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Mas os problemas relacionados com os clientes das operadoras turísticas que depois eram transportados em comboio parece terem-se agudizado nas últimas semanas, o que levou três operadoras turísticas do Douro a substituir o comboio por autocarros como meio de transporte complementar ao barco. Segundo fonte representativa de uma das empresas, citada pela Lusa, a CP poderá perder 30.000 passageiros até outubro, uma vez que é mais que conhecido o aumento do fluxo turístico na região durante este ano de 2016.
Por ser a vila do Pinhão um espaço central de todo este movimento, a “Junta de Freguesia não pode ficar alheia ao rumo que esta discussão está a levar, centrando-a nos interesses comerciais dos operadores turísticos. A Linha do Douro serve uma região com mais de 200 mil habitantes e representa a única forma de transporte ao longo do canal do Douro, registando nos últimos anos um crescimento relevante de passageiros”, refere um comunicado daquela instituição.
Segundo os responsáveis desta junta de freguesia “a falta de um profundo investimento, quer ao nível da infraestrutura quer ao nível da operação por parte da CP – Comboios de Portugal, têm retardado a afirmação turística da região e contribuem negativamente para a imagem do vale do Douro. A Junta de Freguesia do Pinhão considera que a prioridade de investimento ferroviário deve ser revista e que esta linha deverá rapidamente sofrer as intervenções necessárias com o objetivo de prestar um melhor serviço, primeiro às populações que serve, depois aos visitantes que procuram a região e finalmente aos operadores turísticos que, curiosamente, não tem, na sua generalidade sede no vale do Douro”, defendem.
Como investimentos para a valorização deste troço ferroviário que atravessa o coração da região vinhateira do Douro, esta junta de freguesia aponta como prioritário a eletrificação da linha do Douro prevista no Plano Estratégico de Transportes e orçada em 56 milhões de euros (entre Caíde e Pocinho), um investimento que representa pouco mais de 0,03% do PIB e que “permitirá a utilização de carruagens e automotoras mais confortáveis e atuais libertando o país do absurdo aluguer a Espanha de automotoras velhas e degradadas que hoje efetuam o serviço nesta linha e que desde 2010 já nos custaram mais de 25 milhões de euros”.
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“O esvaziamento da região, demográfico e decisório, o abandono por parte das entidades turísticas após a extinção do Turismo do Douro e a ausência de uma entidade gestora da região, do seu património e do seu modelo turístico tem, no desprezo por uma das linhas ferroviárias rentáveis do nosso país, uma das principais consequências. Urge a definição de um modelo estratégico para potenciar o vale do Douro e se esse passo não fora dado pela administração central terá que inevitavelmente ser dado pelas autarquias locais, antes que seja tarde demais”, salienta o comunicado enviado à comunicação social da Junta de freguesia do Pinhão.
Durante as últimas duas semana foram algumas as vozes que se juntaram às críticas do "mau serviço" prestado pela CP na linha do Douro como, por exemplo, os deputados do PSD eleitos por Vila Real, alguns autarcas durienses, a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte e a Associação dos Empresários Turísticos do Douro e Trás-os-Montes (AETUR).
Segundo dados fornecidos pela CP, que também reconhece as dificuldades em responder "aos crescimentos brutais" da procura na linha do Douro , o transporte de grupos aumentou 73%, o que corresponde a mais 8.314 viagens realizadas, num total de 19.629 passageiros transportados em grupos só no mês de junho.