Uma moda que pegou

|Hélio Bernardo Lopes|
Ninguém duvida hoje em Portugal da razão que assistiu a Alexis Tsypras na invetiva que fez contra os Governos de Portugal e Espanha. De resto, essa invetiva podia mesmo ter também sido feita contra a Alemanha e os seus dirigentes políticos. No mínimo.

O desastre da famigerada União Europeia, com o seu discriminador euro, acabou por levar ao enfraquecimento da democracia, mas por igual ao completo desinteresse dos povos europeus em estarem presentes no seu seio. Pensando um pouco, e olhando minimamente parra trás, facilmente se percebe que os tempos vindouros serão a continuação do atual desastre, já bem encetado.

Simplesmente, a recente vitória do SYRIIZA e as perspetivas do PODEMOS, em Espanha, e de Marine Le Pen, nas presidenciais francesas, estão a fazer tocar quase todos os alarmes políticos. É o pânico que está a atingir quase toda a classe política hoje instalada nos centros do poder europeu, perante a evidência das vitórias do PODEMOS e de Marine.

Acontece, porém, que, por via de eleições livres e democráticas, aquelas estruturas políticas irão vencer. Irá ser assim porque os povos europeus estão fartos da classe política que os têm governado e do desastre a que tem conduzido os seus países e povos.

Numa tal circunstância, só a manipulação das estruturas judiciárias poderá impedir a mudança de fundo a que se tem vindo a assistir e se percebe que, por via de eleições livres, está completamente assegurada. Nós pudemos assistir a casos deste tipo, como a tentativa de envolver Dominique de Villepin ao nível judiciário, a fim de que Sarkozy viesse a ser eleito. Ou a de Dominique Strauss-Kahn, de molde a impedi-lo de concorrer a um lugar que lhe estava assegurado. E isto para lá de ser um doente do sexo.

Pois, aí está um caso novo, agora envolvendo...Marine Le Pen. Precisamente quando já se sabe que ela será a vencedora da próxima eleição presidencial francesa. A democracia, pois, completamente adaptada ao tempo de decadência moral e política que está a varrer o mundo. Simplesmente, só existem duas alternativas: ou a predem, ou os franceses dar-lhe-ão a vitória. E porquê? Porque estão fartos de um presidente sem qualidade e porque ainda recordarão a História da França, com o orgulho de se ser patriota. De um modo que creio ser ainda muito geral, os franceses não estarão na disposição de que os seus políticos sejam uns vende-pátrias.

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