Parasita perigoso detetado em javalis caçados em Trás-os-Montes

Um parasita perigoso para a saúde humana, designado cientificamente pelo nome de Trichinella, foi detetado em “javalis caçados em montarias nos concelhos da região de Trás-os-Montes”, refere uma nota de imprensa emitida pela Assessoria Comunicação da Universidade de Tás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

Parasita perigoso detetado em javalis caçados em Trás-os-Montes
Por tal motivo, a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) tornou mandatória a análise da carne de javali, proibindo a comercialização de carne de javalis abatidos em Trás-os-Montes e alerta para “o risco para a saúde humana decorrente do consumo de carne obtida de animais infetados” com esta parasitose.

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A DGAV impôs “medidas sanitárias adicionais” tendo determinado, através do Edital 1/2018, que “todos os animais abatidos em atos venatórios (batidas, montarias ou ações de correção de densidade populacional com recurso a utilização de cães, com exceção das esperas), praticados na área destes concelhos, sejam submetidos a pesquisa de Trichinella antes de qualquer tipo de consumo, quer para colocação no mercado, quer para consumo doméstico privado“, refere a nora de imprensa da Utad.

Ainda segundo a mesma fonte a “Triquinelose é uma doença causada por parasitas da espécie Trichinella. Nos animais está frequentemente associada à infeção do porco doméstico (Sus domésticos) e do javali (Sus scrofa). O Homem também pode padecer desta doença, reconhecendo-se hoje que, na Europa Ocidental, a principal fonte de infeção para o homem ocorre por ingestão de carne de javali e de porco cozinhada a baixas temperaturas ou a produtos cárnicos (como é o caso de enchidos)”.

Segundo Madalena Vieira-Pinto, responsável pelo serviço de despiste de Trichinella em carne de javali, no Laboratório de Tecnologia, Qualidade e Segurança Alimentar (TeQSA) da UTAD, “no homem, os principais sintomas associados à Triquinelose incluem dor abdominal, náuseas, vómitos e diarreias, dores musculares, dificuldade respiratória, dificuldade em deglutir, edema das pálpebras. Em casos mais graves pode ocorrer insuficiência cardíaca e distúrbios neurológicos como dor de cabeça e vertigem”, explica.

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“Neste laboratório a resposta é dada em 24 horas, após a receção das amostras, o que permite ao caçador ter uma resposta célere antes do consumo da carne dos animais caçados. Mais acrescenta que, nas épocas venatórias 2016/17 e 2017/18, este serviço foi realizado de forma gratuita, devido ao financiamento do Safari Club International – Lusitania Chapter, tendo-se processado até à presente data quase 100 amostras”, informa a nota de imprensa da UTAD.

Este despiste laboratorial deve-se ao facto da larva de Trichinella não ser visível a “olho nu” o que exige análise laboratorial para a sua deteção. Atualmente, de acordo com a legislação em vigor, todas carcaças de javali destinadas a serem comercializadas para consumo humano têm de ser sistematicamente sujeitas à pesquisa de Triquinella como parte do seu exame post mortem, em matadouros ou em estabelecimentos de preparação de caça (Regulamento (CE) Nº. 854/2004 e Regulamento (CE) Nº 2075/2005). Agora também o consumo doméstico privado passa a ter esta obrigatoriedade, “pelo menos nos concelhos da Região de Trás-os-Montes”, acrescenta a responsável do TeQSA.

Os caçadores e agentes interessados neste serviço deverão contactar previamente o laboratório TeQSA através do email mmvpinto@utad.pt ou do telefone nº 259 350 904 para posterior envio das amostras.

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