Associação Humanitária de Bombeiros de Freixo de Espada à Cinta celebra 88º aniversário

No sábado, dia 5 de Dezembro, a Corporação de Bombeiros de Freixo de Espada à Cinta assinalou de forma especial a comemoração do seu 88º aniversário aproveitando a ocasião para instituir esta data como o dia do Bombeiro de Freixo.


Há mais de dez anos que esta Associação não celebrava o seu aniversário e este era um dos objetivos da nova direção, “esta Direção foi eleita com dois objetivos, dinamizar a Associação e dignificar o corpo de Bombeiros, e através desta iniciativa esperamos conseguir aproximar os Bombeiros da população para que esta se lembre que eles estão dispostos a ajuda-la”, referiu Edgar Gata, Presidente da Associação de Bombeiros de Freixo.

A concentração dos homens, mulheres e crianças que representavam a instituição começou bem cedo em frente ao Quartel enquanto a comunidade freixenista assistia às diversas manobras de formatura que o Comandante António Sá Lopes e o seu Adjunto de Comando, Nuno Almeida, iam ordenando. A cerimónia prosseguiu com o hastear das bandeiras do Município de Freixo de Espada à Cinta, da Associação Humanitária de Bombeiros e de Portugal. A corporação seguiu em marcha até à Praça Jorge Álvares concentrando-se junto à Igreja Matriz antes de rumar ao cemitério onde estava prevista a colocação de coroas de flores em três campas de bombeiros já falecidos. Os homenageados foram o Comandante Manuel Rocha, o Comandante António Pinto e o Presidente Manuel Joaquim Pintado. A colocação de flores nestas três campas é apenas um ato simbólico, “todos os bombeiros falecidos merecem a nossa homenagem”, referiu Edgar Gata. Ficou um silêncio. Depois a maior das homenagens para esta gente ao serviço do povo, o toque da sirene.

Os Bombeiros seguiram novamente em direção à Praça Jorge Álvares para receber as entidades presentes no evento: José Fernandes, Representante da Liga Portuguesa de Bombeiros, Comandante Rómulo Pinto, 2º CODIS, Patrício Ramalho, Dirigente Nacional do INEM, os Presidentes das Juntas de Freguesia de Freixo-Mazouco, Raul Ferreira, de Lagoaça-Fornos, Carlos Novais, de Poiares, Rui Portela e de Ligares, Ademar Bento e por último Maria do Céu Quintas, Presidente da Câmara Municipal de Freixo.

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Seguiu-se a celebração da Missa com a presença dos bombeiros, entidades representativas e restante comunidade. O Padre Francisco Pimparel, pároco do concelho de Freixo, dirigiu-se aos Bombeiros invocando a palavra “misericórdia”, e dizendo que “os Bombeiros vivem gratuitamente” em prol dos outros, vêem-nos como irmãos e não esperam nada em troca. Envolta neste espírito de missão, que para os Bombeiros não é novo, a celebração seguiu com a leitura de alguns textos por parte de membros da corporação e todos cantaram em conjunto os parabéns a uma instituição que é de todos. O Padre Francisco lançou também o desafio de se celebrar uma Missa, um domingo por mês, que conte com a presença dos Bombeiros a fim de aproximar a comunidade freixenista desta instituição.

Quem há mais de 40 anos está próximo desta Associação é António Dias. É o elemento mais antigo da corporação e é com a paixão própria de quem segue por estes caminhos que fala daquela que já é a “sua casa”, “desde 1973 que estou aqui e só queria que os que entrassem para aqui estivessem cá tanto tempo como estive eu”. É esta mensagem que a mais “pequenina” vai escutando e sabe, ainda que com a inocência dos 6 anos, que pertencer aos Bombeiros é antes de tudo, uma missão. Dércia Pires é a mais “pequenina” da casa. Além de pertencer aos Bombeiros, tem uma “família” deles lá em casa, “o mano e a mamã são dos Bombeiros e eu também queria ser para apagar os incêndios”. A pequena voluntária faz ainda um apelo ao Pai Natal, “no Natal para os Bombeiros mais pequenos queria pedir um camião de brincar e para os grandes um jipe”. Espera ansiosa, como todas as crianças nesta idade, que o seu pedido tenha retorno. Um dia vai saber que o maior presente para os Bombeiros é existirem meninos e meninas como ela que reconheçam o verdadeiro valor desta instituição.

Na cerimonia estiveram a representar a Associação cerca de 20 crianças e mais de 20 jovens que recentemente se associaram aos Bombeiros. A importância deste facto não fica ao acaso uma vez que serão os mais novos de agora, o futuro desta corporação como lembra António Sá Lopes, “esta celebração tem uma particularidade que foi o recrutamento de gente nova que mais tarde poderá dar o seu contributo para esta Associação e a grandiosidade que o corpo de Bombeiros necessita”.

Maria do Céu Quintas, Presidente da Câmara de Freixo, destacou também a importância da celebração anual do aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros referindo que “é importante dar a conhecer que a instituição existe e que ela tem um propósito que é fundamental para a comunidade”.

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O trabalho dos Bombeiros Voluntários ao serviço da comunidade é muitas vezes visto e direcionado apenas para o combate aos incêndios, mas o papel destes homens e mulheres abrange um vasto número de valências que muitas vezes todos nós esquecemos, “se olharmos ao número de ocorrências nos Bombeiros, o combate aos fogos florestais é talvez a parte menor do nosso trabalho, porque ao longo do ano todas as atividades em termos de socorro estão centradas no corpo de Bombeiros”. O Comandante considera que os Bombeiros são de facto o braço armado da Proteção Civil na prestação de serviços de auxílio e de socorro e que na maioria das vezes o seu papel é relegado para um nível inferior do que efetivamente merecem, sobretudo por parte das instituições governativas, “a nível nacional os Bombeiros deviam estar no topo do reconhecimento das instituições, porque somos a instituição mais abrangente no apoio às populações, e lamento que esse reconhecimento ainda não aconteça”.

A cerimónia encerrou com um almoço de comemoração dos 88 anos desta Associação Humanitária. Ali já eram só homens, mulheres e crianças, reunidos em família num ambiente de festa, a contar boas histórias e a rir das coisas mais simples como qualquer pessoa comum. O trabalho ficou lá fora mas o seu lema “Somos Soldados da Paz e damos Vida por Vida” há-de sempre acompanhá-los e mais do que saber-se a frase de cor é importante que se lhe reconheça o devido valor e a incomparável humanidade que transporta.

Joana Vargas

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