Comissão para o Património Cultural do concelho de Alijó já está no terreno |
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O objetivo geral desta iniciativa política será a criação de um documento que tomará a forma de um relatório onde vão ser expostas conclusões, consensualidades e prioridades de investimento neste setor e que na ótica desta comissão devem ser feitos a curto, médio e longo prazo.
No documento que justifica a sua criação considerou-se que já estão identificados no concelho de Alijó os constrangimentos para o não aproveitamento desta sinergia geradora de fluxos turísticos, como é o caso do património cultural, sendo apontada a falta de programação cultural institucionalizada para oferecer aos operadores turísticos, a inexistência de roteiros institucionalizados e a inexistência de um inventário de todos os pontos de interesse do concelho como alguns dos principais fatores de estrangulamento local.
Por outro lado, evoca-se nesse mesmo documento a degradação do património histórico/arqueológico e a sua não catalogação, facto que aliado à inexistência de um programa de musealização concelhio capaz de potenciar aspetos da cultura local, contribuem para a não existência de espaços de visitação polarizados pelo território detentores de uma qualidade reconhecida e capazes de gerar atratividade para a grande massa de turistas que entra na região pela via fluvial.
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Dentro deste consensual entendimento político, o património cultural é entendido como “elemento de identidade cultural e como uma sinergia variada e riquíssima, detendo em si fortes potencialidades para ajudar à promoção do desenvolvimento regional”. Através do património cultural, sublinha o documento justificativo desta missão que foi votada por unanimidade na Assembleia Municipal, “é possível fixar pessoas, constituir programas de promoção do território, aumentar a competitividade territorial através da criação ou valorização histórica e cultural de produtos endógenos diferenciadores, promover a qualificação e a internacionalização, funcionalizar as riquezas de interesse público, criar atratividade territorial e, consequentemente, contribuir para dinamizar o empreendedorismo local”.
É também sublinhada a posição estratégica do concelho de Alijó face aos fluxos turísticos que já existem a partir do rio Douro e que num futuro muito próximo poderão vir a existir a partir da albufeira da Barragem do Tua.
O concelho de Alijó faz parte da Região Demarcada do Douro que está reconhecida pela UNESCO como Património da Humanidade, enquanto Paisagem Cultural Evolutiva e Viva. Esta classificação constituiu-se, na última década, como uma marca de atratividade territorial, facto que acabou por se refletir num aumento significativo de turistas que passaram a visitar a região. De realçar que só pela via fluvial visitaram o Douro mais de 1.000.000 de turistas no ano de 2017.
O rio Douro é hoje um roteiro turístico reconhecido mundialmente, contando com operadores turísticos de referência a nível internacional. Segundo a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), em 2017 registaram-se a operar na via navegável 60 operadores com 147 embarcações, 20 das quais barcos-hotéis.
Nos 210 quilómetros que constituem a Via Navegável do Douro, o concelho de Alijó possui um papel de centralidade reconhecida, com uma porta de entrada privilegiada na vila do Pinhão que pode potenciar a nível concelhio esta enorme oportunidade económica que é o turismo.
Mas até hoje, refere-se na proposta de constituição desta Comissão para o Património Cultural, constatou-se “que o fluxo de turistas que chega ao cais do Pinhão não trouxe ainda qualquer benefício económico e financeiro ao Concelho de Alijó”.
Face a tal realidade, um dos objectivos inerentes a esta comissão é também “perceber os motivos dessa realidade e desenvolver ou propor os mecanismos necessários que ajudem a inverter a situação”.