E na Opus Dei?

|Hélio Bernardo Lopes|
Depois dos ataques sistemáticos de Teresa Leal Ferreira às estruturas maçónicas, só faltava a estas mais um folhetim ao redor da candidatura ao Presidente da República, que de há muito é tema de conversas e debates.

Deste fantástico folhetim, ora vindo a público, há um dado que sobressai: isso de dizer que a Maçonaria é de esquerda e que quem lá está se posiciona fora da zona dos terríveis interesses, é mera balela. O referido folhetim mostra isto mesmo, fazendo recordar aquela qualificação de Álvaro Cunhal ao redor da pequena burguesia de fachada socialista. Aliás, nem teria ficado longe se tivesse dito social-democrata.

No meio deste folhetim, contudo, também sobressai a fantástica psicose que se vem instalando ao redor da dita Maçonaria, sem que jornalistas, analistas, comentores e outros ocupantes da nossa grande comunicação social se determinem a olhar o que está em jogo, mas do lado da Opus Dei. Um verdadeiro cagaço, que deixa a histórica censura dos tempos de Salazar e Caetano como uma coisinha quizilenta.

É interessantíssimo constatar ao que se encontra hoje reduzida a designada liberdade de Abril, com os portugueses que desempenham aquelas funções, ou têm acesso àquelas estruturas, a medirem palavra a palavra de quanto dizem. Chegou-se ao desplante de reconhecer, no mais recente Prós e Contras, que os nossos políticos vivem terrificados com a Judicatura e com o Correio da Manhã! Ou seja: ou toda essa classe vive num ambiente, presente ou passado, de grande podridão, ou o Estado de Direito Democrático que se diz existir entre nós não passa de mera fachada. Talvez uma mistura destes dois ingredientes.

As notícias ontem surgidas em alguma comunicação social, ao redor da próxima candidatura ao Presidente da República e de alguns mações, mostram bem a perda quase total do crédito que os portugueses hoje devem atribuir à generalidade das instituições. E mostram como tive toda a razão no que escrevi recentemente no meu texto, AS MIL E UMA SONDAGENS.

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