Com esta verba, o consórcio liderado pela Universidade de Agricultura de Atenas, Grécia, está a desenvolver uma abordagem integrada e holística para a gestão do problema dos pesticidas, avaliando todos os aspetos críticos relacionados com a sua utilização no cultivo de fruta e vegetais, assente em quatro pilares: previsão, deteção, seleção e aplicação. Ou seja, pretende-se «melhorar o tipo de pesticidas disponíveis no mercado e a forma como eles são aplicados na agricultura, introduzindo novos biopesticidas (bio-PPPs, substâncias produzidas a partir de micro-organismos ou de produtos naturais para o controle de pragas) e técnicas inteligentes de pulverização, para aumentar a segurança alimentar e reduzir os impactos para a saúde humana e ambiente», explica Fausto Freire, coordenador da equipa portuguesa e docente do Departamento de Engenharia Mecânica da FCTUC.
A primeira fase do estudo, com duração de três anos, tem como enfoque a investigação e avaliação de pesticidas biológicos e sintéticos (químicos), bem como o seu uso combinado para maximizar o sucesso no controle de doenças e pragas, o desenvolvimento de modelos capazes de prever o surgimento de pragas nas culturas e ainda o desenvolvimento de novas tecnologias inteligentes de pulverização.
As soluções conseguidas pelas várias equipas do consórcio serão agregadas e posteriormente testadas em três culturas selecionadas - cenouras (em França), pomares de maçã (em Espanha) e vinha (em Itália) - em diferentes campos, com a colaboração de cooperativas de agricultores.
De seguida, a equipa de Coimbra avaliará os riscos para a saúde humana e ecossistemas, assim como os impactos ambientais e socioeconómicos do sistema OPTIMA, em comparação com os sistemas tradicionais, através de uma abordagem que inclui a Avaliação de Ciclo de Vida (impactos diretos e indiretos desde a produção até ao consumo), a Análise de Risco e a Análise de Decisão Multicritério.
Os resultados do projeto irão contribuir claramente para «diminuir a dependência da agricultura europeia em relação aos PPPs químicos (pesticidas convencionais). O OPTIMA irá fornecer um sistema integrado mais eficiente e sustentável para controlar doenças e pragas, o que contribuirá para diminuir consideravelmente as concentrações de resíduos de PPPs na fruta e legumes, reduzindo os riscos e impactos na saúde humana e no ambiente», acredita Fausto Freire.