|Hélio Bernardo Lopes| |
Desta vez, porém, a sua voz chegou-nos por via da eleição do próximo domingo, entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. Sem espanto, Rui Patrício contou-nos que havia votado em Alkmin na primeira volta, mas que iria agora fazê-lo em Bolsonaro. Perante estas palavras, respondi para mim mesmo: chamem-me Joaquim...
Custa-me acreditar, em face das sondagens, que Rui Patrício tenha ido votar num derrotado na primeira volta, sobretudo por ir agora votar num louco e idiota perigoso. Quase com toda aa certeza, o seu argumento é o de que o Brasil está farto da balbúrdia do PT, pelo que o regresso a alguma ordem só poderá ser conseguido, porventura, com Bolsonaro e com um general pior que este.
Quer isto dizer que se Rui Patrício tivesse que optar entre Fernando Haddad e Hitler, em circunstâncias similares às hoje vividas no Brasil, iria escolher Hitler. E quem diz Hitler, na Alemanha, diz Pinochet no Chile ou Fujimori no Peru. Importante, para Rui Patrício é a ordem, porque as liberdades valem apenas lá bem para diante. E se chegarem a vir.
Esta sua curta entrevista mostra também a sua coerência de valores estruturantes da sociedade. Se estivesse nos Estados Unidos teria votado, quase com toda a certeza, Donald Trump. E deve acreditar que a suspensão do Tratado INF tem por causa, precisamente, o que Donald nos vai dizendo. Até porque com ele a falar, somos nós logo cem por cento a acreditar. Deve, porventura, defender, por igual, um novo referendo no Reino Unido. É a coerência política e ideológica.