A ética política é um problema nos Estados Unidos

|Hélio Bernardo Lopes|
Ninguém independente e com algum conhecimento histórico dos Estados Unidos e da sua ação no mundo ao longo do Século XX deixará de reconhecer que os Estados Unidos são uma pleníssimma plutocracia. 

Opera-se, de facto, a prática democrática eleitoral, mas apenas se o resultado se mantiver em conformidade com os grandes interesses que comandam a vida norte-americana e, de um modo forte, influenciam todo o mundo.

Embora com o meu pleno desconhecimento, funcionou até há dias no Congresso dos Estados Unidos um Gabinete de Ética. Mas bastou que Donald Trump – um outsider do Congresso... – tivesse saído vencedor do último pleito eleitoral para que os congressistas de pronto se tivessem determinado a pôr um fim naquela estrutura.

Sem que se tenha escutado uma só reação contrária por parte de Hillary Clinton, ou dos restantes candidatos nas primárias – por onde anda Bernie Sanders? –, a verdade é que apenas Donald Trump veio a terreiro brandir contra esta decisão. Ainda assim, não pelo valor ético e político da mesma, antes pela oportunidade. E tem razão, sendo pena que não se tenha batido pela continuação do referido gabinete e com as prerrogativas que possuía.

Cada um de nós – portugueses – não deve esquecer aquele pedido de Barack Obama a Donald Trump, em plena Sala Oval, no sentido de que este se não determinasse a solicitar ao futuro Procurador-Geral a nomeação de um procurador especial para analisar uma possível responsabilidade de Hillary Clinton no caso dos e-mails enviados a partir do seu servidor pessoal.

Também pude já esclarecer o que, de facto, teve lugar: a fim de não comprometer o Governo dos Estados Unidos, ela mantinha os seus contactos com gente ligada ao Estado Islâmico a partir do seu servidor pessoal. E é a esta realidade que tem de ligar-se à mais recente decisão do Congresso: reduzir a nada o seu Gabinete de Ética. E, por fim, é já hoje fácil dar toda a razão ao major-general Oswald Le Winter, com base no que descreveu nas suas duas obras publicadas entre nós pelas Publicações Europa/América.

Entrámos, de facto, num novo tempo político. Seja o futuro o que for – farei a minha estimativa para 2017 a partir de amanhã –, há já um dado que não voltará a perder-se e é irreversível: a dita democracia norte-americana é uma cabalíssima pantomina. Nem será inimaginável que Trump possa vir a ser assassinado, ou mesmo alvo de uma tentativa de destituição. Talvez por isso tenha já assegurado que nada tem contra a comunidade de informações... Ela é um Estado dentro do Estado.

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