Quanto ao céu do mês, no dia 2, a Lua atinge o quarto minguante.
O radiante desta chuva (ponto de onde parecem emanar os meteoros) é a constelação do Dragão, constelação associada a vários dragões mitológicos. Um deles é Ladão, o dragão de 100 cabeças que guardava as maçãs douradas do jardim das Hespérides. Num dos 12 trabalhos de Hércules, o dragão foi morto pelo titã Atlas, enquanto Hércules o substituía na tarefa de sustentar o céu nos seus ombros.
A estrela mais brilhante do Dragão, Thuban, já foi a estrela polar, por volta do ano 3000 a.C. Isto aconteceu por causa da precessão dos equinócios, o “bambolear” natural do eixo de rotação da Terra (semelhante ao que acontece a um pião quando perde velocidade), que faz com que o eixo rode sobre si próprio a cada 25 770 anos. Por volta do ano 20 346, Thuban voltará a ser a estrela polar.
No dia 21 ocorre o pico da chuva de estrelas das Oriónidas, com cerca de 35 meteoros por hora previstos (em céus escuros). Com Orion a nascer por volta da meia-noite, e com a Lua quase cheia, este não será dos melhores anos para observar esta chuva. A lua cheia chega três dias depois, no dia 24.
E na madrugada de dia 28 muda a hora, com os relógios a atrasarem uma hora às 02h00 no Continente e na Madeira (passa a ser 01h00), e à 01h00 nos Açores (volta a ser meia-noite). Nesta altura voltamos a ficar mais próximos da verdadeira hora solar para o nosso país. E para terminar o mês, dia 31 a lua atinge novamente a fase de quarto minguante.
Boas observações.
Ricardo Cardoso Reis (Planetário do Porto e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço)
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva