Problemas de visão infantil afetam capacidade de aprendizagem

A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) alerta para a importância da deteção precoce dos problemas visuais nas crianças, destacando que o método ideal são os rastreios e que quem não fez rastreios deve realizar uma consulta de oftalmologia aos três anos.

Uma grande percentagem de crianças apresenta défices da função visual, como os erros refrativos (miopia, hipermetropia e astigmatismo), a ambliopia e o estrabismo. Numa primeira observação, o oftalmologista poderá detetar problemas de visão que passam despercebidos aos pais e que poderão ter vários efeitos negativos na vida das crianças, a começar pelo aproveitamento escolar e as suas capacidades de aprendizagem.

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Pedro Menéres, membro da Direção da SPO, afirma que nos primeiros anos muitas crianças não se queixam de qualquer dificuldade. “Se um olho vê bem e o outro é amblíope, tudo pode passar despercebido até à realização de uma avaliação da visão e da graduação que deve sempre ser realizada pelo oftalmologista ou sob a sua supervisão.

Uma criança apenas com um olho bom, como pode não ter qualquer limitação visual, pode não dar qualquer sinal de alerta”, refere o médico especialista. “Do ponto de vista médico, o ideal é rastrear precocemente. Por isso a SPO está a colaborar com o Ministério da Saúde e a Ordem dos Médicos
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na criação de um programa de rastreio a realizar aos 2 anos nos cuidados de saúde primários do SNS.

Para quem não realizou rastreios mais cedo é fundamental realizar uma observação oftalmológica entre os 3 e os 4 anos, pois a criança colabora na avaliação com qualidade e conseguimos recuperar a maioria dos olhos amblíopes, também conhecidos por olhos preguiçosos”.

Pedro Menéres explica ainda que “ver bem de um olho e mal do outro pode ser uma situação que passa despercebida e ser só percetível a partir dos 6, 7 anos. Contudo, se for diagnosticado apenas nessa idade o seu tratamento é complicado, já não sendo possível reverter essa situação e em muitas crianças recuperar a visão na sua totalidade. Se não ocorreu diagnóstico mais precoce, o período entre os 3 e os 4 anos é crítico para conseguirmos tratar os problemas de visão de ambliopia que surjam na criança, pois é o período em que o cérebro está a processar se vai aproveitar ao máximo a visão e onde o Oftalmologista pode influenciar se houver necessidade disso. Felizmente na maioria das vezes não há, por isso poderá ser uma observação simples para muitas famílias, mas salvará a visão de muitas crianças através de tratamentos económicos e acessíveis”.

Os educadores, pais e outros familiares devem estar atentos. A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia lembra alguns sintomas que não podem ser ignorados e que devem levar os pais a procurar um oftalmologista, independentemente dos rastreios e consultas:
- Aproximar-se em demasia e constantemente (por exemplo de um televisor) pode ser um sinal;
- Fechar ou tapar um dos olhos;
- Vontade de esfregar os olhos;
- Dores de cabeça,
- Olhos vermelhos ou lacrimejantes, em especial ao final do dia;
- Estrabismo ou fotofobia (dificuldade em suportar a luz).

A presidente da SPO, Maria João Quadrado, também recomenda a realização de rastreios visuais o mais cedo possível dando a máxima atenção aos mais novos, conforme merecem.

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