No dia 18, com Vénus a aproximar-se cada vez mais do Sol e com Saturno a afastar-se da nossa estrela, os dois planetas vão cruzar-se no céu, e irão passar a 1 grau de distância um do outro.
No dia 19, ocorre a segunda “super” lua cheia de três consecutivas. Uma “super” lua cheia é uma lua cheia que ocorre quase em simultâneo com o perigeu (ponto de maior aproximação à Terra).
A “super” Lua está na constelação do Leão, que nasce logo ao anoitecer, a 4 graus de Regulus, a estrela mais brilhante desta constelação. Em latim Regulus significa “príncipe” ou “pequeno rei”. Já em árabe esta estrela é conhecida como Qalb al-Asad, que significa "o coração do Leão". Com uma magnitude aparente de 1,35, Regulus é a 21ª estrela mais brilhante do céu. Mas o que vemos no nosso céu como uma estrela é na realidade um sistema de quatro estrelas – dois binários que se orbitam mutuamente – a 79 anos-luz de distância.
Mas esta estrela roda à velocidade brutal de quase 350 km/s (por comparação, o Sol roda a 2 Km/s)! Esta velocidade distorce a estrela, sendo esta consideravelmente mais achatada nos polos do que no equador. Isto provoca um efeito conhecido como escurecimento gravítico – os polos são 5 vezes mais brilhantes do que o equador.
Dia 26 a Lua atinge o quarto minguante e dia 27 está 4 graus atrás do planeta Júpiter. No dia seguinte, o último deste mês (não se esqueçam que este só tem 28 dias) e depois de avançar pouco menos de um palmo no céu, a Lua “ultrapassou” Júpiter. Estes dois formam agora uma linha reta com Saturno, que está a 17 graus da Lua, e com Vénus, que está a 10 graus de Saturno. Este alinhamento (aparente) de objetos do Sistema Solar está visível assim que Vénus nasce, por volta das 5:30 da manhã.
Boas observações.
Ricardo Cardoso Reis (Planetário do Porto e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço)
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva