Nota de circunstância

|Hélio Bernardo Lopes|
Por um acaso, já depois desta primeira hora da madrugada, voltei à INTERNET, por onde tomei conhecimento dos últimos gritos informativos. Pouco antes de desligar o computador e me deitar, procurei por gente amiga ou conhecida.

E procurei, por igual, por mim próprio, o que é atitude deveras rara. E foi por via desta iniciativa que fui encontrar uma entrevista que Joaquim Jorge, que criou e lidera o Clube dos Pensadores, concedeu ao nosso FAROL DA NOSSA TERRA. Uma entrevista do meio de julho e que eu desconhecia por completo. E foi com alguma admiração que ali fui encontrar referências a um texto meu sobre a instituição que dirige.

Quando escrevo este texto, não fui procurar as razões daquele meu escrito. Mas creio, em todo o caso, que eu só teria escrito o texto em causa na sequência de alguma efeméride, digamos assim. É quase certo que o Clube dos Pensadores, ou o próprio Joaquim Jorge, terão recebido um qualquer justo galardão, porque de outro modo não teria escrito o texto em causa.

Se foi assim, eu sempre aceitei como correta a atribuição desse galardão. E quando referi que o Clube dos Pensadores poderia também abrir as suas portas a gente de menor ribalta, tal ficou a dever-se a dois fatores: por um lado, porque se passa constantemente a referir que a sociedade civil é esquecida e vive longe da política; por outro lado, porque os concidadãos noticiados como estando presentes no Clube dos Pensadores são sempre gente da grande ribalta.

Quando salientei que eu próprio não recusaria um convite do Clube dos Pensadores, o que pretendi foi mostrar que o texto não tinha esse objetivo. E tanto assim, que eu mesmo explicitava a situação. Se não tivesse escrito essa consideração, muitos poderiam dizer: o Hélio quer é vir cá falar. Ora, eu também não recusaria escrever no JN, ou no DN, ou no CM, ou comentar numa televisão. Ninguém que se interesse pela vida pública terá outra atitude.

Por fim, e para provar que não existiu da minha parte uma qualquer reserva mental, asseguro desde já que, mesmo que o futuro venha a trazer um honroso convite do Clube dos Pensadores, eu não o aceitarei. E não o farei porque esse é o único modo de mostrar a razão de ser do meu escrito já distante. De resto, aquele meu texto nunca foi de crítica, mas de desafio, tendo em conta o constante brandir, pela nossa grande comunicação social e pela classe política, das grandes vítimas da sociedade civil. E os meus votos do melhor futuro para o Clube dos Pensadores, que tão vasto e bom trabalho tem produzido, naturalmente sob o comando de Joaquim Jorge.

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