Imagem artística do exoplaneta Ross 128 b Crédito- ESO- M Kornmesser |
O astrofísico do IA e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto comenta “Este resultado ilustra a capacidade já existente para encontrar e, no futuro, caracterizar em detalhe e de forma recorrente planetas que reúnam as condições necessárias para a presença de vida. A equipa do IA está a trabalhar arduamente para atingir esse objetivo, tendo traçado um plano que inclui uma forte participação em missões espaciais da ESA e em vários equipamentos do ESO, como o ELT ou o espectrógrafo ESPRESSO , que entrará em funcionamento ainda este mês.”
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O Ross 128 b orbita a sua estrela uma vez a cada 10 dias, a uma distância cerca de 20 vezes mais próxima do que a que separa a órbita da Terra do nosso Sol. Mas por ser uma anã vermelha pouco ativa, com pouco mais de metade da temperatura do Sol, a radiação com que a estrela banha o planeta é apenas 1,38 vezes superior à irradiação que chega à Terra. Como resultado disto, as estimativas para a temperatura do planeta variam entre -60 ºC e 20 ºC, mas devido à incerteza nestes cálculos, ainda não é certo se o planeta está dentro, ou imediatamente fora, da zona de habitabilidade da sua estrela. É por isso um candidato perfeito para observação com o maior telescópio da próxima geração, o ELT (ESO).
“Os novos instrumentos do ESO irão desempenhar um papel essencial na produção de um censo dos planetas com a massa da Terra passíveis de caracterização. Em particular o NIRPS , o braço infravermelho do HARPS, irá aumentar a eficiência nas observações de anãs vermelhas, que emitem a maioria da sua radiação no infravermelho. E no futuro, o ELT irá dar-nos a possibilidade de observar e caracterizar uma percentagem significativa desses planetas”, conclui Xavier Bonfils (Universidade de Grenoble, França), o primeiro autor do artigo científico.
Apesar de atualmente estar a 11 anos-luz da Terra, o sistema Ross 128 está a aproximar-se de nós, e espera-se que se torne o nosso vizinho mais próximo dentro de apenas 71 000 anos. Nessa altura, o Ross 128 b irá destronar Próxima b e tornar-se o exoplaneta mais próximo da Terra.
Gabinete de Comunicação - Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva