Museu Municipal Martim Gonçalves de Macedo nasce em Macedo de Cavaleiros

Quem foi Martim Gonçalves de Macedo? O que fez ele? Porque se fala nele? Porque tem ele um museu que lhe é dedicado?

Questões normais uma vez que, como refere o Presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, Duarte Moreno, “foi uma figura que passou em claro na história que nos ensinaram nos bancos da escola.” No entanto, para o historiador Carlos Mendes, responsável da Associação Terras Quentes, Martim Gonçalves de Macedo “foi o homem certo, no lugar certo, no momento certo”.

Feita a introdução prévia, talvez permaneça ainda com as suas dúvidas iniciais. Propomo-nos a eliminá-las já. Ora aqui vai: A Martim Gonçalves de Macedo se deve, presumivelmente o facto de nos pronunciarmos e escrevermos em Português. Foi ele herói na Batalha de Aljubarrota, que pôs fim à crise de sucessão no trono Português e afastou a ambição Castelhana entre 1833 e 1385. A ele se deve a vida do Mestre de Avis.

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Foi o Nobre Macedense que desferiu golpe fatal no Castelhano que se preparava para fazer o mesmo ao futuro D. João I, quando este perde a sua arma de ataque. “O homem certo, no lugar certo, no momento certo”, percebe-se agora porquê! O feito, mereceu de D. João I, grandes honrarias, ordenando Martim Gonçalves de Macedo como “Cavaleiro”, passando a constar no brasão de armas da família um braço com a maça com que matou o Castelhano, e o domínio das terras de Macedo de Cavaleiros. Com o início do reinado, desencadeou-se também a designada Campanha do Norte, com o objetivo real de conquistar as 56 Comarcas, entre as quais Bragança e Chaves, dominadas ainda por Castela. Nesse sentido, o exército Português comandado por D. Nuno Álvares Pereira, esteve estacionado no concelho de Macedo de Cavaleiros, em Castelãos, entre 16 de abril e 9 de maio de 1386.

Martim Gonçalves de Macedo passou, neste sábado, a ter um museu a ele dedicado. Momento presenciado, entre outros, pelos Diretores Regionais de Cultura e Agricultura e Pescas, pelo Bispo de Bragança-Miranda e pelo pretendente ao trono português, D. Duarte Pio, e que o Presidente da Câmara Municipal classificou como o de “reencontro de Macedo de Cavaleiros com a sua história. A partir de Macedo de Cavaleiros afirma-se um legado e fazemos a justa homenagem a um conterrâneo umbilicalmente ligado à manutenção da Nacionalidade Portuguesa. Atribui-se a Martim Gonçalves de Macedo o lugar que lhe pertence por direito próprio na História.”

O 1º espaço do Museu Municipal Martim Gonçalves de Macedo, como Duarte Moreno se lhe referiu por ainda não se encontrar todo o projeto concluído, nasceu na antiga escola primária nº2 (Toural). “Substituímos as secretárias, os bancos e o antigo quadro negro de ardósia, mas não retiramos ao edifício o carácter didático e a fonte de aprendizagem que sempre teve”, acrescentando que “é um novo ponto de interesse turístico, mas é, sobretudo, um local que preserva a nossa história e um centro de conhecimento, que será atrativo para escolas dos diferentes níveis de ensino do nosso país, para os Macedenses e para todos os que nos visitam, a que devemos acrescentar duas ampliações, uma com um espaço para retratar o acampamento de Castelãos e um pequeno auditório, e um outro para merchandising e acolhimento de pessoas, para concluirmos o projeto.”

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Carlos Mendes define este “como um museu único no país. O primeiro sobre os acontecimentos de Aljubarrota e das Campanhas do Norte, surgindo como um excelente complemento ao Centro Interpretativo da Batalha, que fica no Campo de Sº Jorge, e que também reconhece a figura do Martim, tendo lá uma lápide evocativa.” O espaço reúne um espólio diversificado de espadas, algumas de justiça, apenas empenhadas por D. João I ou Nuno Álvares Pereira, engenhos de guerra utilizados na Campanha do Norte, a recriação do momento do episódio heróico e uma coleção de moedas desde o tempo do Mestre de Avis a D. Sebastião, retratando a importância da vida de D. João I para o início da expedição marítima de Portugal. “São peças originais da época da batalha apenas presentes em Macedo, porque não se encontram em mais lado algum”, esclarece o historiador.

Nesta primeira fase, as visitas ao Museu Municipal Martim Gonçalves de Macedo destinam-se a grupos, principalmente escolares, através de marcação prévia no Posto de Turismo (telefone 278 426 193).

Nélio Pimentel

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