Direitos Humanos à americana

|Hélio Bernardo Lopes|
Num destes dias recentemente passados, teve lugar a morte de certo oposicionista ao Governo de Maduro, na Venezuela. A explicação oficial foi de que se tratou de um suicídio. 

Não sendo impossível, é muito pouco provável, embora também seja quase certo que o referido venezuelano deverá ter estado ligado à tentativa de homicídio do Presidente Maduro, tal como um qualquer seu compatriota de apelido Borges, podre de rico, hoje a viver entre a Colômbia e os Estados Unidos.

Não faltam casos deste tipo por toda a parte do mundo, bastando lembrar o que se passou com o dito suicídio global, em plena prisão, dos membros da extinta Fração do Exército Vermelho, na antiga Alemanha Ocidental, ou mesmo a noticiada morte natural do Papa João Paulo I. Uma morte que nem sequer se viu acompanhada da maia que lógica autópsia...

Sem mais, dentro do cinismo de que sempre se deita mão no ambiente político internacional, de pronto os Estados Unidos se determinaram a acusar Nicolás Maduro da morte deste seu opositor. Como seria de esperar, nunca lhes ocorreu reconhecê-lo como um dos criminosos ligados à tentativa de homicídio de Maduro.

De um modo mimético, num ápice logo surgiram as Nações Unidas a pedirem uma investigação a este oficialmente anunciado suicídio de Fernando Albán, para mais ocorrido nas instalações do serviço secreto venezuelano.

Sem que cause um ínfimo de estranheza, as Nações Unidas, mormente António Guterres, tal como os Estados Unidos, não se determinam a exigir o mesmo sobre os criminosos que assassinaram a jovem Marielle no Brasil. O assunto, de um modo assaz conveniente, parece ter caído no olvido, até um pouco por todo o mundo, percebendo-se hoje quem foram os mandantes do crime e que a sua apresentação a juízo nunca chegará.

Infelizmente, as Nações Unidas e António Guterres, tal como os Estados Unidos, também não fazem uma exigência pública como esta da Venezuela, mas ao redor do jornalista saudita que, depois de ter entrado no consulado da Arábia Saudita em Istambul, nunca mais apareceu. E isto depois de se ter já podido escutar de Erdogan que o referido jornalista foi assassinado nas instalações do consulado, constando agora que o corpo foi cortado em bocados, depois transportados para lugares desconhecidos.

Este conjunto de casos ilustram muitíssimo bem o que se entende, na política norte-americana, e no seu braço no Direito Internacional, que são as Nações Unidas, por Direitos Humanos: se o crime é cometido por alguém da Esquerda, exigem-se explicações cabais; se é praticado por gente da Direita, se se diz alguma coisa, bom, é para lamentar o ato violento em causa. Um mimo...

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