Alijó constituiu comissão para se debruçar sobre o Património Cultural do concelho

Há um imenso Património Cultural no concelho de Alijó que se encontra desconhecido ou negligenciado e agora a Assembleia Municipal do concelho ribeirinho do rio Douro quer saber tudo sobre este autêntico e valioso recurso local. Para tal formou uma Comissão para o Património Cultural, que integra todas as forças políticas, e que foi constituída e aprovada por unanimidade no âmbito da última Assembleia Municipal, realizada a 9 de março de 2018.

Alijó constituiu comissão para se debruçar sobre o Património Cultural do concelho
A ideia partiu do Bloco de Esquerda (BE) local, mas foi logo aceite e viabilizada pelo Presidente da Assembleia Municipal, José Canelas, e depois aprovada pelas restantes forças partidárias que integram aquele órgão autárquico. O objectivo é “diagnosticar as principais potencialidades turísticas e identificar os espaços naturais e patrimoniais que possam imprimir dinâmicas de visitação ao território.”

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No final será criado um documento que deverá adoptar a forma de um relatório onde vão ser expostas as prioridades de investimento neste sector a curto ou médio prazo. Esse documento será submetido à aprovação do plenário municipal e depois seguirá como uma recomendação ao executivo, que assim poderá decidir, de forma mais informada, sobre os locais onde será mais consensual o investimento no património local.

Subjacente a esta ideia está uma estratégia de aproveitamento dos fluxos turísticos que chegam até à região vinhateira. Lembra o documento que fundamenta esta comissão, o facto de “o concelho de Alijó fazer parte da Região Demarcada do Douro, a qual está reconhecida pela UNESCO como Património da Humanidade, enquanto Paisagem Cultural Evolutiva e Viva. Esta classificação constituiu-se, na última década, como uma marca de atractividade territorial, reflectindo-se num aumento significativo de turistas que passaram a visitar a região. De sublinhar que só pela via fluvial visitaram o Douro mais de 1.000.000 de turistas no ano de 2017”.

Acrescentando-se ainda que “o rio Douro é hoje um roteiro turístico reconhecido mundialmente, contando com operadores turísticos de referência a nível internacional. Segundo a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), em 2017 registaram-se a operar na via navegável 60 operadores com 147 embarcações, 20 das quais barcos-hotéis”.

Nessa estratégia, a vila do Pinhão surge como uma porta de entrada fundamental. “Nos 210 quilómetros que constituem a Via Navegável do Douro, o concelho de Alijó possui um papel de centralidade reconhecida, com uma porta de entrada privilegiada na vila do Pinhão que pode potenciar a nível concelhio esta enorme oportunidade económica que é o turismo”, refere o mesmo documento.

Até hoje, constatamos que o fluxo de turistas que chega ao cais do Pinhão não trouxe qualquer benefício económico e financeiro ao Concelho de Alijó. Urge, por isso, perceber os motivos de tal realidade e desenvolver os mecanismos necessários que ajudem a inverter a situação”, sublinha-se.

Ainda segundo a lógica subjacente à fundamentação da nova comissão para o Património Cultural criada no âmbito da Assembleia Municipal de Alijó, “os recursos locais, onde o Património Cultural se enfileira como uma sinergia de relevância incontornável, podem ajudar a criar espaços de atractividade ao longo do território concelhio e deste modo constituir-se como um sector de actividade capaz de contribuir para alterar a realidade vigente”.

É tempo de“diagnosticar as principais potencialidades turísticas e identificar os espaços naturais e patrimoniais que possam imprimir dinâmicas de visitação ao território”, porque, consideram “ o investimento no Património Cultural não é só um fim em si, necessário, mas uma oportunidade quando visto no âmbito do turismo que potencia. Através dos recursos locais (sejam eles de âmbito ambiental, sejam eles de âmbito patrimonial), é possível gerar atractividade nos territórios, valorizando aspectos da cultura local e criando dinâmicas localizadas com repercussões positivas na constituição de pequenas empresas ou na melhoria das economias familiares”.

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O património, enquanto elemento de identidade cultural, constitui uma sinergia variada e riquíssima, detendo em si fortes potencialidades para ajudar à promoção do desenvolvimento regional”. A partir do património defende-se que “é possível fixar pessoas, constituir programas de promoção do território, aumentar a competitividade territorial através da criação ou valorização histórica e cultural de produtos endógenos diferenciadores, promover a qualificação e a internacionalização, funcionalizar as riquezas de interesse público, criar atractividade territorial e, consequentemente, contribuir para dinamizar o empreendedorismo local”, conclui o documento que argumenta a necessidade de durante o prazo de um ano existir uma Comissão da Assembleia Municipal que tem com principal tarefa debruçar-se sobre as potencialidades do Património Cultura do concelho de Alijó.

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