Mais um...

|Hélio Bernardo Lopes|
De um modo verdadeiramente inesperado foi como teve ontem lugar o mais recente acidente com um avião pequeno em Portugal. Inesperado, muito acima de tudo, por terem tido lugar duas mortes de concidadãos nossos, que se encontravam em plena praia, sem imaginarem, infimamente, o que estava a passar-se nas imediações dos seus lugares e prestes a atingi-los.

Para lá deste caso de contornos humana e socialmente dolorosos, voltou a estar-se perante mais um acidente com uma pequena aeronave. Uma sucessão de acontecimentos que, quase com toda a certeza, apresenta uma média muito superior à presente nos aviões dos grandes voos comerciais, e tanto ao nível do número global de cada tipo de aviões, como da frequência dos voos.

Também os leitores deverão ter-se já apercebido de que as causas deste tipo de acidentes raramente são tornadas públicas, para lá de quase nunca se virem a saber de julgamentos ou de indeminizações, sejam os casos os que forem. Em que pé se encontra, afinal, o grande caso recente que atingiu Cascais e que foi ontem mesmo recordado? Bom, não se sabe, nem a grande comunicação social se determina a entrevistar as famílias atingidas pelo acontecimento.

No meio de tudo isto, uma explicação que surge sempre em cada caso: tudo estava bem com os aviões, completamente vistoriados e em pleníssima forma, mas também com os pilotos, invariavelmente muito experientes e com milhares de horas de experiência de voo. Só falta apontar, nestes casos, a causa dada para o que teve lugar com o navio Angoshe, já pelo final da II República: corpos extraterrestres.

Tomei conhecimento deste caso no mesmo café em que me encontrava quando a nossa grande comunicação social de referência – piora a cada dia...– noticiou a tal falsa queda de uma aeronave de combate aos fogos florestais – caiu sobre este caso um silêncio sepulcral… Infelizmente, desta vez não houve erro, tendo tido lugar, com grande dor, duas mortes, uma delas de uma criança com nove anitos.

Por fim, uma nota: fui esperando, ingloriamente, pela chegada do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, mas sou levado a crer que se encontra a banhos. Para a história das suas presidências – já se percebeu que serão duas –, esta sua ausência ficará como uma singularidade digna de registo. Raros historiadores não se lhe referirão.

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