todos procuramos.

Allen Halloween, o nome dele é incontornável há mais de uma década e cada um dos três álbuns que escreveu — ‘Projecto Mary Witch’, ‘A Árvore Kriminal’ e ‘Híbrido’ —, foi um marco na música portuguesa. Embora seja um dos nomes mais aclamados pelo público nacional de hip hop, HALLOWEEN sempre andou um passo ao lado dessa via. Essa distância foi o que manteve o seu som insubmisso a modas, fazendo da sua música uma das mais singulares do país. É com uma promessa de música sem enfeites que ALLEN HALLOWEEN prepara o seu primeiro projecto acústico, ‘Unplugueto’, constituído por reinterpretações de temas antigos e material inédito.

Ângela Polícia, depois da estreia a solo em 2017, o rapper ÂNGELA POLÍCIA prepara o sucessor de ‘Pruridades’, álbum lançado pela Crate Records, editora criada por Razat, dj e produtor português que nos deixou este ano e a quem o músico de Braga sublinha o seu reconhecimento. Fernando Manuel da Ângela Polícia Fernandes é um músico artisticamente versátil que se desdobra em diversos projectos: vocalista nos rockers Bed Legs, rapper na fusão rap-rock dos Osso, voz e corpo de sensibilidade maior na densa electrónica-pop de O Amante Negro e ainda membro activo no colectivo artístico local Projéctil. «No submundo de Braga, nasceu música urgente, de alma inquieta e com confiança suficiente para firmar uma identidade própria», refere o magazine digital Rimas & Batidas.

De Turquoise. Se a música fosse uma cor, a de André Júlio Teixeira seria turquesa. De Turquoise é o nome do seu mais recente projecto a solo, uma tentativa de encontrar na música essa mesma frequência harmónica de azul que apazigua, que sugere um lugar pleno para se estar. Com formação e experiência profissional em música e teatro, André Júlio Teixeira, músico multiinstrumentista, procura com De Turquoise, fazer essa descoberta a solo. ‘Camomila’, o seu mais recente EP, explora o potencial de simplicidade e elasticidade da guitarra e da voz, por vezes subtilmente modeladas com pedais de efeitos, mas sem se desfocar da qualidade acústica que os caracteriza, procurando uma versatilidade rica em elementos sonoros.

Left (antes Antony Left) assume-se agora como artista a solo e produtor, e junta às sonoridades indie/folk novas texturas de electrónica, RnB e pop. ‘Perspective’, o seu novo trabalho, surge como uma justificação para explorar e misturar diferentes sonoridades e ideias, recusando-se a estagnar numa só perspectiva. «With a new way I will change direction». LEFT é uma nova direcção.

Galo cant’às Duas. Depois do EP ‘Os Anjos Também Cantam’, o duo originário de Viseu sabe agora melhor que histórias tem para contar. O novo trabalho, ‘Cabo da Boa Esperança’, revela, talvez paradoxalmente, exploração e direcção. Tem a intenção de conhecer novos timbres e possibilidades dentro da sonoridade com que o duo se identifica, mas também uma vontade de estabelecer uma rota. Caracterizado pelo uso de guitarra e baixo submetidos a processadores de efeitos e em diálogo com uma bateria sincopada e frenética, o Galo Cant’às Duas desta vez optou por deixar a guitarra de fora e dar uma maior presença à voz e à electrónica dos sintetizadores que acompanham os ritmos da bateria e os loops de percussão. Neste processo, o duo dá um maior ímpeto ao seu som etéreo e voador. Os galos também voam. E dançam.

Anarchicks. Se a música é uma arma elas são o gatilho! As Anarchicks disparam música em todas as direcções, sem dar satisfações a ninguém. Quatro vozes dissidentes a semear discórdia e a inquietar os ouvidos da multidão. São elas: Rita Sedas, Synthetique, d'Armada Moreira e Katari.

 Flak, pseudónimo de João Pires de Campos, é um músico e produtor português com uma carreira de mais de 35 anos. Em 1983, Flak fundou, juntamente com Xana e Alex Cortez, os Rádio Macau, para quem escreveu temas como ‘Anzol’, ‘Amanhã é sempre longe demais’ e ‘Elevador da Glória’. Em 2001 formou os Micro Audio Waves, cujo disco ‘No Waves’ foi considerado um dos mais excitantes do ano pelo lendário John Peel da BBC Radio One. Fez parte dos Palma’s Gang nos anos 90 e produziu dezenas de discos, incluindo trabalhos de Jorge Palma, GNR, Entre Aspas e os próprios Rádio Macau. Em 2017, Flak uniu forças com Benjamim tendo em vista a gravação de um digno sucessor do há muito esgotado álbum a solo (homónimo) lançado em 1998. O álbum novo — ‘Cidade Fantástica’ — chegou às lojas em Novembro. Flak: guitarra e voz | António Vasconcelos Dias: teclados, guitarra e coros | Benjamim: guitarra, teclados e coros | Ela Limão: voz | João Pinheiro: bateria | José G. Vasconcelos Dias: teclados e coros | Nuno Espírito Santo: baixo.

Glockenwise. Nuno Rodrigues, Rafael Ferreira e Rui Fiúsa tinham 16 anos quando começaram. Depois de 3 álbuns, os Glockenwise apostaram tudo em reinventar-se e ganharam. Ou melhor, ganhámos todos, um disco vibrante, viciante, que cresce dentro de nós e nos faz acreditar que o futuro da música portuguesa passa por aqui.

Bilhetes: 5 euros (1 dia) e 7 euros (2 dias).
Aplicáveis os descontos do Cartão do Teatro.
[As actuações no Café-Concerto são de entrada gratuita.]
Mais informações e reservas:259 320 000 | bilheteira@teatrodevilareal.comBilhetes

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