E viva a Democracia na Europa!

|Hélio Bernardo Lopes|
Como os portugueses já conhecem agora bem, nós vivemos, como membro da União Europeia, numa verdadeira democracia. A recente vaga de refugiados da Síria, mas por igual do Iraque, do Afeganistão e de países africanos diversos, mostra bem como a democracia e os Direitos Humanos estão vivíssimos na União Europeia.

E nesta, logo em primeiro lugar, na Hungria de Vítor Orbán e do seu povo. Uma realidade que nos traz ao pensamento o caso do Kosovo e de como a OTAN se determinou, sob as ordens dos Estados Unidos, a bombardear a Sérvia e o seu povo. Logo por azar, até também a embaixada da China em Belgrado...

Simplesmente, o Governo de Orbán traz-nos novidades a cada dia que passa. Assim, o parlamento húngaro aprovou hoje uma nova legislação reforçando os poderes da polícia e do exército em relação aos migrantes, e que permite que o exército dispare em determinadas circunstâncias. Sendo uma notícia confirmadíssima – existem imagens –, a verdade é que a grande preocupação do líder do Parlamento Europeu, depois de mais este recente erro em sondagens, é o facto do SYRIZA se ter coligado com alguns dissidentes da Nova Democracia, e que ele designa como extremistas de direita...

Mas a grande verdade é que Vítor Orbán, para além de não ser um parvo político, sabe atirar as responsabilidades para o próximo: a lei diz que os disparos não podem ser mortais... É bom que os nossos sindicalistas da PSP e da GNR, mas também os nossos magistrados, olhem para a carga de responsabilidade que Orbán atira, deste modo, para os ombros dos polícias, comparando com as exigências feitas entre nós. E também do papel que os magistrados irão depois desempenhar.

Infelizmente, falta a todos os políticos europeus a coragem de contar a realidade: esta situação foi criada pelos Estados Unidos, pela França, pela Alemanha e pelo Reino Unido. Se os Estados Unidos não vivessem obcecados em cercar a Rússia patriótica de Vladimir Putin, cujo território tão rico é, já o tal ditador Bashar al-Assad teria podido continuar a apoiar, a todos os níveis, as comunidades cristãs da Síria, como reconheceu o próprio Núncio Apostólico em Damasco.

Hoje, fruto da política do Ocidente – sobretudo dos Estados Unidos –, a Síria é um país destruído com o seu povo a morrer ou a fugir. Em contrapartida, os Estados Unidos, depois da vergonhosa marca de dez mil refugiados a receber – dizem eles...–, lá subiram agora a parada para os quase noventa mil, contando-nos a história dos cem mil no ano de 2017. Há sempre quem acredite, até porque também se acredita em marcianos e em pés de galinha.

Por fim, o início, já acelerado – a retoma da dominação de Cuba está em marcha –, do (re)controlo do subcontinente americano. A balbúrdia brasileira, a sua correspondente venezuelana e agora o início da boliviana, lá acabarão por permitir o retorno de futuras ditaduras de aparência democratizada. E sabe o que lhe digo, caro leitor? Pois, temos a democracia!

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