Hilariante

|Hélio Bernardo Lopes|
Foi para mim verdadeiramente hilariante a exposição feita, num destes dias, por Luís Filipe Pereira ao redor das (supostas) ideias do PSD de Rui Rio para a área da Saúde. E tudo em torno do Serviço Nacional de Saúde. 

E foram várias as razões que suscitaram a minha reação hilariante. Em primeiro lugar, aquele movimento amplo de braços, primeiro com o esquerdo, depois com o direito. Com algum reflexo calmo de David Justino, lá se evitou uma possível valente bolachada...

Em segundo lugar, Luís Filipe Pereira lá tentou vender a ideia de que essa treta das ideologias é completamente inútil, devendo antes seguir-se um caminho de bom senso: o do centro sem ideologias – valores. E isto porque nada de Direitas nem de Esquerdas, sim o caminho do bom senso.

E, em terceiro lugar, ampliar o número de parcerias público-privadas, liderando-as com a gestão privada, sempre completamente preocupada em servir os portugueses que procuram cuidados de saúde, mas com este verdadeiro milagre: conseguindo, ainda por cima, ter lucro.

Como se vê, com Luís Filipe Pereira o PSD – neste caso o de Rui Rio – mostrou conseguir, tantos séculos depois, a autêntica quadratura do círculo. Um case study que irá marcar a mudança no ensino da gestão dos cuidados de saúde por todo o ambiente das grandes academias.

Por sorte, os portugueses sabem agora, já com alguma clareza, no que se constitui a proposta do PSD de Rui Rio para a essencialíssima área da Saúde. Até aqui, sempre o PSD se reivindicou, sem razão, de ter sido um dos parceiros na criação do Serviço Nacional de Saúde. Desta vez, porém, a falta de jeito político foi de tal modo que mostrou, com tudo escancarado, a realidade dos objetivos do PSD e da Direita. Com um pouco de análise, até de boa parte de antigos dirigentes do PS, alinhados, como há muito se sabe, com a ideia da privatização do Serviço Nacional de Saúde incluída no pensamento de Maria de Belém e da ala direitista do partido. E, vistas bem as coisas, com uma boa dose de diálogo entre o Primeiro-Ministro e o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, lá nos surgirá nova cedência a toda a prova do PS. No fundo, uma velha linha política do PS de sempre: ceder sempre aos apetites vorazes dos grandes interesses da Direita.

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