Grupo Desportivo de Bragança: “Pizzi é o nosso grande orgulho”

O Grupo Desportivo de Bragança é uma das 16 equipas que disputa a Fase de Subida do Campeonato de Portugal Prio. Conheça alguns dados históricos da equipa e as expetativas do clube para esta época nas palavras do presidente, do treinador e do capitão de equipa.

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Manuel Martins é o presidente do GD Bragança e dá conta do momento do clube que lidera. A cumprir o 5.º mandato, após a reeleição em 2014, Manuel Martins confirma que o apuramento para a Fase de Subida era um objetivo da presente época. “Como presidente do GD Bragança, ambiciono e trabalho sempre para o melhor do meu clube. Temos objetivos bem definidos para cada época, primeiro ser cumpridores dos nossos compromissos e desportivamente ter a melhor performance possível”, afirma Manuel Martins.

Com cinco títulos nacionais da III Divisão no palmarés, o líder do clube brigantino reconhece que “vencer uma competição nacional é sempre um motivo de orgulho”. Questionado se conquistar o Campeonato de Portugal Prio seria o concretizar de um sonho, Manuel Martins afirma: “temos muito presente a nossa realidade e essa realidade diz-nos que existem neste campeonato equipas com outros argumentos que nós não temos.

Esses clubes, sim, podem sonhar com essa conquista”. Com um plantel predominantemente nacional, Manuel Martins dá conta da aposta na formação “dentro das nossas limitações, de forma a ter na equipa sénior cada vez mais jogadores da terra”. Sobre a possibilidade de formar jogadores para evoluírem para outros escalões, como aconteceu com Pizzi, atualmente no SL Benfica, o presidente do Bragança reconhece que o médio “é o nosso grande orgulho” e que “se aparecer outro ‘Pizzi’, será ainda melhor” para a equipa brigantina.

Levar o Bragança para os escalões profissionais é um desejo que Manuel Martins não esconde mas sublinha a importância de seguir um rumo seguro para chegar a esse objetivo. “Trabalhamos diariamente para o melhor do nosso clube, não escondo que existe esse desejo mas não vamos alterar a nossa postura nem a nossa forma de gerir por motivos emocionais”, afirma Manuel Martins. “Temos orgulho em ser um clube cumpridor e assim queremos continuar. Se esse desejo for alcançado, terá que ser sempre dentro da nossa realidade e sem por em causa a estabilidade e o futuro do GD Bragança”, conclui Manuel Martins.

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Um grupo de trabalho competitivo, com talento e vontade de crescer André David, 30 anos, é o treinador do GD Bragança. A cumprir a 2.ª época no comando técnico do clube, André David descreve o Bragança como um clube “estável e com excelentes estruturas no Campeonato de Portugal Prio”, o que leva a demonstrar “uma satisfação enorme em liderar este plantel”.

O técnico recorda que a Série A “era extremamente competitiva e exigente”, pelo que “a passagem à 2.ª Fase é o reflexo do excelente trabalho desenvolvido pelo grupo de trabalho”. Com um plantel composto por jogadores jovens e com jogadores com alguma maturidade, André David dá conta que na construção do grupo de trabalho “procurámos, por um lado, ter a irreverência, o talento e a capacidade de trabalho dos jovens, e por outro lado, a maturidade e a experiência dos mais velhos. Construímos um grupo de trabalho muito competitivo, com imenso talento e uma vontade de crescer enorme”, conclui o treinador.

 A 10 jornadas do fim da Fase de Subida, André David assume que a equipa quer “lutar pela melhor classificação na história do clube. Queremos continuar a evidenciar a qualidade de jogo apresentada desde o início do campeonato e, com isso, promover a qualidade individual que há neste plantel”. Sobre uma eventual subida à II Liga enquanto objetivo pessoal, André David afirma que “a vida é feita de objetivos; mudar para um clube como o Grupo Desportivo de Bragança foi um passo dado no sentido de ficar mais próximo da II Liga. Acredito que num futuro próximo isso vai ser uma realidade”, concretiza o técnico.

Amor ao clube
É simultaneamente o capitão de equipa e o guarda-redes do Bragança. Aos 34 anos, Ximena representa um caso de dedicação ao clube, integrando o Bragança desde a época 1999/2000. Nas suas palavras, esta ligação “deve-se essencialmente ao amor pelo clube, família e cidade”. “No início da carreira foram bastantes vezes que fui abordado por outros emblemas mas, na hora da verdade, o clube do meu coração falou sempre mais alto”, acrescenta Ximena. “Neste momento sinto que a ligação ao clube aumenta a cada ano que passa e o meu desejo é terminar a carreira no clube da minha terra com a mesma alegria que tive da primeira vez que vesti a camisola desta grande instituição”, conclui o guardião brigantino.

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Questionado sobre o peso da responsabilidade acrescida por ser capitão de equipa e guarda-redes, Ximena afirma ser “uma grande honra defender as cores do Grupo Desportivo de Bragança, assim como é um enorme prazer envergar a braçadeira de capitão”. Reconhecendo que os jogadores mais velhos do plantel têm que dar o exemplo, do ponto de vista pessoal Ximena afirma sentir-se “na obrigação de não facilitar nem falhar em coisas simples, dentro das quatro linhas mas também fora”. O guarda-redes enumera as qualidades que considera necessárias a um capitão de equipa: “saber estar em grupo, saber ouvir o colega, No fundo, saber ser jogador, mas em primeiro lugar, saber ser homem”.

Ximena reconhece que entre os conselhos que dá aos jogadores mais jovens está divertirem-se “com responsabilidade enquanto treinam ou jogam, que disfrutem de cada momento passado no relvado, balneário ou mesmo nas viagens e estágios do clube que representam. Tudo isto porque o tempo passa mesmo muito rápido. Hoje temos 17 anos, amanhã já temos 37”. Ximena partilha uma expressão que costuma utilizar muitas vezes no grupo de trabalho: “Cada um tem que ser um bocadinho de capitão. Só assim é que juntos vamos chorar durante a semana para rir no domingo. É com esta maneira de ver o futebol que tento ajudá-los. Será sempre uma alegria ver os miúdos crescer e evoluir dia após dia, pois o futuro está nos jovens!”, conclui o capitão do Bragança.

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Ximena não esconde que “adorava jogar pelo meu clube numa liga profissional, é um dos meus objetivos e as pessoas que melhor me conhecem sabem disso”. Reconhecendo que não é uma tarefa fácil subir de divisão, Ximena dá conta que sente que “nos últimos 2/3 anos estamos mais próximos de o conseguir ou pelo menos de lutar por esse objetivo”. Sobre este objetivo, o guarda-redes partilha uma recordação: “Um dia, com os meus 20 ou 21 anos, disse ao diretor desportivo de então, o atual presidente, Sr. Manuel Martins, ‘apesar de ter uma proposta melhor, não vou sair este ano, se calhar até posso nunca sair deste clube mas um dia vou jogar numa liga profissional’. Lembro-me desse dia como se fosse hoje. É caso para dizer que, em relação ao futebol, se isso um dia acontecer, já posso morrer feliz!”, partilha de forma bem-disposta Ximena.

Por fim, de onde vem a origem da alcunha “Ximena”? O capitão de equipa explica que tudo remonta à época 1994/1995 e que “o autor da proeza foi o meu colega, compadre e amigo Tony, que também joga atualmente comigo”, por altura de uma viagem para disputar o Torneio Lopes da Silva, prova de sub-14 inter-associações. Uma canção de uma conhecida telenovela brasileira transmitida nessa altura em Portugal foi a banda sonora no regresso até Bragança, cantada pelos dois de forma repetida, e a alcunha acabou por ficar. “O nome pegou e hoje, tirando praticamente a minha família que me trata por Miguel, o resto ninguém me conhece sem ser por Ximena!”, conclui o jogador brigantino.

Bragança ao raio-x
Ficha:
  • Ano de fundação: 1947
  • Estádio: Municipal de Bragança (Eng. José Luís Pinheiro
  • Títulos nacionais conquistados: 5 Campeonatos da III Divisão Nacional (1978/1979; 1985/86; 1999/2000; 2002/2003; 2012/2013)

Época 2015/2016
  • Plantel: 21 jogadores (76,2% nacionalidade portuguesa) *
  • Média idade: 26, 67*

Performance no Campeonato de Portugal Prio:
  • Total: 22 jogos; 11 vitórias; 7 empates; 4 derrotas
  • Classificação Fase de Subida (ao final da 4.ª jornada):
  • 5.º lugar (6 pontos; 4 jogos; 2 vitórias; 0 empates; 2 derrotas; 3 golos marcados; 4 golos sofridos)
  • 1.ª Fase, Zona A: 1.º lugar (18 jogos; 34 pontos; 9 vitórias; 7 empates, 2 derrotas; 32 golos marcados; 14 golos sofridos)
* Fonte: www.zerozero.pt

Sobre o Campeonato de Portugal Prio
O Campeonato de Portugal Prio tem 1515 jogadores inscritos, dos quais 87 por cento são portugueses, 112 representam as seleções nacionais e a média de idades está entre os 24 e os 25 anos. A prova vem substituir o Campeonato Nacional de Seniores e pretende contribuir para a concretização de uma das grandes bandeiras da Federação Portuguesa de Futebol: dar mais visibilidade e desenvolver o futebol não-profissional em Portugal.

Gonçalo Vilela Santos e Pedro Rio

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