Mais de metade das crianças de Vila Real com comportamento sedentário alarmante |
Se durante o recreio, a actividade física das crianças é “satisfatória”, o cenário agrava-se quando vão para casa. «Mais de 30% dos alunos não realizam qualquer tipo de actividade física fora da escola, o CIDESD recomenda que sejam incentivados a integrar uma prática estruturada como o Desporto Escolar e o Desporto Federado», afirma.
Dos 542 alunos, de ambos os sexos e com idades compreendidas entre os 10 e os 13 anos, o CIDESD apurou que mais de 30% tem um índice de massa corporal (IMC) acima do recomendado.
«Identificámos que as crianças que não obtiveram um IMC recomendado distribuíram-se equitativamente entre casos de excesso de peso e de magreza. Os valores de referência utilizados foram estipulados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que variam de acordo com a faixa etária e o género», refere.
O estudo do CIDESD revela, ainda, que as raparigas precisam de melhorar dois atributos da aptidão física: a agilidade e a força muscular dos membros inferiores.
Entre Outubro e Novembro de 2018, foi aplicada uma bateria de testes a 542 alunos dos agrupamentos de escolas Diogo Cão e Morgado Mateus. Durante a aula de Educação Física, a equipa do CIDESD avaliou o peso, a altura (de pé e sentado), o salto e a velocidade na mudança de direcção em corrida, através de instrumentos de alta precisão como plataformas de infravermelhos, células fotoeléctricas e balanças de bioimpedância eléctrica.
«Os dados recolhidos podem ser particularmente úteis para os professores de Educação Física e para os treinadores dos clubes desportivos entenderem melhor o processo de maturação biológica e a sua relação com a aptidão física e prontidão desportiva. Por outro lado, os resultados também ajudam os decisores políticos locais, mas sobretudo os centrais, a repensar planos de intervenção que ajudem a combater este grave problema, quanto mais não seja pelos custos incomportáveis a longo prazo para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)», conclui o director do CIDESD, Jaime Sampaio.
Com mais de 120 investigadores, o CIDESD resulta de um consórcio de 10 instituições nacionais de Ensino Superior: Instituto Politécnico de Bragança, Escola Superior de Desporto de Rio Maior – Instituto Politécnico de Santarém, Universidade da Beira Interior, Instituto Universitário da Maia (ISMAI), Universidade da Madeira, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Instituto Politécnico de Viseu, Universidade de Évora, Instituto Politécnico de Viana do Castelo e Instituto Politécnico da Guarda.
Fundado em 2007 e avaliado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) como “Muito Bom” (2015-2020), o CIDESD procura difundir o conhecimento científico através de publicações, eventos e intercâmbio com instituições nacionais e internacionais. Por isso, mantém vários acordos de cooperação com centros de investigação e redes científicas dispersos pelos cinco continentes. O CIDESD é apoiado pela Fundação para Ciência e a Tecnologia, I. P. por fundos nacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.