Elite mundial da ciência polar reúne-se em Coimbra para debater o efeito das alterações climáticas na vida da Antártida

Vinte e sete cientistas polares de 12 países vão reunir-se na Universidade de Coimbra (UC), entre 24 e 27 de junho, para identificar o progresso científico na região Antártica em relação às alterações climáticas nos últimos 10 anos na vida dos animais que lá vivem.

José Xavier. Créditos: Stacey Adlard 
Nesta reunião, cuja sessão de abertura decorre às 16 horas do dia 24 no Museu da Ciência, vão ser discutidos e analisados vários problemas que preocupam os cientistas que estudam a Antártida, entre os quais, o tipo de respostas dos animais às alterações climáticas, as mudanças no oceano Antártico no que respeita à vida dos animais marinhos, a adaptação e resiliência de espécies às alterações climáticas e o impacto da poluição na Antártida.

Deste encontro, que surge no âmbito do programa internacional SCAR AnT-ERA, resultará um documento que deverá ser publicado como um produto do Comité Científico para a Investigação Antártica (Scientific Committee on Antarctic Research – SCAR), por forma a ajudar todas as partes interessadas: decisores políticos, o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), mas também cientistas, as gerações mais jovens e o público em geral.

José Xavier, docente do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), e um dos coordenadores (e único cientista português) do SCAR AnT-ERA, realça que esta iniciativa «reúne alguns dos melhores cientistas do mundo com o objetivo claro de se tentar perceber quais as espécies que irão sobreviver e quais as que se poderão extinguir numa região que mais tem sido afetada pelas alterações climáticas, com lições para o resto do planeta».

Por seu lado, Julian Gutt (Alfred Wegener Institute, Alemanha), coordenador-chefe do programa internacional SCAR AnT-ERA, evidencia que «estamos desejosos de reunir os mais recentes resultados sobre alterações em ecossistemas antárticos, desde pequenas algas aos carismáticos pinguins e baleias».

Já Enrique Isla, do Institut de Ciéncies del Mar (Espanha), também coordenador do programa, afirma que «esta iniciativa irá fornecer importantes informações para ações futuras na investigação e na criação de decisões políticas eficientes em direção a uma sociedade global sustentável».

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