Algumas toneladas da conhecida alheira de Mirandela foram canceladas esta segunda-feira, o que levou a Associação Comercial e Industrial de Mirandela (ACIM) a emitir um comunicado no sentido de esclarecer consumidores e distribuidores de que os produtos certificados transmontanos nada têm a ver com a marca comercial "Origem Transmontana", que desde sábado passado está associada a três casos de botulismo em Portugal.
Na verdade, a designação “Origem Transmontana” nada tem a ver com a certificação dos produtos regionais transmontanos, tratando-se apenas de uma marca representativa de uma pequena empresa detentora de um negócio e de uma fábrica que laborava na antiga escola primária da aldeia de Paradinha Nova, concelho de Bragança, e cuja fábrica, segundo o Jornal i, já não se encontra em funcionamento. Contudo, os produtos comercializados por esta marca foram associados a três casos de butolismo alimentar.
Mas o caso está a transformar-se num imenso problema para os produtores locais, porque a marca comercial “Origem Transmontana” está a ser confundida com a certificação dos produtos regionais que estão sujeitos a um apertado controle de qualidade e higiene alimentar.
A mais afectada, de momento, parece ser a produção de alheira, o que levou ACIM a emitir um comunicado para "clarificar que é necessário institucionalmente esclarecer os clientes, consumidores e todos os agentes económicos que 'Origem Transmontana' é apenas uma marca comercial e que não pode desvirtuar a qualidade, o rigor de produção e a confiança nos produtos do território de Trás-os-Montes".
O problema é que as pessoas estão a associar a marca “Origem Transmontana”, a quem as autoridades atribuem a contaminação de três casos de botulismo, a todos os produtos com origem na região.
No dia de ontem os telefones não param de tocar com pedidos de esclarecimentos na empresa “Alheiras Angelina”. Nesta empresa, que é das maiores produtoras de alheiras de Mirandela, foram canceladas encomendas, nomeadamente “de algumas cadeias/grupos”, equivalentes a entre seis a oito toneladas, a produção de uma semana, disse à Lusa Sónia Carvalho.
O problema, referiu a mesma fonte, “é que as pessoas não lêem comunicados, lêem as manchetes dos jornais e associam o nome de uma marca de distribuição a todo o território de Trás-os-Montes e a todos os produtos".
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Perante a situação, os produtores reclamam que as autoridades competentes emitam um comunicado e utilizem os meios considerados ao seu alcance para esclarecer de forma cabal toda esta situação que começa a afectar a actividade económica de localidades como, por exemplo, Mirandela. É necessário fazer “a distinção entre as duas situações e acabar com a confusão que está a ser criada entre a marca e os produtos da região”, diz Rui Cepeda, um produtor certificado, citado pela Agência Lusa.