Os responsáveis da Comunidade Intermunicipal também não compreendem "que uma decisão destas seja anunciada pela CP, e suportada pelo Governo, em contraciclo com a realidade turística do Norte de Portugal, quando, no dia 19 de fevereiro, a companhia aérea Emirates anunciou que a partir de 2 de julho vai fazer a ligação entre o Porto e Dubai quatro vezes por semana, trazendo novos turistas ao Norte e novas oportunidades para o Douro dar a conhecer os seus argumentos enquanto Património Mundial da UNESCO – e o comboio era uma extraordinária oportunidade para fazerem esta incursão pelo território".
Numa nota de imprensa distribuída à Comunicação Social, a "CIMDOURO lamenta que, mais uma vez, o Interior de Portugal tenha de lutar pela continuidade de serviços essenciais à sua economia e à economia do País. A lógica do custo é sempre tida em conta no Interior, ao invés do que sucede no litoral, onde os prejuízos são sempre compensados com o Orçamento de Estado. Razão pela qual não é admissível que a CP, ou qualquer outra empresa que prossegue o fim público, promova retrocessos turísticos e económicos, cause prejuízos à promoção deste destino turístico, reduza ofertas aos turistas ou interfira na estratégia de uma região que representa mais de 200 mil habitantes, tem sido um exemplo no combate à sazonalidade turística em Portugal, é um dos maiores promotores do País no Mundo, e é um destino de turismo de excelência, com qualidades reconhecidas internacionalmente", salientam.
O anúncio da CP levou a que a própria Entidade Regional do Turismo do Porto e Norte tomasse posição pública de “total discordância” pela decisão da suspensão do comboio turístico na Linha do Douro e apelasse à CP para que “reverta a decisão”.
Segundo a CIMDOURO, "várias instituições públicas e privadas da região manifestaram igualmente o seu descontentamento e demonstraram muita preocupação, considerando um 'revés' no trabalho que tem vindo a ser desenvolvido na estruturação do Douro como destino turístico que aposta na ferrovia como uma opção sustentável e amiga do ambiente.
Por isso, a CIMDOURO "vai exigir reuniões urgentes à CP e ao Ministro das Infraestruturas e da Habitação, não aceita o fim do comboio Miradouro e não aprova a diminuição do número de viagens do Comboio Histórico no Douro, medidas que trarão graves prejuízos à região, aos operadores turísticos, às empresas e às gentes do Douro".