Uma extraordinária anarquia!

|Hélio Bernardo Lopes|

Objetivamente, a generalidade dos portugueses – e dos outros povos, claro está – terá já percebido que as expetativas colocadas no desenvolvimento científico e tecnológico, tal como no funcionamento da democracia, se saldaram em extraordinários fiascos. 

De um modo muito real, pouco ou nada funciona bem na sociedade que se criou. Sobretudo, pelos passos dados nos últimos anos. Nada funciona!

Escrevo hoje este texto por via de um acontecimento que também me está já a atingir: a mudança de fornecedor de eletricidade, passando, no meu caso, da EDP para a GALP. Tal mudança, contra a minha ideia, mas defendida pela minha mulher, teve lugar em 19 de Dezembro último. Simplesmente, nada mais voltei a saber de concreto, como se as coisas se mantenham suspensas.

Hoje mesmo, eis que me surgiu, mais uma vez, o funcionário da...EDP. A finalidade era a de obter uma estimativa do valor indicado pelo contador, tal como sempre se deu. No prédio, como nos limítrofes, ninguém conhece o que se passa, estando nós – em nossa casa – à espera de uma qualquer exigência: ou em duplicado – para a GALP e para a EDP –, ou em acumulação temporal.

Mas o que tudo isto mostra é que o tudo privado, de parceria com o famigerado mercado, só traz às pessoas terríveis condições de vida e permanentes preocupações. Nada funciona de um modo minimamente capaz, ao mesmo tempo que se cria nos cidadãos uma autêntica sucessão de angústias. Vivemos um tempo de extrema anarquia. Um verdadeiro horror!