Sem clareza

|Hélio Bernardo Lopes|
Já toda a gente sabe da existência da greve dos estivadores do porto de Lisboa. E saberá, com toda a certeza, que esta mesma greve se insere num histórico conflito com muitos anos de existência. Ou seja, um conflito a que a classe política não consegue pôr um fim. Uma marca verdadeiramente portuguesa.

Vivendo-se hoje em plena III República, onde alegadamente estão presentes as mais amplas liberdades, seria de esperar que a grande comunicação social, sobretudo os canais televisivos, se determinassem a oferecer aos portugueses mais atentos e interessados um ou dois programas verdadeiramente explicativos do que está em causa neste conflito e que fossem verdadeiramente clarificadores. Infelizmente, canal após canal, o que nos vai chegando é a bola nossa de cada dia.

Também sem espanto, os comentadores televisivos lá vão tentando, sempre de forma sub-reptícia, atirar as culpas para os que trabalham por conta de outrem. E tudo isto encimando pela já histórica posição política do PS, PSD e CDS/PP: o País não pode ser parado por uma greve, pelo que se impõe encontrar uma solução. A culpa, portanto, será dos trabalhadores...

Se o leitor pensar um pouco, facilmente compreenderá que nada sabe, de facto, sobre o que está em jogo neste caso. E se não sabe, também não será na grande comunicação social que encontrará a essencial explicação. Como se vê, temos o tal dito Estado de Direito Democrático e Social, mas não imaginamos, de facto, o que realmente está em causa neste histórico conflito. Com sinceridade e neste caso, o anterior Governo não faria pior. E que é feito do Presidente da República, sempre tão dado a considerações ao redor de mil e um temas?

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