"Rostos Transmontanos", poema de Carlos d'Abreu

[vc_row][vc_column width="1/2"][vc_column_text]Rostos Transmontanos

São rostos que não deixam ninguém indiferente
são o rosto de uma região inteira.
Contêm toda a Geografia Transmontana,
revelada pelos sulcos neles impressos
durante a passagem do khrónos.
Tempo e telurismo, juntos.
Solo e clima agrestes.
Ladeiras, fragas e arroios.
Moroiços, socalcos, cepas, oliveiras e amendoeiras.
Janeiros geadeiros e canículas estivais.
As leiras.
Afinal daimosos porque dobrados pela vontade
inquebrantável de sobreviver no território
que lhes calhou para viverem.
São retratos, são gente,
gente que povoa um território que se despovoa.
São metáforas.
Mensagens de canseira, de solidão,
de sofrimento, de mágoa, de privações,
de sobrevivência, por vezes de resignação.
Mas também os há, de confiança, de grandeza,
de fé e até esplendor.
Todos dignos.
Este conjunto de telas é um registo in extremis
de um corpo extenuado, que definha
porque o seu sangue embarca todos os dias.
Já não é só o vinho que desce o Douro,
é também quem plantou as cepas.

Carlos d'Abreu
"Rostos transmontanos", entrevista a Paulo Patoleia [icon name="video-camera" class="" unprefixed_class=""] 

[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width="1/2"][zoomsounds_player source="https://ia601502.us.archive.org/35/items/podcast-poemario-23/Podcast%20Poem%C3%A1rio%2323.mp3" type="detect" config="sample--skin-wave-with-multisharer-button-and-embed" artistname="``Rostos Transmontanos``" songname="Poemário de Carlos d'Abreu" enable_likes="on" enable_download_button="on" wrapper_image="2489" wrapper_image_type="zoomsounds-wrapper-bg-center" play_target="footer"][/zoomsounds_player][vc_btn title="OUVIR MAIS DO PODCAST POEMÁRIO" size="sm" align="center" i_type="openiconic" i_icon_openiconic="vc-oi vc-oi-headphones" add_icon="true" link="url:https%3A%2F%2Fnoticiasdonordeste.pt%2Fpoemario%2F|||"][vc_column_text]“Rostos Transmontanos”, integra o livro de poesia “[des(en)]cantos e (alguns) gritos", de Carlos d’Abreu, editado em 2017 sob a chancela da editora Lema d’Origem.

“A narratividade dos poemas, associada ao tom coloquial, constitui outro traço distintivo da poética do autor. Muitos dos carmes, em todos os andamentos, evocam as narrativas mágicas e imemoráveis que vão passando de geração em geração. Esta narratividade, coadjuvada pelo ritmo rápido e cadenciado da quadra, predetermina a atenção do leitor para a reflexão e a procura de ‘novos sentidos e possibilidades’”.

Do prólogo de Norberto Veiga

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

www.CodeNirvana.in

© Autorizada a utilização de conteúdos para pesquisa histórica Arquivo Velho do Noticias do Nordeste | TemaNN