Na Calha

|Hélio Bernardo Lopes|
Não recordo agora se cheguei a escrever a minha descrença nas candidaturas de Montenegro, Rangel e Santana à liderança do PSD. Mas sempre acreditei que Rui Rio, desta vez, o faria, embora também não recorde se disto falei ou não. Em todo o caso, temos já mui diminuído o grau de indeterminação que pairava no caminho que o PSD está agora obrigado a trilhar.

Sem um ínfimo de dúvida, sempre descri de uma futura lideramnça do PSD por Luís Montenegro. E a razão foi sempre esta: falta-lhe, objetivamente, massa crítica em termos políticos para suscitar, junto dos portugueses potencialmente atingíveis pelo interesse no PSD, uma onda de aceitação e de apoio.

Do mesmo modo, também nunca acreditei numa candidatura de Paulo Rangel, porque, também objetivaente, lhe falta a sempre adequada imagem. Até o timbre da sua fala vai no sentido de não cativar, antes afastar. Bom, a verdade é que também não será agora candidato.

Depois, Pedro Santana Lopes. Em princípio, não creio que deva candidatar-se, porque já foi líder do PSD, já foi Primeiro-Ministro, pelo que concorrer agora à liderança do PSD constitui-se sempre num risco, uma vez que poderá bem vir a ser derrotado nas próximas eleições para deputados, pelo PS e pela Geringonça.

Sobra, pois, Rui Rio, que já se sabe que virá a ser candidato. Neste caso, se não existir nenhum outro candidato que se lhe oponha, acreditando no que disse André Ventura ao i, deverá este vir a apresentar-se na corrida à liderança laranja. A ser assim – será que o deixarão? –, poderão surgir surpresas, porque Rui Rio é bem mais à direita que Pedro Passos Coelho e desde há muito defende mundanças nos Sistemas Constitucional e Político que vão completamente ao arrepio do espírito da Revolução de 25 de Abril.

Se André Ventura corrigir o que disse e em que foi mal interpretado, e se conseguir apresentar um programa estratégico para a ação política do PSD, de molde a do mesmo poder sair um programa de ação políitca sustentáel, que se mostre realmente alternativo e melhor que o atual, é bem possível que no PSD surja algo de inesperado. Até porque Rui Rio é um (perigoso) mito político, em boa media criado pela grande comunicação social.

Ficamos agora à espera para ficar a saber o que, de facto, irá fazer Pedro Santana Lopes. Uma situação que suscita estas duas perguntas: o tal programa que Santana está a escrrever destina-se a si ou a Rui Rio, e se assim for, será que Pedro Santana Lopes desistira já no congresso, quando André Ventura tiver já decidido não se candidatar?

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